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sábado, 26 de novembro de 2011

Cágado Muçuã Kinosternon scorpioides(Linaeus,1776); Fauna do RN.















       Kinosternon scorpioides é uma espécie de quelônio semi-aquático de médio a grande porte, que pertence à família Kinosternidae, atingindo de 9,2 a 27,0 cm de comprimento da carapaça quando adulto. O peso varia de 501 a 1000 g para fêmeas e 401 a 800 g para machos. Uma característica bem distinta desta espécie em relação às demais é a presença de 3 quilhas longitudinais na carapaça que também é estreita. A cabeça é um pouco larga e com um queixo arqueado e forte nos machos. A cor da carapaça varia do marrom ao verde oliva ou preto, a cabeça pode ser marrom, cinza ou preta com manchas de padrão creme, laranja, vermelho, rosa ou amarelo. As patas e cauda são cobertas por uma pele de cor cinza. Em muitos indivíduos a ponta da cauda apresenta uma unha, como um escorpião, o que denominou a espécie por Linnaeus, que o descreveu como similar ao ferrão de um escorpião. 
      Segundo Mahamoud (1967), a unha encontra-se presente apenas nos machos. Segundo Molina (1992), o dimorfismo sexual nos quelônios se expressa principalmente na diferença de porte entre machos e fêmeas. Em geral, nas espécies terrestres, os machos são maiores que as fêmeas, o que favorece na tentativa de subjugar as fêmeas durante a cópula, enquanto que nas espécies de nado ativo as fêmeas são maiores, e os machos dificilmente conseguem subjugá-las. Outras diferenças morfológicas observadas são o casco mais baixo e a cauda mais comprida nos machos, nas fêmeas o peito é plano e de cor amarelo intenso, nos machos o peito é côncavo para facilitar a cópula quando monta na fêmea.














       Como hábito o muçuã vive no fundo dos lagos, charcos e áreas alagadas e, durante o período de reprodução, é possível encontrá-lo em terra firme. Há uma época do ano em que se enterra até a cabeça e passa por uma fase de hibernação, comportamento ainda não compreendido pelos cientistas. Os Kinosternideos são carnívoros e onívoros oportunistas, comem muitos tipos de alimentos diferentes, dependendo do local onde se encontram e da espécie. Podem se alimentar de peixes vivos e mortos, girinos, insetos, outros pequenos animais, algas, pequenas quantidades de vegetais e materiais em decomposição, provavelmente constituindo muito mais do que isso em ambiente natural. Se outros quelônios estiverem presentes a competição por alimento pode aumentar.
       Para Molina (1992), o acasalamento divide-se em cinco fases: encontro do casal, perseguição à fêmea, corte, pré-cópula e cópula. Na maioria das espécies de quelônios, via de regra, o macho aproxima-se da fêmea por trás e examina através do olfato a sua região cloacal, o que parece servir para determinar o sexo do indivíduo. Uma vez localizada a fêmea, o macho normalmente passa a persegui-la, o que tem função estimulante. Há indícios de que o acasalamento pode ocorrer e qualquer época do ano. Os ninhos de algumas espécies de Kinosternon são pouco profundos e cobertos por folhas e galhos próximos a riachos, lagos e pântanos para que quando eclodirem os recém-nascidos tenham acesso mais fácil aos corpos d´água para dificultar sua descoberta por predadores.
      Segundo Rocha et AL (1990), no zoológico de São Paulo a postura dessa espécie ocorre de março a agosto,sendo postos de um a seis ovos por vez. Molina et al(1988), registrou o nascimento de um filhote de K. scorpioides após 266 dias de incubação artificial. K. scorpioides apresenta ampla distribuição geográfica ocorrendo na América central, do norte e do sul. Apesar de muitos esforços desenvolvidos e da comercialização do muçuã ser ilegal, a espécie é capturada e comercializada em dúzias, pois tem baixo peso, sendo as populações reduzidas em função da exploração (IBAMA, 1989). Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, do litoral ao sertão, por enquanto só vi(por acaso) essa espécie no município de Monte Alegre, na região agreste do estado.
BIBLIOGRAFIA:
Castro, Andréa Bezerra de. Biologia reprodutiva e crescimento do muçuã Kinosternon scorpioides(Linaeus,1776) em cativeiro. Belém, 2006. Dissertação (Mestrado)- Universidade Federal do Pará, Centro de Ciências Agrárias, Núcleo de estudos em Ciências Animal.

sábado, 5 de novembro de 2011

Barriguda Ceiba glaziovii (Kuntze) K.Schum.; Flora do RN.



















     Planta conhecida popularmente como Barriguda ou Paineira branca. mas cientificamente foi denominada Ceiba glaziovii (Kuntze) K.Schum.. Essa espécie pertence a família Malvaceae.
    Árvore que atinge 18 m de altura quando adulta, com grande copa, bastante ramificada na parte superior do tronco, sendo este na região mediana entumecido ou abaulado com mais de 1 m de diâmetro, por esse motivo as pessoas a nomearam como "barriguda".

















      O tronco e os ramos de casca acinzentada possui acúleos cônicos de até 5 cm de comprimento. Suas folhas são do tipo palmaticompostas, com 4 à 7 folíolos, geralmente ocorrem 5. Folíolos cartáceos, glabros, com bordos levemente serrilhados na metade terminal, de 6 à 11 cm de comprimento por 2,5 à 4 cm de largura.













     Suas flores brancas e grandes formam inflorescências terminais, paniculadas. Elas normalmente aparecem no final do período chuvoso nos meses de maio a junho, enquanto que os frutos amadurecem de julho a agosto, estes são do tipo cápsula elipsóide, deiscente, grandes, possuem sementes pretas envoltas por fibras lanugenosas conhecidas por lã de barriguda.
Sua madeira é moderadamente pesada, com densidade de 0,59 g / cm³, macia e "frágil", sendo usada apenas na confecção de caioxotes.
Apesar do seu grande valor ornamental quando em flor, o que as pessoas mais se interessam na barriguda são as fibras de suas sementes, a lã da barriguda, pois elas utilizam estas para encherem travesseiros, colchões e estofamento de móveis.
Sua casca é utilizada na medicina popular como anti-inflamatório, mas atenção: não tome nenhum remédio caseiro sem consultar um especialista(médico).
Ceiba glaziovii ocorre na região Nordeste do Brasil, nas caatingas hipoxerófilas(agreste) em áreas de terreno acidentado e na caatinga arbórea do médio vale do Rio São Francisco.
Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, do litoral ao sertão, por enquanto só vi essa espécie no município de Monte Alegre, na região agreste do estado.
Planta decídua, heliófita, secundária, xerófita, característica e exclusiva da floresta xeromórfica do Nordeste do país, onde apresenta ampla porém descontínua dispersão. Produz anualmente moderada quantidade de sementes, dispersas pelo vento.

BIBLIOGRAFIA:
Lorenzi,Harri. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil.vol. 2. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum,2002. Pg:61.
Renato Braga. Plantas do nordeste, especialmente do Ceará. Fortaleza: coleção mossoroense-volume XLII, 1996. Pg: 75.
Maia, Gerda Nickel: Caatinga: arvores e arbustos e suas utilidades. São paulo: D & Z Computação Gráfica e Editora. 2004.