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sábado, 3 de dezembro de 2022

Cumichá-branco(Allophylus edulis), planta de múltiplos nomes e muitas utilidades


   Planta conhecida popularmente como Cumichá-branco, amarelinho, baga-de-morcego, baga-de-pombo, fruto-de-pomba, fruta-do-pombo, fruta-de-pavão, fruta-de-faraó, fruto-do-rei, olho-de-pombo, pau-pombo, pau-de-pedreira, chala-chala, chal-chal,  chao-chao, chel-chel, cuncum, beira-campo, grão-de-galo, murici-brava, murta-branca, murta vermelha, perta-cu, três-folhas, vela-branca, vacum, vacunzeiro e visgueiro. Entretanto seu nome científico é único, Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl.. Pertence a família Sapindaceae.

   Cumichá-branco(Allophylus edulis) é planta de porte arbustivo a arbóreo, podendo ser encontrada com grande variação de tamanho, de 1m até 17 de altura. Ela possui folhas(medindo de 3,5 a 12 cm de comprimento e 1 a 4 cm de largura) trifolioladas distribuídas por todo o ramo, inflorescências axilares, não ramificadas, com flores brancas, branco-amareladas ou branco-esverdeadas medindo de 3 a 6 mm de comprimento. Seus frutos variam de cor conforme o estágio de maturação, variando de verde-escuro e amarelo-laranja ao vermelho-vivo, quando maduros.

   A Cumichá-branco(Allophylus edulis) já foi observada com flores ou frutos em todos os meses do ano. Suas flores são melíferas atraindo espécies de abelhas e outros insetos, enquanto seus frutos servem de alimento para muitos animais, especialmente pássaros, e também são comestíveis para o ser humano. A partir da fermentação dos frutos associado com milho, nativos do Peru produzem uma bebida vinosa conhecida como chicha. A sua madeira  pode ser empregada em uso interno pela marcenaria, na fabricação de cabos de ferramentas, esteios e mourões. Essa espécie apresenta importância ornamental podendo ser usada em projetos de arborização urbana, além de ser indicada para projetos de reflorestamentos heterogênios. Conforme revisão de literatura etnofarmacológica de acordo com medicina popular,  a infusão das folhas é utilizada no tratamento de diabetes, inflamações de garganta, e problemas intestinais e digestivos. Ainda há relatos conforme a medicina tradicional de que folhas em cozimento são utilizadas no tratamento de feridas e também contra hipertensão(Trevisan,2015). [ Não recomendamos o uso de medicamentos tradicionais sem avaliação de um médico] .

   Allophylus edulis é uma espécie nativa que ocorre em todos os biomas(Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal) ou domínios fitogeográficos do Brasil, tendo sido registrada em todas as regiões do país. Sua distribuição geográfica ainda estende-se por países como Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Durante as minhas expedições pelo Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie apenas na Mesorregião Leste Potiguar, como por exemplo, em Parnamirim e em Natal.~

Referências
ABREU, Daniela Cleide Azevedo de et al. Caracterização morfológica de frutos, sementes e germinação de Allophylus edulis (St.-Hil.) Radlk. (Sapindaceae). Revista Brasileira de Sementes [online]. 2005, v. 27, n. 2 [Acessado 3 Dezembro 2022], pp. 59-66. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0101-31222005000200009>. Epub 23 Jan 2006. ISSN 0101-3122. https://doi.org/10.1590/S0101-31222005000200009.
CARVALHO, Paulo Ernani Ramalho. Espécies arbóreas brasileiras-Vacum Allophylus edulis volume 2. Embrapa Florestas, 2008.
COELHO, Rubens Luiz Gayoso. Estudos sistemáticos das espécies neotropicais de Allophylus L. (Sapindaceae). 2014. 449 p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1623553. Acesso em: 3 dez. 2022.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. Volume 1.
MACÊDO, B. R. M.; LISBOA, C. M. C. A.; CARVALHO, F. G. Diagnóstico e diretrizes para a arborização do Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Revista Brasileira da Sociedade de Arborização Urbana. Piracicaba, vol 7. n. 1, pp. 35-51, 2012.
POLESI, R. G.; Rolim, R.; Zanetti, C.; Sant’Anna, V.; Biondo E. Agrobiodiversidade e segurança alimentar no Vale do Taquari, RS: Plantas alimentícias não convencionais e frutas nativas. Revista Científica Rural, v. 19, n. 2, p. 118-135, 2017.
TREVIZAN, Lucas Noboru Fatori. Composição química e avaliação sequestradora de radical livre do óleo essencial de Allophylus edulis Raldk. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Biotecnologia) – Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais, Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 2015.

domingo, 9 de outubro de 2022

A borboleta do maracujá Eueides isabella (Stoll, 1781)

borboleta do maracujá(Eueides isabella) pousada sobre folhas de urtiga, em Monte Alegre,RN.
borboleta do maracujá(Eueides isabella) pousada sobre folha de urtiga, em Monte Alegre, RN, Brasil.


   Borboleta conhecida como borboleta-do-maracujá, sendo seu nome científico Eueides isabella (Stoll, 1781). Ela pertence a família Nymphalidae e a subfamília Heliconiinae.

   Essa espécie tem ampla distribuída na Região Neotropical, sendo reconhecidas doze subspécies. 
No Brasil, ela é encontrada em borda de matas, ambientes abertos e alterados, incluindo plantações e jardins.

  Sabe-se que essa espécie deposita seus ovos em folhas de maracujás(Passiflora sp.) e que as lagartas(fase larval da espécie) se alimentam de suas folhas.

Referências
Antunes, Fabiano F. et al. Morfologia externa dos estágios imaturos de heliconíneos neotropicais: I. Eueides isabella dianasa (Hübner, 1806). Revista Brasileira de Entomologia [online]. 2002, v. 46, n. 4 [Acessado 9 Outubro 2022] , pp. 601-610. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0085-56262002000400016>. Epub 16 Set 2008. ISSN 1806-9665. https://doi.org/10.1590/S0085-56262002000400016.

Barros, Wagner Ricardo Santos e Lima, Iracilda Maria de MouraDesenvolvimento pré-imaginal de Eueides isabella dianasa (Hübner) (Lepidoptera, Nymphalidae, Heliconiinae) em folhas de Passiflora edulis L. (Passifloraceae). Revista Brasileira de Entomologia [online]. 2004, v. 48, n. 1 [Acessado 9 Outubro 2022] , pp. 69-75. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0085-56262004000100013>. Epub 07 Jun 2004. ISSN 1806-9665. https://doi.org/10.1590/S0085-56262004000100013.

Bento, A. J., Santos, J. M. dos, Goulart, H. F., & Santana, A. E. G. (2019). COMPORTAMENTO DE ACASALAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DO FEROMÔNIO SEXUAL E ANTIAFRODISÍACO DE Eueides isabella (LEPIDOPTERA: NYMPHALIADE). Caderno Verde De Agroecologia E Desenvolvimento Sustentável, 9(5), b-99. Recuperado de https://www.gvaa.com.br/revista/index.php/CVADS/article/view/7277.

Funet. Eueides Hübner, 1816. Disponível em: https://ftp.funet.fi/index/Tree_of_life/insecta/lepidoptera/ditrysia/papilionoidea/nymphalidae/heliconiinae/eueides/ Acesso em 09/10/2022.

domingo, 18 de setembro de 2022

Aguapé Nymphaea amazonum Mart. & Zucc. ocorre em todos os biomas brasileiros

   Planta conhecida vulgarmente como Aguapé, Aguapé do Amazonas, Camalote, Golfo, Golfão, Lótus, Ninfa, Ninfeia e Uapé, entretanto seu nome científico é único, Nymphaea amazonum Mart. & Zucc..

   Essa erva aquática possui sépalas verdes que se mostram em formato estreledo, enquanto suas pétalas de cor branca são afiladas, estas se abrem a noite(floração noturna).  Geralmente é encontrada em águas calmas das lagoas ou lagos de água doce e em regiões mais calma de rios.

   Aguapé(Nymphaea amazonum) é uma espécie nativa da América tropical e subtropical, com ocorrência confirmada em todas as regiões e biomas do Brasil(Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal), típica da vegetação aquática.

Messoregiões(coloridas) do RN onde o Aguapé(Nymphaea amazonum) teve ocorrência documentada e município(círculo) onde a espécie foi fotografada.

   Durante as minhas expedições pelo Rio Grande do Norte, observei essa espécie na mesorregião Agreste Potiguar, mas ela também já foi confirmada nas mesorregiões Leste Potiguar e Central Potiguar.

Agradecimento ao amigo Leonardo Jales Leitão que ajudou na identificação em nível de espécie, a Ellen de Oliveira Melo e Jamilly Joana Araújo, autoras do mapa em anexo, ambas do Setor de Estudos Ambientais do Museu Câmara Cascudo.

Referências

Leroy, Juliana Aparecida Souza. Checklist das macrófitas aquáticas do Rio Grande do Norte com reforço amostral e florística do grupo na APA Bonfim-Guaraíra / Juliana Aparecida Souza Leroy. – Macaíba, RN, 2015.

Pellegrini, M.O.O. Nymphaeaceae in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB10937>. Acesso em: 03 set. 2022.

Pickel, D. Bento José.  Flora do Nordeste do Brasil segundo Piso e Marcgrave : no século XVII / Argus Vasconcelos de Almeida (Editor). – Recife : EDUFRPE, 2008. 

Soriano-Sierra, Eduardo Juan. Guia de campo vegetação e peixes das lagoas costeiras de Santa Catarina / Eduardo Juan Soriano-Sierra, Gisela Costa Ribeiro, Alessandra Larissa D’Oliveira Fonseca – Florianópolis: Insular, 2014.

domingo, 24 de julho de 2022

A rendeira(Manacus manacus gutturosus) da nossa Mata Atlântica

Rendeira(Manacus manacus), macho adulto.

   Ave conhecida popularmente como Rendeira, Dirige-motor ou Toca-birro, entretanto seu nome científico é Manacus manacus (Linnaeus, 1766). Pertence a família Pipridae, da qual também faz parte por exemplo, o Fruxu-do-cerradão(Neopelma pallescens) e o Tangará-príncipe(Chiroxiphia pareola).

   A rendeira(Manacus manacus) apresenta dimorfismo sexual, onde um indivíduo adulto macho dessa espécie apresenta plumagem branca na região ventral e preta na maior parte da região dorsal, enquanto que a fêmea é esverdeada, mas ambos possuem tarsos alaranjados e olhos escuros. Seu comprimento total médio é de 10,5cm.

   Na época reprodutiva alguns machos dessa espécie reúnem-se em palcos coletivos ou arenas e ficam pulando entre galhos verticais, executando voos rápidos para frente e para trás, batendo as asas em seus flancos, acarretando um som característico e inconfundível. Durante os voos  eles também estufam a plumagem da garganta que fica parecendo uma barba. Logo em seguida a fêmea seleciona o macho  e acasala com ele, posteriormente a fêmea sozinha constrói seu ninho geralmente sobre córregos.  

Rendeira(Manacus manacus), fêmea adulta.

   A rendeira(M. manacus) vive principalmente no sub-bosque e borda de florestas úmidas nos domínios da Mata Atlântica e Amazônia(do nível do mar até cerca de 1100m de altitude), onde alimenta-se principalmente de pequenos frutos, mas também inclui insetos em sua dieta. 

   A rendeira(M. manacus) é uma espécie nativa e residente no Brasil que depende de ambientes florestais para sobreviver, ocorrendo na Mata Atlântica brasileira do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul e na Floresta amazônica brasileira. Além disso, tem ocorrência confirmada em outros países, a saber: na Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Trinidad e Tobago e Venezuela.

   Durante as minhas expedições pelo Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie apenas na Mesorregião Leste Potiguar, sendo as últimas vezes registradas nos municípios de Espírito Santo, Canguaretama e Baía Formosa.

Referências

BirdLife International. 2016. Manacus manacus. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22701112A93813825. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22701112A93813825.en. Accessed on 09 July 2022.
FARIAS, G. B., Brito, M. T. e Pacheco, G. L.. Aves de Pernambuco e seus nomes populares. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2000. 55p.

LIMA, L. M. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. 2013. 513f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

SAGOT-MARTIN, F.; Lima, R.D.; Pacheco, J.F.; Irusta, J.B.; Pichorim, M. & Hassett, D.M. 2020. An updated checklist of the birds of Rio Grande do Norte, Brazil, with comments on new, rare, and unconfirmed species. Bulletin of the British Ornithologists’ Club, 140(3): 218-298.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2001. 863p.

SIGRIST, Tomas. Guia de Campo Avis Brasilis - Avifauna Brasileira 4ª edição. São Paulo. Avis Brasilis,2014.

SOUZA, Francisco V.; Aves da Mata do Pilão e entorno, Espírito Santo, RN, Brasil. 15/09/2019. Disponível em: https://www.taxeus.com.br/lista/13671 Acesso em 09 de jul. 2022.

domingo, 19 de junho de 2022

Aspilia martii Baker, espécie nativa do Brasil

  Planta de porte herbáceo a subarbustivo pertencente a família Asteraceae e ao gênero Aspilia. Seu nome científico válido atualmente é Aspilia martii Baker.

  Sua floração amarela e sua frutificação já foram registradas no período de agosto a março.

  Essa espécie é nativa e exclusivamente brasileira-endêmica do Brasil. É predominantemente nordestina, tendo sido confirmada sua ocorrência em quase todos os estados da região Nordeste, sendo encontrada nos biomas da Caatinga, parte do Cerrado e Mata Atlântica(restinga). Além disso, foi registrada no estado do Espírito Santo, região Sudeste do país. 

  Durante as minhas expedições pelo Rio Grande do Norte, observei essa espécie nas mesorregiões Leste Potiguar e Central Potiguar.

Referências

Alves, M., & Roque, N. (2016). Flora of Bahia: Asteraceae – Tribe Heliantheae. SITIENTIBUS série Ciências Biológicas, 16. https://doi.org/10.13102/scb1127.

Santos, J.U.M.D. Aspilia in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB15970>. Acesso em: 19 jun. 2022

SiBBr. Registo de ocorrência: HUFRN:62. Espécime de Aspilia martii registrado por 1983-12-30. Disponível em: https://ala-hub.sibbr.gov.br/ala-hub/occurrences/15a7ddfc-64aa-49a5-8222-5fac103b189a?lang=pt_BR Acesso em: 19 de jun. 2022.

sábado, 28 de maio de 2022

Cobra-do-Capim(Erythrolamprus poecilogyrus), serpente não peçonhenta que ocorre em todo Brasil

   Serpente conhecida popularmente como Casco-de-Burro, Cobra-Corredeira, Cobra-d’água, Cobra-de-Caçote, Cobra-de-Caçote-Amarela, Cobra-de-Capim, Cobra-de-Jardim, Cobra-de-Lixo, Cobra-do-Capim, Cobra-do-Lixo, Cobra-Lisa, Cobra-Verde, Cobra-Verde-Argentina, Cobra-Verde-do-Capim, Coral-Falsa, Falsa-Coral, Jararaca-falsa, Jaracuçu-de-papo-amarelo, Jararaquinha-do-campo, Jararaquinha, Parelheira, Peça-Nova e Rainha. Entretanto seu nome científico é único, Erythrolamprus poecilogyrus (Wied, 1825).

   A Cobra-do-Capim(Erythrolamprus poecilogyrus) é considerada uma "serpente não peçonhenta" relativamente pequena, podendo atingir 90cm de comprimento total. Ela possui variação na sua coloração de acordo com a idade e região de ocorrência. O seu corpo e cauda são relativamente finos, sua cabeça é distinta do corpo e seus olhos possuem pupila redonda(caracterizando que é mais ativa durante o dia). De fato ela é considerada uma espécie principalmente diurna, mas há registro de atividade noturna também.  

    Essa serpente também conhecida como Casco-de-Burro(Erythrolamprus poecilogyrus) é terrestre, ademais possui hábitos semi-aquáticos e se alimenta principalmente de anuros(sapos, rãs e pererecas), além disso, inclui em sua dieta répteis(lagartos, anfisbênias), invertebrados, pequenos peixes e mamíferos. Quanto a reprodução de Erythrolamprus poecilogyrus sabe-se que ela  é ovípara(põe 8 a 12 ovos). As fêmeas são maiores que os machos.

  A Cobra-do-Capim(Erythrolamprus poecilogyrus) tem  ampla distribuição na América do Sul, onde tem ocorrência confirmada na Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Brasil, Guiana e Venezuela.  No Brasil, ela está presente em todos os biomas ou domínios morfoclimáticos, sendo a mesma encontrada em diferentes ambientes como áreas abertas, florestas, campos, pastagens, matas ciliares ou secas e áreas urbanizadas, sendo geralmente observada na vegetação rasteira. 

   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado ela nas mesorregiões Agreste Potiguar e Central Potiguar, mas essa serpente deve ter ocorrência em todas mesorregiões do RN e neste ocorre nos dois biomas locais(Caatinga e Mata Atlântica).

Referências

FARIAS , Raimundo Erasmo Souza. Taxocenose de serpentes em ambientes aquáticos de áreas de altitude em Roraima (squamata: serpentes). 2016. 163 f.. Dissertação( Biologia de Água Doce e Pesca Interior) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus,2016 .

FREITAS, Marco Antonio de . Serpentes Brasileiras. Malha de sapo Publicações e Consultoria Ambiental / Proquigel/CIA/BA, 2003. v. 1. 160p .

GUEDES, Thaís Barreto . Serpentes da Caatinga: diversidade, história natural, biogeografia e conservação. - São José do Rio Preto : [s.n.],2012.

GUEDES T.B., Nogueira C. & Marques O.A.V. (2014) Diversity, natural history, and geographic distribution of snakes in the Caatinga, Northeastern Brazil. Zootaxa, 3863: 1–93.

GONALEZ, R. C. ; Abegg,A. D. ; Mendes, D. M. de M.; Silva, M. B. da ; Machado-Filho, P.R.; Mario-da-Rosa ,C.; Passos, D. C.; Ribeiro, M.V.; Benício, R. A. ; Oliveira, J. C. F.. LISTA DOS NOMES POPULARES DOS RÉPTEIS NO BRASIL – PRIMEIRA VERSÃO. Herpetologia Brasileira vol. 9 no . 2 - Listas de Anfibios e Répteis.

Hugo Andrade et al.. Diet review of Erythrolamprus poecilogyrus (Wied-Neuwied, 1825) (Serpentes: Dipsadidae), and first record of Dermatonotus muelleri (Boettger, 1885) (Anura: Microhylidae) as a prey item in Sergipe State, northeastern Brazil. Herpetology Notes, volume 13: 1065-1068 (2020) (published online on 22 December 2020).

NOGUEIRA CC et al. (2019): Atlas of Brazilian Snakes: Verified Point-Locality Maps to Mitigate the Wallacean Shortfall in a Megadiverse Snake Fauna. South American Journal of Herpetology 14: 1−274.

RÊGO, Bruno de Paiva. Diversidade, Composição e aspectos da Ecologia de Taxocenose de Serpentes em Área Serrana de Caatinga no Nordeste do Brasil. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Gravatá Bromelia arenaria Ule, uma espécie exclusivamente nordestina

Gravatá(Bromelia arenaria). Foto: Francisco V. Souza

  Planta conhecida popularmente como Gravatá ou Caraguatá-da-areia, porém seu nome científico é Bromelia arenaria Ule. Ela pertence a família Bromeliaceae. 

   Essa espécie apresenta porte herbáceo, brácteas florais oblongas e inflorescências róseas com pétalas roxas. B. arenaria assim como outras bromélias  é visitada por diversas espécies de animais, os quais uns buscam a mesma como fonte de alimento e outros como abrigo. Devido a beleza das suas flores é considerada como espécie ornamental.

  Gravatá(Bromelia arenaria) é nativa no domínio Caatinga e endêmica(ocorre exclusivamente aqui) do Brasil, tendo ocorrência confirmada apenas nas caatingas do Nordeste brasileiro. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado ela nas mesorregiões Agreste Potiguar e Central Potiguar. 

Agradecimento ao amigo Leonardo Jales Leitão que ajudou na identificação em nível de espécie.

Referências

Kiill, Lúcia Helena Piedade. Plantas ornamentais da Caatinga = Ornamental plants of the Caatinga / Lúcia Helena Piedade Kiill, Daniel Terao, Ivan André Alvarez. Brasília, DF : Embrapa, 2013.

Monteiro, R.F. Bromelia in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB16576>. Acesso em: 13 abr. 2022

Tomaz, Eduardo Calisto. Taxonomia e biogeografia de Bromeliaceae na distribuição norte da Caatinga e Mata Atlântica do Brasil. 2019. 222f. Dissertação (Mestrado em Sistemática e Evolução) - Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.

domingo, 20 de fevereiro de 2022

Aranha Odo sp.

Aranha da família Xenoctenidae, pertencente ao gênero Odo Keyserling, 1887. 
Esse espécime foi fotografado ativamente durante a noite em área inserida no domínio Caatinga. 
Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado ela nas mesorregiões Agreste Potiguar e Central Potiguar. 
Aranha Odo sp.. ID: Paulo André Goldoni. Foto: Francisco V. de Souza.


domingo, 16 de janeiro de 2022

Bromélia-Cascavel Cryptanthus zonatus (Vis.) Vis., espécie ameaçada de extinção

   Planta da família Bromeliaceae(das bromélias), conhecida vulgarmente como Bromélia-cascavel, enquanto que cientificamente ela recebeu o nome de Cryptanthus zonatus (Vis.) Vis..

   Essa espécie apresenta porte herbáceo com folhas prostradas a arqueadas com variação de coloração, o que torna ela muito atrativa do ponto de vista ornamental, sendo coletada indiscriminadamente na natureza para comercialização. Sua floração geralmente ocorre entre os meses de março e abril, no qual as flores já foram observadas sendo visitadas por beija-flor(Phaetornis ruber) e principalmente por uma espécie de abelha(Eulaema nigrita).

    A Bromélia-Cascavel(Cryptanthus zonatus) é uma espécie nativa e endêmica do Brasil, ou seja, ocorre exclusivamente nesse país, estando restrita ao domínio da Mata Atlântica nordestina, tendo sido confirmada sua presença apenas nos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. 

   Considerando a sua restrita área de distribuição, ao relativo pequeno número de suas subpopulações, a fragmentação e perda de habitat e sua extração ilegal para comercialização como ornamental, ela encontra-se ameaçada de extinção na categoria vulnerável(CNCFlora,2022).

   Durante as minhas expedições pelo Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie apenas na Mesorregião Leste Potiguar, principalmente de Natal até Baía Formosa, especificamente no Parque das dunas e na RPPN Mata Estrela.


Agradeço a Everton Hilo Souza pela ajuda na identificação em nível de espécie.

Referências

CNCFlora. Cryptanthus zonatus in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Cryptanthus zonatus>. Acesso em 16 janeiro 2022.

Débora Maria Cavalcanti Ferreira, Clarisse Palma-Silva, Jordana Néri, Maria Cláudia Melo Pacheco de Medeiros, Diego Sotero Pinangé, Ana Maria Benko-Iseppon, Rafael Batista Louzada, Population genetic structure and species delimitation in the Cryptanthus zonatus complex (Bromeliaceae), Botanical Journal of the Linnean Society, Volume 196, Issue 1, May 2021, Pages 123–140, https://doi.org/10.1093/botlinnean/boaa094

Diesel, Katarine Maria Freire. Florestas urbanas em Natal, RN: florística, conectividade e viabilidade de um jardim botânico. 2018. 85f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018.

Maciel, J.R. 2020. Cryptanthus in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB6045>. Acesso em: 16 jan. 2022

Versieux, L.D., Magalhães, R., & Calvente, A. (2013). Extension of the Cryptanthus range in Northeastern Brazil with new findings in the phenotypic variation including changes in the trichome’s distribution, thus enhancing the understanding of the Cryptanthus zonatus complex (Bromeliaceae). Phytotaxa, 109, 54-60.