Serpente conhecida popularmente como Boipeva, Goipeba, Cobra boca de caçapa, Cobra-chata, Jararaca malha de cascavel, Jaracuçu,Jaracuçu-de-tapiti,Malha-de-sapo e Jararaca, entretanto seu nome científico é único, Xenodon merremii (Wagler in Spix, 1824). Pertence a família Dipsadidae, da qual também fazem parte por exemplo, a cobra Falsa-coral e a corre-campo.
A Boipeva(Xenodon merremii) é uma espécie relativamente pequena atingindo em média 80cm de comprimento total, podendo atingir 1,35 m; é uma espécie polimórfica, ou seja, apresenta diversos padrões de coloração, inclusive críptica provavelmente mimética à viperídeos principalmente às vezes com as verdadeiras jararacas(Bothrops); sua dentição é áglifa, sendo portanto uma espécie não peçonhenta.
Serpente de hábito terrícola, diurna e crepuscular, ovípara, põe de 6 a 40 ovos; forrageadora ativa capturando suas presas por meio de "agarramento seguido de engolimento", sendo elas quase que exclusivamente composta de anfíbios principalmente do gênero Rhinella (=Bufo), mas incluem outras espécies de anuros e há relato de peixe também em sua dieta. Apresenta dois dentes maiores na parte posterior da maxila que são importantes na ingestão dos anuros(sapos, rãs e pererecas) seu principal alimento, pois esses dentes perfuram rapidamente o pulmão do sapo(seu alimento principal), proporcionando uma rápida ingestão.
É muito temida por leigos especialmente nas regiões rurais, onde de maneira geral as pessoas acreditam que ela é peçonhenta, o que deve-se originar do fato que as vezes parece muito com as verdadeiras jararacas e também por apresenta comportamento que assustam as pessoas que as encontram, como por exemplo elas podem na presença de intrusos dar "botes", apresentar achatamento dorso-ventral além da mudança rápida e repetida da postura do corpo.
Apresenta ampla distribuição na América do Sul, ocorrendo principalmente em áreas abertas. No Brasil, ocorre em todos os biomas, sendo considerada a espécie mais abundante na Caatinga, podendo ser encontrada desde o nível do mar até 1200m de altitude em diferentes fitofisionomias desse bioma. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, observei essa espécie tanto na Caatinga como também na Mata Atlântica em área de restinga arbustiva, onde estava predando um sapo do gênero Rhinella(foto).
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Referências
BRITO,Jayene Aysla Mendonça. Influência da morfologia na utilização de recursos em uma taxocenose de serpentes em área de caatinga arbórea no nordeste do brasil.
Areia/ pb,2017. Trabalho de Conclusão de Curso.
RÊGO, Bruno de Paiva. Diversidade, composição e aspectos da ecologia de taxocenose de serpentes em área serrana de caatinga no nordeste do brasil. NATAL/RN 2016, UFRN. Trabalho de Conclusão de Curso.
FREITAS, M. A. de. 2003. Serpentes Brasileiras. Lauro de Freitas: Marco Antônio de Freitas. 160 p.
GUEDES, Thaís Barreto. Serpentes da Caatinga: diversidade, história natural, biogeografia e conservação / Thaís Barreto Guedes. - São José do Rio Preto : [s.n.], 2012. Tese.
PORTILLO ,José Thales da Motta. Composição, etnoecologia e etnotaxonomia de serpentes no Vale do Paraíba, Estado de São Paulo. Ouro Preto,2012. Dissertação.
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