Planta conhecida popularmente como
Ninféia,Coração-flutuante,Estrela-branca,Golfo, Guapeua,
Mureré,Soldanela-d’água,Apérana e Lagartixa, entretanto cientificamente seu
nome é único,Nymphoides humboldtiana (Kunh) Kuntze. Ela pertence a família Menyanthaceae, sendo a única espécie dessa família que ocorre de forma
espontânea no Brasil (Kissmann & Groth, 1995). Erva aquática flutuante fixa, ocorrendo
em áreas alagadas com água doce, parada ou com pouca movimentação (Kissmann & Groth, 1995).
Ocorre em solos férteis e argilosos (Pott & Pott, 2000). Lê Cointe (1947) menciona que habita regos, terrenos baixos e nos campos de várzea. A planta acompanha a subida da cheia, crescendo 30 cm por dia até 3,5 m de profundidade, daí morre (Pott & Pott, 2000).
Ocorre em solos férteis e argilosos (Pott & Pott, 2000). Lê Cointe (1947) menciona que habita regos, terrenos baixos e nos campos de várzea. A planta acompanha a subida da cheia, crescendo 30 cm por dia até 3,5 m de profundidade, daí morre (Pott & Pott, 2000).
Em locais de água parada ou de pouca movimentação, pode se
tornar uma infestante,cobrindo grandes extensões (Kissmann & Groth, 1995). Em
áreas perturbadas pode aumentar o número de plantas. É tida como invasora do arroz
irrigado na índia e no Rio Grande do Sul (Pott & Pott, 2000).
Produz flor durante a maior parte do ano, em maior
quantidade durante e no final da cheia. Cada flor dura um dia. O fruto submerge e amadurece
na água (Pott & Pott, 2000).
Propaga-se por semente, pedaços de rizoma com folha (Pott & Pott, 2000) ou folha. As sementes germinam no lodo. Normalmente a multiplicação é vegetativa. Quando uma lâmina foliar permanece dentro da água, em pouco tempo se formam, no ápice do pedúnculo, plantas adventícias que desenvolvem raízes e podem ser separadas quando alcançam um tamanho que permita a auto-sustentação (Kissmann & Groth, 1995). Necessita de muita luz, sob pleno sol ou sombra leve (POtt & Pott, 2000).
Essa espécie é utilizada como ornamental, medicinal, forrageira e na alimentação humana. A forragem serve para o gado (Pott & Pott, 2000), sendo considerada de qualidade regular (Lê Cointe, 1947). É usada como amarga, digestiva, tônica, vermífuga, contra febres (Pott & Pott,2000) e dispepsia (Machado & Ribeiro, 1951). Planta atraente, que pode ser usada em aquários (Kissmann & Groth, 1995). Planta apícola, ou seja, é visitada por abelhas (Pott & Pott, 2000).
N. humboldtiana é espécie exclusiva do continente americano, sendo encontrada em praticamente todo o território brasileiro e em todos os biomas do Brasil. Durante as minhas excursões pelo
estado do Rio Grande do Norte, observei essa planta em todas as regiões do
território norte-rio-grandense,sempre associada a ambientes aquáticos doce,sendo as últimas observações em um riacho no município de São José de Mipibu e na lagoa barrenta em Monte Alegre, suponho que ela ocorra em todos os municípios potiguares.
Referências
CÔRREA, M.P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Colaboração de PENNA, L. de A. Rio de Janeiro: IBDF, 1984. 6v.Giulietti, A.M.; Santa Izabel, T.S. & Oliveira, R. P. 2015. Flora da Bahia: Menyanthaceae. Sitientibus, Série Ciências Biológicas 754:1-5.
KISSMANN, K.G.; GROTH, D. Plantas infestantes e nocivas. São Paulo: BASF, 1995. 683p. (Tomo III).
LÊ COINTE, P. Árvores e plantas úteis (indígenas e aclimadas): nomes vernáculos e nomes vulgares, classificação botânica, habitat, principais aplicações e propriedades. São Paulo: Companhia editora Nacional, 1947. 506p. (A Amazônia Brasileira, 3).
MACHADO, A.; RIBEIRO, O. Estudo químico da aperana, ‘Limnanthemum humboldtianum’ Griseb. Boletim do Instituto de Química Agrícola, n.22, p. 7-9, 1951.
MISSOURI BOTANICAL GARDEN – MBG. MOBOT. W3 TROPICOS. Specimen database. St. Louis, 2003. Disponível em: http://mobot.mobot.org/W3T/Search/vast.html Acesso: 18/2/2005.
ORNDUFF, R. Neotropical Nymphoides (Menyanthaceae): Meso-american and west indian species. Brittonia, v. 21, oct./dec. 1969.
POTT, V.J.; POTT, A. Plantas aquáticas do pantanal. Brasília: Centro de Pesquisas Agropecuárias do Pantanal, 2000. 404p.: il.
PROJETO: “EXTRATIVISMO NÃO-MADEIREIRO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA AMAZÔNIA (ITTO – PD 31/99 Ver. 3 (I)”. BANCO DE DADOS “NON WOOD”.
ROYAL BOTANIC GARDENS, KEW. World checklist of monocotyledons. Disponível em: http://www.kew.org/epic/ Acesso: 18/04/2005.
THE NEW YORK BOTANICAL GARDEN – NYBG. International Plant Science Center.
The virtual herbarium of the New York Botanical Garden. Nymphoides indica. New York, 1996-2002. Disponivel em: http://nybg.org.
Houve um estudo com as população dessas plantas e descobriram que existem duas espécies que são tão parecidas que só podem ser identificadas a partir de material genético. Sua diferença é que N. indica só existe no continente europeu, africano e asiático, enquanto que nymphoides humboldtiana é a espécie nativa do continente americano.
ResponderExcluirOlá Victor! Muito obrigado!
ExcluirBom dia Franscisco. Parabéns a sua página. Gostei tanto pela apresentação técnica e estética do formato. Tenho elas em meu laginho aqui em Cuiabá. Ela é muito interessante e uma bela especie. Uma curiosidade: como preparar para comer?
ResponderExcluirObrigado
Carlos Simonetti
Olá Carlos, fico feliz que tenha gostado.
ResponderExcluirEssa parte relacionada ao uso na alimentação vi apenas a citação na literatura, não conheço como de fato é usada(na prática) na alimentação humana.
Grato!