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domingo, 30 de setembro de 2018

Melosa-vermelha Ruellia asperula (Mart. ex Nees) Lindau

   Planta conhecida popularmente como Melosa, Melosa-vermelha ou Melosa-roxa, entretanto seu nome científico é único, Ruellia asperula (Mart. ex Nees) Lindau.
   Essa espécie é de porte subarbustivo ou arbustivo sendo recoberta por "pelos(tricomas)", apresenta folhas opostas e ásperas, flores vermelhas e frutos do tipo cápsula. As flores da Melosa(Ruellia asperula) são visitadas por diversas espécies de animais como: abelhas(Xylocopa sp., Xylocopa aff. viridis, Trigona spinipes), borboletas( Phoebis sennae, Phoebia sp.) e especialmente beija-flores das seguintes espécies: Eupetomena macroura, Hylocharis sapphirina, Amazilia versicolor, Amazilia lactea, Chrysolampis mosquitus e Chlorostilbon lucidus, onde alguns desses provavelmente atuam em sua polinização.
   A Melosa(Ruellia asperula) é de origem nativa e endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada apenas para o bioma Caatinga, sendo encontrada em ambientes relativamente mais úmidos dos seguintes estados brasileiros: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Minas Gerais. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie apenas na mesorregião Central Potiguar, especificamente na região do Seridó Potiguar em áreas mais elevadas.

Referências
Castro, Antonio Sérgio e Arnóbio Cavalcante. Flores da caatinga. Campina Grande: Instituto
Nacional do Semiárido, 2010.

Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 1. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.


Raphael MATIAS & Hélder CONSOLARO. Polinização e sistema reprodutivo de acanthaceae juss. no Brasil: uma revisão. Biosci. J., Uberlândia, v. 31, n. 3, p. 890-907, May/June. 2015.

domingo, 23 de setembro de 2018

Caboré-de-orelha Megascops choliba (Vieillot, 1817)

  Ave conhecida popularmente como Corujinha-do-mato,Coruja-do-mato,Corujinha-de-orelha,Corujinha-orelhuda,Caboré-de-orelha e Piré-cuí, entretanto seu nome científico válido atualmente é Megascops choliba (Vieillot, 1817). Ela pertence a família Strigidae, da qual também fazem parte por exemplos, a coruja-buraqueira(Athene cunicularia) e o caburé(Glaucidium brasilianum).
   Um indivíduo adulto da espécie tem o comprimento variando de 21 a 30cm, peso de até 160 gramas e envergadura média de 54cm. Há duas variedades na plumagem dessa espécie, uma que é cinza e outra avermelhada(ferrugínea), em ambas na fase adulta, ocorre dois tufos de penas chamados vulgarmente de "orelhas" nos lados da cabeça,estes são relativamente pequenos. Outra característica notável as vezes é a íris amarela.
  Alimenta-se principalmente de insetos como mariposas e gafanhotos,mas inclui também outros artrópodes em sua dieta como aranhas e escorpiões. Além disso, há registros de captura de pequenos mamíferos, outras aves, anuros e pequenas serpentes.
   A corujinha-do-mato(Megascops choliba) usa qualquer cavidade de baixa altura como ninho, como ocos de árvores e buracos de cupinzeiros, onde põe até 7 ovos brancos. Enquanto a fêmea fica responsável pela incubação(cerca de 26 dias) o macho se ocupa de trazer alimento para ela durante esse período.
   Pode ser observada e principalmente ouvida a noite, em diversos ambientes desde bordas de matas, matas de galerias, savanas e até no entorno de construções humanas da zona rural e urbana, onde ocorram árvores, não sendo comum no interior de floresta densa.
   Sua distribuição geográfica estende-se em toda a América do Sul e em parte da América Central, na Costa Rica e Panamá. No Brasil ocorre em todos os estados. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie nas mesorregiões Leste Potiguar, Agreste Potiguar,Central Potiguar e Oeste Potiguar, ou seja em todo o território potiguar, sendo uma das corujas mais comuns no RN.
  Segundo estudos etnozoológicos ela é comercializada como animal de estimação em alguns estados do país(PB,PE,MG e RJ) e até o momento felizmente não está ameaçada de extinção. Sendo necessário maior investimento em práticas de Educação Ambiental, incentivo a cultura da ciência cidadã e fiscalização a fim de acabar com esse comércio criminoso e essa cultura ultrapassada de criação de aves silvestres como animais de estimação.

Referências
FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, L. M. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. 2013. 513f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

Menq, W. (2018) Corujinha-do-mato (Megascops choliba) - Aves de Rapina Brasil. Disponível em: < http://www.avesderapinabrasil.com/megascops_choliba.htm > Acesso em: 23 de Setembro de 2018.

POLICARPO, Iamara da Silva. Uso de Aves Silvestres no Brasil: aspectos etnozoológicos e conservação. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Ciências Biológicas e Saúde,2013.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

domingo, 16 de setembro de 2018

Alcaçuz Periandra mediterranea (Vell.) Taub.

   Planta conhecida popularmente como Alcaçuz sendo seu nome científico Periandra mediterranea (Vell.) Taub.. Espécie de porte arbustivo que pode atinger 3,5m de altura e que apresenta inflorescências terminais ou axilares, corola azul-violácea e seus frutos são do tipo legume. As suas pétalas modificadas apresentam um estandarte que atua como plataforma de pouso para os visitantes interessados em néctar ou pólen, como as abelhas Xylocopa frontalis, Acanthopus excellens e Epicharis sp., que atuam na polinização da espécie. 
   Outras espécies também visitam as flores da Alcaçuz(Periandra mediterranea) como o beija-flor Phaethornis pretrei, algumas vespas do gênero Polybia e ainda o esingídeo Urbanus simplicius, porém estas atuam frequentemente nesta planta como pilhadores de néctar e não como polinizadores.
   Alcaçuz(P. mediterranea) é citada na literatura como uma espécie que apresenta propriedades anti-inflamatórias além de ser indicada para ajudar na recuperação de áreas degradadas.
   Ela é uma espécie nativa que no Brasil tem ocorrência confirmada nos biomas da Mata Atlântica, Caatinga, Amazônia e Cerrado, ocorrendo nas seguintes regiões e respectivos estados brasileiros: Norte (Pará, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná). Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie nos municípios de Espírito Santo e Baía Formosa.

Referências
Andressa Cavalcante Meireles, Joel Araújo Queiroz & Zelma Glebya Maciel Quirino. Mecanismo explosivo de polinização em Periandra mediterranea (Vell.) Taub. (Fabaceae) na Reserva Biológica Guaribas, Paraíba, Brasil. Revista Biotemas, 28 (4), dezembro de 2015. Disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/biotemas/article/view/2175-7925.2015v28n4p71 Acesso em 16 de setembro de 2018.

Maurilio Assis Figueiredo, Adriana Pedrosa Diniz, Adriana Trópia de Abreu , Maria Cristina Teixeira Braga Messias and Alessandra Rodrigues Kozovits. Growing Periandra mediterranea on post-mining substrate: native Fabaceae with potential for revegetation of degraded rupestrian grasslands in Brazil. Acta Botanica Brasilica - 32(2): 232-239. April-June 2018. Disponível em http://www.repositorio.ufop.br/bitstream/123456789/9828/1/ARTIGO_GrowingPeriandraMediterranea.pdf Acesso em 16 de setembro de 2018.

Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 2. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

domingo, 9 de setembro de 2018

Borboleta estaladeira Hamadryas chloe (Stoll, 1787)

    Esta espécie de borboleta da família Nymphalidae é conhecida como Estaladeira, mas seu nome aceito pela ciência é Hamadryas chloe (Stoll, 1787).
   Ela geralmente é observada tanto no interior de florestas como na borda de matas e clareiras, principalmente pousada com asas abertas e de "cabeça para baixo" em troncos de árvores.
Sua distribuição geográfica está confirmada na América do Sul ocorrendo desde a Colômbia até a Bolívia.
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte observei essa espécie apenas nos fragmentos de Mata Atlântica, especialmente nas matas do litoral sul do RN, como por exemplo no município de Baía Formosa.
Quer saber mais? Acesse:http://www.learnaboutbutterflies.com/Amazon%20-%20Hamadryas%20chloe.htm Acesso em 09 de setembro de 2018.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Mata-rato Psychotria bracteocardia (DC.) Müll.Arg.

   Planta conhecida popularmente como Mata-calado, Mata-rato ou Beijo-de-moça, entretanto seu nome científico é Psychotria bracteocardia (DC.) Müll.Arg.
   Espécie nativa de porte arbustivo que no Brasil tem ocorrência confirmada nos biomas da Mata Atlântica, Caatinga, Amazônia e Cerrado, ocorrendo nas seguintes regiões e respectivos estados brasileiros:Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins),Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro).
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie nos municípios de Espírito Santo e Baía Formosa. De acordo com estudo etnobotânicos parte da entrecasca de Psychotria bracteocardia é usada tradicionalmente como veneno para matar ratos(por isso o nome popular).

Referências
Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 2. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

Flora da Fazenda Morim, São José da Coroa Grande, Pernambuco, Brasil. Recife-Agosto-2009. Projeto Apoio a Criação de Unidades de Conservação na Floresta Atlântica de Pernambuco. Disponível em http://mobic.com.br/clientes/cepan1/uploads/file/arquivos/bbffe4c32739b2623816149076f72c92.pdf Acesso em 01 de setembro de 2018.

Renata Kelly Dias Souza, Ana Cleide A. Morais Mendonça e Maria A. Pessoa da Silva. Aspectos etnobotânicos, fitoquímicos e farmacológicos de espécies de Rubiaceae no Brasil. Rev Cubana Plant Med vol.18 no.1 Ciudad de la Habana ene.-mar. 2013 Disponível em http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1028-47962013000100016 Acesso em 01 de setembro de 2018.