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sábado, 30 de março de 2024

Besouro-de-chuquinha, conheça o besouro que ficou famoso na internet


   Há alguns anos atrás uma foto de um besouro desses foi postado nas redes sociais(twitter e facebook), e na época viralizou as postagens nas quais as pessoas batizaram o animal com o nome de "besouro de chuquinha", "besouro Paquita da Xuxa" e até de barata de chuquinha(não é uma barata). Repito: Não é uma barata, não é venenoso e nem peçonhento.
besouro serra-pau(Psygmatocerus wagleri) fotografado na sede da Reserva Particular do Patrimônio Natural Refúgio Jamacaii, Equador, RN, Brasil.

   O animal da foto pertence ao grupo dos insetos(Classe Insecta-mais diversificado da Terra), sendo mais específico ele pertence ao grupo dos besouros(ordem Coleoptera), a família Cerambycidae e a espécie Psygmatocerus wagleri Perty, 1828. O adulto dessa espécie pode atingir 38mm de comprimento e como todos os besouros Cerambicídeos possui peças bucais bem desenvolvidas, apresentando fortes mandíbulas que contribuem para serrar galhos, nos quais as fêmeas depositam seus ovos nas incisões. Por isso, esses bichos são conhecidos vulgarmente como besouro serra-pau, serrador ou toca-viola. Segundo Costa Lima(1955) a larva desse besouro é "broca do óleo vermelho (Myrospermum erythroxylon) e da manga brava(Swartzia langsdorfii)".

   Mas o que chama mais a atenção nesse besouro são suas antenas do tipo "flabelada(antena em forma de leque)", as quais são formadas por vários "ramos", aumentando assim a área de superfície disponível. Isso proporciona por exemplo para ele, melhor percepção da variação de temperatura ou umidade e até no caso do macho detectar feromônios sexuais da fêmea. 

   O besouro serra-pau(Psygmatocerus wagleri) ocorre na América do Sul(Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina), tendo sido confirmado sua presença nos seguintes estados brasileiros: Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Durante as minhas expedições pelo Rio Grande do Norte só observei essa espécie até o momento apenas na Mesorregião Central Potiguar, na RPPN Refúgio Jamacaii em Equador.


Referências
COSTA LIMA, A. Insetos do Brasil. 9.º tomo, capítulo XXIX: coleópteros, 3.ª parte. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Agronomia, Série Didática n. 11, p. 98-99, 1955.

GULLAN, P.J. Insetos: fundamentos da entomologia / P.J. Gullan, P.S. Cranston; Com ilustrações de Karina H. McInnes; Tradução e Revisão Técnica Eduardo da Silva Alves dos Santos, Sonia Maria Marques Hoenen – 5. ed. – Rio de Janeiro: Roca, 2017.

NASCIMENTO, Francisco E. De L., Bravo, Freddy, Monnè, Miguel A. (2016): Cerambycidae (Insecta: Coleoptera) of Quixadá, Ceará State, Brazil: new records and new species. Zootaxa 4161 (3): 399-411, DOI: 10.11646/zootaxa.4161.3.7.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Vaga-lume Ptesimopsia sp.

Vaga-lume(Ptesimopsia sp.) observado e registrado no interior de residência, na zona urbana de Parnamirim,RN,Brasil.
   De maneira geral os besouros(Inseto,Coleoptera) bioluminescentes são conhecidos popularmente como Vaga-lume,Pirilampo ou Tec-tec e pertencem a três famílias: Lampyridae, Phengodidae e Elateridae. 
   "A bioluminescência nestas espécies é emitida por diferentes partes do corpo, na forma de diferentes padrões de sinalização e cores, para finalidades principalmente de reprodução e defesa (Lloyd 1983)." Tanto o macho como a fêmea emitem luz,entretanto a desta é mais brilhante. A luminescência é produzida por uma reação química de oxidação da luciferina com água sob a ação da enzima luciferase, resultando oxiluciferina e raios luminosos (luz fria), com eficiência estimada em 92 a 100%, ou seja, quase todo o fluxo radiante é composto por radiação luminosa, que pode ser de diferentes cores( BORROR; DELONG, 1969). "Além da beleza estética, os vaga-lumes tem adquirido importantes aplicações em diferentes campos, como em controle biológico de caramujos daninhos a agricultura (Bess 1956) e vetores de verminoses (Okada 1928, Viviani 1989a), e principalmente em biotecnologia como fonte de reagentes para análises de ATP e biomassa, e como marcadores bioluminescentes de expressão gênica (Viviani 2007)." 
   Em vários locais do mundo próximo a área urbana tem se observado o desaparecimento de vaga-lumes, devido a serem sensíveis a poluição luminosa, acredita-se que sejam bioindicadores noturnos.
   O exemplar da foto presente nesse post pertencente a família Elateridae e ao gênero Ptesimopsia (COSTA, 1975). Esse gênero apresenta 8 espécies,que tem como principal característica em comum, as antenas serreadas a partir do terceiro segmento. Todas essas espécies ocorrem na América do Sul. 

BIBLIOGRAFIA

BORROR, D. J.; DELONG, D. M. . São Paulo: E. Blücher, 1969. 653 p.

ROSA, Simone Policena. Nova espécie do gênero Ptesimopsia Costa (Coleoptera, Elateridae, Agrypninae). Rev. Bras. entomol. vol.48 no.2 São Paulo June 2004.

VIVIANI ,Vadim Ravara; Rocha ,Mayra Yamazaki & Oskar Hagen. Fauna de besouros bioluminescentes (Coleoptera: Elateroidea: Lampyridae; Phengodidae, Elateridae) nos municípios de Campinas, Sorocaba-Votorantim e Rio Claro-Limeira (SP, Brasil): biodiversidade e influência da urbanização. Biota Neotrop., vol. 10, no. 2

domingo, 18 de dezembro de 2011

Besouro Caçador de lagarta Calosoma granulatum Perty,1830; Fauna do RN.

Calosoma granulatum fotografado no município de São José do Campestre,Rio Grande do Norte.
    Besouro conhecido popularmente como Caçador de lagarta ou Carocha, mas cientificamente recebeu o nome Calosoma granulatum Perty,1830.  Essa espécie possui dorso da cabeça e tórax verde metálico escuro, élitros escuros com pequenas marcas longitudinais douradas e margens laterais verdes metálicas; cabeça prognata, olhos compostos proeminentes localizados lateralmente; antenas longas com 11 segmentos (macho), filiforme; mandíbulas arqueadas, opostas, simétricas; pernas ambulatórias.  
    C. granulatum apresenta ampla distribuição geográfica em todo Brasil, com exceção apenas a área ao norte do Rio Amazonas (GIDASPOW, 1963, apud PASINI, 1995).  Vive no solo, podendo também subir em árvores, arbustos ou culturas anuais em busca das presas. Os adultos, quando incomodados, respondem correndo rapidamente do local. É uma espécie de grande importância como agente de controle biológico, pois se alimenta de lagartas que caem ou que se lançam ao chão para pupar ou de pré-pupas e pupas.  
     É um predador voraz, e cada larva ou adulto desse carabídeo chega a consumir 90 lagartas pequenas por dia, em média.  Essa espécie tem sido bem estudada devido às suas larvas e adultos serem predadoras de Rachiplusia nu (Guenée, 1852), Pseudoplusia includens (Walker, 1857) e de Anticarsia gemmatalis Hubner,1818 (Lepidoptera: Noctuidae) cujas larvas são pragas na lavoura de soja.

BIBLIOGRAFIA:
Colen,Keila Gomes Ferreira. Biologia e Caracterização Morfológica e Morfométrica dos Estágios Imaturos e Adultos de Calosoma granulatum Petry, 1830 (Coleoptera: Carabidae). Botucatu-SP. Dezembro, 2004.
Guimarães,Ronald Rodrigues & Rodrigues,Harlan  Ronald Storti  & Guimarães, Roney Rodrigues. Coincidência no Aparacimento de Adultos de  Insetos de duas Ordens diferentes em Armação de Búzios, Rio de Janeiro, Brasil.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Inimigos naturais das pragas de milho Calosoma sp. Embrapa.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Besouro Homalinotus coriaceus (Gyllenhal); Fauna do RN















     Inseto conhecido popularmente como Broca do pedúnculo floral do coqueiro ou broca do cacho de coqueiro, mas cientificamente como Homalinotus coriaceus. Ele pertence à ordem dos Coleópteros e a família dos Curculionídeos. Este besouro apresenta coloração preta e mede de 25 a 30 mm de comprimento(Ferreira et al. 2002), além de um rostro com 8 mm(Gallo et al. 2002), cujas fêmeas pouco diferem dos machos, sendo ligeiramente maiores e apresentando duas depressões pouco pronunciadas no pronoto. seus ovos são brancos e medem 3,5 mm de comprimento por 2,5 mm de largura, sendo a postura feita no pedúnculo floral.














     Porém a postura pode ser feita ainda na bainha foliar(Gomes,1944). as larvas são de coloração branca e cabeça ferrugínea(Bondar,1940). Após o estágio larval, esta pupam construindo um casulo de fibras entre a superfície do tronco e a inserção da bainha foliar(Moura & Vilela,1998). A duração completa do ciclo varia de 6 a 8 meses(Gallo et a
l. 2002).













     A Broca do pedúnculo floral é considerada uma das praga mais importantes da cultura de coco no Brasil, provocando redução da ordem de 50% na produção de coco(Gomes,1992). Os danos são causados pelas larvas, que cavam galerias no pedúnculo floral interrompendo o fluxo da seiva e promovendo a queda de flores e frutos(Ferreira et al. 2002). Os adultos também são nocivos ao coqueiro, porque ao se alimentarem, dilaceram o tecido de flores e frutos novos, secando-os(Ferreira et al. 1997).

REFERÊNCIAS:

Sarro,Fernanda B. & Crocomo,Wilson B. & Ferreira,Joana M. S. Aspectos da Biologia e Morfologia da Broca do Pedúnculo floral do Coqueiro,Homalinotus coriaceus (Gyllenhal) (Coleoptera:Curculionidae). Neotropical Entomology. January-February,2004. pgs:1-2.

Gomes,Raimundo Pimentel. O coqueiro da baía. São Paulo: Nobel. 1992. pg:103.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Besouro Coelosis bicornis Leske, 1779. Fauna do RN




      Coelosis bicornis é uma espécie de besouro que tem uma ampla distribuição na América do Sul, ocorrendo desde a Colômbia até o Sul da Argentina. Caracteres diagnósticos que identificam a espécie Coelosis bicornis são: a presença de dois cornos subparalelos, clípeo com dois dentes, mandíbulas tridentadas e processo prosternal com um espinho na região central. A cor dessa espécie é pardo avermelhado escuro opaco. A largura dos machos varia de 13,68 à 15,07 mm e o seu comprimento varia de 26,18 à 30,50 mm. enquanto que as fêmeas são um pouquinho menores, variando sua largura de 13,13 à 15,05 mm e o comprimento de de 23,63 à 25,05.
       Informações biológicas dessa espécie são quase inexistentes, a maioria das informações até o momento se referem a uma espécie do mesmo gênero, Coelosis biloba. Acredita-se que as larvas se alimentam de matéria orgânica se desenvolvendo em troncos apodrecidos(lannuzi & Marinoni, 1995). Na Amazônia C. bicornis esta associada a ambientes de floresta ombrófila, áreas de vegetação degradada que são áreas inundáveis estabelecidos desde o nível do mar até 200 m de altitude. Essa fotos foram tiradas no município de Monte Alegre-RN, numa estrada carrosável próximo a uma lagoa.
CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA: Classe: INSECTA; Ordem: COLEOPTERA; Subordem: POLYPHAGA; Superfamília: SCARABAEOIDEA Latreille, 1802.; Família: SCARABEIDAE Latreille, 1802; Subfamília: DYNASTINAE Macleay, 1819; Tribo: ORYCTINI Mulsant 1842; Gênero: Coelosis ; Espécie: Coelosis bicornis Leske, 1779.

REFERÊNCIAS:
Gasca Alvarez, Héctor Jaime. Diversidade, taxonomia e distribuição da tribo Oryctini(Coleoptera:Scarabaeidae: Dynastinae) para a Amazônia brasileira.- Manaus,2008. Pgs:37-39. Dissertação(mestrado) - IMPA/UFAM.
Disponível em:> http://www.goliathus.cz/en/coelosis-bLocalidade:icornis-leske-70.html  
IDENTIFICADOR DA ESPÉCIE: Agradeço a Ricardo Andreazze, professor de Entomologia da UFRN que identificou a espécie citada.