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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Angico Anadenanthera colubrina var. cebil(Griseb.) Altshul; Flora do RN

  Planta conhecida popularmente como Angico, Angico-vermelho, Angico-branco, Angico-preto,Angico-castanho,Angico-rosa, Angico-verdadeiro, Angico-cedro,Angico-do-banhado,Angico-do-campo, Angico-manso, Angico-do-mato,Angico-dos-montes, guarapiraca, paricá e Brincos-de-sagüi, entretanto seu nome científico é Anadenanthera colubrina var. cebil(Griseb.) Altshul. Ela pertence a família Fabaceae(Leguminosae) da qual também fazem parte por exemplo, o Pau-brasil(Caelsalpinia echinata), o Mororó((Bauhinia cheilantra) e o Mulungu(Erythrina velutina).
   Árvore que pode atingir 15m de altura no Bioma das Caatingas e até 20 ou 30m em outros ecossistemas. A sua casca pode apresentar diferentes cores, como acinzentada, escura ou castanho-avermelhada e é geralmente apresenta muitos acúleos, mas pode também  ser encontrada exemplares com poucos acúleos ou mesmo sem eles. Suas folhas são do tipo compostas bipinadas, com até 30 pares de pinas opostas com tamanho variando de 4 a 8 cm. Enquanto que suas pequenas flores são brancas ou amarelo-esverdeadas e juntas constituem capítulos globosos axilares ou terminais com tamanho variando de 3 a 5 cm. O fruto do Angico é uma vagem grande(até 32cm) de cor casatanho-avermelhada, achatada e rugosa, e contém de 8 a 15 sementes de cor marrom-avermelhadas ou escuras.  A sua madeira é castanho-amarelada com pouco tempo de corte e depois torna-se castanho-avermelhada por fim ficando vermelho-queimado. É pesada(até mais de 1 g/cm³), compacta, possui grande resistência ao apodrecimento e durabilidade natural.

    A queda das folhas ocorre no começo do período seco, voltando a apresentar folhas no final desse período e ou início da estação chuvosa,enquanto que o aparecimento das flores dá-se na estação seca geralmente entre setembro e novembro,surgindo a partir desse mês os primeiros frutos(vagens). O Angico(Anadenanthera colubrina) propaga-se por meio de sementes, estaquia e rebrotamento do toco.
   "Planta ornamental de muitas utilidades, sendo sua madeira de ótima qualidade usada na construção civil e naval, para uso na marcenaria e carpintaria na confecção de portas, janelas, móveis, postes, obras hidraúlicas e expostas, esquadrias, ripas, esteios, tornearia, carrocerias, carroça, etc. Na medicina popular, a goma-resina é usada como remédio em combate a tosse, bronquite, afecções  do pulmão e das vias respiratórias. As cascas em infusão, xarope, maceração e tintura são hemostáticas, depurativas, adstringentes, antigripais e possuem propriedades anti-inflamatórias. A infusão da casca tem propriedades sedativas e é usada contra gonorréia, diarréia e disenterias. É usada também como cicatrizante nas contusões e cortes e ulcerações. Indicada para reflorestamento de áreas degradadas e reposição de mata ciliar em áreas não inundáveis. Seu pólen e néctar servem de alimentação as abelhas principalmente no período mais seco do ano. as folhas apenas em forma de feno ou secas, serve de forragem para os animais. as folhas fermentadas são usadas como inseticidas no combate de lagartas e formigas de roça(MAIA,2004, p. 110-113)."

   Apresenta ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde o Maranhão(Brasil)até o norte da Argentina, Peru, Bolívia, Paraguai e de Minas Gerais até o estado de Mato Grosso,sendo encontrado nas Caatingas, Florestas decíduas altas, na Mata Atlântica, Cerrado, no Pantanal( nas partes secas calcárias), campos rupestres e florestas de altitude. 
   Apesar de ser encontrado em diferentes ecossistemas brasileiros, existe uma preocupação por partes dos conservacionistas em relação a essa espécie por causa principalmente da exploração excessiva da mesma, já que ela é utilizada para diversos fins por populações locais de maneira não planejada. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte observei essa espécie in natura apenas na região semi-árida do estado, nas Caatingas e nas Florestas de Altitude, sendo minhas últimas observações nos municípios de São Rafael(em 2011), de Lajes(em 2013) e de Portalegre( em 2014). Além desses registros em ambiente natural, observei esta espécie também no Campus da UFRN em Natal.

BIBLIOGRAFIA

BRAGA ,R. Plantas do nordeste,especialmente do Ceará. Fortaleza:coleção mossoroense-volume XLII,1996.

LORENZI, H.: Árvores Brasileiras – Manual de Identificação e Cultivo de Plantas e Árvores Nativas do Brasil. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, Vol. I, 2002.

MAIA, G. N. Caatinga: árvores e arbustos e suas utilidades. São Paulo: D & Z Computação Gráfica e Editora, 2004.

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