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segunda-feira, 30 de março de 2015

Borboleta Zebra Colobura dirce (Linnaeus, 1758); Fauna do RN

   Borboleta conhecida popularmente como Zebra, devido ao desenho da face inferior das asas, entretanto seu nome científico é Colobura dirce (Linnaeus, 1758). Essa espécie atinge de 5 a 7,5 cm de envergadura,ela assemelha-se a Colobura annulata Willmott Constantino & Hall, 2001, entretanto adultos de C. dirce  diferencia-se principalmente devido a presença da terceira linha submarginal no lado inferior da asa anterior, sempre que se afunila em direção ao canto superior da asa dela, enquanto que isso não ocorre em C. annulata. 
   A fêmea põe pequenos ovos em grupos de 2 a 10 ovos na face ventral de folhas de algumas espécies vegetais do gênero Cecropia, de onde com o tempo sairão as larvas(lagartas negras com espinhos brancos e amarelos) que formam grupos de 5 a 20 indivíduos e se alimentam daquelas folhas, cortando as nervuras delas de baixo para cima, formando um abrigo. A crisálida é alongada e cilíndrica, semelhante a um galho seco e o empupamento ocorre na planta hospedeira.
   Vive em florestas, sendo encontrada até 1.400 metros de altitude, mais geralmente é observada em altitudes inferiores a 800 metros, em florestas decíduas,perenes e em pomares. É vista pousada com frequência de cabeça para baixo sobre troncos de arbustos ou árvores, enquanto absorve a umidade de musgos. É vista com frequência em pequenos grupos de dois a três indivíduos, mas pode ser encontrada sozinha, alimenta-se de substâncias exsudadas do troncos de árvores, de frutos maduros e de excrementos.
   Apresenta distribuição neotropical, ocorrendo no Brasil, Bolívia, Argentina, Equador, Venezuela, Colômbia, Paraguai,Guianas, Trinidad e México.
O registro fotográfico presente nesse post foi feito no interior de uma mata secundária, no município de Parnamirim, no Rio Grande do Norte.

Classificação Científica:
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Subfilo: Hexapoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Superfamília: Papilionoidea
Família: Nymphalidae
Subfamília: Nymphalinae
Tribo: Nymphalini
Gênero: Colobura
Espécie: Colobura dirce (Linnaeus, 1758)

Referências:

Colobura Dirce  mosaico da zebra. Disponível em: >http://bugguide.net/node/view/913014 <: 27="" acesso="" class="MsoNormal" em:="" p="">

Colobura Dirce. Disponível em:> http://pt.wikipedia.org/wiki/Colobura_dirce<: 07="" 2015.="" acesso="" de="" em:="" mar.="" p="">

Willmott, K. R., L. M. Constantino, and J. P. W. Hall. 2001. A review of Colobura (Lepidoptera: Nymphalidae) with comments on larval and adult ecology and description of a sibling species. Annals of the Entomological Society of America 94:185-196.

domingo, 22 de março de 2015

Borboleta Aricoris campestris (H. Bates, 1868); Fauna do RN

Aricoris campestris (H. Bates, 1868) é uma espécie de borboleta da família  Riodinidae.
Registros fotográficos realizados em 20 de setembro de 2014, numa borda de mata em Natal, no Campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Ubaia azeda Eugenia sp.; Flora do RN

   Planta conhecida popularmente como Ubaia-azeda ou Uvaia-azeda, que pertence ao gênero Eugenia L. e a família Myrtaceae. Essa compreende cerca de 130 gêneros, com 5.671 espécies, com 927 espécies ocorrendo no Brasil(Sobral et al. 2012). O gênero Eugenia L., com cerca de 1000 espécies é o maior gênero dessa família que ocorre principalmente na América Central e do Sul, com relativamente poucos representantes na África, Ásia e Austrália (Merwe et ai., 2005). No Brasil ocorrem cerca de 350 espécies de plantas desse gênero(Landrum & Kawasaki, 1997),das quais até o momento foram registradas 7 espécies na Mata Atlântica do estado do Rio Grande do Norte .
   Tecnicamente as plantas do gênero Eugenia L. são descritas assim: Subarbustos ou árvores, glabros, puberulentos ou tomentosos, indumento simples. Fascículos, racemos simples ou “stenocalyx”, às vezes muito reduzidos aparentando flores isoladas, terminais ou axilares; prófilos e ferófilos decíduos ou persistentes na antese; flores tetrâmeras, pétalas brancas; cálice aberto no botão floral, com lobos iguais ou desiguais, ocultando ou não o globo petalífero; hipanto não prolongado acima do ovário; ovário bilocular com mais de 3 óvulos/lóculo. Fruto bacáceo, globoso a subgloboso com cálice persistente; sementes 1‒3, testa membranácea, cartácea, coriácea ou fibrosa(Lourenço&Barbosa, p. 376). 
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado a presença de plantas do gênero Eugenia sp. principalmente no ecossistema de tabuleiro litorâneo, mas também já encontrei-as em matas de tabuleiro na "região agreste" do estado, no município de Monte Alegre. Seus frutos maduros de sabor bem azedo são apreciados por nativos das áreas de tabuleiros onde ainda são encontradas.

Referências

 Ana Raquel de Lima Lourenço & Maria Regina de Vasconcellos Barbosa. Myrtaceae em restingas no limite norte de distribuição da Mata Atlântica, Brasil. Rodriguésia 63(2): 373-393. 2012.

Sidinei Rodrigues dos santos e José Newton Cardoso Marchiori. ESTUDO ANATÔMICO DO LENHO DE EUGENIA SCHUECHIANA O. BERG (MYRTACEAE). BALDUINTA. n. 26, p. 27-32, 25-II-2011.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Tesourinha Labidura cf riparia ; Fauna do RN

 Inseto conhecido popularmente como Tesourinha,Tesourinha-listrada,Tesoura,Lacraia, Lacrainha,Rapelho, Bicha-cadela, Bicho-da-lenha ou rapelho, entretanto seu nome científico é Labidura riparia (Pallas, 1773). Pertence a Ordem Dermaptera e a família Labiduridae.
  Entre os insetos apresenta como característica notável os cercos em forma de pinça no ápice do abdômen, sendo geralmente estes ramos maiores nos machos, denteados e curvos, enquanto que as fêmeas possuem "pinças" menores com uma curva no final, que são utilizadas por ambos os sexos para ajudar na captura de presas(predação), na defesa, na seleção sexual, cortejo e acasalamento e ainda na acomodação das asas. O comprimento total do corpo varia de 16 mm a 30 mm, com 10 segmentos abdominais. 
  É considerada uma predadora generalista de hábito noturno, alimentando-se de uma variedade de insetos, principalmente de ovos de de lepidópteros, sendo reconhecida como uma espécie viável no controle de afídeos, e associada como importante predador da Broca da cana (Diatraea saccharalis) e Spodoptera littoralis , além de ser citada como predadora de outros insetos pragas. Na ausência de presas convencionais, registrou-se ela comendo ovos e ninfas de sua própria espécie. As fêmeas podem passar longos períodos de tempo sem se alimentar durante o período de preparação da postura dos ovos. É uma espécie subsocial com hábitos maternos complexos. A fêmea escava um ninho sob uma casca de uma árvore ou uma rocha e põe de 60 a 100 ovos e cuida destes por cerca de 10 dias até a eclosão dos mesmos. Em seguida a mãe sai em busca de alimentos para os filhotes, alimentando-os até que eles deixem o ninho, o que ocorre entre 2 e 5 dias após o nascimento.
  De hábito terrestre, prefere ambiente úmido e escuro onde se abriga durante o dia, sendo encontradas em florestas, áreas de terra cultivadas ou não, margens de lagoas ou lagos. Apresenta uma distribuição cosmopolita, ocorrendo principalmente em regiões tropicais e subtropicais.
  Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, observei essa espécie nos municípios de Nísia Floresta e em Parnamirim, onde foi feito esse registro fotográfico durante a noite em minha residência.

Referências

Bassal,Taha T. M.  , M. E. El-Naggar , N. M. Fahmy , M. A. A. Dorrah, M. H. Sallam , and M. S. Salama. CARNIVORY, RATE OF DIGESTION, AND PREY CONSUMPTION BY Labidura riparia (DERMAPTERA: LABIDURIDAE).  EFFLATOUNIA, 1: 13-19 (2001).

Buzzi, Z. J. Entomologia Didática. 6. ed. Ed. UFPR,2013.
 
Labidura riparia. Disponível em: > http://en.wikipedia.org/wiki/Labidura_riparia
< Acesso em: 03 de mar. de 2015.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Suiriri Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819); Fauna do RN


   Ave conhecida popularmente como Suiriri ou Siriri,nome de origem onomatopéica proveniente de sua vocalização típica  “si-ri-ri”,entretanto seu nome científico é  Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819). Qual a origem do seu nome científico? O gênero Tyrannus vem da palavra "turannos" de origem grega que significa tirano, agressivo;enquanto que o termo específico melancholicus vem da palavra "melankholikos", que significa melancólico, sendo assim, seu nome científico significa [Ave] tirana melancólica ou [ave] agressiva melancólica. Pertence a família Tyrannidae, da qual também fazem parte por exemplo as lavadeiras e bem-te-vis.
  É uma das aves mais comuns do Brasil, indivíduos adultos alcançam cerca de 39 gramas de peso, 22 centímetros de comprimento(220 mm), sendo a asa 97 mm, cauda 84 mm, bico 18 mm e tarso 18 mm. Apresenta a plumagem da cabeça acinzentada,peito amarelo e tem como característica distinguível de seu parente semelhante Suiriri-de-garganta-branca(T. albogularis), uma coloração cinza borrada na região superior do peito.
   Alimenta-se de principalmente de insetos que captura durante voos e pousa geralmente no mesmo poleiro de onde saiu voando em busca de suas presas, onde muitas vezes termina de mata-la. Mas também consome frutos, em especial o fruto do tapiá(Alchornea glandulosa).
   Em áreas naturais empoleiram-se  na parte alta da vegetação, ficando expostos em galhos superiores de arbustos ou árvores,o que possibilita um ótimo campo de visão de suas presas e de seus predadores,  enquanto que nos centros urbanos são facilmente vistos sobre fios, cercas e outras estruturas não naturais. São vistos sozinhos ou em casais e apresentam comportamentos agressivos entre eles, mas vivem em bandos de até dezenas de indivíduos em uma mesma área. Começa a cantar ainda de madrugada e só para no finalzinho da tarde. Curiosamente vocalizam geralmente nos mesmos horários e locais durante o ano inteiro.
   "O ninho é em forma de tigela e pode ser construído a diversas alturas do solo, de dois a dez metros. A postura consiste de dois ovos brancos com diversas manchas em castanho, pesando em média 3.0g e medindo 25 mm x 16 mm. Os filhotes nascem cobertos por uma plumagem amarela clara e têm o bico amarelo(LIMA,p. 287,2006)."
   "Ocorre em todo o Brasil e desde os Estados Unidos à quase toda a América do Sul (Sick,1997). É uma espécie muito observada no estado de Santa Catarina entre setembro e começo de abril, época em que ocorre sua nidificação (dezembro/janeiro). Algumas populações migratórias possuem asas mais pontudas, o que pode ser explicado como uma adaptação para vôos longos (Sick, 1997)."
Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte observei essa espécie em todas as regiões do RN, com grande frequência principalmente na área urbana, sendo considerada uma ave comum, geralmente é vista sobre a fiação capturando insetos alados. Acredito que faça parte da avifauna de todos os municípios potiguares.

Referências

Evair Legal. Aspectos da nidificação do siriri, Tyrannus melancholicus em Santa Catarina (Vieillot, 1819), (Aves: Tyrannidae). Atualidades Ornitológicas On-line Nº 140 - Novembro/Dezembro 2007. Disponível em:> http://www.avespantanal.com.br/paginas/214.htm <: 2015.="" 22="" acesso="" br="" de="" em:="" fev.="">

Freire, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

F. Sagot-Martin, GOP. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

SESC - Guia das Aves do Pantanal. Disponível em:> http://www.avespantanal.com.br/paginas/214.htm <: 2015.="" 22="" acesso="" br="" de="" em="" fev.="">
SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.