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domingo, 25 de julho de 2010

Jaguatirica(Leopardus pardalis); Fauna do Rio Grande do Norte.


Fonte:http://lynx.uio.no/lynx/catsgportal/cat-website/catfolk/ocelot07.htm
   Felídeo conhecido popularmente como Jaguatirica e cientificamente como Leopardus pardalis. Essa espécie é solitária,terrestre e ativa principalmente a noite. Ela vive nos seguintes biomas brasileiros: Caatinga,Mata Atlântica,Amazônia,Pantanal,Cerrado e Campos Sulinos. É encontrada do sudoeste do Texa(Estados Unidos) e oeste do México ao norte da Argentina,até 1.800 m de altitude. Ocorre em todo o Brasil,exceto no sul do estado do Rio Grande do Sul. Assim como todos os felídeos a Jaguatirica é um animal carnívoro,se alimentando principalmente de roedores,marsupiais,aves,lagartos e serpentes. Há um relato de uma Jaguatirica que matou uma Jibóia de 213 cm de comprimento. Entretanto, ela já foi vista comendo outras presas maiores como macacos,quatis,tatus e cutias. O período de gestação dura de 70 a 80 dias,nascendo de um a quatro filhotes. É uma espécie de porte médio, com comprimento da cabeça e corpo entre 67,0 e 101,5 cm e cauda proporcionalmente curta com média de 35,4 cm. Os machos podem pesar de 8,0 a 16,5 kg e as fêmeas de 7,2 a 9,0 kg. 
   A cabeça e as patas são proporcionalmente grandes. A coloração pode variar do cinza-amarelado bem pálido ao castanho com as mais diversas tonalidades intermediárias,isso ocorre devido aos diferentes habitats onde vivem; na região ventral a coloração é esbranquiçada e as manchas negras tendem a formar rosetas abertas que se unem formando bandas longitudinais nas laterais do corpo. Indivíduos jovens assemelham-se muito a exemplares de Leopardus wiedii, o popular Gato Maracajá. Reflita: A Jaguatirica está na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. as principais ameaças são: destruição de seu habitat e caça predatória para comercialização de peles. Essa espécie ainda ocorre em nosso estado(RN),mas se não criarem reservas onde ela possa viver sem ameaças,ela desaparecerá.


BIBLIOGRAFIA:

A Organização Não-Governamental “Pró-Vida” denuncia degradação em resquício de Mata Atlântica e cobra ação do Idema. Jaguatirica morta por caçadores. Disponível em:http://www.cardososilva.com.br/2009/10/ong-denuncia-degradacao-em-resquicio-de-mata-atlantica-e-cobra-acao-do-idema/ 

Jocy Brandão CRUZ, Diego de Medeiros BENTO, Darcy José dos SANTOS, José Iatagan Mendes de FREITAS, Uilson Paulo CAMPOS. COMPLEXO ESPELEOLÓGICO DA FURNA FEIA (RN): UMA PROPOSTA DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO. ANAIS do XXX Congresso Brasileiro de Espeleologia. Montes Claros MG, 09-12 de julho de 2009 - Sociedade Brasileira de Espeleologia. Pg:5.

Michael Boorer,Felinos. EDUSP,1979.

OLIVEIRA, T. G. & CASSARO, K. Guia de campo dos felinos do Brasil. Instituto Pró- Carnívoros; Fundação Parque Zoológico de São Paulo; Sociedade de Zoológicos do Brasil; Pró- Vida Brasil: São Paulo, 2005.

REIS, dos R. R.; PERACCHI, A. L.; PEDRO, W. A.; LIMA, de I. P. Mamíferos do Brasil. Londrina, 2006.

domingo, 30 de agosto de 2020

Punaré Thrichomys laurentius (THOMAS, 1904) um roedor exclusivamente brasileiro

Nomenclatura e classificação científica do Punaré

   Mamífero roedor conhecido popularmente como Punaré ou Rabudo, porém seu nome científico é Thrichomys laurentius (THOMAS, 1904). Essa espécie pertence a família Echimyidae(ex.: ratos-de-espinho,ratos-do-bambu) e até recentemente era considerada uma subespécie do gênero Thrichomys(Thrichomys apereoides laurentius).  


Aspectos biológicos do Punaré (Thrichomys laurentius)

    O comprimento do corpo de um indivíduo adulto dessa espécie, tem uma média de 197,7mm(cerca de 20cm), enquanto que seu peso médio registrado foi de 187,4 gramas. De maneira geral em T. laurentius a coloração no dorso é acinzentada, enquanto que no ventre é branca. Assim como os demais representantes do gênero, possui um “anel” de pelos brancos ao redor de cada olho e uma cauda coberta de pelos, mas esta pode  não ser observada em alguns exemplares, pois é facilmente fraturada. A cauda tem como função principal ajudar no equilíbrio do animal durante os saltos. As espécies do gênero Thrichomys constroem seus ninhos com material vegetal em cavidades das rochas, ocos de árvores e até em galerias no solo, onde dão a luz em média 3 filhotes por gestação. O número de ninhadas por ano varia de duas a três, e os novos indivíduos atingem a maturidade sexual entre 7 e 9 meses de vida. No geral, eles se reproduzem com maior frequência entre fevereiro e julho. 


Aspectos ecológicos do Punaré (Thrichomys laurentius)

   T. laurentius é terrestre e semi-arborícola, ou seja, vive tanto no chão como no estrato arbóreo e pode ser observada ativamente durante parte do dia e da  noite, todavia é considerada de hábito mais  crepuscular. Ela alimenta-se principalmente de raízes e frutos, sendo considerada quanto a dieta uma espécie herbívora-frugívora. Vive principalmente em áreas abertas da Caatinga, do Cerrado, nos brejos de altitude e em  áreas de Floresta Estacional Decidual que está associada ao bioma Mata Atlântica. Na caatinga tenho observado com maior frequência em cavidades de formações rochosas, onde ficam abrigados durante maior parte do dia. Seus principais predadores que contribuem para o controle populacional da espécie, incluem por exemplo, os felinos( gato-mourisco, jaguatirica,etc), as serpentes( cascavel e jiboia, etc) e aves de rapina como a Águia-Serrana.

Punaré (Thrichomys laurentius), um hospedeiro de Leishmania e Trypanosoma cruzi


   Estudos tem demonstrado que o punaré(T. laurentius)  tem condições de reter o parasita causador da leishmaniose tegumentar(L. braziliensis) e leishmaniose visceral-calazar(L. infantum), apresentando infecções de longa duração. Portanto, atua como hospedeiro e é um dos principais agentes etiológicos da leishmaniose humana no Brasil (ROQUE et al., 2010). Além disso, outras pesquisas tem revelado que T. laurentius atua como reservatório de Trypanosoma cruzi, causador da doença de chagas , participando nos ciclos de transmissão desse parasita.


Ameaça e distribuição geográfica do Punaré (Thrichomys laurentius)


   O rabudo(T. laurentius)  não está ameaçado de extinção em nível nacional atualmente, de acordo com a última lista disponível no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção(2018). Contudo, sofre ameaça humana, pois é perseguido e caçado(proibido por lei) em grande parte da região onde ocorre, sendo usado na alimentação em algumas comunidades no sertão nordestino. Este roedor é nativo e endêmico para o Brasil, ou seja, só é encontrado nesse país, sendo sua distribuição geográfica  desde o Ceará até a Bahia, além disso foi confirmado recentemente também no norte de Minas Gerais.  Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie nas mesorregiões Central Potiguar e Oeste Potiguar.

Referências
BASILE, Patrícia Adriana; VIVO, Mário de. Taxonomia de Trichomys Trouessart, 1880 (Rodentia, Echimyidae). 2003.Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2003.

BONVICINO, C.R., OLIVEIRA, J.A. & D'ANDREA, P.S. 2008. Guia de Roedores do Brasil, com chaves para gêneros baseadas em caracteres externos. PANAFTOSA-OPAS/ OMS, Rio de Janeiro.

FINOTTI ,R.; D’Andrea,P. S.; Santos ,M. M. dos; Carvalhaes ,J. G.; Novaes ,R. L. M.; Souza, D.D. N. de & Cerqueira,R. Diferenciação dos hábitos alimentares de três espécies do gênero Thrichomys (Rodentia, Echimyidae) através de experimento de preferência alimentar em laboratório. Bol. Soc. Bras. Mastozool., 74: 95-102, 2015.

ICMBIO -Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 2018. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: ICMBio. 4162 p. 

LUCENA, Mycarla Míria Araújo de. Additional criteria proposed for definition priority area for conservation in brazilian semiarid. 2014. 161 f. Tese (Doutorado em Meio Ambiente, Cultura e Desenvolvimento) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2014.

MORLANES, Viviane. Ecologia de pequenos mamíferos (Didelphimorphia e Rodentia) em uma área de caatinga do Rio Grande do Norte. 2016. 106 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-graduação em Ciência Animal, Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró, 2016.

PAGLIA, A.P., Fonseca, G.A.B. da, Rylands, A. B., Herrmann, G., Aguiar, L. M. S., Chiarello, A. G., Leite, Y. L. R., Costa, L. P., Siciliano, S., Kierulff, M. C. M., Mendes, S. L., Tavares, V. da C., Mittermeier, R. A. & Patton J. L. 2012. Lista Anotada dos Mamíferos do Brasil / Annotated Checklist of Brazilian Mammals. 2ª Edição / 2nd Edition. Occasional Papers in Conservation Biology, No. 6. Conservation International, Arlington, VA. 76pp.

PILAR e SILVA, Aparecida. Análise genética da população de Thrichomys apereoides (RODENTIA, Echimyidae) no norte de Minas Gerais. Instituto de Ciências Biológicas,UFMG, 2011.

REIS, dos R. R.; PERACCHI, A. L.; PEDRO, W. A.; LIMA, de I. P. Mamíferos do Brasil – Londrina, 2006.

ROQUE, André Luiz Rodrigues; et al. Thrichomys laurentius (Rodentia; Echimyidae) as a Putative Reservoir of Leishmania infantum and L. braziliensis: Patterns of Experimental Infection. PLoS Negl Trop Dis., v.4, n.2, e589., 8p, Feb. 2010.

ROQUE, ALR. Avaliação do potencial de pequenos mamíferos e importância de animais domésticos na manutenção dos ciclos de transmissão de tripanosomatídeos: Trypanosoma cruzi, Leishmania infantum e Leishmania Braziliensis. Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ 2009.