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sábado, 7 de maio de 2011

Calango Ameivula ocellifera (SPIX, 1825); Fauna do RN

     Animal conhecido popularmente como Calango ou Calanguinho e cientificamente como Ameivula ocellifera (SPIX, 1825). Réptil da família Teiidae, a mesma família do Teju e do Lagarto Bico Doce. A espécie C. ocellifer pode ser um complexo com uma grande variedade de espécies, inclusive ocorrendo em simpatria (Rodrigues, 1987; Rodrigues, 2003). Seu comprimento rostro-anal varia de cerca de 30 mm até 120 mm. Lagarto estritamente terrestre e diurno. É um forrageador ativo. Os machos são maiores do que as fêmeas e possuem cabeças mais largas, servindo de vantagem seletiva no caso de encontros intrasexuais (Vitt, 1983b). O dorso é marrom e os flancos apresentam três listras longitudinais claras (brancas ou esverdeadas) separadas por faixas marrom-escuro. A listra longitudinal superior vai desde o pescoço até a base da cauda; a listra mediana vai da região temporal até a base da cauda; a listra inferior vai desde o focinho, passando pela órbita e pelo ouvido, até a virilha. A faixa marrom-escuro que separa as listras claras inferior e mediana possui pontos claros (brancos ou esverdeados). O ventre é claro, podendo apresentar tons esverdeados ou azulados mais para os flancos, principalmente nos indivíduos adultos. Pode ser confundida com Ameiva ameiva da qual se distingue por possuir 8 escamas ventrais em uma fileira transversal no meio do corpo (ao invés de 10-12), ou com Kentropyx paulensis, da qual se distingue por possuir as escamas ventrais lisas (ao invés de quilhadas).
     Esta espécie ocorre na Argentina, Bolívia, Paraguai e Brasil. No Brasil a espécie esta distribuída nas Regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, ocorrendo também em alguns estados da Região Norte como Rondônia e Tocantins.). Trata-se de um lagarto com ampla distribuição na Caatinga (Rodrigues, 2003). Ocorre em áreas de cerrado abertas e bastante ensolaradas, com vegetação rala. vive junto ao chão, principalmente em áreas onde o solo é arenoso ou rochoso e apresenta moitas de capim. Cava buracos sob rochas, troncos caídos, em montes de areia ou argila, ou mesmo no chão, onde procura abrigo e deposita seus ovos. Se alimenta basicamente de artrópodos, sendo os itens mais importantes grilos e gafanhotos, cupins, formigas, aranhas e larvas de insetos. mas tambem as vezes se alimenta de vertebrados (Vanzolini, 1980).
   Ocorre praticamente durante todo o ano, sendo que durante a estação seca há uma redução na atividade reprodutiva de machos e fêmeas. Cada fêmea pode depositar mais de uma ninhada durante o ano. As ninhadas variam de 1 a 5 ovos, sendo que a média é de 2.7 ± 1.0 (n= 42) ovos por ninhada. Os ovos são elípticos, medindo cerca de 15 x 7 mm. Os filhotes nascem com cerca de 30 mm de comprimento rostro-anal e atingem a maturidade sexual perto dos 55 mm, no seu primeiro ano de vida. É uma espécie diurna e heliófila, ativa nas horas mais quentes do dia. Passa a maior parte do tempo em movimento, se deslocando entre manchas de sol e sombra para regular sua temperatura corporal, ao mesmo tempo que procura por alimento. Pode revirar o folhiço ou cavar o solo à procura de presas. Preserve a natureza!!!!

REFERÊNCIAS:
Neto,Miguel Rocha. Guia ilustrado:fauna da escola das dunas de pitangui-ecossistemas terrestre. Natal: moura ramos,2001. Pg:80.

Vitt, L. J. 1983. Reproduction and sexual dimorphism in the tropical teiid lizard, Cnemidophorus ocellifer. Copeia 1983: 359-366.

Vanzolini, P. E., A. M. M. Ramos-Costa, e L. J. Vitt. 1980. Répteis das Caatingas. Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, Brasil.

www.natal.rn.gov.br/semurb/paginas/File/Livro_Parque.pdf

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