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quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Jarrinha Aristolochia disticha Mast. ; Flora do RN

   
   Aristolochia disticha  é nativa pertencente a família Aristolochiaceae que é constituída por sete gêneros (Apama, Aristolochia, Asarum, Euglypha,Holostylis, Thottea e Saruma) e cerca de 600 espécies, representadas ao longo de todo o globo terrestre, exceto no Ártico e Antártica (Hoene, 1942, Joly 1998). O gênero Aristolochia é o mais diversificado dessa família,sendo formado por aproximadamente 500 espécies, a maioria das quais são encontradas na região tropical, subtropical e do Mediterrâneo (Neinhuis et al., 2005). No Brasil esse gênero  está representado por 89 espécies, sendo a maioria encontrada nas áreas fitogeográficas da Floresta Amazônica e Mata Atlântica(Barros & Araújo,2012). As plantas que pertencem a esse gênero são conhecidas popularmente como “mil homens”, "milhomem", "milome" “papo-de-peru”, “mata-porcos”,“patinho”, “jarrinha”,"cassaú", "melombe","pratudo", "urubu-caá", "urubu-caá". (Hoene, 1942).
   O gênero Aristolochia é facilmente reconhecido quando em floração, pela forma de suas flores,pelo cheiro que exalam e as sementes das espécies desse gênero são horizontais, comumente achatadas,com endosperma e embrião pequeno (Noronha, 1949). Flores de Aristolochia spp. são altamente especializadas, funcionando como uma armadilha que atrai e aprisiona artrópodes, a fim de assegurar a polinização (Knoll, 1929). Principalmente dípteros(moscas) têm sido relatados como polinizadoras do gênero (Hall and Brown, 1993; Wolda and Sabrowsky, 1986). A atratividade das flores aos polinizadores não se baseia em um sistema de recompensa, mas sim num engodo, os visitantes são enganados pela cor e cheiro das flores que imitam seus substratos naturais de acasalamento e oviposição. As moscas entram nas flores recém abertas por um pequeno tubo e não podem sair por causa dos pelos rígidos voltados para o interior. Neste estágio apenas o estigma está fértil. Somente após o amadurecimento das anteras, as moscas carregadas de grão de pólen conseguiram abandonar a flor devido a murchamento dos pelos (Joly 1998).
   Esses registros fotográficos foram feitos durante uma trilha na Serra do Cuó em Campo Grande no estado do Rio Grande do Norte em 29 de junho de 2013. Mas essa espécie tem ocorrência confirmada na região Norte(Amazonas e Pará) e Nordeste(Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte).

Referências

Ariclenes Araújo and Marccus Alves. Aristolochia setulosa (Aristolochiaceae), a new species from northeastern Brazil. Disponível em: http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs12228-012-9292-7#page-1 Acesso em 13 de novembro de 2014.

Det.: J. Jardim, set.2013.

Alvarenga, Thiago Marinho& Pire, Epifânio Porfíro & Silva, Marconi Souza. ENTOMOFAUNA EM FLORES DE Aristolochia galeata mart. (ARISTOLOCHIACEAE), NA RESERVA BIOLÓGICA UNILAVRAS BOQUEIRÃO, INGAÍ, MINAS GERAIS. PDF

PROJETO: “EXTRATIVISMO NÃO-MADEIREIRO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA AMAZÔNIA (ITTO – PD 31/99 Ver. 3 (I)”. BANCO DE DADOS “NON WOOD”. PDF

Agradecimentos: Agradeço ao Professor Jomar e aos leitores desse blog Roberto Guerra e Ed Pessoa, que ajudaram na identificação dessa espécie através das fotos.

10 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Exite plantas parecidas com essa (difere apenas nas folhas, as daqui são mais claras e as nervuras quase não aparecem, mas as flores são idênticas), elas não são difíceis de encontrar aqui, basta ter um pouco de atenção que dá pra encontrar em muitos lugares. Achei estranho foi ela ter sido "descoberta" a pouco tempo, eu mesmo brinquei com as flores na minha infância.

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    1. Olá Senhor Alison Jose, fico feliz pela sua participação nesse blog. Em relação a "descoberta", quero dizer que foi coletada por pesquisadores, catalogada e registrada oficialmente através da publicação de um trabalho científico.
      Infelizmente existem ainda muitas espécies de plantas que não foram coletadas, tombadas(catalogadas) em um herbário e registradas oficialmente pela ciência.

      Votos de Paz,Saúde e Sucesso para o senhor e família!!!
      Atenciosamente
      Francisco V. de Souza,Graduado em Ciências Biológicas.

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  3. Já tinha me interessado por essa planta há mais de 15 anos, pensei que ela digeria o inseto, como uma carnívora

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  4. Olá, essa espécie foi sinonimizada com uma outra da Amazônia, agora seu nome é Aristolochia disticha. Segue o link da publicação:

    https://www.researchgate.net/publication/269038351_On_the_typification_identity_and_synonymy_of_Aristolochia_disticha_Mast_Aristolochiaceae

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  5. Olá Francisco parabéns pela postagem, em meus achados botânicos, estava sempre com dificuldade de identificar essa Aristolochia, parecida com a A. setulosa, pois ela também possui setulas na parte interna da flor, mas o formato e cor são um pouco diferentes, sempre existe uns veios amarelos. Fiquei a imaginar que poderia ser um híbrido entre a A. birostris e a setulosa, pois ambas coexistem na região. O Victor me chamou a atenção para identificá-la como A. disticha. Vamos considerá-la como tal. Muito boa sua descrição da planta. Um abraço.

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    1. Olá amigo Roberto Guerra.
      Satisfação em tê-lo novamente aqui no blog.
      Abraço.

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