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quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Jurema-branca Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke

plantas da caatinga
   Planta conhecida popularmente como Jurema-branca, Jurema-malícia-da-serra, Jurema,Calumbi, Cassaco, Carcará, Unha-de-gato, Toca-d’onça, entretanto seu nome científico é único, Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke. Pertence a família Fabaceae, da qual também fazem parte por exemplo, o Pau-brasil, o Angico e o Mororó.
   A Jurema-branca(Piptadenia stipulacea) apresenta porte arbustivo podendo atingir em média 4m de altura.  "Suas folhas são bipinadas com 6 a 11 pares de pinas e 27 a 30 pares de folíolos. As flores estão reunidas em espigas isoladas, de cor alva, na extremidade dos ramos, onde se encontram até três espigas por axila de folha. O fruto é uma vagem de cor castanho pálida, com superfície ondulada nas áreas onde ficam as sementes. Contém de 2 a 12 sementes pequenas, ovais, de cor marrom. A madeira é de cor clara(p. 78, Costa,2002)". A floração acontece principalmente durante o período chuvoso, enquanto que os frutos se desenvolvem geralmente de abril a agosto.
   A Jurema-branca(P. stipulacea) naturalmente apresenta diversos usos, tais como: sua folhagem é apreciada pelos animais como os caprinos, suas flores fornecem néctar e pólen para as abelhas e outras espécies que as visitam, enquanto que sua madeira é usada na construção civil, em marcenaria, para produção de estacas,vara, como lenha e carvão(por ser espécie nativa deve-se ter autorização ambiental para uso). Segundo a literatura na medicina popular é usada no tratamento de queimaduras e problemas de pele. Além disso ela apresenta substâncias com propriedades antimicrobiana, antitérmica, analgésica, regeneradora de células e adstringente peitoral (Maia, 2004). Essa espécie também é indicada para recuperar solos sendo usada na restauração florestal ou nos sistemas agroflorestais, ajudando a combater a erosão, sendo recomendada durante a recomposição florestal mista de  áreas degradadas (Costa,2002; Maia, 2004).
flora do RN
    P. stipulacea é  nativa e endêmica do Brasil sendo encontrada no bioma Caatinga com ocorrências confirmadas apenas na região Nordeste(Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe). Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie nas  mesorregiões Leste Potiguar, Agreste Potiguar, Oeste Potiguar e principalmente na Central Potiguar.

Referências
Costa, Jorge Antonio Silva. Leguminosas forrageiras da caatinga: espécies importantes para as comunidades rurais do sertão da Bahia... [et al.]. Feira de Santana: Universidade Estadual de Feira de Santana, SASOP, 2002.

Iran da Costa Leite Neto; Anderson dos Santos Ramos; Helena Rayssa Nunes Batista; Gilbevan Ramos de Almeida¹; Sergio de Faria Lopes. Potencial terapêutico de espécies arbustivas-arbóreas de um fragmento de caatinga na Paraíba. Disponível em: http://www.editorarealize.com.br/revistas/conidis/trabalhos/TRABALHO_EV064_MD1_SA10_ID554_22102016002431.pdf Acesso em 29 de set. 2019

MAIA, N. G. Caatinga:árvores e arbustos e suas utilidades. São Paulo: D & Z. Computação Gráfica e Editora, 2004. 413 p.

Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke. Banco de dados de plantas do Nordeste. Disponível em: http://www.cnip.org.br/bdpn/ficha.php?cookieBD=cnip7&taxon=4033 Acesso em 29 de set. 2019.

Piptadenia in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB83593>. Acesso em: 29 Set. 2019.

SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO. Inventario Florestal Nacional: principais resultados: Rio Grande do Norte. Brasília, DF: MMA, 2018. 64 p. (Série Relatórios Técnicos - IFN). Disponível em: http://www.florestal.gov.br/documentos/informacoes-florestais/inventario-florestal-nacional-ifn/resultados-ifn/3991-resultados-ifn-rn-2018/file Acesso em: 29 Set. 2019.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Gibão-de-couro Hirundinea ferruginea (Gmelin, 1788)

     Ave conhecida popularmente como Gibão-de-couro, Birro, Bentevi-de-gamela e João-pires, entretanto seu nome científico é Hirundinea ferruginea(Gmelin, 1788). Pertence a família Tyrannidae da qual fazem parte por exemplo, a lavadeira-mascarada, o suiriri e a guaracava-de-barriga-amarelaH. ferruginea como seu nome específico indica apresenta de maneira geral plumagem de cor ferrugem, sendo o dorso mais escuro incluindo a cabeça, asas e cauda. Ela atinge cerca de 17,5cm de comprimento total e não apresenta dimorfismo sexual, sendo macho e fêmea morfologicamente semelhantes.  
   Alimenta-se de artrópodes, especialmente de insetos que são capturados até em voos curtos. Habita em ambiente de formações rochosas ou serranas onde também nidifica, construindo um ninho simples aberto em forma de tigela ou taça rasa, feito com gravetos, raízes e palha, onde a fêmea põe de dois a três ovos elípticos, brancos e com manchas avermelhadas. Também adapta-se a ambientes antrópicos onde também é encontrada, nidificando em parapeitos no alto das construções. Tanto no ambiente rochoso como nas cidades pode ser observado formando grupos pequenos.
 
   Gibão-de-couro(H. ferruginea) é espécie nativa e residente no Brasil ocorrendo em todas as regiões do país, mas também é encontrada em outros países da América do Sul, como na Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie nas mesorregiões Central Potiguar e Oeste Potiguar.

Referências
BirdLife International 2016. Hirundinea ferruginea. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22699738A95076112. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22699738A95076112.en. Downloaded on 15 November 2019.

FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LAGOS,Adriano Rodrigues... [et al.] . Guia de aves: da área de influência da Usina Hidrelétrica de Batalha. Rio de Janeiro : FURNAS, 2018.

LOPES,Leonardo Esteves, Helberth José Cardoso Peixoto & Diego Hoffmann. Notas sobre a biologia reprodutiva de aves brasileiras. Atualidades Ornitológicas On-line Nº 171 - Janeiro/fevereiro 2013. 

PIACENTINI, V. et al. Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee / Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Revista Brasileira de Ornitologia, v. 23, n. 2, p. 91-298, 2015.

PICHORIM, Mauro et al. Guia de Aves da Estação Ecológica do Seridó. Natal: Caule de Papiro, 2016.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.