BEM VINDO! OBJETIVO GERAL: DIVULGAR A FAUNA E A FLORA PRINCIPALMENTE TERRESTRE DO RIO GRANDE DO NORTE, ESPECIALMENTE OS ANIMAIS E PLANTAS QUE OBSERVEI DURANTE AS MINHAS EXPEDIÇÕES, PELOS BIOMAS MATA ATLÂNTICA E CAATINGA POTIGUAR.
sábado, 3 de dezembro de 2022
Cumichá-branco(Allophylus edulis), planta de múltiplos nomes e muitas utilidades
domingo, 9 de outubro de 2022
A borboleta do maracujá Eueides isabella (Stoll, 1781)
borboleta do maracujá(Eueides isabella) pousada sobre folha de urtiga, em Monte Alegre, RN, Brasil. |
domingo, 18 de setembro de 2022
Aguapé Nymphaea amazonum Mart. & Zucc. ocorre em todos os biomas brasileiros
Planta conhecida vulgarmente como Aguapé, Aguapé do Amazonas, Camalote, Golfo, Golfão, Lótus, Ninfa, Ninfeia e Uapé, entretanto seu nome científico é único, Nymphaea amazonum Mart. & Zucc..
Essa erva aquática possui sépalas verdes que se mostram em formato estreledo, enquanto suas pétalas de cor branca são afiladas, estas se abrem a noite(floração noturna). Geralmente é encontrada em águas calmas das lagoas ou lagos de água doce e em regiões mais calma de rios.
Aguapé(Nymphaea amazonum) é uma espécie nativa da América tropical e subtropical, com ocorrência confirmada em todas as regiões e biomas do Brasil(Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal), típica da vegetação aquática.
Messoregiões(coloridas) do RN onde o Aguapé(Nymphaea amazonum) teve ocorrência documentada e município(círculo) onde a espécie foi fotografada. |
Durante as minhas expedições pelo Rio Grande do Norte, observei essa espécie na mesorregião Agreste Potiguar, mas ela também já foi confirmada nas mesorregiões Leste Potiguar e Central Potiguar.
Agradecimento ao amigo Leonardo Jales Leitão que ajudou na identificação em nível de espécie, a Ellen de Oliveira Melo e Jamilly Joana Araújo, autoras do mapa em anexo, ambas do Setor de Estudos Ambientais do Museu Câmara Cascudo.Referências
Leroy, Juliana Aparecida Souza. Checklist das macrófitas aquáticas do Rio Grande do Norte com reforço amostral e florística do grupo na APA Bonfim-Guaraíra / Juliana Aparecida Souza Leroy. – Macaíba, RN, 2015.Pellegrini, M.O.O. Nymphaeaceae in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB10937>. Acesso em: 03 set. 2022.
Soriano-Sierra, Eduardo Juan. Guia de campo vegetação e peixes das lagoas costeiras de Santa Catarina / Eduardo Juan Soriano-Sierra, Gisela Costa Ribeiro, Alessandra Larissa D’Oliveira Fonseca – Florianópolis: Insular, 2014.
domingo, 24 de julho de 2022
A rendeira(Manacus manacus gutturosus) da nossa Mata Atlântica
Rendeira(Manacus manacus), macho adulto. |
Ave conhecida popularmente como Rendeira, Dirige-motor ou Toca-birro, entretanto seu nome científico é Manacus manacus (Linnaeus, 1766). Pertence a família Pipridae, da qual também faz parte por exemplo, o Fruxu-do-cerradão(Neopelma pallescens) e o Tangará-príncipe(Chiroxiphia pareola).
A rendeira(Manacus manacus) apresenta dimorfismo sexual, onde um indivíduo adulto macho dessa espécie apresenta plumagem branca na região ventral e preta na maior parte da região dorsal, enquanto que a fêmea é esverdeada, mas ambos possuem tarsos alaranjados e olhos escuros. Seu comprimento total médio é de 10,5cm.
Na época reprodutiva alguns machos dessa espécie reúnem-se em palcos coletivos ou arenas e ficam pulando entre galhos verticais, executando voos rápidos para frente e para trás, batendo as asas em seus flancos, acarretando um som característico e inconfundível. Durante os voos eles também estufam a plumagem da garganta que fica parecendo uma barba. Logo em seguida a fêmea seleciona o macho e acasala com ele, posteriormente a fêmea sozinha constrói seu ninho geralmente sobre córregos.
Rendeira(Manacus manacus), fêmea adulta. |
A rendeira(M. manacus) vive principalmente no sub-bosque e borda de florestas úmidas nos domínios da Mata Atlântica e Amazônia(do nível do mar até cerca de 1100m de altitude), onde alimenta-se principalmente de pequenos frutos, mas também inclui insetos em sua dieta.
A rendeira(M. manacus) é uma espécie nativa e residente no Brasil que depende de ambientes florestais para sobreviver, ocorrendo na Mata Atlântica brasileira do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul e na Floresta amazônica brasileira. Além disso, tem ocorrência confirmada em outros países, a saber: na Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Trinidad e Tobago e Venezuela.
Referências
BirdLife International. 2016. Manacus manacus. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22701112A93813825. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22701112A93813825.en. Accessed on 09 July 2022.
SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2001. 863p.
SOUZA, Francisco V.; Aves da Mata do Pilão e entorno, Espírito Santo, RN, Brasil. 15/09/2019. Disponível em: https://www.taxeus.com.br/lista/13671 Acesso em 09 de jul. 2022.
domingo, 19 de junho de 2022
Aspilia martii Baker, espécie nativa do Brasil
Planta de porte herbáceo a subarbustivo pertencente a família Asteraceae e ao gênero Aspilia. Seu nome científico válido atualmente é Aspilia martii Baker.
Sua floração amarela e sua frutificação já foram registradas no período de agosto a março.
Essa espécie é nativa e exclusivamente brasileira-endêmica do Brasil. É predominantemente nordestina, tendo sido confirmada sua ocorrência em quase todos os estados da região Nordeste, sendo encontrada nos biomas da Caatinga, parte do Cerrado e Mata Atlântica(restinga). Além disso, foi registrada no estado do Espírito Santo, região Sudeste do país.
Durante as minhas expedições pelo Rio Grande do Norte, observei essa espécie nas mesorregiões Leste Potiguar e Central Potiguar.
Referências
Alves, M., & Roque, N. (2016). Flora of Bahia: Asteraceae – Tribe Heliantheae. SITIENTIBUS série Ciências Biológicas, 16. https://doi.org/10.13102/scb1127.Santos, J.U.M.D. Aspilia in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB15970>. Acesso em: 19 jun. 2022
sábado, 28 de maio de 2022
Cobra-do-Capim(Erythrolamprus poecilogyrus), serpente não peçonhenta que ocorre em todo Brasil
A Cobra-do-Capim(Erythrolamprus poecilogyrus) é considerada uma "serpente não peçonhenta" relativamente pequena, podendo atingir 90cm de comprimento total. Ela possui variação na sua coloração de acordo com a idade e região de ocorrência. O seu corpo e cauda são relativamente finos, sua cabeça é distinta do corpo e seus olhos possuem pupila redonda(caracterizando que é mais ativa durante o dia). De fato ela é considerada uma espécie principalmente diurna, mas há registro de atividade noturna também.
Essa serpente também conhecida como Casco-de-Burro(Erythrolamprus poecilogyrus) é terrestre, ademais possui hábitos semi-aquáticos e se alimenta principalmente de anuros(sapos, rãs e pererecas), além disso, inclui em sua dieta répteis(lagartos, anfisbênias), invertebrados, pequenos peixes e mamíferos. Quanto a reprodução de Erythrolamprus poecilogyrus sabe-se que ela é ovípara(põe 8 a 12 ovos). As fêmeas são maiores que os machos.
A Cobra-do-Capim(Erythrolamprus poecilogyrus) tem ampla distribuição na América do Sul, onde tem ocorrência confirmada na Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Brasil, Guiana e Venezuela. No Brasil, ela está presente em todos os biomas ou domínios morfoclimáticos, sendo a mesma encontrada em diferentes ambientes como áreas abertas, florestas, campos, pastagens, matas ciliares ou secas e áreas urbanizadas, sendo geralmente observada na vegetação rasteira.
Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado ela nas mesorregiões Agreste Potiguar e Central Potiguar, mas essa serpente deve ter ocorrência em todas mesorregiões do RN e neste ocorre nos dois biomas locais(Caatinga e Mata Atlântica).
Desvende os segredos para uma trilha segura com o curso "Tem Cobra na Trilha"! Aprenda a identificar cobras, prevenir acidentes e dominar os primeiros socorros para salvar vidas com um Biólogo, especialista em serpentes e PhD em Medicina Tropical. Com videoaulas ilustradas e material em PDF, capacite-se sem conhecimento prévio e proteja a vida de quem você ama. Tem certificado! Clique aqui https://go.hotmart.com/N93917997F e inscreva-se!
Referências
FARIAS , Raimundo Erasmo Souza. Taxocenose de serpentes em ambientes aquáticos de áreas de altitude em Roraima (squamata: serpentes). 2016. 163 f.. Dissertação( Biologia de Água Doce e Pesca Interior) - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus,2016 .FREITAS, Marco Antonio de . Serpentes Brasileiras. Malha de sapo Publicações e Consultoria Ambiental / Proquigel/CIA/BA, 2003. v. 1. 160p .
GUEDES, Thaís Barreto . Serpentes da Caatinga: diversidade, história natural, biogeografia e conservação. - São José do Rio Preto : [s.n.],2012.
GUEDES T.B., Nogueira C. & Marques O.A.V. (2014) Diversity, natural history, and geographic distribution of snakes in the Caatinga, Northeastern Brazil. Zootaxa, 3863: 1–93.
GONALEZ, R. C. ; Abegg,A. D. ; Mendes, D. M. de M.; Silva, M. B. da ; Machado-Filho, P.R.; Mario-da-Rosa ,C.; Passos, D. C.; Ribeiro, M.V.; Benício, R. A. ; Oliveira, J. C. F.. LISTA DOS NOMES POPULARES DOS RÉPTEIS NO BRASIL – PRIMEIRA VERSÃO. Herpetologia Brasileira vol. 9 no . 2 - Listas de Anfibios e Répteis.
Hugo Andrade et al.. Diet review of Erythrolamprus poecilogyrus (Wied-Neuwied, 1825) (Serpentes: Dipsadidae), and first record of Dermatonotus muelleri (Boettger, 1885) (Anura: Microhylidae) as a prey item in Sergipe State, northeastern Brazil. Herpetology Notes, volume 13: 1065-1068 (2020) (published online on 22 December 2020).
NOGUEIRA CC et al. (2019): Atlas of Brazilian Snakes: Verified Point-Locality Maps to Mitigate the Wallacean Shortfall in a Megadiverse Snake Fauna. South American Journal of Herpetology 14: 1−274.
RÊGO, Bruno de Paiva. Diversidade, Composição e aspectos da Ecologia de Taxocenose de Serpentes em Área Serrana de Caatinga no Nordeste do Brasil. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
quarta-feira, 13 de abril de 2022
Gravatá Bromelia arenaria Ule, uma espécie exclusivamente nordestina
Gravatá(Bromelia arenaria). Foto: Francisco V. Souza |
Planta conhecida popularmente como Gravatá ou Caraguatá-da-areia, porém seu nome científico é Bromelia arenaria Ule. Ela pertence a família Bromeliaceae.
Essa espécie apresenta porte herbáceo, brácteas florais oblongas e inflorescências róseas com pétalas roxas. B. arenaria assim como outras bromélias é visitada por diversas espécies de animais, os quais uns buscam a mesma como fonte de alimento e outros como abrigo. Devido a beleza das suas flores é considerada como espécie ornamental.
Gravatá(Bromelia arenaria) é nativa no domínio Caatinga e endêmica(ocorre exclusivamente aqui) do Brasil, tendo ocorrência confirmada apenas nas caatingas do Nordeste brasileiro. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado ela nas mesorregiões Agreste Potiguar e Central Potiguar.
Agradecimento ao amigo Leonardo Jales Leitão que ajudou na identificação em nível de espécie.
Referências
Kiill, Lúcia Helena Piedade. Plantas ornamentais da Caatinga = Ornamental plants of the Caatinga / Lúcia Helena Piedade Kiill, Daniel Terao, Ivan André Alvarez. Brasília, DF : Embrapa, 2013.Monteiro, R.F. Bromelia in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB16576>. Acesso em: 13 abr. 2022
Tomaz, Eduardo Calisto. Taxonomia e biogeografia de Bromeliaceae na distribuição norte da Caatinga e Mata Atlântica do Brasil. 2019. 222f. Dissertação (Mestrado em Sistemática e Evolução) - Centro de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.
domingo, 20 de fevereiro de 2022
Aranha Odo sp.
Aranha Odo sp.. ID: Paulo André Goldoni. Foto: Francisco V. de Souza. |
domingo, 16 de janeiro de 2022
Bromélia-Cascavel Cryptanthus zonatus (Vis.) Vis., espécie ameaçada de extinção
Planta da família Bromeliaceae(das bromélias), conhecida vulgarmente como Bromélia-cascavel, enquanto que cientificamente ela recebeu o nome de Cryptanthus zonatus (Vis.) Vis..
Essa espécie apresenta porte herbáceo com folhas prostradas a arqueadas com variação de coloração, o que torna ela muito atrativa do ponto de vista ornamental, sendo coletada indiscriminadamente na natureza para comercialização. Sua floração geralmente ocorre entre os meses de março e abril, no qual as flores já foram observadas sendo visitadas por beija-flor(Phaetornis ruber) e principalmente por uma espécie de abelha(Eulaema nigrita).
A Bromélia-Cascavel(Cryptanthus zonatus) é uma espécie nativa e endêmica do Brasil, ou seja, ocorre exclusivamente nesse país, estando restrita ao domínio da Mata Atlântica nordestina, tendo sido confirmada sua presença apenas nos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Considerando a sua restrita área de distribuição, ao relativo pequeno número de suas subpopulações, a fragmentação e perda de habitat e sua extração ilegal para comercialização como ornamental, ela encontra-se ameaçada de extinção na categoria vulnerável(CNCFlora,2022).
Durante as minhas expedições pelo Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie apenas na Mesorregião Leste Potiguar, principalmente de Natal até Baía Formosa, especificamente no Parque das dunas e na RPPN Mata Estrela.