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sábado, 20 de julho de 2013

Corda-de-viola Ipomoea nil (L). Roth.; Fauna do RN

       Planta conhecida popularmente como Corda-de-viola, Corríola, Campainha, enrola-semana, Jetirana, Amarra-amarra, gramofone, mas seu nome científico é Ipomoea nil. Essa espécie pertence à família Convolvulaceae, da qual também fazem parte a comestível batata-doce (Ipomoea batatas) e o Cipó-chumbo (Cuscuta racemosa).  
       Erva anual que se reproduz através de sementes que são produzidas em grande número.     Suas folhas se inserem isoladamente em diferentes níveis do caule (alternadas), segmentadas, lobadas (recortadas), desprovidas de pelos (glabrescentes) e a nervura principal se ramifica em nervuras secundárias dispostas como as barbas de uma pena (peninérvias). Apresenta inflorescência cimosa em que abaixo de cada flor terminal surgem dois ramos também floríferos (Dicásio), as flores são hermafroditas (os dois sexos) e suas pétalas são soldadas umas às outras (metaclamídea). O fruto é uma capsular que  ao amadurecer  abre-se em dois ou mais compartimentos (septos) segundo planos paralelos ao eixo do fruto(deiscência septífraga).
        
É considerada uma espécie infestante sendo uma das espécies do gênero mais frequentes nas áreas de produção agrícola (Kissmann & Groth, 1999). Atualmente, esta espécie tem sido crítica em plantações de cana-de-açúcar, milho, soja e outras culturas, tornando-se uma grande preocupação para os produtores brasileiros. Dificultam a colheita das culturas anuais e perenes, pois se enrolam nas plantas cultivadas, além de competirem com essas por água, nutrientes e por luz.
       Espécie nativa da América tropical, hoje naturalizada na região pantropical (Simão-Bianchini, 1998), ocorrendo desde o México até o norte da Argentina. No Brasil, tem vasta e expressiva ocorrência, crescendo principalmente em áreas agrícolas, capoeiras, pomares e terrenos abandonados, sendo uma das espécies do gênero Ipomoea mais freqüentes. Em muitas regiões é cultivada como planta ornamental, principalmente devido à beleza das suas flores. O’Do nell (1959b) sugere que Ipomoea nil tenha se originado em regiões úmidas, onde cresce mais vigorosamente, com indumento mais denso, tornando-se gradativamente menor com a diminuição da umidade e da temperatura média.

Referências
Moreira, Henrique José da Costa &Bragança, Horlandezan Belirdes Nippes. Manual de identificação de plantas infestantes: hortifrúti . São Paulo: FMC Agricultural Products, 2011.
Roque, Alan de Araújo& Loiola, Maria Iracema Bezerra & Jardim, Jomar Gomes. RPPN Stoessel de Britto, Seridó Region, Rio Grande do Norte, BRASIL. PLANTS of the CAATINGA of Seridó.
Barbosa, Laura Maria Marinho Albuquerque; Dantas, Ivan Coelho; Felismino, Delcio de Castro; Costa Sobrinha. Luciana. LEVANTAMENTO TAXONÔMICO DA FAMÍLIA CONVOLVULACEAE NO SÍTIO IMBAÚBA, LAGOA SECA, PARAÍBA.
Duarte, D. J.; Bianco, S.; Melo, M. N.; Carvalho, L.B. Crescimento e nutrição mineral de Ipomoea nil Growth and mineral nutrition of Ipomoea nil Roth. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-83582008000300013 Acesso em: 19/07/2013.
Bianco, S.; Bianco, M.S.; Pavani, M.C.M.D.; Duarte, D.J. Estimativa da área foliar de Ipomoea hederifolia e Ipomoea nil Roth. Usando dimensões lineares do limbo foliar. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-83582007000200012 Acesso em: 19/07/2013.

domingo, 7 de julho de 2013

Fura-barreira Nystalus maculatus; Fauna do RN.

         Ave conhecida popularmente como Fura-barreira, rapazinho dos velhos, macuru, apara-bala, bico-latão e joão-bobo, recebendo esse nome devido ao fato de confiar em sua camuflagem em meio à vegetação ficando parado ao ponto de passarmos próximo dele e às vezes não expressar nenhuma reação (por exemplo, voar). Entretanto para a ciência ele tem apenas um nome, Nystalus maculatus, sendo essa espécie da família Bucconidae, da qual fazem parte aves que escavam túneis em barrancos, no solo ou em cupinzeiros arborícolas.           
       Possui cabeça grande em relação ao seu tamanho, bico longo parcialmente vermelho, uma mancha amarela abaixo da cabeça, que forma uma colar em torno do corpo nessa região. Na altura do peito e barriga apresenta manchas escuras, uma das características que o diferencia do João bobo (Nystalus chacuru). Indivíduos adultos atingem 22 cm de comprimento e pesam aproximadamente 44g. Fazendo uso mais uma vez da sua camuflagem, ficando em repouso empoleirado, ele espera suas presas e ao perceber a sua presença e aproximação, voa em sua direção conseguindo capturar insetos em voo, em seguida volta para onde estava pousado terminando sua “refeição”.
       Alimenta-se também de escorpiões, aranhas, pequenos vertebrados como anfíbios e pequenas frutas. Seu nome vulgar Fura-barreira é porque ele cava  um túnel (com até 1m de comprimento)  geralmente em barrancos que termina numa câmara onde põe de 2 a 3 ovos.  O Macho e a fêmea revezam para cuidar do ninho, dos ovos e dos filhotes. A entrada dos ninhos é camuflada pela vegetação ao redor e pelo hábito de espalharem a terra vinda da escavação. O período reprodutivo é marcado pelas vocalizações (cantos) em dueto principalmente nos meses de setembro a dezembro.
           Vive no bioma Caatinga, Cerrados, nos Campos, em matas baixas e secas. “Quando se fazem ver é porque estão pousados  em fios ou galhos que se destacam das plantas." Ao sentir-se ameaçado(assustado) movimenta a cauda lateralmente e com movimentos circulares. Tem também o hábito de fingir-se de morto após captura e em seguida após distração do coletor(pesquisador) foge rapidamente.
    É considerada uma espécie relativamente abundante(pouco preocupante),apresentando ampla distribuição geográfica, tendo registro de sua ocorrência nas regiões Nordeste,Centro-Oeste e Norte(norte do Amazonas,Ilha de Marajó) do Brasil, como também na Argentina, Bolívia e Paraguai. 
Em minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, visualizei  a espécie Nystalus maculatus em territórios dos municípios de São Rafael e Jucurutu, mas sei que é facilmente encontrado na região do Seridó do estado.


BIBLIOGRAFIA
Freire, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.
Freire, Adauberto Antônio Valera. Fauna Potiguar. Natal: EDUFRN, 1997
Neto, Miguel Rocha. Guia ilustrado: fauna da escola das dunas de Pitangui-ecossistemas terrestre. Natal: moura ramos, 2001.
Rapazinho-dos-velhos.  Disponível em:http://www.natal.rn.gov.br/parquedacidade/paginas/ctd-553.html Acesso em: 07/07/2013.
Rapazinho-do- velhos. Disponível em: http://www.wikiaves.com.br/rapazinho-dos-velhos Acesso em: 07/07/2013.