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domingo, 29 de setembro de 2019

Alamanda-roxa Allamanda blanchetii A.DC.

   Planta conhecida popularmente como Alamanda-roxa, Alamanda-rosa ou Sete-patacas-roxa, entretanto seu nome científico é único, Allamanda blanchetii A.DC.. Pertence a família Apocynaceae, da qual também fazem parte por exemplo, a Mangabeira(Hancornia speciosa), o Pereiro( Aspidospermapyrifolium) e a Mandevila(Mandevilla moricandiana).
   Essa espécie apresenta porte arbustivo podendo atingir 2m de altura, tem folhas verticiladas,variando de 3 a 5 folhas por nó, suas flores são de cor rosa a arroxeada, elas  apresentam néctar em um tubo delgado proporcionando o acesso ao mesmo apenas de animais com língua longa, como por exemplo, abelhas da tribo Euglossini que são as principais polinizadoras da A. blanchetii. Espécimes com flores foram encontradas geralmente na estação chuvosa. Pode ser considerada uma espécie ornamental devido a beleza das suas flores, sendo indicada em projetos de jardinagem, além de ser importante para a conservação das espécies de abelhas nativas da tribo Euglossini.
  Alamanda-roxa(A. blanchetii) é nativa e endêmica(ocorre exclusivamente) do Brasil, sendo encontrada principalmente nos biomas Caatinga e Cerrado, estando distribuída pelas seguintes regiões e respectivos estados do país: Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Goiás) e Sudeste(Minas Gerais).
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie nas mesorregiões Central Potiguar e Agreste Potiguar, sendo os últimos registros nos municípios de Acari,Equador e Monte Alegre.

Referências
Allamanda in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB15539>. Acesso em: 22 Set. 2019.

Camila Maia-Silva...[et al.]. Guia de plantas: visitadas por abelhas na Caatinga. 1. ed. Fortaleza, CE : Editora Fundação Brasil Cidadão, 2012.

Souza Júnior, Jaerton Carvalho de. Apocynaceae Juss. na Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, Brasil. 2016. Dissertação (Mestrado em Sistemática e Evolução) – UFRN. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/22150/1/JaertonCarvalhoDeSousaJunior_DISSERT.pdf Acesso em: 22 Set. 2019.

domingo, 15 de setembro de 2019

Cobra-rainha Taeniophallus occipitalis (Jan, 1863 )

   Serpente conhecida popularmente como Cobra-rainha, Cobra-capim, Corredeira-pintada e Corre-campo, entretanto seu nome científico é único, Taeniophallus occipitalis (Jan, 1863). Ela pertence a família Dipsadidae, da qual também fazem parte por exemplo, a Falsa Coral(Oxyrhopus trigeminus), a Cobra verde(Philodryas olfersii) e a Cobra-preta(Boiruna sertaneja).
   T. occipitalis apresenta coloração geral pardo-clara, geralmente tem manchas escuras(dorso próximo a cabeça) e uma linha lateral desde o focinho até a cauda. Quando adulta atinge em média 55cm de comprimento total e possui dentição do tipo áglifa, sendo não peçonhenta, inofensiva ao ser humano.
   T. occipitalis é uma espécie ovípara, terrestre e diurna encontrada geralmente na serapilheira de floresta primária ou secundária, onde busca por exemplo se alimentar principalmente de anuros(sapos e afins) e lagartos.
  Sua distribuição geográfica estende-se pela Colômbia, Peru e Argentina a leste dos Andes, Guiana Francesa e Brasil. Em território brasileiro ela ocorre na região Nordeste principalmente no bioma Mata Atlântica desde a Bahia até o Ceará, também no sudeste do Piauí, na Amazônia e áreas abertas ao sul do país.

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Referências
BÉRNILS, R. S.; COSTA. H. C. (ORG.). Répteis do Brasil e suas Unidades Federativas: Lista de espécies. Herpetologia Brasileira - Volume 8 - Número 1 - Fevereiro de 2018. Disponível em : http://sbherpetologia.org.br/wp-content/uploads/2018/04/hb-2018-01-p.pdf acesso em 31 ago. 2019.
Diva Maria Borges-Nojosa Cristina Arzabe. Diversidade de anfíbios e répteis em áreas prioritárias para a conservação da Caatinga. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/12_Biodiv_12_caps6e7_000gda8vxm602wx5ok0rofsmqek1btke.pdf
LAGOS, Adriano Rodrigues. Guia dos anfíbios e répteis: da área de influência da Usina Hidrelétrica de Batalha. – Rio de Janeiro: FURNAS, 2017.
Maschio,Gleomar Fabiano. História natural e ecologia das serpentes da floresta nacional de Caxiuanã e áreas adjacentes, Pará, Brasil. Tese. Belém, Pará,2008.
Santos-Jr,Alfredo P. Revisão taxonômica do grupo de Taeniophallus occipitalis e o relacionamento filogenético da tribo Echinantherini (serpentes, dipsadidae, xenodontinae). Tese de doutorado Porto Alegre – RS – Brasil, 2009.

domingo, 1 de setembro de 2019

Louro-preto Cordia glabrata (Mart.) A.DC.

   Planta conhecida popularmente como Louro-preto, Frei-Jorge,Freijó e Claraíba, entretanto seu nome científico é único, Cordia glabrata (Mart.) A.DC.. Pertence a família Boraginaceae.
    Louro-preto(C. glabrata) é uma espécie de porte arbustivo a arbóreo, atingindo altura de 4 a 10m, caule e ramos externamente acinzentados com casca sulcada, suas folhas são elípticas, ovais a orbiculares com tricomas simples, enquanto a inflorescência(com flores alvas que posteriormente ficam amarronzadas) é do tipo panícula terminal e o fruto é uma drupa com uma semente globosa. Pode florescer de junho a setembro, sendo suas flores visitadas por várias espécies de animais em busca néctar ou pólen, como por exemplo, abelhas, vespas, mariposas e também beija-flores. As suas sementes são dispersas pelo vento.
   Sua madeira é considerada moderadamente pesada e bem decorativa, sendo usada para diversos fins, como confecção de tábuas, janelas, portas, móveis, cabos de ferramenta entre outros. Além disso, devido beleza das suas flores é indicada para arborização.
  No Brasil ela é encontrada nos biomas Caatinga e Cerrado, apresentando distribuição nas seguintes regiões e respectivos estados: Norte (Pará, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo). Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie apenas na mesorregião Central Potiguar, sendo os últimos registros na Serra das Queimadas em Equador e também nos municípios de Cerro Corá e Parelhas.

Agradecimento ao amigo Leonardo Jales Leitão que ajudou na identificação em nível de espécie.


Referências

LORENZI, H. 2008. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 5a ed. Nova Odessa (SP): Instituto Plantarum de Estudos da Flora, v.1. 

MOULIN, J.C.; Rodrigues,B. P.; Oliveira, J. T. da S.; Rosa, R. A. & Oliveira,José G. L. de, 2016. Propriedades tecnológicas do lenho de louro-preto. Pesquisa Florestal Brasileira, v.36, n.88, p.415-421.

VIEIRA, D.D; Conceição,A. S.; Melo, José I. M.; Stapf,María N. S. de. A família Boraginaceae sensu lato na APA Serra Branca/Raso da Catarina, Bahia, Brasil. Rodriguésia vol.64 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2013.