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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Coité Crescentia cujete Linn. ;Flora do RN.















  Planta conhecida popularmente como Coité,Cuité,Cuia,Cuieira,Cabaço,árvore de cuia,Cabaceira,Cuiteseiva,Cuitereira e Cina. Mas cientificamente foi denominada Crescentia cujete. Outros sinônimos científicos:Crescentia acuminata Kunth, Crescentia cuneifolia Gardner,Crescentia plectantha Miers,Crescentia spathulata Miers. Essa espécie pertence a família Bignoniaceae,a mesma do Jacarandá e dos Ipês.     Espécie de hábito arbóreo que atinge até 16 metros de altura,tronco tortuoso com casca acinzentada,ramos longos,formando uma copa frondosa. Suas folhas são simples,sésseis ou curto alado pecioladas,persistentes,alternas,frequentemente fasciculadas(agrupadas em pequenos feixes),inteiras e glabras(desprovido de pelos) com até 21cm de comprimento. Inflorescência única ou com duas flores reunidas ao longo dos ramos,hermafroditas(possuem os dois sexos na mesma flor) tubulosas, grandes e muito vistosas, com pétalas amareladas. Floresce de outubro a maio. O fruto dessa espécie é do tipo baga,indeiscente(fruto que não se abre na maturidade para liberar suas sementes),grande com até 30cm de diâmetro,oval ou subgloboso,de pericarpo lenhoso,delgado,leve,flexível e resistente,contendo uma polpa esbranquiçada,suculenta,envolvendo numerosas sementes chatas e de cor amarelas.















     Frutifica de julho a setembro. Espécie originária da América Central. No Brasil, ocorre desde a Amazônia até a região sudeste, onde foi introduzida para cultivo. Cultivada junto às habitações da zona rural principalmente por causa de seus frutos, que limpos da polpa interna,serrados no sentido longitudinal,constituem as cuias,comumente usadas na vida doméstica do homem do campo.  
     Os frutos depois de colhidos e secos, tornam-se desde recipientes domésticos (como vasilhas, pratos e colheres rústicos) até instrumentos musicais (chocalhos, berimbaus e corpo de violas). Também se pode obter tinturas e, possui propriedades terapêuticas, mas é preciso muito cuidado no seu uso, pois pode ser tóxico. O decocto(cozimento) e o extrato da casca são muito eficazes no tratamento da inflamação do intestino e contra o acúmulo anormal de líquidos no corpo. A polpa, quando verde, é corrosiva e usada no tratamento de doenças respiratórias, e quando madura, é abortiva. Mas atenção: não tome nenhum remédio caseiro sem consultar um especialista(médico).    
     Suas sementes podem ser consumidas cozidas ou torradas. A polpa do fruto verde,misturada com mel ou açúcar, é empregada como expectorante. Segundo o professor Alfons Balbach é também purgativa(causa forte evacuação intestinal) e febrífuga( que faz cair a febre). a infusão(líquido quente para macerar ao calor) das folhas passa por diurética(aumento da secreção urinária). O liber(floema,"casca interior") da casca substitui o papel para cigarros. A madeira do coité é dura e forte, própria para marcenaria e carpintaria.

REFERÊNCIAS:
Renato Braga. Plantas do nordeste,especialmente do Ceará. Fortaleza:coleção mossoroense-volume XLII,1996. Pg:204.
Balbach,Alfons. A Flora Nacional na Medicina Doméstica- vol. II. Edições"A Edificação do lar". Itaquaquecetuba-SP. 23ª edição. Pg:592-593.
 Crescentia cujete. Disponível em:
Cabaceira. Disponível em:http://eptv.globo.com/terradagente/0,0,4,148;7,cabaceira.aspx Acesso em: 23/09/2011.
Disponível em: http://www.esalq.usp.br/trilhas/medicina/am04.htm  Acesso em: 23/09/2011.

2 comentários:

  1. Encontrei seu blog por acaso nas minhas pesquisas sobre este fruto. Em todo lugar eu leio a mesma coisa: "originária da América Central, ocorre principalmente no Norte e Nordeste". Então ela não é nativa do Brasil? foi introduzida pelos os povos nativos? Desculpa tantas perguntas, mas eu moro no litoral sul, região de mata atlântica, e na casa da minha tia tem um pé desse, consegui fazer mudas, minha ideia era colocar em áreas degradadas, mas se ela não é nativa melhor não fazer isso.

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    1. Oi Bruno.
      “Crescentia cujete” é provavelmente nativa da América Central, onde são encontradas populações supostamente silvestres desde o sul do México ao norte da América Central. Como ela se espalhou em parte do Brasil é provável que tenha sido por influência de nativos que passaram a cultivá-la, devido as suas múltiplas utilidades, sendo sua origem aqui atribuída ao cultivo. Na América do Sul temos apenas uma espécie desse gênero que é nativa e que ocorre na região amazônica, “Crescentia amazônica”.

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