Nossa página

domingo, 30 de abril de 2017

Sebinho-de-olho-de-ouro Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)

   Ave conhecida popularmente como Sebinho-de-olho-de-ouro ou Maria-olho-de-ouro, entretanto seu nome científico é único, Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837). Pertence a família Rhynchocyclidae, da qual também faz parte por exemplo o Ferreirinho-relógio(Todirostrum cinereum).
  Indivíduo adulto atinge cerca de 10cm de comprimento e aproximadamente 7 gramas de peso. De maneira geral a coloração da plumagem dorsal é verde-acinzentada e a parte inferior é branca rajada com tons cinza, enquanto na cabeça varia para marrom acinzentado, há evidente anel periocular verde-amarelado e as asas são marrom esbranquiçadas com bordas amarelas, sendo as remiges barradas. A coloração do olho varia de amarelo a laranja, mas nos jovens são escuros. 
   Sua alimentação consiste principalmente de insetos, mas incluí também outros pequenos animais em sua dieta. Geralmente é observado sozinho ou aos pares na vegetação arbustiva da mata ciliar e bordas de matas das Caatingas e Cerrados. Espécie nativa que ocorre na maior parte da América do Sul, estando presente em quase todo o Brasil, especialmente em ambientes dos biomas Caatinga, Cerrado e Pantanal.
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, observei essa espécie nas mesorregiões Leste Potiguar,Agreste Potiguar,Central Potiguar e Oeste Potiguar ou seja em todo território norte-rio-grandense.

Referências

BirdLife International. 2016. Hemitriccus margaritaceiventer. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T22698933A93708968. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22698933A93708968.en. Downloaded on 30 April 2017.

FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

Sigrist,Tomas. Guia de Campo Avis Brasilis: Avifauna Brasileira. São Paulo: Avis Brasilis,2014.

domingo, 23 de abril de 2017

Trapiá Crateva tapia L.

   Planta conhecida popularmente como Trapiá, Tapiá, Cabaceira, Catauré, Capança ou Fruto de macaco, entretanto seu nome científico é único, Crateva tapia L.
   Espécie de porte arbustivo a arbóreo podendo atingir de 4 a 12 metros de altura, de copa fechada e arredondada que mantém as folhas(trifoliadas) maior parte do ano, sendo por isso muito indicada para arborização urbana, pois fornece uma sombra maravilhosa, além de ser nativa e útil na recomposição de ambiente degradado.
   A sua madeira clara é usada em obras internas na construção, forros, caixotaria, cabos, coronhas, tamancos e confecção de canoas (LORENZI, 2002). A casca dela tem cheiro semelhante ao de alho, sendo usada como febrífugo, antidisentérico, estomáquico e tônico segundo a medicina popular  (CRUZ, 1982). Além disso, ainda de acordo a medicina do povo, o chá da entrecasca e folhas é usado contra asma, a seiva como analgésico dental, as folhas para combater inflamação e irritação na garganta e seu suco contra hemorróidas(CASTRO,2010).
   O fruto pendente é arredondado e liso, de polpa branca envolvendo as sementes, variando da cor verde para amarelo quando está maduro. Serve de alimento para a fauna nativa e geralmente é usado pela espécie humana para fazer suco e bebida vinosa, além de ser indicado segundo a medicina popular para combater infecções do trato respiratório e usado como isca por pescadores (CRUZ, 1982). Resultados de pesquisas com extratos de suas folhas mostraram grande atividade antioxidante, sugerindo que ela poderá ser usada como provável fonte de compostos antioxidantes pela indústria.
    Suas flores de pétalas brancas e grandes estames avermelhados, formam uma inflorescência composta que atraem muitos animais, como abelhas, borboletas, mariposas e morcegos que vem se alimentar de néctar, produzido em boa quantidade. Algumas espécies de abelhas nativas como as dos gêneros Plebeia (jati ou mosquito) e Trigona(arapuá) procuram essas flores para coletar não apenas o néctar, mas também o pólen, sendo essa planta importante para conservação dessas abelhas nativas.
  Trapiá(Crateva tapia) ocorre nos biomas da Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e Amazônia, sendo encontrada nas seguintes regiões e respectivos estados brasileiros: Norte (PA, AM, AC),Nordeste (RN, PE, PB, MA, CE, BA, AL, SE), Centro-Oeste (MT, MS) e Sudeste (ES, SP, RJ).


Referências

Camila Maia-Silva...[et al.]. Guia de plantas: visitadas por abelhas na Caatinga. 1. ed. Fortaleza, CE : Editora Fundação Brasil Cidadão, 2012.

CASTRO, Antonio Sérgio e Arnóbio Cavalcante. Flores da caatinga. Campina Grande: Instituto Nacional do Semiárido, 2010.

CRUZ, G.L. Dicionário de plantas úteis do Brasil. 2.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1982. 600p.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 2002. 368p.

Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 1. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

Raissa de Sá Azevedo, Karwhory Wallas Lins da Silva , Kelly Barbisa da Silva, Aldenir Feitosa dos Santos & João Gomes da Costa. Resumo: POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE Crataeva tapia L. Disponível em: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1033026/1/joaogomes.pdf Acesso em 23 de abril de 2017.

Renato Braga. Plantas do nordeste,especialmente do Ceará. Fortaleza:coleção mossoroense-volume XLII,1996. 

sábado, 8 de abril de 2017

Angelim-do-campo Andira humilis Mart. ex Benth.

   Planta conhecida popularmente como Angelim-do-campo, Angelim-rasteiro ou Mata-barata, entretanto seu nome científico é único,  Andira humilis Mart. ex Benth.
   Espécie nativa e endêmica(só ocorre aqui) do Brasil, de porte subarbustivo a arbustivo, geralmente atingindo cerca de 1m de alura. Ocorre nos biomas de Cerrado,Caatinga,Amazônia e Mata Atlântica(restinga), nas seguintes regiões e respectivos estados: Norte(PA, RO), Nordeste(MA,RN,PE,BA), Centro-Oeste(MT, DF, MS), Sudeste(MG,SP) e Sul(PR).
   Aqui no Rio Grande do Norte, ela "é encontrada ao longo das Florestas Estacionais Semideciduais de Terras Baixas com solos arenoso-avermelhados, campos abertos, fácies de cerrado e restinga subarbustiva". Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie ao longo da costa na restinga.

Referências
Fernando Periotto& Sonia Cristina Juliano Gualtieri de Andrade Perez e Maria Inês Salgueiro Lima. Efeito alelopático de Andira humilis Mart. ex Benth na germinação e no crescimento de Lactuca sativa L. e Raphanus sativus L. Acta Bot. Bras. vol.18 no.3 São Paulo July/Sept. 2004
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-33062004000300003

Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 2. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

Wallace Messias Barbosa São-Mateus, Domingos Cardoso, Jomar Gomes Jardim & Luciano Paganucci de Queiroz. Papilionoideae (Leguminosae) na Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, Brasil. Biota Neotrop. vol.13 no.4 Campinas Oct./Dec. 2013 Epub Dec 2013
http://dx.doi.org/10.1590/S1676-06032013000400028