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domingo, 22 de outubro de 2017

Burra-leiteira Pradosia restingae Terra-Araujo

   Pradosia restingae Terra-Araujo é uma espécie de planta terrestre da família Sapotaceae, recentemente descrita, de porte arbustivo a arbóreo podendo atingir 9m de altura. Suas flores de cor variando do verde ao creme surgem diretamente dos galhos e apresentam muito néctar e seus frutos quando maduros são amarelos, polpa relativamente doce com muito látex,cada um contendo de uma a duas sementes.
   P. restingae como o próprio nome sugere ocorre nas restingas, na vegetação de dunas costeira, sendo portanto uma espécie nativa e endêmica da Mata Atlântica. Até o presente essa espécie só foi registrada na região nordeste do Brasil(Rio Grande do Norte, Sergipe e Bahia), devido a essa restrição geográfica e ao baixo número de populações da mesma ela pode ser a princípio considerada ameaçada de extinção.
   Durante as minhas excursões por terras potiguares já observei a espécie em Natal no Parque das Dunas, no Parque Dom Nivaldo Monte(Parque da cidade), em Tibau do Sul no Santuário Ecológico de Pipa, em Parnamirim na restinga próximo a praia de Cotovelo e na restinga da RPPN Mata Estrela em Baía Formosa.

Agradeço a Edweslley de Moura pela ajuda na identificação em nível de espécie.

Referência
Terra-Araujo,Mário Henrique,Aparecida Donisete de Faria,Anderson Alves-Araujo and Marccus Alves. Pradosia restingae sp. nov. from the Atlantic forest, Brazil. Nordic Journal of Botany 31: 437–441, 2013. doi: 10.1111/j.1756-1051.2012.01724.x 

domingo, 15 de outubro de 2017

Urubu-de-cabeça-amarela Cathartes burrovianus Cassin, 1845.

Urubu-de-cabeça-amarela(Cathartes burrovianus) pousado na vegetação da restinga as margens da lagoa de arituba, município de Nísia Floresta,RN.
   Ave conhecida popularmente por Urubu-de-cabeça-amarela ou Urubu-peba, entretanto seu nome científico é Cathartes burrovianus Cassin, 1845.
   Indivíduos Adultos chegam a atingir 65cm de comprimento, envergadura de 160cm e peso variável de 950 a 1550g. Apresenta como característica distinguível a coloração amarelada(amarelo claro ou alaranjado) de parte da cabeça, com uma mancha negra que se estende abaixo do olho, sendo as laterais do pescoço também amarelo.
   Constrói o ninho em cavidades naturais das árvores ou no emaranhado de raízes de gramíneas no solo, onde põem em média 2 ovos brancos pintados de marrom. 
    Habita em áreas abertas, campos, restingas, mangues, pântanos e matas de galerias. Geralmente são solitários, mas as vezes são vistos aos pares ou em pequenos grupos. Planam baixo com frequência sobre áreas alagadas, as vezes em voos rasantes capturam pequenos animais como peixes, sapos,serpentes e mamíferos, mas também inclui carniça em sua dieta.
   Espécie tipica das Américas, ocorrendo em todas as regiões do Brasil. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie em todas as mesorregiões do estado, principalmente na Leste Potiguar associado as restingas.

Referências
FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

SIGRIST, Tomas. Guia de campo Avis Brasilis: avifauna brasileira. Avis Brasilis, 2009.

domingo, 8 de outubro de 2017

Angelonia biflora Benth.

Angelonia biflora fotografada em curso de rio na área da floresta de altitude do município de Luís Gomes,RN. Também observei a espécie na floresta serrana de Portalegre e em Cerro Corá,RN.
    Planta herbácea da família Plantaginaceae, Angelonia biflora é uma espécie nativa encontrada exclusivamente no Brasil, sendo considerada endêmica da Caatinga, habitando as áreas úmidas desse bioma, registrada principalmente nos brejos de altitude na região Nordeste do país. Até o momento sua distribuição geográfica está confirmada apenas para os estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Pernambuco.

Referência
Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 2. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

domingo, 1 de outubro de 2017

Maria-boba Mechanitis lysimnia nesaea Hübner (1820)

Maria-boba (Mechanitis lysimnia nesaea) observada acasalando em fragmento de mata antropizada, no município de Monte Alegre,RN.
   Borboleta conhecida popularmente como Maria-boba ou Pequena-bandeira-espanhola, entretanto seu nome científico é único, Mechanitis lysimnia nesaea Hübner(1820).
   As larvas de Mechanitis lysimnia são gregárias e alimentam-se principalmente das folhas de plantas do gênero Solanum, como por exemplo Tomateiro-bravo( Solanum sinzibrifolium) que apresenta substâncias chamadas solaninas, estas ajudam a tornar os indivíduos adultos dessa espécie impalatáveis, tanto que algumas outras borboletas as imitam(BATES, 1862). Adultos de M. lysimnia são tão impalatáveis que aranhas do gênero Nephila ao detectar a presença de alomônios secretadas por essas borboletas na sua teia, corta a teia em volta da borboleta capturada, soltando-a da sua armadilha( teia de captura de alimento). 
  Os adultos alimentam-se do néctar da flores de algumas plantas, principalmente do gênero Eupatorium sp., sendo essa espécie encontrada no interior de florestas das América do Sul e Central.

Referências
BATES, H. W. Contributions to an insect fauna of the Amazon Valley
(Lepidoptera: Heliconidae). Transactions of the Entomological Society of London,
n. 23, v. 3, p. 495–556, 1862.

Geraldo Salgado-Neto. LEPIDÓPTEROS DO BRASIL (Agenda de Campo). Disponível em: https://guiasdecampo.wordpress.com/2010/12/24/lepidopteros-do-brasil-agenda-de-campo-geraldo-salgado-neto Acesso em 01 de outubro de 2017.