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sábado, 30 de janeiro de 2016

Abelha Arapuá Trigona spinipes (Fabricius, 1793)

  Abelha conhecida popularmente como Arapuá, Irapuá, Arapuã, Enrola-cabelo, Torce-cabelo, Abelha-de-cachorro, Xupé-pequeno, entretanto seu nome científico é único,Trigona spinipes (Fabricius, 1793). Pertence a família Apidae e a subfamília dos meliponíneos, sendo portanto uma abelha social sem ferrão. 
   T. spinipes apresenta cor predominantemente negra reluzente e atinge cerca de 8 mm de comprimento. Essa espécie forma colônia composta por operárias,zangões e rainhas(apenas uma se reproduz), sendo constituída por até 10.000 indivíduos, ás vezes até mais. Apesar de não ter ferrão, são consideradas agressivas, podendo se defender se enroscando no cabelo ou pelos de intrusos ou predadores,penetrar em orifícios(ouvido e narinas) e também atacam outras espécies de abelhas sem ferrão quando tentam invadir a colmeia destas procurando alimento. Além disso, podem causar danos a algumas culturas de plantas frutíferas devido ao hábito de cortar flores e folhas que servem de matéria prima na construção de seus ninhos e ainda podem furar botões florais prejudicando a floração e consequentemente a frutificação. Entretanto participam do processo de polinização de várias espécies vegetais importantes para a alimentação humana, como abóbora (Curcubita moschata), caju (Anacardium occidentale), girassol (Helianthus annuus), laranja (Citrus sinensis), melancia (Citrullus lanatus), pitanga (Eugenia uniflora), tamarindo (Tamarindus indica), entre outras.
    Constroem ninhos externos em galhos de arbustos ou árvores, sendo de formato globoso ou ovalado marrom com cerca de 50cm de diâmetro. Utiliza como matéria prima para confeção destes uma mistura de resina vegetal, outras partes vegetais, excrementos e barro. A entrada do ninho é relativamente grande e oval e em seu interior armazenam mel que do ponto de vista humano não é de boa qualidade, mas mesmo assim ainda há quem se interesse por ele, acreditando que o mesmo apresenta propriedades medicinais.
    Ela ocorre em grande parte do território brasileiro desde o Ceará até o Rio Grande do Sul e também tem registros da mesma no Paraguai e Província de Missiones (Argentina). 
     Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie de abelha em todas as mesorregiões potiguares, sendo encontrada principalmente no interior de fragmentos florestais.

Referências

Co-editor: Ministério do Meio Ambiente – Brasil. Guia Ilustrado de Abelhas Polinizadoras no Brasil. São Paulo, Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, 2014.

Nogueira-Neto, Paulo. Vida e Criação de Abelhas indígenas sem ferrão. São Paulo: Editora Nogueirapis, 1997.

Oilton J. D. Macieira; Edson A. Proni. Influência da temperatura na taxa respiratória de abelhas forrageiras Trigona spinipes (Fabricius) (Hymenoptera, Apidae, Meliponinae) durante períodos de verão e inverno.

Viviane C. Pires ... [et al.]. Abelhas em áreas de cultivo de algodoeiro no Brasil. Brasília, DF : Embrapa, 2014.    

sábado, 23 de janeiro de 2016

Vira-bosta Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789)

   Ave conhecida popularmente como Vira-bosta(se refere ao hábito de revirar em fezes a procura de insetos), Gaudério, Godero, Chopim, Chupim, Chupim-vira-bosta, Melro, Maria-preta, Engana-tico, Rola-bosta e Zulego. Entretanto seu nome científico é Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789). O que esse nome significa? A primeira palavra, o gênero Molothrus é de origem grega, vem das palavras Mölos que quer dizer "luta" e thöskö que quer dizer "impregnar, para o pai"; enquanto que a segunda palavra bonariensis é de origem latina, vem de bonara, que quer dizer "bom ar, referente a região de Buenos Ayres na Argentina". Sendo assim, seu nome científico faz referência a (ave) de Buenos Aires que luta pela atenção dos pais, nesse caso fazendo alusão aos filhotes que lutam pela alimentação oferecida pelos pais adotivos. 
  Pertence a família Icteridae da qual também fazem parte por exemplo, Xexéu(Cacicus cela ), graúna(Gnorimopsar chopi ), Encontro(Icterus pyrrhopterus ) e asa-de-telha-pálido(Agelaioides fringillarius).
   Indivíduos adultos atingem cerca de 21 cm de comprimento e 52 gramas, sendo a plumagem dos machos de cor azul-violeta em boas condições de iluminação, enquanto que nas fêmeas é de cor marrom fuligem e dorso negro, além de serem menores.
    Alimenta-se de sementes,insetos( e outros pequenos animais) e de frutos. Essa espécie é parasita, tendo em vista que a fêmea põe seus ovos em ninhos de outras aves, que acabam tornando-se "pais adotivos", ou seja, M. bonariensis não constrói ninho. Há relatos de que já foi encontrado ovos(pelo menos um por ninho) de Vira-bosta(Molothrus bonariensis) em ninhos de mais de 200 espécies de aves brasileiras, como por exemplo em ninhos da lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta) e do bem-te-vi (Pitangus sulphuratus).
   Ave gregária(vive em bandos) que pode ser vista em matas, mas habita principalmente áreas abertas, como campos de cultura, parques, pastos e jardins. Distribui-se pela América do Sul, exceto na cordilheira dos Andes, ocorrendo em todo o território brasileiro.
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado essa ave principalmente na cidade do Natal, especificamente no Campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e na cidade de Parnamirim. No entanto há registros da espécie em todas as mesorregiões do estado.

Referências

FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

Vira-bosta(Molothrus bonariensis) Disponível em: http://www.museudezoologia.ufv.br/bichodavez/edicao19.htm Acesso em 16 de janeiro de 2016.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Cebola-brava Habranthus cf. itaobinus

   Planta conhecida popularmente como Cebola-brava, mas que pertence ao gênero Habranthus, sendo muito provavelmente da espécie Habranthus itaobinus
   Sendo esta uma erva bulbosa que só ocorre no Brasil, ou seja, é endêmica desse país. Pertence a família Amaryllidaceae. H. itaobinus alcança aproximadamente 25 cm de altura, apresenta folhas em forma de espada e flores predominantemente de cor rosa-claro em número de 6 tépalas. Floresce no início do período chuvoso, geralmente entre os meses de setembro e janeiro, quando brotam do bulbo belíssimas flores. Algumas espécies da família Amaryllidaceae são cultivas como plantas ornamentais em diferentes regiões do planeta devido a beleza de suas flores.


   Ocorre em solos arenosos, areno-argilosos e afloramento de calcário, a 200–1000 m de altitude, sendo frequentemente encontrada na Caatinga, mas também há registros da espécie em áreas do Cerrado, em campo rupestre, campos e brejos temporários. Existem registros de ocorrência de H. itaobinus para os estado da Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais,Pernambuco e muito provavelmente para o Rio Grande do Norte. O exemplar das fotos acima foi registrado em afloramento rochoso as margens do rio Seridó, no município de Jardim do Seridó, Rio Grande do Norte.

Referências

Andrielle Câmara Amaral-Lopes e Taciana Barbosa Cavalcanti. Habranthus (Amaryllidaceae) do Brasil. Rodriguésia vol.66 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S2175-78602015000100203&script=sci_arttext
Acesso em 11 de janeiro de 2016. 

Castro, Antonio Sérgio e Arnóbio Cavalcante. Flores da caatinga. Campina Grande: Instituto
Nacional do Semiárido, 2010.

domingo, 3 de janeiro de 2016

Borboleta Dynamine postverta postverta (Cramer,1779)

Borboleta da família Nympahlidae, sendo seu nome científico Dynamine postverta postverta (Cramer,1779).
Essa espécie apresenta grande dimorfismo sexual, ou seja, o macho é bem diferente da fêmea, pois enquanto esta apresenta o dorso escuro com listas e máculas brancas, naquele(o macho) se destaca uma cor verde metálica. Ela vive em floresta secundárias, sendo encontrada frequentemente em locais onde ocorre plantas do gênero Dalechampia (Euphorbiaceae), que servem de alimento para as suas lagartas(fase larval dos lepidópteros).