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segunda-feira, 13 de julho de 2020

Pajeú Triplaris gardneriana Wedd., árvore ornamental das matas ciliares


Nomenclatura e classificação

   Planta conhecida popularmente como Pajeú, Pajaú, Pau-jaú, Coaçu, Cuaçu, Novateiro-preto, Pau-formiga ou Formigueiro, entretanto seu nome científico é único, Triplaris gardneriana Wedd.. Pertence a família Polygonaceae, da qual também fazem parte por exemplo os cauaçus(Coccoloba sps).

Aspectos biológicos de Pajeú (Triplaris gardneriana)

   Pajeú(Triplaris gardneriana) pode atingir de 4 a 15m de altura, apresenta copa rala e baixa, sendo uma árvore bem ramificada com caule tortuoso de casca fina, lisa e descamante. Os seus ramos geralmente são ocos onde frequentemente vivem formigas. Suas folhas simples pilosas na face inferior são relativamente duras e ásperas. Nessa espécie temos inflorescência do tipo panícula terminal, onde a feminina  é que se destaca como ornamental, na qual são produzidos os frutos. Estes são do tipo aquênio e lembram rapidamente uma "peteca", sendo dispersos através do vento. Geralmente floresce com maior intensidade de junho a agosto e neste mês começa a frutificação. Após queimada ou cortada pode rebrotar, o que proporciona na referida planta o surgimento de novos caules. 

Importância e usos de Pajeú (Triplaris gardneriana)

   T. gardneriana é uma planta pioneira de crescimento rápido sendo recomendada para reflorestamento de matas ciliares. Ela também apresenta valor ornamental devido principalmente a beleza da sua floração(indicada para arborização urbana), importância ecológica, como exemplos através da interação com formigas(10 espécies) que nidificam  em seus troncos ocos, da interação com abelhas que são atraídas pelas suas flores(apícola) e na restauração florestal. Além disso, tem valor na medicina popular, sendo diferentes partes da planta usadas em algumas comunidades, por exemplo para tratar hemorróidas, blenorragia, leucorréia, gastrite e úlcera.

Ocorrência e distribuição geográfica de Pajeú (Triplaris gardneriana)

  Triplaris gardneriana ocorre as margens de riachos, várzeas inundáveis e encostas úmidas principalmente sobre solos calcários nos biomas Pantanal, Caatinga, Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica. Pajeú(T. gardneriana) é nativa mas não é endêmica do Brasil. Ela tem ocorrência confirmada para as seguintes regiões e seus respectivos estados: Norte (Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Minas Gerais). Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie apenas nas mesorregiões Central Potiguar e Oeste Potiguar, sempre associada a vegetação das margens de cursos de água como riachos ou rios.

Referências
BRAGA, Renato. Plantas do nordeste,especialmente do Ceará. Fortaleza:coleção mossoroense-volume XLII,1976.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil, v. 2. 2ª ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 1998.

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OLIVEIRA, R. C.de; Silva, A.S. da; Ribeiro, A. R. de O.; Araújo,J. E. de; Oliveira, O. F. de e Camacho,R. G. V.. List of angiosperm species of the riparian vegetation of the Apodi-Mossoró River, Rio Grande do Norte, Brazil. Check List 9(4): 740–751, 2013.

PEREIRA, Magnum de Sousa. Manual técnico Conhecendo e produzindo sementes e mudas da caatinga Fortaleza: Associação Caatinga, 2011.

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ROQUE, Alan de Araújo. Potencial de uso dos recursos vegetais em uma comunidade rural do semiárido do Rio Grande do Norte. 2009. 79 f. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente, Cultura e Desenvolvimento) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2009. 

SOUZA, Paulo Robson de. Padrões de distribuição e diversidade de espécies da mirmecofauna (hymenoptera, formicidae) de uma savana estépica (chaco) no município de Porto Murtinho, Mato Grosso do Sul,Brasil. Tese apresentada ao programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação da UFMS. Campo Grande,MS,abril de 2014.