Planta conhecida
popularmente como Cauaçú,Cawaçu, Cauassu,Cravaçu,Pau-de-Vassoura, Caneleira,Cabeça
-de-macaco, Canassu-preto,Cajueiro bravo. mas seu nome científico é Coccoloba latifolia. A origem da palavra cauaçu deve-se a adulteração para coaçu que vem de Caá, que significa mato, folha e Açu que significa grande, ou seja, folha grande. A identificação
dessa espécie é atribuída ao Cientista Lamark (1804) que fez apenas uma
ilustração de uma folha, a qual não representa bem a espécie analisada. C. latifolia pertence à família Polygonaceae, a mesma família a qual fazem
parte a planta ornamental amor-agarradinho (Antigonum sp.) e o
trigo-sarraceno(Fagopyrum sp.).
Coccoloba latifolia é uma espécie de porte arbóreo que
atinge 12 metros de altura, possui folhas ócreas e glabras bem desenvolvidas,
além de inflorescências ramificadas formando diplotirsos. Espécie distribuída na
América do Sul, sendo encontrada na Venezuela, Trinidad &Tobago, Guiana,
Suriname, Guiana Francesa e Brasil, nos estados de Roraima, Amapá, Amazonas, Pará,
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Tocantins. Ocorre em matas de
várzeas, matas ciliares, matas de terra firme e cerrados, sobre solos arenosos
ou rochosos, em altitudes que variam entre 20-480msm. Floresce de março a maio
e frutifica de maio a setembro. Segundo Howard (1960b) a espécie é de difícil tipificação,
uma vez que, nenhum material autêntico foi localizado. No Pará é utilizada para
a lenha.
Durante as minhas excursões pelo
estado do Rio Grande do Norte, visualizei Cauaçú (Coccoloba latifolia) nos
seguintes municípios: em Baía Formosa, na RPPN Mata Estrela, durante várias
trilhas; em Tibau do Sul, no Santuário Ecológico de Pipa no ano de 2012;em Goianinha num resquício de Mata Atlântica no ano de 2009 e 2012; em
Monte Alegre num fragmento de floresta particular no ano de 2012; em Parnamirim
num fragmento de Floresta em 2011 e em Natal no Parque Estadual das Dunas em
2012 e 2013.
Informações Técnicas
da Espécie Cauaçú (Coccoloba latifolia):
“Árvore pouco
ramificada, 5-12m altura; ramos apicais glabros, casca estriada, esfoliante,
lenticelas elípticas,marrons ou enegrecidas, inconspícuas, internós curtos 1- 3cm,
medula maciça. Folhas dos ramos vegetativos não vistas; folha dos ramos férteis
10-22 x 10-22cm, lâmina obovado-arredondada, ápice obtuso ou emarginado, base subcordada,
subpeltada, margem revoluta, coriácea,discolor, face adaxial glabra, nervuras
imersas, face abaxial glabra ou pubérula, nervuras proeminentes, 6-10 pares de
nervuras laterais, nervação terciária conspícua em ambas as faces, tricomas
peltados inconspícuos; ócrea 4-5cm, coriácea, glabra, borda obtuso-truncada,
base persistente; pecíolo 1-2cm, glabro, articulado na base ou acima da base da
ócrea. Tirsos ramificados (diplotirsos), tirsos parciais densifloros, eixos
5-13cm, raque costada, glabra; pedicelos 1-2mm, glabros, inclusos nas ocréolas;
brácteas 0,5mm, triangulares, coriáceas, glabras, ocréolas ca. 0,5mm,
campanuladas, coriáceas, glabras, borda subtruncada. Flor com perianto unido
até ½, glabro, flor estaminada e pistilada não vistas, flor andrógina ca.
2-3mm,hipanto campanulado, estigmas lobados, nectários presentes. Acrossarco
com perianto frutífero 6-8mm, oval, coriáceo, glabro, bordos livres acima de ½,
não acrescentes, pericarpo oval, ápice obtuso; pedicelos 2-5mm compr., não
engrossados na frutificação.”
Preserve a natureza!
Bibliografia:
Renato
Braga. Plantas do nordeste,
especialmente do Ceará. Fortaleza: coleção mossoroense-volume XLII, 1996.
Pg:182.
Freire, Maria Socorro
Borges. Levantamento Florístico do Parque
Estadual das Dunas de Natal. Disponível em: http://www.parquedasdunas.rn.gov.br/flora.asp
Acesso em: 01/05/2013.
Efigênia de MELO. As espécies de Coccoloba P. Browne
(Polygonaceae) da Amazônia brasileira. Acta Amazônica. VOL. 34(4) 2004: 525
– 551. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/aa/v34n4/v34n4a06.pdf Acesso em: 01/05/2013.