Nossa página

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Tangará-príncipe Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) o cantor que alegra a Mata Atlântica

Tangará-príncipe(Chiroxiphia pareola) observada na RPPN Mata Estrela,Baía Formosa,RN,Brasil. 

  Ave conhecida popularmente como Tangará-príncipe, Tangará-falso, Tangará-de-costa-azul, Tangará, Cabeça-encarnada, Dançarino ou Uirapuru. Entretanto seu nome científico é único, Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766). Pertence a família Pipridae, da qual também faz parte por exemplo, o Fruxu-do-cerradão(Neopelma pallescens) e a Rendeira(Manacus manacus).
  Um indivíduo adulto atinge cerca de 12cm de comprimento e peso médio de 21 gramas.  Essa espécie apresenta dimorfismo sexual, onde o macho possui plumagem negra com o dorso azul-celeste, topete vermelho( na subespécie que ocorre na Amazônia oriental é amarelo),tarsos e pés alaranjados, enquanto que a fêmea apresenta plumagem geral de cor esverdeada e tarsos e pés amarelados. Alimenta-se principalmente de frutos, mas complementa sua dieta com pequenos animais artrópodes como por exemplo insetos e aranhas.
  Nessa espécie, durante o período reprodutivo(geralmente de dezembro a março) a cooperação entre machos no display sexual é obrigatória para ocorrer acasalamento, o que vem a colaborar com aumento de chances na atração das fêmeas. O ritual de pré-acasalamento, a popular "dança" que ocorre geralmente entre 2 machos é precedida por diferentes manifestações sonoras destes, em seguida "em plena harmonia, no galho-palco, um agacha-se, o outro pula verticalmente ao ar, adeja um instante sobre o companheiro que o olha, depois volta ao galho, enquanto o outro alça voo para executar a mesma cerimônia, dando ao conjunto a impressão de uma roda girando lentamente; finalmente, durante o voo de um dos participantes, que termina a demonstração, ressoa um estridente "tic-tic". Porém na presença de uma fêmea a cerimônia é diferente: o macho voa silenciosamente ao redor da fêmea, num voo flutuante, pousando a curtos intervalos, seguindo-se finalmente a cópula no galho-palco(Snow 1963, Trinidad (SICK,1997)".

   Espécie residente no Brasil e dependente de ambientes florestais, sendo encontrada no interior de matas, principalmente no extrato médio das florestas, mas também pode ser observada no extrato inferior. A espécie não encontra-se oficialmente ameaçado de extinção, porém infelizmente ela já foi encontrada no comércio ilegal(feira livre) do estado de Pernambuco.
  Ocorre na América do Sul(Bolívia; Brasil; Colômbia; Equador; Guiana Francesa; Guiana; Peru; Suriname; Venezuela) e no Trinidad e Tobago(América Central), sendo que no Brasil apresenta distribuição disjunta na Amazônia e Mata Atlântica. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie apenas na mesorregião Leste do estado, de Parnamirim a Baía Formosa e mais ao interior em Macaíba.

Referências
AGUILAR, Juan Manuel Ruiz-Esparza. Sustentabilidade das comunidades de aves em duas áreas protegidas do estado de Sergipe. Tese(Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente). Universidade Federal de Sergipe, 2014.

BirdLife International 2017. Chiroxiphia pareola (amended version of 2016 assessment). The IUCN Red List of Threatened Species 2017: e.T22701077A110783239. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2017-1.RLTS.T22701077A110783239.en. Downloaded on 22 February 2019.

BRODT, Michele Santa Catarina . ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO DAS INTERAÇÕES SOCIAIS DO TANGARÁ Chiroxiphia caudata (AVES, PIPRIDAE). Dissertação de Mestrado,2011.
FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, L. M. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. 2013. 513f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

PEREIRA, G.A. & Brito, M.T. 2005. Diversidade de aves silvestres brasileiras comercializadas nas feiras livres da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco. Atualidades Ornitológicas, 126: 14.

PIACENTINI, V. et al. Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee / Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Revista Brasileira de Ornitologia, v. 23, n. 2, p. 91-298, 2015.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Canafístula-brava Senna martiana (Benth.) H.S.Irwin & Barneby

  Planta conhecida popularmente como Canafístula-brava, Canafístula-de-lajedo e Caixão-de-canafístula, entretanto seu nome científico é único, Senna martiana (Benth.) H.S.Irwin & Barneby. Pertence a família Fabaceae.
  Canafístula-brava(Senna martiana) é uma espécie de porte arbustivo com altura variando de 1,5m a 4m, apresentando folhas com 9 a 22 pares de folíolos, estípulas alaranjadas com base secretora(nectários). Espécie de crescimento relativamente rápido com inflorescência de grande beleza sendo indicada como planta ornamental.
  Canafístula-de-lajedo(Senna martiana) é nativa e endêmica do bioma Caatinga, ocorrendo naturalmente apenas na região Nordeste do Brasil do Piauí a Bahia,  sendo comum em solo arenoso e em afloramentos rochosos(lajedos) em elevações inferiores a 500 m, podendo ser uma colonizadora de áreas degradadas (Queiroz 2009).

Referências
Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana/Royal Botanic Gardens, Kew/Associação Plantas do Nordeste, Feira de Santana.

MACEDO, E. M. S. Estudo Químico de Plantas do Nordeste com atividade antioxidante: Senna martiana Benth (I. e B). 2006. 149 f. Dissertação (Mestrado em Química Orgânica) - Centro de Ciências, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2006.

Maria Góis Miranda, Jéssica; Carvalho de Alencar Barbosa, Dilosa. Biometria, germinação e efeito do déficit hídrico no crescimento e trocas gasosas de Senna martiana (Benth.) Irwin & Barneby (Leg Caesalpinioideae). 2005. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2005.

Paulo Sérgio Monteiro Ferreira, Dilma Maria de Brito Melo Trovão e José Iranildo Miranda de Melo. Leguminosae na APA do Cariri, Estado da Paraíba, Brasil. Hoehnea 42(3): 531-547, 1 tab., 4 fig., 2015.