Planta conhecida popularmente como Louco, Louro, Folha-de-louro, Erva-do-diabo, Queimadura, Jasmim azul das restingas, Caataia, Caápomonga ou Pega-pinto, entretanto seu nome científico é único, Plumbago scandens L.. Pertence a família Plumbaginaceae. A origem do nome popular Louco deve-se ao fato de que "os curandeiros aplicam sinapismos das folhas na nuca dos insanos"(p. 323,Braga,1976).
Essa espécie apresenta porte herbáceo até subarbustivo variando de 50 cm a 1,5 m de altura. Suas flores alvas são muito visitadas por borboletas e mariposas que são seus polinizadores. Ela é perene e encontrada em solos arenosos ou argilosos na restinga, caatinga, áreas alteradas, campinarana, capões e em trilhas na mata.
De acordo com a literatura na medicina popular(não recomendamos seu uso), Louco(Plumbago scandens) é citada como tendo propriedades analgésicas e no tratamento de problemas estomacais, ressaca alcoólica e má digestão. No entanto ela é classificada como uma planta tóxica para bovinos e caprinos( o que sugere que deve ser para o homem também), sendo assim é necessário ter o cuidado de isolar esses animais em áreas onde não se encontre tal planta, evitando assim que os mesmos eventualmente possam ingeri-la. Além disso, extratos das folhas e raízes dessa planta apresentam certo grau de toxicidade, sendo empregadas tradicionalmente na destruição de verrugas.
P. scandens apresenta ampla distribuição nas Américas, sendo uma espécie nativa encontrada no Brasil nos Domínios Fitogeográficos da Caatinga, Mata Atlântica e Amazônia. Ela ocorre nas seguintes regiões e respectivos estados brasileiros: Norte (Amazonas, Pará), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo). Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie em todas mesorregiões do estado, ou seja, tanto no domínio da Mata Atlântica como na Caatinga potiguar.
Referências
Bezerra,Cícero Wanderlô Casimiro(2011). Plantas tóxicas do Nordeste e
plantas tóxicas para ruminantes e equídeos da microrregião do Cariri Cearense. Dissertação
(Mestrado). UFCG,Patos,PB.
Braga,Renato. Plantas do nordeste,especialmente do Ceará. Fortaleza:coleção mossoroense-volume XLII,1976.
Carneiro,F. M.; Silva, M. J. P.; Borges ,L.L.; Albernaz , L. C. & Costa,
J. D. P.. Tendências dos Estudos com Plantas Medicinais no Brasil. Revista
Sapiência: sociedade, saberes e práticas educacionais – UEG/Câmpus de Iporá,
v.3, n. 2, p.44-75 – jul/dez 2014.
Embrapa. Plantas no Pantanal tóxicas para bovinos. Disponível em: http://old.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/livros/plantastoxicas/20louco.html
Acesso em 17 de maio de 2020.
Funez, L.A. Plumbaginaceae in Flora do Brasil
2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB12940>.
Acesso em: 17 mai. 2020
Moura, Edweslley Otaviano de(2017). Relações florísticas e ambientais
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