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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Sibite Coereba flaveola (Linnaeus, 1758); Fauna do RN

Foto da autoria de Paulo Dias
   Ave conhecida popularmente como Sibite, Sibiti, Sebito, Cambacica, Sebinho, Sebito, Caga-sebo,Chiquita, Papa-banana, Tem-tem-coroado, Saí, Guriatá-de-coqueiro, Sibito-de-manga, Mariquita e Chupa-mel. Entretanto para a ciência seu nome é único, seu nome científico é Coereba flaveola Linnaeus, 1758. O gênero, o primeiro nome "Coereba é de origem indígena,da língua tupy e significa "pequeno pássaro azul,preto e amarelo", enquanto o segundo nome, o termo específico flaveola vem de flaveolus palavra de origem latim sendo o seu diminutivo flavus que significa "dourado,amarelo', em síntese seu nome científico significa "pássaro amarelo". Pertence a família Thraupidae, da qual também fazem parte por exemplo, o golinho(Sporophila albogularis),sanhaço-cinzento(Tangara sayaca) e o sanhaço-de-coqueiro(Tangara palmarum).   Indivíduos adultos chegam a medir aproximadamente 10,8 centímetros de comprimento e pesar cerca de 10 gramas. Apresenta o bico relativamente longo e curvo, com a listra superciliar branca destacada contra o cinza escuro,quase negro, da cabeça. Seu dorso é marrom, o peito e abdome amarelos, o pescoço cinza e a cabeça listrada preta e branca, não apresentando diferenças na plumagem em relação aos machos e fêmeas. A sua cauda é curta em relação ao corpo. Em condições excepcionais de luz, é possível ver a pele avermelhada da base do bico.
   Alimenta-se principalmente de néctar, mas inclui também em sua dieta frutos silvestres ou cultivados e artrópodes. Mais de duas terças partes do alimento de Coereba flaveola são constituídas de néctar. Possui bico curvo,extremamente agudo como uma sovela, com o qual perfura o cálice de flores cujos nectários não pode atingir diretamente, furtando-se à polinização, o que faz, p. ex., com as malváceas cultivadas, de grandes flores vermelhas. Os buracos assim feitos, com o murchar da flor, tornam-se maiores e servem também para os beija-flores e os insetos alcançarem comodamente o respectivo nectário. Ele é capaz de explorar flores de tipos muito variados, inclusive corolas bem pequenas reunidas em panículas.
Realiza voos até as garrafas com água açucarada destinadas a atrair beija-flores em busca do líquido precioso,como não consegue parar no ar, pendura-se para coletar alimento agarrando-se mais freqüentemente, no canudo da garrafa, competindo com os beija-flores pelos bebedouros. Entre os frutos cultivados, gosta de banana,mamão,melancia,laranja e jabuticaba. 
   Por causa do contato freqüente com o líquido pegajoso do néctar, este pássaro toma banho muitas vezes, o que ocasionalmente faz na água pluvial acumulada em gravatás onde, ao mesmo tempo, aproveita-se de pequenos animais encontrados por acaso, como larvas de mosquitos; bebe nas imbricações de folhas, limpa o bico passando-o de lado num galho, como fazem muitas aves.
   O ninho dele é pouco escondido e é encontrado em diversas alturas, é esférico e pode ser de dois tipos: 1) relativamente alto e bem acabado, de paredes espessas e acesso pequeno, superior e dirigido para baixo, coberto por longo alpendre que se aproxima da base do ninho e veda a entrada, de parede grossa e compacta, feito de palhas, folhas, capins e teias de aranhas. A câmara incubatória localiza-se no centro, com a entrada às vezes protegida por palha.; é construído pelo casal e serve para criar; 2) ninho menor, menos alto que largo, de construção frouxa, com entrada larga e baixa; serve apenas para lugar de descanso e pernoite. Encontram-se muitos ninhos do último tipo, edificados em duas a quatro horas por um indivíduo, em qualquer época do ano; é comum não serem habitados. Nunca encontramos os dois indivíduos (o casal) no mesmo ninho. Os ninhos destinados à criação da prole exigem trabalho de 6 a 8 dias, alguns examinados em Tobago eram compostos de 404 a 650 peças. Põe de 2 a 3 ovos branco-amarelados, com pintas marrom-avermelhadas. A incubação cabe exclusivamente à fêmea e leva 12 a 13·dias. Reproduz durante todo o ano, fazendo novos ninhos a cada postura. O.interior da boca dos ninhegos é vermelho. Ele regurgita a ração, na qual insetos têm papel importante. A higiene do seu ninho é cuidadosa: a mãe ingere os sacos fecais dos filhotes ou carrega-os para longe. A saída dos filhotes se dá com 17 a 19 dias.
   Espécie que vive solitária ou aos pares e é bastante ativa. Seu canto é relativamente forte, simples e monótono, e emitido incansavelmente. Voz: fino "tzri (chamada), o canto é um sibilado forte de caráter ondulatório apressado: "tzi, tzi-ziá, ziá, ziá-tzi, tzi"; o canto pode ser, localmente, mais melodioso, lembrando a vocalização de um parulíneo: canta incansavelmente: é um dos cantores mais assíduos.fazendo ouvir seu canto a qualquer hora do dia e em qualquer época do ano. A fêmea também canta, mas pouco e por menos tempo. Para amedrontar um rival, põe-se de pé, estica o corpo e vibra as asas. Muito briguenta, essa espécie chega a cair engalfinhada no solo, onde continua a luta. Na busca por alimento, muitas vezes fica de cabeça para baixo em um galho, visando atingir a flor. Geralmente está no meio das folhas e movimenta-se pelo interior da copa. Entretanto, voa bem e atravessa áreas abertas entre matas ou para visitar uma árvore isolada e florida em um campo. Também visita arbustos isolados e próximos à mata. É comum em uma grande variedade de hábitats abertos e semi-abertos onde existam flores, inclusive em quintais. Adapta-se facilmente a ambientes urbanos, sendo comum até em cidades do porte de São Paulo e Rio de Janeiro.
   O Sibite(Coereba flaveola), é um passeriforme encontrado nas Américas do Sul e Central (RIDGELY & TUDOR, 1989) estendendo-se para o sul do México e norte da Argentina, com exceção do Chile, e habita algumas ilhas do Caribe. Raramente é encontrado nos Estados Unidos (Florida) e Cuba. No Brasil, é considerada uma ave bastante abundante sendo registrada em toda parte (SICK, 2001), podendo estar ausente em regiões extensivamente florestadas,como no oeste e centro da Amazônia. (RIDGELY & TUDOR, 1989). Habita beiras de florestas, matagais e jardins (BELTON, 2003).
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, nos últimos anos tenho observado cada vez menos essa ave, acredito que isso ocorra devido a pressão de captura dessa ave para alimentar a cultura retrógrada de passarinheiros. e o tráfico delas através principalmente da venda em feiras livres pelo interior do estado. Meus últimos registros foram nos seguintes municípios potiguares: em Nísia Floresta, Tibau do Sul, Baía Formosa, Monte Alegre e Natal.
Lembre-se: As aves e todos os outros animais devem viver livremente em seu habitat. Não compre aves silvestres sem autorização do IBAMA, pois quando você compra um animal silvestre sem autorização de um órgão responsável, você estar incentivando ao tráfico de animais silvestres.

Referências

Cambacica Coereba flaveola. Disponível em: http://redeglobo.globo.com/sp/eptv/terra-da-gente/platb/fauna/aves/cambacica-coereba-flaveola/ Acesso em 19 de setembro de 2014.

Sebinho, Cambacica Coereba flaveola . Disponível em: http://www.avespantanal.com.br/paginas/287.htm Acesso em 19 de setembro de 2014.

Freire, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p. 

F. Sagot-Martin, GOP. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p. 

Simone Inês CRISTOFOLI; Cesar Rodrigo dos SANTOS; Suélen Almeida GARCIA;& Martin 
SANDER. COMPOSIÇÃO DO NINHO DE CAMBACICA: Coereba flaveola LINNAEUS,1758 (AVES: EMBEREZIDAE). BIODIVERSIDADE PAMPEANA PUCRS, Uruguaiana, 6(1): 30-33, jun. 2008

10 comentários:

  1. Tem um que vive aqui no meu quintal. Outro dia prenderam um deles numa gaiola, mas fiz com que soltassem.

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    1. Olá Vico!
      Parabéns pela sua atitude, pois as aves assim como os outros animais silvestres devem viver livremente.
      Sucesso e Paz!!!

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  2. Essa semana, um fez um ninho aqui na varanda do apartamento. Sai o dia todo e só volta para dormir por volta das 17:30.

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  3. Caiu um pequeno no jardim do prédio. Tem muito gato aqui. Coloquei na gaiola livre- crio uma calopsita solta no apartamento- e estou dando banana e água. Acho que vou levar para o viveiro Manequinho Lopes, no parque do Ibirapuera. Eles cuidam do filhote para depois soltar na natureza.

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  4. Li algumas reportagens e alguns comentários sobre o sibite e nenhum deles me falavam sobre o tempo de vida do mesmo.

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  5. Hoje achei um deles mais e muito novinho não consegue voar, estou alimentando pra quando ele tiver pronto eu soltar

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  6. Se não podem criar,porque pagando o sipass conseguimos criar? Se ñ pode criar,não pode criar.

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