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domingo, 31 de março de 2019

Helicônia Heliconia psittacorum L.f. uma planta ornamental

Helicônia(Heliconia psittacorum) observada na Mata do Pilão,Espírito Santo,RN,Brasil.
   Planta conhecida popularmente como Helicônia, Helicônia-papagaio, Caetezinho, Planta-papagaio e Tracoá, entretanto seu nome científico é único, Heliconia psittacorum L.f..
  "Espécie de hábito musoide, delgada com 0,5 a 2,0 metros de altura. Apresenta inflorescência ereta, de 7,0 a 18,0 cm de comprimento, com raque reta e glabra. As brácteas, em número de 2 a 7 por inflorescência, uniformemente curvadas e com leve camada de cerosidade, distribuem-se em um mesmo plano. Estão inseridas em um ângulo de 10 a 65° em relação ao eixo da inflorescência, têm coloração rósea ou alaranjada e avermelhada na face externa, às vezes esverdeadas e avermelhadas ou púrpura na face interna em direção ao ápice. As flores são retas ou levemente curvadas, de 5 a 8 por bráctea, de coloração amarelada, alaranjada ou avermelhada, excepcionalmente branca, com manchas verde escura em forma de olho no ápice"(ANDERSSON,1981).
Helicônia(Heliconia psittacorum) observada em fragmento de Mata Atlântica,Baía Formosa,RN,Brasil.
   A Helicônia (Heliconia psittacorum) apresenta mais de cem variedades no Brasil, a maioria cultivada a pleno sol e em área sombreada de até 50%, sendo cultivada como planta ornamental de uso doméstico ou com fins comerciais como flor de corte. Essa espécie se cultivada em condições ideais pode começar a produzir a partir de um ano e com cerca de um ano e meio essa produção pode ser comercialmente viável. Ela floresce durante o ano inteiro, porém entre dezembro e maio geralmente a floração é mais acentuada. Tanto essa quanto seu crescimento são influenciados pela adubação e muito pela exposição a alta luminosidade.
    A Helicônia (H. psittacorum) é nativa e ocorre naturalmente em altitudes do nível do mar a 800 metros em locais úmidos e secos, em florestas, bordas de mata e restingas sendo encontrada nos biomas da Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Ela apresenta ampla distribuição geográfica no Brasil, ocorrendo atualmente nas seguintes regiões e respectivos estados: Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais).

Referências
ANDERSSON, L. Revision of Heliconia sect. Heliconia (Musaceae). Nordic Journal of Botany, v. 1 (6), p. 759-786. 1981.

Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 2. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

Sabrina Aparecida Pinto. Heliconia psittacorum L. Propagação e adubação na fase inicial do cultivo. Dissertação. Universidade Federal de Viçosa,Minas Gerais,Brasil, 2007.

domingo, 24 de março de 2019

Mergulhão-pequeno Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766)

   Ave conhecida popularmente como Mergulhão-pequeno ou Mergulhão-pompom, entretanto seu nome científico é Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766). Pertence a família Podicipedidae.
  Um individuo adulto atinge tamanho de até 25 cm e peso variando de 150 a 190 gramas, sendo portanto o menor "Mergulhão" das Américas. A coloração geral de sua plumagem é parda-acinzentada, ficando a garganta mais escura durante o período reprodutivo e uma característica marcante são seus olhos amarelos.
   Como é uma espécie associada a água, alimenta-se principalmente de peixes, alevinos, girinos e invertebrados aquáticos. Essa espécie constrói seu ninho usando capim e este flutua livremente. Seus ovos(até 3) esbranquiçados postos ali são incubados durante cerca de 21 dias e em seguida os filhotes nascem e saem do ninho ficando um período sob a proteção das asas dos pais. Vive sozinha, aos pares ou em família nas áreas alagadas(águas interiores) como por exemplos, açudes, lagos e até poços artificiais como estações de tratamento de esgoto.
  Nativa das Américas com sua distribuição geográfica desde o sul dos Estados Unidos ao norte da Argentina e Uruguai, ocorrendo em todas as regiões do Brasil. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie em todas as mesorregiões do território potiguar( Leste Potiguar, Agreste Potiguar, Central Potiguar e Oeste Potiguar.

Referências
BirdLife International 2016. Tachybaptus dominicus . A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN de 2016: e.T22696571A93571402. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22696571A93571402.en . Transferido a 18 de março de 2019 .

FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, L. M. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. 2013. 513f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

domingo, 17 de março de 2019

Maranta Goeppertia villosa (Lindl.) Borchs. & S.Suárez

Maranta(Goeppertia villosa) observada em fragmento de Mata Atlântica no município de Baía Formosa,RN,Brasil.
  Planta da família Marantaceae, ela é conhecida como Maranta sendo seu nome científico válido atualmente: Goeppertia villosa (Lindl.) Borchs. & S.Suárez. 
  Espécie nativa de porte herbáceo com altura variando de 0,7 a 1,5m, tendo sua ocorrência confirmada na América tropical e com distribuição geográfica no Brasil nas seguintes regiões: Norte(Acre, Roraima, Tocantins), Nordeste(Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e Centro-Oeste(Goiás, Mato Grosso), desenvolvendo-se no ambiente terrestre dos biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica*(local onde observamos o espécime da foto).

Referência
Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 1. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

domingo, 10 de março de 2019

Boipeva Xenodon merremii (Wagler in Spix, 1824) uma serpente confundida com as jararacas

   Serpente conhecida popularmente como Boipeva, Goipeba, Cobra boca de caçapa, Cobra-chata, Jararaca malha de cascavel, Jaracuçu,Jaracuçu-de-tapiti,Malha-de-sapo e Jararaca, entretanto seu nome científico é único, Xenodon merremii (Wagler in Spix, 1824). Pertence a família Dipsadidae, da qual também fazem parte por exemplo, a cobra Falsa-coral e  a corre-campo.
  A Boipeva(Xenodon merremii) é uma espécie relativamente pequena atingindo em média 80cm de comprimento total, podendo atingir 1,35 m; é uma espécie polimórfica, ou seja, apresenta diversos padrões de coloração, inclusive críptica provavelmente mimética à viperídeos principalmente às vezes com as verdadeiras jararacas(Bothrops); sua dentição é áglifa, sendo portanto uma espécie não peçonhenta.
  Serpente de hábito terrícola, diurna e crepuscular, ovípara, põe de 6 a 40 ovos; forrageadora ativa capturando suas presas por meio de "agarramento seguido de engolimento", sendo elas quase que exclusivamente composta de anfíbios principalmente do gênero Rhinella (=Bufo), mas incluem outras espécies de anuros e há relato de peixe também em sua dieta. Apresenta dois dentes maiores na parte posterior da maxila que são importantes na ingestão dos anuros(sapos, rãs e pererecas) seu principal alimento, pois esses dentes perfuram rapidamente o pulmão do sapo(seu alimento principal), proporcionando uma rápida ingestão. 
   É muito temida por leigos especialmente nas regiões rurais, onde de maneira geral as pessoas acreditam que ela é peçonhenta, o que deve-se originar do fato que as vezes parece muito com as verdadeiras jararacas e também por apresenta comportamento que assustam as pessoas que as encontram, como por exemplo elas podem na presença de intrusos dar "botes", apresentar achatamento dorso-ventral além da mudança rápida e repetida da postura do corpo.
  Apresenta ampla distribuição na América do Sul, ocorrendo principalmente em áreas abertas. No Brasil, ocorre em todos os biomas, sendo considerada a espécie mais abundante na Caatinga, podendo ser encontrada desde o nível do mar até 1200m de altitude em diferentes fitofisionomias desse bioma. Durante as minhas excursões pelo estado do  Rio Grande do Norte, observei essa espécie tanto na Caatinga como também na Mata Atlântica em área de restinga arbustiva, onde estava predando um sapo do gênero Rhinella(foto).

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Referências
BRITO,Jayene Aysla Mendonça. Influência da morfologia na utilização de recursos em uma taxocenose de serpentes em área de caatinga arbórea no nordeste do brasil.
Areia/ pb,2017. Trabalho de Conclusão de Curso.

RÊGO, Bruno de Paiva. Diversidade, composição e aspectos da ecologia de taxocenose de serpentes em área serrana de caatinga no nordeste do brasil. NATAL/RN 2016, UFRN. Trabalho de Conclusão de Curso.

FREITAS, M. A. de. 2003. Serpentes Brasileiras. Lauro de Freitas: Marco Antônio de Freitas. 160 p.

GUEDES, Thaís Barreto. Serpentes da Caatinga: diversidade, história natural, biogeografia e conservação / Thaís Barreto Guedes. - São José do Rio Preto : [s.n.], 2012. Tese.

PORTILLO ,José Thales da Motta. Composição, etnoecologia e etnotaxonomia de serpentes no Vale do Paraíba, Estado de São Paulo. Ouro Preto,2012. Dissertação.