terça-feira, 7 de abril de 2015

Galinha-d' água Gallinula galeata (Lichtenstei, 1818); Fauna do RN

    Ave conhecida popularmente como Galinha-d' água,frango-d'água-comum,galinhola, jaçanã-galo e peituda, entretanto seu nome científico é Gallinula galeata (Lichtenstei, 1818). Qual o significado do seu nome científico? O gênero Gallinula é diminutivo de gallina que quer dizer "pequena galinha", enquanto o segundo nome(o termo específico) galeata vem da palavra latina galea ou galeatus que quer dizer "elmo,capacete romano", ou seja, seu nome científico significa literalmente "pequena galinha com capacete". Ela pertence a família Rallidae, da qual também fazem parte,aves conhecidas popularmente como saracuras,pintos-d'água, frangos-d'água e carquejas.
   O individuo adulto apresenta coloração geral cinza escuro, ao longe parecendo negro, com uma série de linhas brancas, largas, abaixo da asa fechada. Sob a cauda, área branca. Na cabeça, um grande escudo frontal vermelho une-se à pele nua e vermelha da base do bico, o qual é amarelo e só a ponta é visível. Pernas e pés amarelados. Junto do corpo, a perna é avermelhada.  Sua vocalização é um agudo “kürrrk”, estridulante “ki-ki”. Caminha sobre a vegetação mais densa, caçando invertebrados, ocasionais pequenos vertebrados, embora sua alimentação principal seja de origem vegetal (SESC - Guia de Aves do Pantanal,2015).
   Os ninho são construídos na vegetação do interior do brejo, nas suas margens ou em grandes plataformas flutuantes, feitas de vegetação aquática. O sistema reprodutivo varia de casais, 2 machos para uma fêmea ou o inverso. Algumas vezes, coloca seus ovos nos ninhos de outras galinholas, deixando para os pais adotivos os trabalho de criar os filhotes. É territorial no período reprodutivo, aceitando outras galinholas próximas fora dessa época (SESC - Guia de Aves do Pantanal,2015).
   É comum em lagos com vegetação aquática e margens pantanosas. Normalmente é visto nadando próximo às margens, quando balança a cabeça para frente e para trás. Esconde-se na vegetação pantanosa, se assustado (Eletronorte, Brasil 500 Pássaros,2015). Nada muito bem, afastando-se do perigo dessa forma. Assustada, pode tentar voar de uma forma desengonçada, correndo na superfície da água com ajuda das asas. Apesar dessa performance pouco convincente, é uma voadora excelente, dispersando-se à noite e aparecendo em açudes ou lagoas onde não existia(SESC - Guia de Aves do Pantanal,2015).
   Presente em todo o Brasil e em quase todo o planeta, com exceção da Austrália e Nova Zelândia. No continente americano reproduz-se localmente desde o norte do Canadá até o norte do Chile e Argentina, e nas ilhas do Caribe. Os bandos que habitam as regiões mais frias do norte do continente americano migram para o sul durante o inverno daquela região (Eletronorte, Brasil 500 Pássaros,2015).
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa ave em vários açudes e lagoas do interior do RN, sendo as últimas vezes nos municípios de Parnamirim e Monte Alegre, nesse geralmente tenho registrado aos casais, sendo assim, considerada uma ave relativamente comum em reservatórios de água no território potiguar. Entretanto, existe uma ameaça ainda constante a essa espécie e a outras aves, a caça, que ainda se faz presente fortemente enraizada na cultura interiorana não apenas do RN, mas de grande parte do interior Brasil, principalmente pelas populações mais idosas, que não tiveram ou não tem acesso a educação e cresceram caçando para se alimentar, e mesmo hoje, com acesso a programas sociais do governo, alguns tendo fartura na mesa, não se contentam em aposentar suas espingardas, tendo muitos usado a desculpa de que é uma questão cultural que deve ser mantida e há ainda aqueles que dizem que caçam por esporte. É muita ignorância! Espero que as novas gerações com muito mais acesso a informação, a educação ambiental, se sensibilize em defesa da vida, e que possamos viver cada dia mais de maneira sustentável.

Referências

Eletronorte. Brasil 500 Pássaros - disponível em:> http://webserver.eln.gov.br/Pass500/BIRDS/1eye.htm <: 02="" 2015.="" abr.="" cesso="" em="" nbsp="" p="">

SESC - Guia de Aves do Pantanal – disponível:> em http://www.avespantanal.com.br/paginas/65.htm <: 02="" 2015.="" abr.="" cesso="" de="" em="" nbsp="" p="">

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Borboleta Zebra Colobura dirce (Linnaeus, 1758); Fauna do RN

   Borboleta conhecida popularmente como Zebra, devido ao desenho da face inferior das asas, entretanto seu nome científico é Colobura dirce (Linnaeus, 1758). Essa espécie atinge de 5 a 7,5 cm de envergadura,ela assemelha-se a Colobura annulata Willmott Constantino & Hall, 2001, entretanto adultos de C. dirce  diferencia-se principalmente devido a presença da terceira linha submarginal no lado inferior da asa anterior, sempre que se afunila em direção ao canto superior da asa dela, enquanto que isso não ocorre em C. annulata. 
   A fêmea põe pequenos ovos em grupos de 2 a 10 ovos na face ventral de folhas de algumas espécies vegetais do gênero Cecropia, de onde com o tempo sairão as larvas(lagartas negras com espinhos brancos e amarelos) que formam grupos de 5 a 20 indivíduos e se alimentam daquelas folhas, cortando as nervuras delas de baixo para cima, formando um abrigo. A crisálida é alongada e cilíndrica, semelhante a um galho seco e o empupamento ocorre na planta hospedeira.
   Vive em florestas, sendo encontrada até 1.400 metros de altitude, mais geralmente é observada em altitudes inferiores a 800 metros, em florestas decíduas,perenes e em pomares. É vista pousada com frequência de cabeça para baixo sobre troncos de arbustos ou árvores, enquanto absorve a umidade de musgos. É vista com frequência em pequenos grupos de dois a três indivíduos, mas pode ser encontrada sozinha, alimenta-se de substâncias exsudadas do troncos de árvores, de frutos maduros e de excrementos.
   Apresenta distribuição neotropical, ocorrendo no Brasil, Bolívia, Argentina, Equador, Venezuela, Colômbia, Paraguai,Guianas, Trinidad e México.
O registro fotográfico presente nesse post foi feito no interior de uma mata secundária, no município de Parnamirim, no Rio Grande do Norte.

Classificação Científica:
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Subfilo: Hexapoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Superfamília: Papilionoidea
Família: Nymphalidae
Subfamília: Nymphalinae
Tribo: Nymphalini
Gênero: Colobura
Espécie: Colobura dirce (Linnaeus, 1758)

Referências:

Colobura Dirce  mosaico da zebra. Disponível em: >http://bugguide.net/node/view/913014 <: 27="" acesso="" class="MsoNormal" em:="" p="">

Colobura Dirce. Disponível em:> http://pt.wikipedia.org/wiki/Colobura_dirce<: 07="" 2015.="" acesso="" de="" em:="" mar.="" p="">

Willmott, K. R., L. M. Constantino, and J. P. W. Hall. 2001. A review of Colobura (Lepidoptera: Nymphalidae) with comments on larval and adult ecology and description of a sibling species. Annals of the Entomological Society of America 94:185-196.

domingo, 22 de março de 2015

Borboleta Aricoris campestris (H. Bates, 1868); Fauna do RN

Aricoris campestris (H. Bates, 1868) é uma espécie de borboleta da família  Riodinidae.
Registros fotográficos realizados em 20 de setembro de 2014, numa borda de mata em Natal, no Campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Ubaia azeda Eugenia sp.; Flora do RN

   Planta conhecida popularmente como Ubaia-azeda ou Uvaia-azeda, que pertence ao gênero Eugenia L. e a família Myrtaceae. Essa compreende cerca de 130 gêneros, com 5.671 espécies, com 927 espécies ocorrendo no Brasil(Sobral et al. 2012). O gênero Eugenia L., com cerca de 1000 espécies é o maior gênero dessa família que ocorre principalmente na América Central e do Sul, com relativamente poucos representantes na África, Ásia e Austrália (Merwe et ai., 2005). No Brasil ocorrem cerca de 350 espécies de plantas desse gênero(Landrum & Kawasaki, 1997),das quais até o momento foram registradas 7 espécies na Mata Atlântica do estado do Rio Grande do Norte .
   Tecnicamente as plantas do gênero Eugenia L. são descritas assim: Subarbustos ou árvores, glabros, puberulentos ou tomentosos, indumento simples. Fascículos, racemos simples ou “stenocalyx”, às vezes muito reduzidos aparentando flores isoladas, terminais ou axilares; prófilos e ferófilos decíduos ou persistentes na antese; flores tetrâmeras, pétalas brancas; cálice aberto no botão floral, com lobos iguais ou desiguais, ocultando ou não o globo petalífero; hipanto não prolongado acima do ovário; ovário bilocular com mais de 3 óvulos/lóculo. Fruto bacáceo, globoso a subgloboso com cálice persistente; sementes 1‒3, testa membranácea, cartácea, coriácea ou fibrosa(Lourenço&Barbosa, p. 376). 
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado a presença de plantas do gênero Eugenia sp. principalmente no ecossistema de tabuleiro litorâneo, mas também já encontrei-as em matas de tabuleiro na "região agreste" do estado, no município de Monte Alegre. Seus frutos maduros de sabor bem azedo são apreciados por nativos das áreas de tabuleiros onde ainda são encontradas.

Referências

 Ana Raquel de Lima Lourenço & Maria Regina de Vasconcellos Barbosa. Myrtaceae em restingas no limite norte de distribuição da Mata Atlântica, Brasil. Rodriguésia 63(2): 373-393. 2012.

Sidinei Rodrigues dos santos e José Newton Cardoso Marchiori. ESTUDO ANATÔMICO DO LENHO DE EUGENIA SCHUECHIANA O. BERG (MYRTACEAE). BALDUINTA. n. 26, p. 27-32, 25-II-2011.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Tesourinha Labidura cf riparia ; Fauna do RN

 Inseto conhecido popularmente como Tesourinha,Tesourinha-listrada,Tesoura,Lacraia, Lacrainha,Rapelho, Bicha-cadela, Bicho-da-lenha ou rapelho, entretanto seu nome científico é Labidura riparia (Pallas, 1773). Pertence a Ordem Dermaptera e a família Labiduridae.
  Entre os insetos apresenta como característica notável os cercos em forma de pinça no ápice do abdômen, sendo geralmente estes ramos maiores nos machos, denteados e curvos, enquanto que as fêmeas possuem "pinças" menores com uma curva no final, que são utilizadas por ambos os sexos para ajudar na captura de presas(predação), na defesa, na seleção sexual, cortejo e acasalamento e ainda na acomodação das asas. O comprimento total do corpo varia de 16 mm a 30 mm, com 10 segmentos abdominais. 
  É considerada uma predadora generalista de hábito noturno, alimentando-se de uma variedade de insetos, principalmente de ovos de de lepidópteros, sendo reconhecida como uma espécie viável no controle de afídeos, e associada como importante predador da Broca da cana (Diatraea saccharalis) e Spodoptera littoralis , além de ser citada como predadora de outros insetos pragas. Na ausência de presas convencionais, registrou-se ela comendo ovos e ninfas de sua própria espécie. As fêmeas podem passar longos períodos de tempo sem se alimentar durante o período de preparação da postura dos ovos. É uma espécie subsocial com hábitos maternos complexos. A fêmea escava um ninho sob uma casca de uma árvore ou uma rocha e põe de 60 a 100 ovos e cuida destes por cerca de 10 dias até a eclosão dos mesmos. Em seguida a mãe sai em busca de alimentos para os filhotes, alimentando-os até que eles deixem o ninho, o que ocorre entre 2 e 5 dias após o nascimento.
  De hábito terrestre, prefere ambiente úmido e escuro onde se abriga durante o dia, sendo encontradas em florestas, áreas de terra cultivadas ou não, margens de lagoas ou lagos. Apresenta uma distribuição cosmopolita, ocorrendo principalmente em regiões tropicais e subtropicais.
  Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, observei essa espécie nos municípios de Nísia Floresta e em Parnamirim, onde foi feito esse registro fotográfico durante a noite em minha residência.

Referências

Bassal,Taha T. M.  , M. E. El-Naggar , N. M. Fahmy , M. A. A. Dorrah, M. H. Sallam , and M. S. Salama. CARNIVORY, RATE OF DIGESTION, AND PREY CONSUMPTION BY Labidura riparia (DERMAPTERA: LABIDURIDAE).  EFFLATOUNIA, 1: 13-19 (2001).

Buzzi, Z. J. Entomologia Didática. 6. ed. Ed. UFPR,2013.
 
Labidura riparia. Disponível em: > http://en.wikipedia.org/wiki/Labidura_riparia
< Acesso em: 03 de mar. de 2015.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Suiriri Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819); Fauna do RN


   Ave conhecida popularmente como Suiriri ou Siriri,nome de origem onomatopéica proveniente de sua vocalização típica  “si-ri-ri”,entretanto seu nome científico é  Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819). Qual a origem do seu nome científico? O gênero Tyrannus vem da palavra "turannos" de origem grega que significa tirano, agressivo;enquanto que o termo específico melancholicus vem da palavra "melankholikos", que significa melancólico, sendo assim, seu nome científico significa [Ave] tirana melancólica ou [ave] agressiva melancólica. Pertence a família Tyrannidae, da qual também fazem parte por exemplo as lavadeiras e bem-te-vis.
  É uma das aves mais comuns do Brasil, indivíduos adultos alcançam cerca de 39 gramas de peso, 22 centímetros de comprimento(220 mm), sendo a asa 97 mm, cauda 84 mm, bico 18 mm e tarso 18 mm. Apresenta a plumagem da cabeça acinzentada,peito amarelo e tem como característica distinguível de seu parente semelhante Suiriri-de-garganta-branca(T. albogularis), uma coloração cinza borrada na região superior do peito.
   Alimenta-se de principalmente de insetos que captura durante voos e pousa geralmente no mesmo poleiro de onde saiu voando em busca de suas presas, onde muitas vezes termina de mata-la. Mas também consome frutos, em especial o fruto do tapiá(Alchornea glandulosa).
   Em áreas naturais empoleiram-se  na parte alta da vegetação, ficando expostos em galhos superiores de arbustos ou árvores,o que possibilita um ótimo campo de visão de suas presas e de seus predadores,  enquanto que nos centros urbanos são facilmente vistos sobre fios, cercas e outras estruturas não naturais. São vistos sozinhos ou em casais e apresentam comportamentos agressivos entre eles, mas vivem em bandos de até dezenas de indivíduos em uma mesma área. Começa a cantar ainda de madrugada e só para no finalzinho da tarde. Curiosamente vocalizam geralmente nos mesmos horários e locais durante o ano inteiro.
   "O ninho é em forma de tigela e pode ser construído a diversas alturas do solo, de dois a dez metros. A postura consiste de dois ovos brancos com diversas manchas em castanho, pesando em média 3.0g e medindo 25 mm x 16 mm. Os filhotes nascem cobertos por uma plumagem amarela clara e têm o bico amarelo(LIMA,p. 287,2006)."
   "Ocorre em todo o Brasil e desde os Estados Unidos à quase toda a América do Sul (Sick,1997). É uma espécie muito observada no estado de Santa Catarina entre setembro e começo de abril, época em que ocorre sua nidificação (dezembro/janeiro). Algumas populações migratórias possuem asas mais pontudas, o que pode ser explicado como uma adaptação para vôos longos (Sick, 1997)."
Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte observei essa espécie em todas as regiões do RN, com grande frequência principalmente na área urbana, sendo considerada uma ave comum, geralmente é vista sobre a fiação capturando insetos alados. Acredito que faça parte da avifauna de todos os municípios potiguares.

Referências

Evair Legal. Aspectos da nidificação do siriri, Tyrannus melancholicus em Santa Catarina (Vieillot, 1819), (Aves: Tyrannidae). Atualidades Ornitológicas On-line Nº 140 - Novembro/Dezembro 2007. Disponível em:> http://www.avespantanal.com.br/paginas/214.htm <: 2015.="" 22="" acesso="" br="" de="" em:="" fev.="">

Freire, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

F. Sagot-Martin, GOP. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

SESC - Guia das Aves do Pantanal. Disponível em:> http://www.avespantanal.com.br/paginas/214.htm <: 2015.="" 22="" acesso="" br="" de="" em="" fev.="">
SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Morcego Artibeus cf. planirostris (Spix, 1823); Fauna do RN

   Morcego do gênero Artibeus (Leach), provavelmente da espécie Artibeus planirostris (Spix, 1823) que faz parte da família Phyllostomidae e subfamília Stnodermatinae
A espécie A. planirostris possui um tamanho médio entre os representantes do gênero citado, tendo uma amplitude de antebraço variando entre 62 a 73 mm e peso de 40 a 69g. Apresenta coloração acinzentada e lista fáceis pouco perceptíveis, orelhas pequenas com pontas aredondadas, trago curto e folha nasal bem desenvolvida com porção médio-basal livre, uropatágio com poucos pelos e sem cauda (HOLLIS,2005). Alimenta-se principalmente de frutos,sendo considerado um grande dispersor de sementes de várias espécies de plantas pioneiras, apesar de incluir também com menor frequência em sua dieta pólen,néctar e insetos. Pesquisas no Brasil revelam para essa espécie um padrão poliestrico (TADDEI,1976; WILLIG,1985b).
  Vive em florestas, fragmentos de mata,áreas rurais e ecossistemas xeromórficos como a Caatinga e o Cerrado, mas também ocorre na Amazônia (HOLLIS,2005;ZORTÉIA,2002). Sua distribuição estende-se desde a porção ao sul do rio Orinoco e leste dos Andes até o norte da Argentina, tendo sido registrado nos seguintes países:Argentina,Bolívia,Brasil,Colômbia,Equador,Guiana Francesa,Guiana,Paraguai,Peru,Suriname e Venezuela. Segundo a  Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN essa espécie é abundante e não está ameaçada de extinção(IUCN,2008). Esse táxon necessita passar por revisão taxonômica. 
   O registro fotográfico presente nesse texto, foi feito no dia 03 de novembro de 2013, durante excursão na zona rural a cerca de 12 quilômetros da zona urbana, do município de Lajes no Rio Grande do Norte. A colônia de morcegos estava "descansando" no teto de Túnel(grande rocha cortada) abandonado da Ferrovia Lajes/Cerro Corá que nunca funcionou.

Referências

Ademir Kleber Morbeck Oliveira e Frederico Tormin Freitas Lemes. Artibeus planirostris como dispersor e indutor de germinação em uma área do Pantanal do Negro, Mato Grosso do Sul, Brasil. R. bras. Bioci., Porto Alegre, v. 8, n. 1, p. 49-52, jan./mar. 2010

Barquez, R. & Diaz, planirostris M. 2008. Artibeus. A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. Versão 2.014,3. < www.iucnredlist.org >. Transferido em 18 de Fevereiro de 2015.

Nelio. R. dos Reis [et al.]. Morcegos do Brasil. Londrina,2007.

Agradecimentos: Agradeço a João Lucas Franco que identificou em nível de gênero os morcegos da foto. 

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Percevejo Hypselonotus cf. fulvus (De Geer, 1775); Fauna do RN

   Percevejo Hypselonotus cf. fulvus (De Geer, 1775) é uma espécie fitófaga que no Brasil foi registrada pela primeira vez por C.H. Hathaway, que a observou sugando brotos de abacateiro (Persea gratissima). Existem também registros dela atacando outras plantas de interesse econômico como: feijão (Phaseolus vulgaris ), milho( Zea mays ),algodão (Gossypium hirsutum) e frutos da goiabeira (Psidium guajava). Além disso, já foram encontrados alguns protozoários (Tripanossomas) dentro do tubo digestivo e glândulas salivares de H. fulvus. Sendo assim, além desse percevejo ser considerada uma espécie-praga para algumas plantações, podendo contribuir para prejuízos nos setores agrícola e florestal, ele pode ser um vetor de algumas doenças em plantas. É uma espécie frequente na região Neotropical, tendo sido registrado em Honduras, Nicarágua, Panamá, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Equador, Argentina e Brasil.

Referências

Evaldo Martins Pires; Roberta Martins Nogueira; Célio Jacinto da Silva ; Fabieli Pelissari ; João Alfredo Marinho Ferreira ; Marcus Alvarenga Soares. New Sucking Coreids Species in Psidium guajava. Scientific Electronic Archives . Volume 4, pg. 31-35, 2013.

Hypselonotus fulvus (DE GEER). Disponível em: http://www.bio-nica.info/Ento/Heterop/coreidae/Hypselonotus%20fulvus.htm Acesso em: 16 de fevereiro de 2015.

Jean-Michel MAES& U. GOELLNER-SCHEIDING. CATALOGO DE LOS COREOIDEA (HETEROPTERA) DE NICARAGUA. Disponível em: http://www.bio-nica.info/revnicaentomo/25-coreoidea.pdf  Acesso em: 16 de fevereiro de 2015.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Aranha Cupiennius cf. bimaculatus (Taczanowski, 1874); Fauna do RN

   Esses registros fotográficos foram feitos durante uma trilha na Reserva Particular do Patrimônio Natural Mata Estrela, localizada no município de Baía Formosa,Rio Grande do Norte, Brasil. Essas fotos foram feitas em 24 de janeiro de 2010, eram exatamente 9 horas e 11 minutos naquela manhã, havia chovido e a aranha estava sobre a lâmina de uma folha de uma planta da família Bromeliaceae, que estava na margem da trilha. Fiz os registros rapidamente, não coletei-a e vi apenas esse espécime nessa planta, depois desse momento não a vi durante esses anos que se sucederam durante minhas excursões na Mata Estrela e em nenhum outro fragmento de Mata Atlântica do RN.
   Na tentativa de identificar a espécie pedi ajuda a estudantes e pesquisadores de aranhas no grupo "Aracnologia Brasileira" na rede social Facebook e vendo uma foto dessas, alguns deles acreditam que provavelmente seja da espécie Cupiennius bimaculatus (Taczanowski, 1874), tendo ela registro de ocorrência no Brasil principalmente na Amazônia, entretanto existe na literatura um registro apenas para o Bioma Caatinga, especificamente para o estado de Pernambuco até o momento.
   Até o presente não encontrei nenhum levantamento da araneofauna do Rio Grande do Norte com identificação em nível nível pelo menos de gênero, o que tem sido dificultado pela falta de especialistas. Sendo assim, resta-nos aguardar as futuras pesquisas que poderão sim confirmar a presença dessa espécie(ou não) para o nosso estado, como de muitas outras ainda não "descobertas" pela ciência.

Classificação Científica geral:
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Arachnida
Ordem: Araneae
Família: Ctenidae Keyserling, 1877
Gênero: Cupiennius Simon 1891
Espécie: Cupiennius bimaculatus (Taczanowski, 1874)
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Referências
Cupiennius - Galeria de Fotos. Cupiennius bimaculatus Taczanowski, 1874. Disponível em: >http://www.wandering-spiders.net/cupiennius/introduction/ <:acesso 17="" em:="" p="">
Organizadores Freddy Bravo, Adolfo Calor. Artrópodes do Semiárido: biodiversidade e conservação. Feira de Santana : Printmídia, 2014.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Vem-vem Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766); Fauna do RN

  Ave conhecida popularmente como Vem-vem,Vim-vim,Vi-vi,Fim-fim Puvi,Gaturamo-fifi,Guriatã,Fi-fi-verdadeiro, entretanto seu nome científico é único,Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766). O que significa esse nome? O primeiro nome, o gênero Euphonia é palavra de origem grega que significa "excelência do tom, enquanto que o segundo nome, o epíteto específico chlorotica deriva de khlöritis ou khlörotës que são palavras de origem grega e significam "de cor verde,esmeralda, que caracteriza parte da coloração de juvenis ou da fêmea dessa espécie, significando assim seu nome científico "ave" verde com excelência do tom ou "ave" cantora verde.
Essa espécie pertence a família Fringillidae, onde se encontram também os Pintassilgos e gaturamos.
   Ave de pequena porte, indivíduo adulto(macho) mede cerca de 9,5 centímetros de comprimento, tendo a asa 56 mm, cauda 31 mm, bico 8 mm, tarso 13 mm (macho), e pesa aproximadamente 8 gramas. O macho tem o alto da cabeça e o pescoço roxo, a testa amarela, partes superiores azul-metálicas e partes inferiores amarelas; a fêmea apresenta as partes superiores oliváceas e as inferiores branco – acinzentadas (ROMA, 2000).
  A vocalização de chamada típica da espécie tanto emitida pelo macho como pela fêmea é ""di-di", "wi",“vi-vi”, “vem-vem” ou “fi-fi”, enquanto que o canto é breve e fraco,um chilreado que às vezes é parecido com o de um "pintassilgo". Em alguns momentos quando faz o chamado do tipo "fi-fi" também pode ter o confundido com o da ave conhecida como "risadinha" dependendo da distância. É uma boa imitadora do canto de outras aves.
   Alimenta-se de frutos, como por exemplo frutos de ervas-de-passarinho, de plantas das famílias Loranthaceae e Viscaceae, sendo essa espécie considerada como uma grande dispersora de sementes.
Com cerca de um ano de vida tornam-se aptos a se reproduzirem. Durante o período reprodutivo indivíduos machos geralmente se apresentam cantando no período mais quentes do dia na copa das árvores. Nesse momento apresentam um canto mais específico, ás vezes incluindo seu canto com imitações de outros. Após um tempo do período do acasalamento a fêmea põe de 2 a 5 ovos em ninhos geralmente construídos em cavidades nos troncos de arbustos ou árvores. Depois de aproximadamente 15 dias de incubação, os filhotes nascem. 
   O vem-vem está presente em todas as regiões do Brasil, habitando borda de florestas,mata baixa e rala,cerrado,cocais,matas serranas, caatingas e campos arborizados, onde vive aos pares ou em pequenos grupos, participando de grupos mistos.
   Durante as minhas excursões pelo território do estado do Rio Grande do Norte, observei essa espécie em área de tabuleiro litorâneo, área de transição entre a vegetação típica de Mata Atlântica e de Caatinga, na região Agreste, como também em área do Semi-árido na região do Seridó Potiguar, tendo sido minhas últimas observações in loco desse pássaro nos municípios de Nísia Floresta, Monte Alegre, Jardim do Seridó e Natal. Entretanto encontrei registros na literatura científica da ocorrência dela em quase todas as regiões do estado, sendo portanto considerada uma espécie comum no RN. Entretanto deve-se ter cuidado pois apesar de ser uma espécie relativamente abundante, existe o problema da captura ilegal na natureza para criação em gaiola como ave canora e também para a venda em feiras livres, sendo essas talvez nesse momento as principais ameaças as populações desse pássaro no RN. Observei essa ave iniciando a construção de um ninho em um planta da família Cactaceae, um facheiro(Pilosocereus sp.) nas adjacências do Rio Seridó em Jardim do Seridó,Rio Grande do Norte.
No campo do folclore, segundo a cultura popular, as pessoas idosas principalmente no interior do estado costumam dizer que, quando esse pássaro canta próximo de uma residência, entende-se que seja um prenúncio de que os donos da casa receberam a visita de pessoas, em especial de parentes naquele dia. Além disso, existe um adágio popular que minha mãe dizia muito em relação a essa ave quando ela cantava próximo a nossa casa no sítio, é o seguinte: “Vem-vem se for bem venha, se for mal, vai pra ondas do mar sagrado amém.”. E não para por aí, o vem-vem prova a sua popularidade principalmente na região Nordeste, sendo citado em uma música do mestre Luiz Gonzaga, veja:

"Vivo sempre escutando a cantiga de vem vem
quando ouço ele cantando penso ser você que vem
vivo de olho no caminho porque não chega ninguém
ai ai ai por fim não chega ninguém
quando perco a esperança parece uma tentação
me sento lá no terreiro
escoro o rosto com a mão
sem plano pobre coitado
fazendo risco no chão
ai ai ai fazendo risco no chão
tá vendo meu bem
tá vendo como e doce querer bem
faz inté levar em conta a cantiga de vem vem
ai ai ai a cantiga de vem vem".

Referências
Freire, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

F. Sagot-Martin, GOP. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

Gaturamo miudinho. Federação Ornitológica de Minas Gerais. Disponível em:> http://www.feomg.com.br/eup_chlo.htm  <: 14="" acesso="" em:="" p="">

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

Marcelo da Silva,Bruno R. de A. França, Jorge B. Irusta,Glauber H.  B. de Oliveira Souto,Tonny M. de Oliveira Júnior,Marcelo C. Rodrigues, Mauro Pichorim. Aves de treze áreas de caatinga no Rio Grande do Norte, Brasil. Revista Brasileira de Ornitologia, 20(3), 312-328 Outubro de 2012 / October 2012

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Marimbondo Caboclo Polistes canadensis (Linnaeus, 1758); Fauna do RN

   Vespa social conhecida popularmente como Marimbondo Caboclo,Marimbondo vermelho ou Vespa Cabocla, entretanto seu nome científico é Polistes canadensis (Linnaeus, 1758). Essa espécie parece com outra do mesmo gênero, Polistes lanio lanio que também é vermelha,mas apresenta marcas amarelas no 1° tergito gastral,enquanto que P. canadensis é toda vermelha,maior e mais escura. Pertence a subfamília Polistinae, da qual também fazem parte por exemplo, o marimbondo fura-olho(Polybia occidentalis), Marimbondo-tatu(Synoeca surinama), Marimbondo-chapéu(Apoica sp.) e Enxu(Brachygastra lecheguana).
   Vespas do gênero Polistes (Latreille, 1802) geralmente constroem ninhos em árvores ou arbustos, entretanto algumas espécies como P. canadensis (Linnaeus, 1758) o fazem em locais abrigados como cavidades ou ainda em edificações humanas, onde ficam expostos, o que permite a observação de todos os indivíduos do grupo. "Utilizam fibra vegetal na construção e o ninho não possui o invólucro para proteção. O pedicelo é curto e resinoso, podendo ser de posição central ou lateral, sendo revestido de substâncias repelentes de formigas. Os representantes deste gênero constroem ninhos pequenos (poucas dezenas de células de cria), com formato variado (de uma coluna de células cria) (Wenzel 1998; Carpenter & Marques 2001). Jeanne (1979) sugeriu que um dos motivos que P. canadensis constrói favos múltiplos, seria pelo custo do não reaproveitamento da célula para uma segunda ou terceira geração e que estaria intimamente ligada à adaptação aos parasitóides encontrados por ele neste estudo (Trigonalidae, Chalcididae e Icheneumonidae). Como as células do favo ficam vazias na emergência da primeira geração, o número de mecônio cresce, tornando o favo mais exposto, aumentando assim o risco de infestação por parasitóides. Uma forte correlação aconteceu entre a presença de parasitóides em favos de P. canadensis e insucesso da colônia na reutilização dos favos, sugerindo então que a dominante reutiliza as células normalmente em todos os favos, enquanto ela estiver livre da infestação de parasitóides. Uma vez detectado a presença destes, a fêmea não reutiliza mais estas células, usando somente as novas. Se o favo foi parcialmente reutilizado, provavelmente a dominante percebeu a presença do parasitóide".
    Apresenta sobreposição de gerações, cuidados com a prole, divisão reprodutiva de trabalho, e trofalaxia entre adultos. O fluxo na atividade forrageadora varia de acordo com a idade da colônia, a idade das operárias, com a estação do ano ou com o número de indivíduos da prole ou ainda de todos os fatores em conjunto(Giannotti,Guimarães,Junior, & Torres,2010). 
   De maneira geral as vespas adultas alimentam-se de líquido do corpo de animais que elas matam, exudatos de insetos, sucos de frutos maduros(frutos de cactos,mangas,etc), outras substâncias açucaradas, conteúdos celulares, água e néctar, enquanto que as larvas são alimentadas no início de com os mesmos alimentos do adulto, mas posteriormente na maior parte do tempo da fase larval elas comem pequenos insetos macerados trazidos pelos adultos. Vespas do gênero Polistes são excelentes predadores de pragas agrícolas, principalmente lagartas de Lepidoptera (SOUZA et al., 2013) sendo sugerida a utilização dessas no controle biológico de pragas. 
   Esse Inseto faz parte do grande grupo "Hymenoptera" junto com as abelhas e formigas. É uma espécie peçonhenta que se ameaçada em seu território, defende-se se deslocando em direção ao intruso e picando-o, inoculando a peçonha. A ferroada é bem dolorosa, e dependendo da quantidade de picadas e da sensibilidade do indivíduo que sofreu o acidente deve-se procurar atendimento médico, principalmente se a pessoa manifestar "reações alérgicas", sendo nesse caso o quadro clínico geralmente detectado através da presença de edema de glote e broncospasmo acompanhado de choque anafilático, mas na dúvida procure atendimento médico.  Entretanto tenha consciência de que essa vespa assim como outras espécies desempenham um papel na manutenção do "equilíbrio da natureza", atuando principalmente como polinizadoras de plantas como Carnaúba,Coco,Cajueiro e muitas outras, além de serem predadoras de algumas espécies de lagartas que são consideradas pragas na agricultura, e se alimentarem de outros insetos, como também serve de comida para outros animais no extenso ciclo de vida e morte das teias alimentares. 
   Polistes canadensis (Linnaeus, 1758) possui ampla distribuição geográfica só não ocorrendo em regiões frias do mundo. É uma espécie comum na região Nordeste do Brasil, tendo registros oficiais de sua ocorrência nos seguintes estado brasileiros: Ceará,Rio Grande do Norte,Paraíba,Pernambuco e Bahia.
   Durante minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado o 'Marimbondo Caboclo( Polistes canadensis) em praticamente todo o território potiguar, sendo provavelmente a espécie de vespa mais comum do RN. Tenho visto essa espécie com frequência em construções humanas abandonadas,em sítios, em mangueiras e cajueiros, em grutas e cavernas, em bordas de matas principalmente se alimentando de néctar, participando assim do processo de reprodução de muitas espécies de plantas através da polinização.
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Referências


Acidentes por artrópodes peçonhentos. Disponível em: http://www.cevap.org.br/Cont_Default.aspx?cont=EMEA  Acesso em: 25 de janeiro de 2015.


Alexandre Somavilla, Marcio L. de Oliveira & Orlando T. Silveira. Guia de identificação dos ninhos de vespas sociais (Hymenoptera,Vespidae, Polistinae) na Reserva Ducke, Manaus, Amazonas, Brasil.

Gisele Bortoluzzi, Viviana de O. Torres, Silvana S. da Silva, William F. Antonialli Junior e Edilberto Giannotti. PRODUTIVIDADE DAS COLÔNIAS DE Polistes canadensis canadensis L, 1758 (HYMENOPTERA, VESPIDAE).


James M Carpenter e Oton Meira Marques. Contribuição ao estudo dos Vespídeos do Brasil(Insecta, Hymnoptera,Vespoidea, Vespidae). 2001.
Viviana de O. TorresI; William F. Antonialli-JuniorII; Edilberto Giannotti. Divisão de trabalho em colônias da vespa social neotropical Polistes canadensis canadensis Linnaeus (Hymenoptera, Vespidae) Rev. Bras. entomol. vol.53 no.4 São Paulo Dec. 2009.

Organizadores Freddy Bravo e Adolfo Calor. Artrópodes do Semiárido: biodiversidade e conservação. Feira de Santana: Printmídia, 2014.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Aranha papa mosca Menemerus bivittatus (Dufour, 1831); Fauna do RN

   Aranha conhecida popularmente como Aranha papa-mosca,Aranha saltadora,Saltadora cinzenta-de-parede, entretanto seu nome científico é Menemerus bivittatus (Dufour, 1831). Essa espécie pertence a família Salticidae, na qual fazem parte a maioria das aranhas registradas até hoje, tendo sido descrita até agora mais de 5.000 espécies. Aranhas desse táxon são caçadoras ativas(cursórias) principalmente durante o dia(diurnas),apresentam corpo robusto,são peludas,saltadoras que quase nunca tecem teia, por isso dependem muito da visão, o que fez com que desenvolvessem ao longo do tempo grandes olhos frontais. Algumas espécies dessa família são comuns em residências, podendo serem observadas nas paredes durante o dia, principalmente caçando moscas, daí derivou seu nome popular papa-moscas, mais vamos ver que nem só de moscas é feito o cardápio dessas aranhas.
   A Aranha papa mosca(Menemerus bivittatus) tem o corpo achatado dorsoventralmente,coberta por pelos densos predominantemente branco-acinzentado, ocorrendo também pelos castanhos escuros perto dos olhos. Existe dimorfismo sexual, tendo a fêmea o dorso acinzentado, apresentando uma faixa(listra) branca fina lateralmente no cefalotórax e uma faixa contínua preta mais espessa que começa próximo aos olhos no cefalotórax e estende-se de cada lado até o final do abdômen onde se unem; enquanto que o macho apresenta uma faixa dorsal longitudinal enegrecida com uma listra acastanhado branco em ambos os lados do abdômen; as fêmeas são maiores, indivíduos adultos alcançam de 8 a 10 mm de comprimento, enquanto que machos adultos podem chegar a 9 mm de comprimento. As Aranhas imaturas são muito semelhantes às fêmeas adultas.
   Os machos da espécie possuir um aparelho estridulatório que consiste em várias cerdas longas no fémur palpal e uma série de nervuras horizontais no lado exterior das quelíceras. O som é gerado quando a aranha esfrega estas de cima para baixo contra os fêmures palpares. Acredita-se que esse comportamento faça parte do ritual de corte realizado pelo macho. 
   O período reprodutivo ocorre do outono a primavera. A fêmea constrói um saco de ovos branco em uma fenda ou em outro local escondido no qual ela deposita de 25 a a 40 ovos. Após três semanas os filhotes nascidos começam a se dispersar.
   Alimenta-se principalmente de pequenas moscas e mosquitos encontradas no interior das casas, contribuindo para o controle da população de moscas e mosquitos encontradas nas habitações humanas. Ela não constroem uma teia, mas em vez disso, espreita e persegue a presa até ela estar próximo o suficiente, saltando em seguida sobre a vítima.
   Ela têm alta acuidade visual e seus grandes olhos são capazes de focar objetos e detectar cores diferentes. Usa sua capacidade altamente coordenada saltando para capturar suas presas e para se deslocar de um lugar para outro. É capaz de capturar insetos, tais como abelhas e moscas grandes que são pelo menos duas vezes o seu próprio tamanho.
   Menemerus bivittatus apresenta distribuição cosmopolita sendo comum na maioria das regiões tropicais. É encontrada na Flórida, Texas e Califórnia e sul do Paraguai e no Brasil.
Os registros fotográficos desse post foram feitos no portão de uma residência em Parnamirim. Elas não capturam apenas moscas, como sugere seu principal nome popular(Papa-moscas). Já observei ela matando uma abelha e até outra aranha. Também já vi ela escapando por pouco de um predador, era uma briba que ainda chegou a persegui-la na parede, mas ela rapidamente num salto escapou. É uma espécie de aranha da família Salticidae bastante comum no interior das casas.
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Referências

Aranha saltadora Menemerus bivittatus. Disponível em: http://entnemdept.ufl.edu/creatures/misc/jumping_spiders.htm Acesso em 18 de janeiro de 2015.

Terra M. 1972. Mecanismos de orientação e reconhecimento de padrões por aranhas saltadoras (Salticidae). Páginas 231-247 no processamento da informação no sistema visual de artrópodes, R. Wehner, ed. Berlim, Springer-Verlag.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Martim-pescador-grande Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766); Fauna do RN

   Ave conhecida popularmente como Martim-pescador-grande, Ariramba-grande,Sacatrapa,Matraca, Caracaxá, Flexa-peixe,Pica-peixe e Alcione. Entretanto seu nome científico é Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766). Pertence a família Alcedinidae, que é representa no Brasil pelas aves conhecidas como principalmente como Martins-pescadores.
   No Brasil é a maior espécie dessa família, podendo os indivíduos adultos medirem cerca de 42 centímetros de comprimento, sendo a asa 190 mm,a cauda 105 mm,o bico 77 mm e o tarso 19 mm e pesarem aproximadamente 300g cada. Possui um bico grande e, muitas vezes, com matizes encarnadas,predominantemente preto; garganta e pescoço brancos. Existe dimorfismo sexual, apresentando o macho o peito e o ventre castanho, enquanto a fêmea possui uma faixa cinza no peito,uma faixa branca abaixo do peito e o ventre ferrugíneo, incluindo o crisso. A fêmea tem as coberteiras inferiores das asas ferrugineas.
  Alimenta-se principalmente de peixes que são observados geralmente a partir de um poleiro junto ao corpo de água limpa ou paira no ar e rapidamente localizando o peixe mergulha para capturá-lo. Após a captura empoleira-se com o peixe entre as maxilas e mata-o batendo contra uma superfície dura como por exemplo a madeira do galho. Quando as águas ficam turvas(períodos chuvosos) ou são escuras ele tem dificuldade em pescar,então amplia seu cardápio incluindo insetos, alguns anfíbios,répteis e até caranguejos em sua dieta.
   A estação reprodutiva de Megaceryle torquata coincide com o início do período chuvoso que se estende de dezembro a julho. Na época do acasalamento, o macho arrepia o topete e balança a cauda, na tentativa de chamar a atenção da fêmea e após a cópula tudo acaba em carícias e leves bicadas. Formam casais durante o período de reprodução. O casal de reveza na construção do ninho que é feito em barrancos ou rochas, sendo elaborados longas galerias tortuosas que variam em média de um a dois metros de comprimento. Ali a fêmea põe de dois a seis ovos arredondados brancos que são incubados tanto por ela quanto pelo macho que se revezam e após 22 dias em média nascem os filhotes. Nesse momento estão nus e cegos, mas com cerca de 35 dias de vida  deixam o ninho, tornando-se autônomos. Ás vezes formam "colônias reprodutivas" de 4 a 5 casais ou mais pouco associados entre si.
   Vive próximo a rios,córregos,lagos,lagunas,açudes,manguezais e na orla marítima. Não estar adaptado a lagos de represas, pois geralmente esse ambiente não possui árvores nas margens que serve de poleiros para ela, normalmente não apresenta barrancos onde esta faz seu ninho e as águas represadas frequentemente são turvas dificultando a pescaria do Martim-pescador. Sua vocalização comum é “kwát”,“tchat-jat-jat” sendo esse grito emitido a intervalos regulares e ouvido a grandes distâncias. Faz voos longos fazendo parada em em pequenos ou grandes corpos de água, podendo ir de uma ilha á outra, podendo também sr visto sobrevoando cidades e serras e há registros de migrações locais na Amazônia.
   Ocorre em todo o Brasil, também no sul dos Estados Unidos, no México e em toda a América do Sul.
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte observei essa ave em todas as regiões do RN, sendo observada sempre as margens de rios,lagoas e de pequenas poças de água. Os últimos municípios potiguares em que visitei e vi-a foram: Felipe Guerra(em 2012), Campo Redondo(em 2014),Monte Alegre(em 2014),Nísia Floresta(em 2014) e em Luís Gomes(em 2014).
 Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN 3.1) seu estado de conservação é pouco preocupante.
   Lembre-se: As aves e todos os outros animais devem viver livremente em seu habitat. Não compre aves silvestres sem autorização do IBAMA, pois quando você compra um animal silvestre sem autorização de um órgão responsável, você estar incentivando ao tráfico de animais silvestres.

Referências

Freire, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

F. Sagot-Martin, GOP. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

Martim-pescador-grande Megaceryle torquata Disponível em: http://www.eln.gov.br/opencms/opencms/publicacoes/Pass500/BIRDS/1eye.htm Acesso em 28 de outubro de 2014.

Martim-pescador-grande Megaceryle torquata Disponível em: http://redeglobo.globo.com/sp/eptv/terra-da-gente/platb/fauna/aves/martim-pescador-grandemegaceryle-torquata/ Acesso em 28 de outubro de 2014.

Naiff,Rafael Homobono & Aguiar,Kurazo M. Okada&Araújo,Andréa Soares&Campos,Carlos E. Costa . Biologia reprodutiva de Megaceryle torquata (AVES, ALCEDINIDAE) em fragmento florestal do Campus Marco Zero da Universidade Federal do Amapá. Biota Amazônia (ISSN 2179-5746) Macapá, v. 1, n. 2, p. 1-7, 2011.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Trevo Oxalis divaricata Mart. ex Zucc.; Flora do RN

   Planta conhecida popularmente como Trevo, Azedinha ou Azedinho, entretanto seu nome científico é único,Oxalis divaricata Mart. ex Zucc.. Ela pertence a família Oxalidaceae, tendo todos os representantes desse táxon ácido oxálico em suas folhas,flores e frutos, o que lhes confere sabor azedo.
   Essa espécie perene é de porte herbáceo ou subarbustivo(raro), ela apresenta folhas trifoliadas, daí um dos seus nomes populares ser "trevo", frutos capsulares de sabor azedo assim como também são suas folhas, de onde derivou os outros nomes populares "Azedinha" ou "Azedinho"; suas flores com pétalas amarelas de grande beleza tornaram-a uma boa opção para uso ornamental, além disso por ser uma espécie visitada principalmente por abelhas nativas, torna-se uma espécie importante para contribuir com a conservação dessas, podendo ser incentivado sua utilização em jardins especialmente em regiões onde ela ocorra naturalmente. Floresce no período da estação chuvosa. Propaga-se por meio de sementes.
   Planta tipicamente brasileira, apresenta ampla distribuição no Brasil, ocorrendo nas regiões Nordeste,Centro-Oeste,Sudeste e Sul, desenvolvendo nos Biomas da Mata Atlântica,Cerrado,Amazônia e Caatinga,ocorrendo principalmente em locais arenosos e sombreados desse. É encontrada em ambientes antropizados como lavouras,pastagens e áreas de fruticultura irrigada. 

Algumas informações técnicas da espécie: Oxalis divaricata Mart. ex Zucc.
"Apresenta caule subterrâneo do tipo rizoma, que dá origem a numerosos ramos aéreos, de superfície cilíndrica, carnosos, verdes e revestidos por pilosidade branca. Folhas alternadas, opostas ou verticiladas na mesma planta, estando constituídas por pecíolo longo e tomentoso. Limbo composto por três folíolos peciolulados. Folíolo superior em formato oblongo ou obovalado, com o ápice arredondado, podendo ser emarginado, e folíolos inferiores em igual formato, porém, pouco menores. Inflorescência axilar e terminal do tipo dicásio, com longo eixo também tomentoso. Flores pedunculadas, cálice com 5 sépalas livres, triangulares, externamente pilosas, verdes com bordos vináceos ou todas vináceas, corola amarela com 5 pétalas soldadas, formando um tubo largo e reto, com estrias avermelhadas internamente. Androceu constituído por estames de tamanhos diferentes e gineceu pluricarpelar com estigmas lobados. Fruto seco do tipo capsular."

   O registro fotográfico que ilustra esse texto foi feito durante uma trilha na Serra do Cuó, em Campo Grande no estado do Rio Grande do Norte, em 29 de junho de 2013. Nessa área a vegetação típica é a Caatinga, o espécime da foto foi registrada em local arenoso e sombreado no alto da Serra.

Referências

Det.: J. Jardim, set.2013

Camila Maia-Silva...[et al.]. Guia de plantas: visitadas por abelhas na Caatinga. 1. ed. Fortaleza, CE : Editora Fundação Brasil Cidadão, 2012.

Castro, Antonio Sérgio& Arnóbio Cavalcante. Flores da caatinga = Caatinga flowers . Campina Grande: Instituto Nacional do Semiárido, 2010.

Moreira, Henrique José da Costa. Manual de identificação de plantas infestantes: hortifrúti. Bragança – São Paulo: FMC Agricultural Products, 2011.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Abelha Jandaíra Melipona subnitida Ducke (1910); Fauna do RN


   Abelha indígena sem ferrão(meliponíneo) conhecida popularmente como Jandaíra, entretanto seu nome científico é Melipona subnitida Ducke (1910). Inseto social nativo da região Nordeste do Brasil, a Jandaíra(Melipona subnitida) pertence a superfamília Apoidea, família Apidae, subfamília Meliponinae e a tribo Meliponini, de onde deriva o nome "meliponíneos", que são as abelhas  caracterizadas por apresentarem um ferrão atrofiado que não serve para defesa; daí surgiu a expressão "abelha sem ferrão" (Keer et al., 1996).
   De maneira geral as abelhas do gênero Melipona, como a Jandaíra apresentam alto nível de organização social  com sobreposição de castas, tendo cada grupo de abelhas responsabilidade por um tipo de atividade dentro da colmeia,sendo a rainha responsável pela postura dos ovos e pela organização social do ninho,os zangões têm como função principal realizar a fecundação da rainha virgem, as abelhas operárias são encarregadas pela maioria das atividades, o que depende, dentre outros fatores, da idade e das necessidades da colmeia(Nogueira-Neto, 1997;Villas-Bôas, 2012). A determinação da casta é genético-alimentar (Kerr et al., 1950; Kerr et al., 1966).
   Suas células de cria são de tamanhos iguais, ou seja, as células da rainha, machos e fêmeas são indiferenciadas. "Seus ninhos são dispostos em placas concêntricas empilhadas na vertical, compostas de favos circulares constituídas por cerume (mistura de cera com resina vegetal), organizados basicamente em células de cria e potes de alimentos. Os potes de alimento são, em sua maioria, construídos na forma ovoide, armazenando separadamente mel e pólen. A entrada é quase sempre no centro, construída basicamente de geoprópolis (argila e resinas vegetais), barro ou cera, apresentando-se de diversas formas conforme a espécie de abelha(Nogueira-Neto,1997; Villas-Bôas, 2012)." Elas constroem seus ninhos geralmente no interior de cavidades(ocos) de árvores nativas típicas do Bioma Caatinga, utilizando principalmente a Imburana(Commiphora leptophloeos) e a  Catingueira(Caesalpinia bracteosa)  para moradia.
   "O ciclo de vida das Melipona gira em torno de seis dias para ovo, 12 dias para larva e 24 dias para pupa, totalizando 42 dias até a emergência do adulto (Bruening, 2006). As abelha operárias e os zangões alcançam uma expectativa de vida por volta de 90 dias, e as rainhas, entre quatro e cinco anos(Bruening, 2006). Como insetos da ordem Hymenoptera, o sistema de determinação do sexo nos meliponíneos é haplodiploide, sendo que a maior parte das espécies apresenta fêmeas com células diploide, com 2n = 18 (oriundas de ovos fecundados), e os machos apresentam células haploide, com n = 9 (oriundos de ovos não fecundados).(Tavares et al., 2010; Francini et al., 2011; Tavares et al., 2012)."
   Como essas abelhas dependem diretamente das árvores para viver são sensíveis a alterações no meio ambiente, como a destruição da vegetação, o uso de agrotóxicos e o extrativismo dos meleiros, tornando-as ameaçadas  com o avanço do desmatamento nas Caatingas, gerando outros impactos negativos como por exemplo a diminuição da produção agrícola que envolvam plantas polinizadas por elas, sendo elas responsáveis pela maior parte da polinização das plantas nativas. Além disso, a abelha Jandaíra em especial, tem como principais produtos de interesse comercial o mel, que tem alto valor comercial e de ótima qualidade (sabor, cheiro, cor, nutricional, terapêutico, etc.), sendo bastante apreciado pelas populações nativas (Vilela & Pereira, 2002).
   Sendo assim, percebe-se que a Apicultura e Meliponicultura são atividades sustentáveis, já que envolve os aspectos sociais,econômicos e ambientais, através do envolvimento da população nativa, os criadores das abelhas que aumentam sua renda familiar com a venda de produtos gerados por elas, em especial o mel, e contribuem para o reflorestamento por meio do plantio de árvores nativas onde as abelhas nidificam, além da polinização das plantas também realizadas por elas, contribuindo assim para a conservação das abelhas e da manutenção do Bioma Caatinga, respectivamente.
   Ainda pode ser encontrada em habitat natural nas Caatingas do Semi-árido nordestino nos estados do Rio Grande do Norte,Pernambuco,Paraíba e Ceará. No entanto é cada vez mais raro encontrar colônias silvestres desta espécie na natureza, por causa de um conjunto de fatores, como o extrativismo predatório, o desmatamento e a expansão da abelha africanizada.

Referências

Crédito da foto: Jerônimo Villas-boas/ISPN. hospedada em:  http://www.cerratinga.org.br/abelhas-nativas/

Daniel Santiago Pereira, Paulo Roberto Menezes, Valdemar Belchior Filho, Adalberto Hipólito de Sousa, Patrício Borges Maracajá. ABELHAS INDÍGENAS CRIADAS NO RIO GRANDE DO NORTE. Acta Veterinaria Brasilica, v.5, n.1, p.81-91, 2011.

Daniel Santiago Pereira, Priscila Vanúbia Queiroz Medeiros, Antonia Mirian Nogueira de Moura Guerra, Adalberto Hipólito de Sousa, Paulo Roberto Menezes. ABELHAS NATIVAS ENCONTRADAS EM MELIPONÁRIOS NO OESTE POTIGUAR-RN E PROPOSIÇÕES DE SEU DESAPARECIMENTO NA NATUREZA. Revista Verde (Mossoró – RN – Brasil) v.1, n.2, p. 54-65 julho/dezembro de 2006

Geice Ribeiro da Silva, Fábia de Mello Pereira, Bruno de Almeida Souza, Maria Teresa do Rego Lopes,José Elivalto Guimarães Campelo, Fábio Mendonça Diniz. Aspectos bioecológicos e genético-comportamentais envolvidos na conservação da abelha Jandaíra, Melipona subnitida Ducke (Apidae, Meliponini), e o uso de ferramentas moleculares nos estudos de diversidade. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.81, n.3, p. 299-308, 2014.