Nossa página

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Cauaçú Coccoloba cf. latifolia Lam.; Flora do RN.

      Planta conhecida popularmente como Cauaçú,Cawaçu, Cauassu,Cravaçu,Pau-de-Vassoura, Caneleira,Cabeça -de-macaco, Canassu-preto,Cajueiro bravo. mas seu nome científico é  Coccoloba latifolia. A origem da palavra cauaçu deve-se a adulteração para coaçu que vem de Caá, que significa mato, folha e Açu que significa grande, ou seja, folha grande. A identificação dessa espécie é atribuída ao Cientista Lamark (1804) que fez apenas uma ilustração de uma folha, a qual não representa bem a espécie analisada.  C. latifolia pertence à família Polygonaceae, a mesma família a qual fazem parte a planta ornamental amor-agarradinho (Antigonum sp.) e o trigo-sarraceno(Fagopyrum sp.).
      Coccoloba latifolia é uma espécie de porte arbóreo que atinge 12 metros de altura, possui folhas ócreas e glabras bem desenvolvidas, além de inflorescências ramificadas formando diplotirsos. Espécie distribuída na América do Sul, sendo encontrada na Venezuela, Trinidad &Tobago, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil, nos estados de Roraima, Amapá, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Tocantins. Ocorre em matas de várzeas, matas ciliares, matas de terra firme e cerrados, sobre solos arenosos ou rochosos, em altitudes que variam entre 20-480msm. Floresce de março a maio e frutifica de maio a setembro. Segundo Howard (1960b) a espécie é de difícil tipificação, uma vez que, nenhum material autêntico foi localizado. No Pará é utilizada para a lenha.
      Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, visualizei Cauaçú (Coccoloba latifolia) nos seguintes municípios: em Baía Formosa, na RPPN Mata Estrela, durante várias trilhas; em Tibau do Sul, no Santuário Ecológico de Pipa no ano de 2012;em Goianinha num resquício de Mata Atlântica no ano de 2009 e 2012; em Monte Alegre num fragmento de floresta particular no ano de 2012; em Parnamirim num fragmento de Floresta em 2011 e em Natal no Parque Estadual das Dunas em 2012 e 2013.
Informações Técnicas da Espécie Cauaçú (Coccoloba latifolia):
      “Árvore pouco ramificada, 5-12m altura; ramos apicais glabros, casca estriada, esfoliante, lenticelas elípticas,marrons ou enegrecidas, inconspícuas, internós curtos 1- 3cm, medula maciça. Folhas dos ramos vegetativos não vistas; folha dos ramos férteis 10-22 x 10-22cm, lâmina obovado-arredondada, ápice obtuso ou emarginado, base subcordada, subpeltada, margem revoluta, coriácea,discolor, face adaxial glabra, nervuras imersas, face abaxial glabra ou pubérula, nervuras proeminentes, 6-10 pares de nervuras laterais, nervação terciária conspícua em ambas as faces, tricomas peltados inconspícuos; ócrea 4-5cm, coriácea, glabra, borda obtuso-truncada, base persistente; pecíolo 1-2cm, glabro, articulado na base ou acima da base da ócrea. Tirsos ramificados (diplotirsos), tirsos parciais densifloros, eixos 5-13cm, raque costada, glabra; pedicelos 1-2mm, glabros, inclusos nas ocréolas; brácteas 0,5mm, triangulares, coriáceas, glabras, ocréolas ca. 0,5mm, campanuladas, coriáceas, glabras, borda subtruncada. Flor com perianto unido até ½, glabro, flor estaminada e pistilada não vistas, flor andrógina ca. 2-3mm,hipanto campanulado, estigmas lobados, nectários presentes. Acrossarco com perianto frutífero 6-8mm, oval, coriáceo, glabro, bordos livres acima de ½, não acrescentes, pericarpo oval, ápice obtuso; pedicelos 2-5mm compr., não engrossados na frutificação.”

Preserve a natureza!

Bibliografia:
Renato Braga. Plantas do nordeste, especialmente do Ceará. Fortaleza: coleção mossoroense-volume XLII, 1996. Pg:182.
Freire, Maria Socorro Borges. Levantamento Florístico do Parque Estadual das Dunas de Natal. Disponível em: http://www.parquedasdunas.rn.gov.br/flora.asp Acesso em: 01/05/2013.
Efigênia de MELO.  As espécies de Coccoloba P. Browne (Polygonaceae) da Amazônia brasileira. Acta Amazônica. VOL. 34(4) 2004: 525 – 551. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/aa/v34n4/v34n4a06.pdf Acesso em: 01/05/2013.