A abelha
Apis mellifera (Linnaeus, 1758) é um inseto hymenoptera pertencente a família Apidae. É a única espécie dessa família no Brasil, sendo exótica introduzida nesse país em 1839 pelo Padre Antonio Carneiro, em colônias vindas do Porto, em Portugal com o objetivo principal de proporcionar a produção do
mel para o consumo humano.
Com a introdução da abelha africana Apis mellifera scutellata no país em 1956 e a perca do controle de alguns enxames desta, houve o cruzamento dela com as subespécies européias: a italiana Apis mellifera ligustica,a alemã Apis mellifera mellifera e e a austríaca Apis mellifera carnica que foram introduzidas no Brasil no século XIX. A partir desses cruzamentos iniciais surgiram as populações polí-hibridas conhecidas como africanizadas, devido ao predomínio de características da subespécie africana(Kerr, 1967).
Alimentam-se de água, néctar e
pólen das flores de diversas espécies de plantas(alimento coletado pelas operárias), sendo considerada por isso generalista em relação a sua dieta e útil como polinizadora de diversas espécies cultivadas, tais como melão, maçã, café, etc. Mas também forrageiam em busca de nutrientes em outras fontes alimentares, como: caldo da cana-de-açúcar, sumo de caju, xarope de açúcar, goma de mandioca, vagem de algaroba, farelo de soja, entre outros.
É uma espécie eussocial ou seja apresentam por exemplo, a cooperação na construção do ninho, divisão do trabalho e 3 castas de indivíduos: rainha(fêmea reprodutiva, função exclusiva de colocar ovos), operárias(fêmeas que não se reproduzem) e zangões(macho que tem apenas a função principal de fecundar a fêmea). Todas essas castas passam por 4 fases (ovo/ larva/ pupa/ adulto) para atingir a forma adulta. As operárias atingem aproximadamente 1cm de comprimento, enquanto que as rainhas(uma por comunidade) e os zangões são um pouco maiores. São consideradas insetos peçonhentos, pois as fêmeas possuem o ferrão, órgão de defesa encontrado no final do abdome que tem associado uma pequena bolsa com veneno sendo acionado através de músculos quando necessário, sendo consideradas muito agressivas quando molestadas.
"Elas constroem seus ninhos preferencialmente em cavidades grandes, como ocos de árvores, cupinzeiros abandonados e cavidades em estruturas construídas pelo homem, como postes e telhados. Podem, também, fazer ninhos expostos sob galhos de árvores ou em saliências externas em troncos, paredões de pedra, etc. Suas células são organizadas em favos verticais e são usadas tanto para postura de ovos, quanto para armazenamento de alimento (mel e pólen). Armazenam grandes quantidades de mel, que é utilizado comercialmente (PIRES,V. C et al.,2014)." Suas colmeias podem ter mais de 50.000 indivíduos.
Apresenta ampla distribuição geográfica devido a sua introdução em várias partes do mundo, ocorrendo em todos os estados brasileiros tanto em ecossistemas naturais como em ecossistemas urbanos ou antropizados, entretanto é menos frequente em ambientes bem preservados. Habita as florestas tropicais, savanas, deserto, regiões litorâneas e montanhosas.
Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado com muita frequência colmeias dessa abelha em ambientes antropizados e em áreas com vegetação secundária de transição entre Mata Atlântica e Caatinga no interior do estado, principalmente na mesorregião Agreste do estado. Ainda é comum em municípios interioranos a cultura da retirada do mel de maneira artesanal fazendo uso da fumaça para "forçar o abandono do ninho por parte das abelhas" facilitando a extração do mel dos favos produzidos pelas abelhas. Entretanto, o risco dessas pessoas que realizam essa atividade rudimentar é grande, pois as abelhas se defendem tentando ferroar aqueles que estão gerando aquela fumaça, e se estiver alguém alérgico envolvido poderá sofre graves consequências se não procurar atendimento médico. Entretanto é importante lembrar que a atividade de remoção de enxames de abelhas deve ser feita por pessoas especializadas, que realizam a retirada delas de áreas de risco para as populações do entorno, e geralmente fazem o translocamento para áreas propícias onde as abelhas possam viver naturalmente.
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BIBLIOGRAFIA
Juliana Mistroni RAMOS e Naiara Cristina de CARVALHO. ESTUDO MORFOLÓGICO E BIOLÓGICO DAS FASES DE DESENVOLVIMENTO DE Apis mellifera. Disponível em:
http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/h4KxXMNL19aDCab_2013-4-26-15-37-3.pdf Acesso em 28 de agosto de 2015.
Luiz Carlos MINUSSI, Isabel ALVES-DOS-SANTOS. ABELHAS NATIVAS VERSUS Apis mellifera LINNAEUS, ESPÉCIE EXÓTICA (Hymenoptera: Apidae) Disponível em:
http://www.seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/article/viewFile/6806/4498 Acesso em 28 de agosto de 2015.
Nogueira-Neto, Paulo. Vida e Criação de Abelhas indígenas sem ferrão. São Paulo: Editora Nogueirapis, 1997.
Viviane C. Pires [et al.]. Abelhas em áreas de cultivo de algodoeiro no Brasil. Brasília, DF : Embrapa, 2014.