Tangará-príncipe(Chiroxiphia pareola) observada na RPPN Mata Estrela,Baía Formosa,RN,Brasil. |
Ave conhecida popularmente como Tangará-príncipe, Tangará-falso, Tangará-de-costa-azul, Tangará, Cabeça-encarnada, Dançarino ou Uirapuru. Entretanto seu nome científico é único, Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766). Pertence a família Pipridae, da qual também faz parte por exemplo, o Fruxu-do-cerradão(Neopelma pallescens) e a Rendeira(Manacus manacus).
Um indivíduo adulto atinge cerca de 12cm de comprimento e peso médio de 21 gramas. Essa espécie apresenta dimorfismo sexual, onde o macho possui plumagem negra com o dorso azul-celeste, topete vermelho( na subespécie que ocorre na Amazônia oriental é amarelo),tarsos e pés alaranjados, enquanto que a fêmea apresenta plumagem geral de cor esverdeada e tarsos e pés amarelados. Alimenta-se principalmente de frutos, mas complementa sua dieta com pequenos animais artrópodes como por exemplo insetos e aranhas.
Nessa espécie, durante o período reprodutivo(geralmente de dezembro a março) a cooperação entre machos no display sexual é obrigatória para ocorrer acasalamento, o que vem a colaborar com aumento de chances na atração das fêmeas. O ritual de pré-acasalamento, a popular "dança" que ocorre geralmente entre 2 machos é precedida por diferentes manifestações sonoras destes, em seguida "em plena harmonia, no galho-palco, um agacha-se, o outro pula verticalmente ao ar, adeja um instante sobre o companheiro que o olha, depois volta ao galho, enquanto o outro alça voo para executar a mesma cerimônia, dando ao conjunto a impressão de uma roda girando lentamente; finalmente, durante o voo de um dos participantes, que termina a demonstração, ressoa um estridente "tic-tic". Porém na presença de uma fêmea a cerimônia é diferente: o macho voa silenciosamente ao redor da fêmea, num voo flutuante, pousando a curtos intervalos, seguindo-se finalmente a cópula no galho-palco(Snow 1963, Trinidad (SICK,1997)".
Espécie residente no Brasil e dependente de ambientes florestais, sendo encontrada no interior de matas, principalmente no extrato médio das florestas, mas também pode ser observada no extrato inferior. A espécie não encontra-se oficialmente ameaçado de extinção, porém infelizmente ela já foi encontrada no comércio ilegal(feira livre) do estado de Pernambuco.
Ocorre na América do Sul(Bolívia; Brasil; Colômbia; Equador; Guiana Francesa; Guiana; Peru; Suriname; Venezuela) e no Trinidad e Tobago(América Central), sendo que no Brasil apresenta distribuição disjunta na Amazônia e Mata Atlântica. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie apenas na mesorregião Leste do estado, de Parnamirim a Baía Formosa e mais ao interior em Macaíba.
Referências
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