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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Frango-d´água-azul Porphyrio martinicus (Linnaeus, 1766)

Indivíduo adulto da espécie Porphyrio martinicus forrageando em pântano na Fazenda Estrela,Baía Formosa,RN.

Ave conhecida popularmente como Frango-d´água-azul,  tauá-tauá-azul, entretanto seu nome científico é  Porphyrio martinicus (Linnaeus, 1766). Qual o significado do seu nome? O primeiro nome Porphyrio origina-se de duas palavras gregas "porphurion" ou "porphyrio" que quer dizer galinha do pântano, enquanto que o epíteto específico martinicus é uma palavra de origem latina que refere-se a ilha de "Martinica" no Caribe. Sendo assim, seu nome científico significa literalmente Galinha do pântano da Martinica(ilha americana).
Pertence a família Rallidae, da qual também fazem parte por exemplo, Saracura-do-mangue(Aramides mangle) e o frango-d'água-comum(Gallinula galeata).  Ave migratória que ocorre em todos os estados brasileiros, no sudeste dos Estados Unidos e México até o norte da Argentina.
Indivíduo jovem da espécie Porphyrio martinicus forrageando em riacho  na comunidade  Mendes, em São José do Mipibú,RN.

Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie em lagoas, pântanos, riachos, rios e açudes de todas as mesorregiões do estado(Mesorregião Leste Potiguar, Agreste Potiguar, Central Potiguar e Oeste Potiguar), sendo minhas últimas observações nos municípios de São José de Mipibu( janeiro de 2014), Monte Alegre( junho de 2015) e Parnamirim( agosto de 2015).

BIBLIOGRAFIA 

FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

SIGRIST,T. Guia de Campo: Avifauna Brasileira (4ª edição). Avis Brasilis,2013.

sábado, 22 de agosto de 2015

Casaca-de-couro Pseudoseisura cristata (Spix, 1824); Fauna do RN


    Ave conhecida popularmente como Casaca-de-couro, Cajaca-de-couro, Cajaca-vermelha, Casacão, João-de-moura, Carrega-madeira-grande e Arrega-madeira-do-sertão, entretanto seu nome científico é Pseudoseisura cristata (Spix, 1824). Qual o significado desse nome? O gênero Pseudoseisura tem origem em duas palavras gregas, pseudos que significa falso e seisoura que quer dizer Alvéola, enquanto que o epíteto especifico cristata vem da palavra cristatum ou cristata e significa "com crista". Sendo assim, seu nome científico significa literalmente Falso Alvéola(tipo de pássaro) com crista. Pertence a família Furnariidae, da qual também fazem parte por exemplo o casaca-de-couro-amarelo(Furnarius leucopus), o bico-virado-miúdo(Xenops minutus) e do curutié(Certhiaxis cinnamomeus).
Ninho de Casaca-de-couro Pseudoseisura cristata (Spix, 1824).
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte observei essa espécie nas mesorregiões Agreste Potiguar, Central Potiguar e Oeste Potiguar, principalmente na mesorregião Central, na "região do Seridó". As minhas últimas observações foram nos municípios de Jucurutu( em junho de 2013) , Parelhas(em 2018) e Acari (em novembro de 2014) e Equador(2018).

BIBLIOGRAFIA 

FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

SIGRIST,T. Guia de Campo: Avifauna Brasileira (4ª edição). Avis Brasilis,2013.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Mariposa (Automeris illustris) (Walker, 1855); Fauna do RN

   Mariposa conhecida popularmente como Olho-de-pavão-alaranjado, entretanto seu nome científico é Automeris illustris (Walker, 1855). Pertence a família Saturniidae. 
"Cada indivíduo adulto dessa espécie caracteriza-se por grande mancha ocelar de cores vivas na porção central das asas posteriores, nas fêmeas as asas anteriores são chocolate claro com uma linha transversal mais clara e uma mancha marrom escura na parte ventral da asa anterior, as asas anteriores são cor de abóbora e a mancha ocelar apresenta a íris pardo escura, marginada de amarelo. Nos machos as asas anteriores são cinza-amarelado com as linhas e manchas mais acentuadas, nas posteriores á mancha ocelar apresenta uma grande pupila branca."
    As lagartas também chamadas de taturanas(apresenta cerdas muito urticantes) representa a fase larval desses insetos, elas  "nascem" dos ovos colocados pelas fêmeas fecundadas e alimentam-se de várias espécies de plantas(são por isso consideradas polífagas), como goiabeira, mangueira, ingazeiro, várias espécies de Acacia, e em laboratório demonstraram aceitação de diversas espécies de plantas, citando-se 50 espécies de plantas hospedeiras. Após um período se alimentando, as larvas transformam-se em pupas, construindo um casulo irregular com fios de seda em gravetos, demorando essa fase cerca de 15 dias e em seguida a fase adulta(alada-com asas) rompe o casulo para dar continuidade a propagação da espécie. É citada como praga secundária na cultura do eucalipto(ZANUNCIO 1993).
   Existe na literatura registros dessa mariposa(Automeris illustris) nos arredores do Uruguai e Argentina, México, Bolívia, Honduras e grande parte do Brasil, principalmente no sudeste do país.

BIBLIOGRAFIA

Aline Carraro Formentini, Alexandre Specht (orient.). BIOLOGIA DE AUTOMERIS ILLUSTRIS (WALKER, 1855) (LEPIDOPTERA, SATURNIIDAE, HEMILEUCINAE), EM LABORATÓRIO. Resumo. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/59279/Resumo_200501276.pdf?sequence=1
 Acesso em: 24 de julho de 2015.
 Alexandre SpechtI,; Aline C. Formentini ; Elio Corseuil. Biologia de Automeris illustris (Walker) (Lepidoptera, Saturniidae, Hemileucinae). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81752006000200029 Acesso em 24 de julho de 2015.

Geraldo Salgado-Neto. LEPIDÓPTEROS DO BRASIL(Agenda de Campo).

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Angico Anadenanthera colubrina var. cebil(Griseb.) Altshul; Flora do RN

  Planta conhecida popularmente como Angico, Angico-vermelho, Angico-branco, Angico-preto,Angico-castanho,Angico-rosa, Angico-verdadeiro, Angico-cedro,Angico-do-banhado,Angico-do-campo, Angico-manso, Angico-do-mato,Angico-dos-montes, guarapiraca, paricá e Brincos-de-sagüi, entretanto seu nome científico é Anadenanthera colubrina var. cebil(Griseb.) Altshul. Ela pertence a família Fabaceae(Leguminosae) da qual também fazem parte por exemplo, o Pau-brasil(Caelsalpinia echinata), o Mororó((Bauhinia cheilantra) e o Mulungu(Erythrina velutina).
   Árvore que pode atingir 15m de altura no Bioma das Caatingas e até 20 ou 30m em outros ecossistemas. A sua casca pode apresentar diferentes cores, como acinzentada, escura ou castanho-avermelhada e é geralmente apresenta muitos acúleos, mas pode também  ser encontrada exemplares com poucos acúleos ou mesmo sem eles. Suas folhas são do tipo compostas bipinadas, com até 30 pares de pinas opostas com tamanho variando de 4 a 8 cm. Enquanto que suas pequenas flores são brancas ou amarelo-esverdeadas e juntas constituem capítulos globosos axilares ou terminais com tamanho variando de 3 a 5 cm. O fruto do Angico é uma vagem grande(até 32cm) de cor casatanho-avermelhada, achatada e rugosa, e contém de 8 a 15 sementes de cor marrom-avermelhadas ou escuras.  A sua madeira é castanho-amarelada com pouco tempo de corte e depois torna-se castanho-avermelhada por fim ficando vermelho-queimado. É pesada(até mais de 1 g/cm³), compacta, possui grande resistência ao apodrecimento e durabilidade natural.

    A queda das folhas ocorre no começo do período seco, voltando a apresentar folhas no final desse período e ou início da estação chuvosa,enquanto que o aparecimento das flores dá-se na estação seca geralmente entre setembro e novembro,surgindo a partir desse mês os primeiros frutos(vagens). O Angico(Anadenanthera colubrina) propaga-se por meio de sementes, estaquia e rebrotamento do toco.
   "Planta ornamental de muitas utilidades, sendo sua madeira de ótima qualidade usada na construção civil e naval, para uso na marcenaria e carpintaria na confecção de portas, janelas, móveis, postes, obras hidraúlicas e expostas, esquadrias, ripas, esteios, tornearia, carrocerias, carroça, etc. Na medicina popular, a goma-resina é usada como remédio em combate a tosse, bronquite, afecções  do pulmão e das vias respiratórias. As cascas em infusão, xarope, maceração e tintura são hemostáticas, depurativas, adstringentes, antigripais e possuem propriedades anti-inflamatórias. A infusão da casca tem propriedades sedativas e é usada contra gonorréia, diarréia e disenterias. É usada também como cicatrizante nas contusões e cortes e ulcerações. Indicada para reflorestamento de áreas degradadas e reposição de mata ciliar em áreas não inundáveis. Seu pólen e néctar servem de alimentação as abelhas principalmente no período mais seco do ano. as folhas apenas em forma de feno ou secas, serve de forragem para os animais. as folhas fermentadas são usadas como inseticidas no combate de lagartas e formigas de roça(MAIA,2004, p. 110-113)."

   Apresenta ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde o Maranhão(Brasil)até o norte da Argentina, Peru, Bolívia, Paraguai e de Minas Gerais até o estado de Mato Grosso,sendo encontrado nas Caatingas, Florestas decíduas altas, na Mata Atlântica, Cerrado, no Pantanal( nas partes secas calcárias), campos rupestres e florestas de altitude. 
   Apesar de ser encontrado em diferentes ecossistemas brasileiros, existe uma preocupação por partes dos conservacionistas em relação a essa espécie por causa principalmente da exploração excessiva da mesma, já que ela é utilizada para diversos fins por populações locais de maneira não planejada. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte observei essa espécie in natura apenas na região semi-árida do estado, nas Caatingas e nas Florestas de Altitude, sendo minhas últimas observações nos municípios de São Rafael(em 2011), de Lajes(em 2013) e de Portalegre( em 2014). Além desses registros em ambiente natural, observei esta espécie também no Campus da UFRN em Natal.

BIBLIOGRAFIA

BRAGA ,R. Plantas do nordeste,especialmente do Ceará. Fortaleza:coleção mossoroense-volume XLII,1996.

LORENZI, H.: Árvores Brasileiras – Manual de Identificação e Cultivo de Plantas e Árvores Nativas do Brasil. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, Vol. I, 2002.

MAIA, G. N. Caatinga: árvores e arbustos e suas utilidades. São Paulo: D & Z Computação Gráfica e Editora, 2004.