Ave conhecida popularmente como Galinha-d' água,frango-d'água-comum,galinhola, jaçanã-galo e peituda, entretanto seu nome científico é
Gallinula galeata (Lichtenstei, 1818). Qual o significado do seu nome científico? O gênero
Gallinula é diminutivo de gallina que quer dizer "pequena galinha", enquanto o segundo nome(o termo específico)
galeata vem da palavra latina galea ou galeatus que quer dizer "elmo,capacete romano", ou seja, seu nome científico significa literalmente "pequena galinha com capacete". Ela pertence a família Rallidae, da qual também fazem parte,aves conhecidas popularmente como saracuras,pintos-d'água, frangos-d'água e carquejas.
O individuo adulto apresenta coloração geral cinza escuro, ao longe parecendo negro, com uma série de linhas brancas, largas, abaixo da asa fechada. Sob a cauda, área branca. Na cabeça, um grande escudo frontal vermelho une-se à pele nua e vermelha da base do bico, o qual é amarelo e só a ponta é visível. Pernas e pés amarelados. Junto do corpo, a perna é avermelhada. Sua vocalização é um agudo “kürrrk”, estridulante “ki-ki”. Caminha sobre a vegetação mais densa, caçando invertebrados, ocasionais pequenos vertebrados, embora sua alimentação principal seja de origem vegetal (SESC - Guia de Aves do Pantanal,2015).
Os ninho são construídos na vegetação do interior do brejo,
nas suas margens ou em grandes plataformas flutuantes, feitas de vegetação
aquática. O sistema reprodutivo varia de casais, 2 machos para uma fêmea ou o
inverso. Algumas vezes, coloca seus ovos nos ninhos de outras galinholas,
deixando para os pais adotivos os trabalho de criar os filhotes. É territorial
no período reprodutivo, aceitando outras galinholas próximas fora dessa época (SESC - Guia de Aves do Pantanal,2015).
É comum em lagos com vegetação aquática e margens
pantanosas. Normalmente é visto nadando próximo às margens, quando balança a
cabeça para frente e para trás. Esconde-se na vegetação pantanosa, se
assustado (Eletronorte, Brasil 500 Pássaros,2015). Nada muito bem, afastando-se do perigo dessa forma. Assustada, pode
tentar voar de uma forma desengonçada, correndo na superfície da água com ajuda
das asas. Apesar dessa performance pouco convincente, é uma voadora excelente,
dispersando-se à noite e aparecendo em açudes ou lagoas onde não existia(SESC - Guia de Aves do Pantanal,2015).
Presente em todo o Brasil e em quase todo o planeta, com
exceção da Austrália e Nova Zelândia. No continente americano reproduz-se
localmente desde o norte do Canadá até o norte do Chile e Argentina, e nas
ilhas do Caribe. Os bandos que habitam as regiões mais frias do norte do continente
americano migram para o sul durante o inverno daquela região (Eletronorte, Brasil 500 Pássaros,2015).
Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa ave em vários açudes e lagoas do interior do RN, sendo as últimas vezes nos municípios de Parnamirim e Monte Alegre, nesse geralmente tenho registrado aos casais, sendo assim, considerada uma ave relativamente comum em reservatórios de água no território potiguar. Entretanto, existe uma ameaça ainda constante a essa espécie e a outras aves, a caça, que ainda se faz presente fortemente enraizada na cultura interiorana não apenas do RN, mas de grande parte do interior Brasil, principalmente pelas populações mais idosas, que não tiveram ou não tem acesso a educação e cresceram caçando para se alimentar, e mesmo hoje, com acesso a programas sociais do governo, alguns tendo fartura na mesa, não se contentam em aposentar suas espingardas, tendo muitos usado a desculpa de que é uma questão cultural que deve ser mantida e há ainda aqueles que dizem que caçam por esporte. É muita ignorância! Espero que as novas gerações com muito mais acesso a informação, a educação ambiental, se sensibilize em defesa da vida, e que possamos viver cada dia mais de maneira sustentável.
Referências
SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira. 1997. 863p.