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segunda-feira, 23 de junho de 2014

Socozinho (Butorides striata L., 1758); Fauna do RN.


    Ave conhecida popularmente como Socozinho,Soco-mirim,Soco-estudante Soco-tripa,Soco-í e Soco-mijão, mas cientificamente seu nome é único,Butorides striata. O que significa seu nome científico? Butorides - do gênero Butor = bútio + ides, do grego = semelhante, parecido; striatus - do latim striatus = faixa, listra.

    O Socozinho pertence a família Ardeidae que inclui os socós e as garças, distinguindo-se basicamente os socós das garças por apresentarem plumagens em tons escuros. Este é o menor dos socós, daí seu nome vulgar Socozinho, apresentando cerca de 36cm de comprimento,asa 185 mm, cauda 57 mm, bico 57 mm, tarso 49 mm e peso aproximado de 165g. Facilmente identificado devido as suas pernas curtas e amarelas e pelo seu caminhar característico,como se estivesse agachado, dobrando suas pernas. Pode exibir um eriçado topete azulado quando agitado.

    Permanece imóvel camuflado por longos períodos, empoleirado sobre a água ou em suas proximidades, à espera de presas. Alimenta-se de peixes, insetos aquáticos (imagos e larvas), caranguejos, moluscos, anfíbios e répteis.
    Normalmente vive sozinho e geralmente nidifica solitário ou em pequenos grupos, raramente forma grandes colônias (de 300 a 500 casais) para a nidificação (Martínez-Vilalta & Motis, 1992). Durante a fase reprodutiva as suas pernas e íris ficam vermelhas.
    Constroe seu ninho no alto de árvores ou arbustos as margens de porções de água, sendo este uma plataforma de fragmentos vegetais secos (gravetos), pouco espessos, com cerca de 20‑30 cm de comprimento. O período de incubação é de aproximadamente 25 dias. O período de ninhegos é de cerca de 20 dias. O tamanho da ninhada é em média de três ovos esverdeados ou verde-azulados (às vezes brancos ou esbranquiçados), uniformes.Os adultos costumam coletar o alimento da prole a grande distância do ninhal. A procriação procede geralmente no início ou no fim da estação seca, quando o alimento para as aves aquáticas é normalmente mais farto. Os filhotes nascem com plumagem cinza e os imaturos possuem coloração amarronzada.
    O juvenil é mais pardacento no ventre e pescoço do que os adultos, sem o contraste do cinza escuro desses com a linha central do pescoço. também não possuem o alto da cabeça tão escura como os adultos.

    É observado com maior frequência na vegetação das bordas de qualquer corpo d´água, bem camuflado a espreita de suas presas, e quando percebe a presença de intrusos na área, voa devagar, com o pescoço encolhido,as pernas esticadas e vocaliza relativamente alto, como se desse um sinal de alerta. Para dormir, não volta a cabeça para trás, e sim mantém o bico dirigido para a frente. Costuma colocar o bico verticalmente para baixo de encontro ao peito dentre a plumagem, o qual oculta completamente. Gosta de dias chuvosos e escuros, sente-se à vontade tanto com espécies noturnas como diurnas.

    Habita locais úmidos em bosques ou vegetação densa nas margens de rios, lagos e estuários; às vezes em áreas abertas tais como recifes de corais expostos, pântanos, pastagens, arrozais e outros tipos de plantações (Martínez-Vilalta & Motis, 1992). É comum em todo o território brasileiro, vivendo inclusive em lagos de áreas urbanas (Erize et al., 2006; van Perlo, 2009). 
   Apresenta ampla distribuição ocorrendo nas Américas (do Sul, Central e do Norte), bem como na África, Ásia, Austrália, ilhas do oeste do Pacífico e no sul do Velho Mundo (Kushlan, 2007). Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, observei essa ave em todas as regiões do território norte-rio-grandense, sendo as últimas observações no município de Felipe Guerra, no interior de um rio raso, e em Nísia Floresta as margens da lagoa de alcaçuz.

Referências
Freire, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.
F. Sagot-Martin, GOP. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

FRISCH, Johan Dalgas&FRISCH, Chistian Dalgas. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem 3ª edição; Ed. Dalgas Ecoltec - Ecologia Técnica Ltda Pág. 214.
LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

Sick, Helrnut. Ornitologia Brasileira; pranchas coloridas Paul Barruel e [ohn P.O'Neill ; coordenação e atualização José F. Pacheco. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.

Socozinho. 500 pássaros. Disponível em: http://www.eln.gov.br/opencms/opencms/publicacoes/Pass500/BIRDS/1eye.htm Acesso em 21 e junho de 2014. 

Socozinho. SESC - Guia de Aves do Pantanal. Disponível em http://www.avespantanal.com.br/paginas/index.htm Acesso em 21 e junho de 2014. 

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