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domingo, 11 de janeiro de 2015

Martim-pescador-grande Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766); Fauna do RN

   Ave conhecida popularmente como Martim-pescador-grande, Ariramba-grande,Sacatrapa,Matraca, Caracaxá, Flexa-peixe,Pica-peixe e Alcione. Entretanto seu nome científico é Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766). Pertence a família Alcedinidae, que é representa no Brasil pelas aves conhecidas como principalmente como Martins-pescadores.
   No Brasil é a maior espécie dessa família, podendo os indivíduos adultos medirem cerca de 42 centímetros de comprimento, sendo a asa 190 mm,a cauda 105 mm,o bico 77 mm e o tarso 19 mm e pesarem aproximadamente 300g cada. Possui um bico grande e, muitas vezes, com matizes encarnadas,predominantemente preto; garganta e pescoço brancos. Existe dimorfismo sexual, apresentando o macho o peito e o ventre castanho, enquanto a fêmea possui uma faixa cinza no peito,uma faixa branca abaixo do peito e o ventre ferrugíneo, incluindo o crisso. A fêmea tem as coberteiras inferiores das asas ferrugineas.
  Alimenta-se principalmente de peixes que são observados geralmente a partir de um poleiro junto ao corpo de água limpa ou paira no ar e rapidamente localizando o peixe mergulha para capturá-lo. Após a captura empoleira-se com o peixe entre as maxilas e mata-o batendo contra uma superfície dura como por exemplo a madeira do galho. Quando as águas ficam turvas(períodos chuvosos) ou são escuras ele tem dificuldade em pescar,então amplia seu cardápio incluindo insetos, alguns anfíbios,répteis e até caranguejos em sua dieta.
   A estação reprodutiva de Megaceryle torquata coincide com o início do período chuvoso que se estende de dezembro a julho. Na época do acasalamento, o macho arrepia o topete e balança a cauda, na tentativa de chamar a atenção da fêmea e após a cópula tudo acaba em carícias e leves bicadas. Formam casais durante o período de reprodução. O casal de reveza na construção do ninho que é feito em barrancos ou rochas, sendo elaborados longas galerias tortuosas que variam em média de um a dois metros de comprimento. Ali a fêmea põe de dois a seis ovos arredondados brancos que são incubados tanto por ela quanto pelo macho que se revezam e após 22 dias em média nascem os filhotes. Nesse momento estão nus e cegos, mas com cerca de 35 dias de vida  deixam o ninho, tornando-se autônomos. Ás vezes formam "colônias reprodutivas" de 4 a 5 casais ou mais pouco associados entre si.
   Vive próximo a rios,córregos,lagos,lagunas,açudes,manguezais e na orla marítima. Não estar adaptado a lagos de represas, pois geralmente esse ambiente não possui árvores nas margens que serve de poleiros para ela, normalmente não apresenta barrancos onde esta faz seu ninho e as águas represadas frequentemente são turvas dificultando a pescaria do Martim-pescador. Sua vocalização comum é “kwát”,“tchat-jat-jat” sendo esse grito emitido a intervalos regulares e ouvido a grandes distâncias. Faz voos longos fazendo parada em em pequenos ou grandes corpos de água, podendo ir de uma ilha á outra, podendo também sr visto sobrevoando cidades e serras e há registros de migrações locais na Amazônia.
   Ocorre em todo o Brasil, também no sul dos Estados Unidos, no México e em toda a América do Sul.
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte observei essa ave em todas as regiões do RN, sendo observada sempre as margens de rios,lagoas e de pequenas poças de água. Os últimos municípios potiguares em que visitei e vi-a foram: Felipe Guerra(em 2012), Campo Redondo(em 2014),Monte Alegre(em 2014),Nísia Floresta(em 2014) e em Luís Gomes(em 2014).
 Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN 3.1) seu estado de conservação é pouco preocupante.
   Lembre-se: As aves e todos os outros animais devem viver livremente em seu habitat. Não compre aves silvestres sem autorização do IBAMA, pois quando você compra um animal silvestre sem autorização de um órgão responsável, você estar incentivando ao tráfico de animais silvestres.

Referências

Freire, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

F. Sagot-Martin, GOP. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

Martim-pescador-grande Megaceryle torquata Disponível em: http://www.eln.gov.br/opencms/opencms/publicacoes/Pass500/BIRDS/1eye.htm Acesso em 28 de outubro de 2014.

Martim-pescador-grande Megaceryle torquata Disponível em: http://redeglobo.globo.com/sp/eptv/terra-da-gente/platb/fauna/aves/martim-pescador-grandemegaceryle-torquata/ Acesso em 28 de outubro de 2014.

Naiff,Rafael Homobono & Aguiar,Kurazo M. Okada&Araújo,Andréa Soares&Campos,Carlos E. Costa . Biologia reprodutiva de Megaceryle torquata (AVES, ALCEDINIDAE) em fragmento florestal do Campus Marco Zero da Universidade Federal do Amapá. Biota Amazônia (ISSN 2179-5746) Macapá, v. 1, n. 2, p. 1-7, 2011.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

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