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sábado, 30 de agosto de 2014

Arribaçã Zenaida auriculata (Des Murs, 1847); Fauna do RN

    Ave conhecida popularmente como: arribaçã, ribaçã , rabaçã, rabação, rebaçã, ribação,arribação, pomba-de-arribação, pomba-de-bando, pomba-do-meio, pomba-do-sertão, pomba-parari, pomba-pararu, pomba-amargosinha, bairari, cardigueira, cardinheira, guaçuroba-pequena, juriti-carregadeira, pairari, pararé, parari, , rolinha, amargozinha e avoante. Entretanto para ciência seu nome é único, pois seu nome científico é Zenaida auriculata, sendo o primeiro nome referente ao genêro Zenaida Bonaparte,1825;, enquanto o termo específico auriculata é de origem latim, auriculatus que é diminutivo de auris que significa pequena orelha. 
   Espécie grande,podendo os indivíduos adultos medir cerca de 25cm de comprimento. apresenta o dorso pardo,cabeça com duas faixas negras nos lados da cabeça atrás dos olhos, formando como se fossem orelhas (origem do nome latino auriculata = com orelhas) e algumas machas da mesma cor nas asas; os olhos são envoltos por uma pele azulada. Nas asas, as bolas negras também são marcantes, as retrizes (particularmente as laterais) com amplo ápice branco, realçado por faixa negra ante-apical, que dá muito na vista quando a ave pousa. Pode ser confundida com uma parente próxima, a Juriti(Leptotila sp.), entretanto esta ocorre em florestas e bosques, enquanto que a Arribaçã(Zenaida auriculata) prefere áreas campestres, cerrado, caatinga e plantações. . Indivíduos imaturos com cerca de três semanas de vida apresentam cabeça, pescoço e asas triangularmente riscados de branco ou amarelados e uma grande nódoa branca no loro.
   Existe dimorfismo sexual,pois o macho tem a cabeça azulada e seu pescoço quando iluminado pela luz do sol mostra manchas cor-de-rosa e azul para atrair a fêmea na época de acasalamento quando o macho se exibe enchendo o pescoço. Na fêmea a cabeça é um tom amarronzado meio ruivo com o pescoço quando a luz do sol o ilumina de um tom amarelado e esverdeado.

   Alimenta-se de grãos como sementes de caruru e de brotos de algumas plantas, principalmente espécies da família Euforbiaceae, em especial Croton jacobinensis(Aquirre, 1976). Com a destruição de seu habitat ao longo do "tempo" para implantação de monoculturas como por exemplo, soja,arroz,milho,trigo, elas passaram a incluir também em sua dieta esses grãos e em algumas regiões como na área do Triângulo Mineiro, e em outros países como Colômbia (em relação à soja) e na Argentina (Córdoba) elas são consideradas "praga" da agricultura desses grãos, nessa última área 85% de sua alimentação é composta de grãos cultivados, sobretudo sorgo, trigo e painço (Bucher 1970), sendo as aves sempre abundantes, havendo pombais de um a cinco milhões de indivíduos.
   É muito prolífica. Em alguns locais pode construir seu ninho diretamente no chão, mas é mais comum que o construa um arbustos, palmeiras ou ate mesmo no forro de telhados. O ninho em forma de tigela rasa é um amontoado de gravetos tão ralo que as vezes é possível ver os ovos através dele. Não é de se estranhar que tantos ovos e filhotes caiam derrubados pelo vento ou pela chuva. Os ninhos são construídos sobre o solo arenoso da caatinga nordestina e eventualmente em arbustos, até cerca de 3 metros do chão, onde a fêmea poe de 2 a 3 ovos brancos em cada ninho.  Geralmente são criados 2 ou 3 filhotes por ninhada. Estes são alimentados por ambos os pais e deixam o ninho dentro de duas semanas. Os locais onde essa espécie se concentra aos milhares são chamados pombais. A duração de um pombal chega a ser entre 60 a 70 dias. Foi observado que não usa os mesmos pombais todos os anos para fazer suas posturas.
   A arribaça (Zenakia auriculata) distribui-se nas formações abertas da América do Sul cisandina desde a Colômbia, Venezuela, Trinidad-Tobago e Guianas até o centro-sul da Argentina e ocorre em todo o Brasil. Originalmente ave campestre típica da Caatinga, Cerrado e campos, atualmente vem aumentando significativamente sua distribuição, beneficiada pelo desmatamento e nas ultimas décadas conquistou efetivamente o ambiente urbano, chegando ate mesmo a grandes metrópoles como São Paulo, onde sua população vem aumentando a cada ano desde 1970.  É uma das poucas aves de ambiente terrestre na Ilha de Fernando de Noronha, no meio do Oceano Atlântico. 
   Na região Nordeste do Brasil, onde realiza migrações locais conforme as secas também forma bandos enormes. Nessa região é muito caçada, chegando a ser vendida em feiras livres, sendo tal prática proibida, devendo ser denunciada.
   "A intervalos de dois a três anos torna-se numerosíssima no Nordeste (Píauí, Ceará, Rio Grande dó Norte), surgindo de abril a junho aos milhares e formando bandos compactos cuja afluência figura entre as mais espetaculares migrações de aves em todo mundo. Ao que parece são atraídas pela abundante frutificação de marmelo (Croton sp.), ocorrente após as pesadas chuvas caídas usualmente entre novembro e março, conforme foi verificado por A. Aguirre a quem devemos as primeiras melhores informações acerca da espécie. O padrão de recuperação de 26.000 avo antes anilhados mostrou uma movimentação dentro da caatinga da mesma forma que as chuvas (Antas 1987). Foi o primeiro caso de migração evidenciada pelo uso de anilhas no Brasil. A caatinga, situada na faixa pluviométrica anual média de 550 a 750mm, possui um padrão estacional de chuvas movendo-se do centro-oeste até o Rio Grande do Norte. O trimestre mais chuvoso vai lentamente dirigindo- se de sudoeste para nordeste. A chuva leva a caatinga a rebrotar, florescer, frutificar. É quando as sementes maturam e caem que inicia o período ideal para a avoante, uma granívora de solo. Os sertanejos perseguem as arribaçãs por todos os meios até mesmo à noite ("fachear"), principalmente nos "pombais de bebida", que podem ser cacimbas feitas na hora a fim de atraí-Ias. O cúmulo da brutalidade é que os "caçadores" costumam envenenar' a água das cacimbas, usando um veneno que apenas atinge as pombas quando bebem, não as pessoas."
   É bom lembrarmos que é crime ambiental matar essa ave ou qualquer outro animal silvestre da fauna brasileira sem autorização do IBAMA, pois segundo esse órgão quem for pego caçando arribaçãs responde por crime de caça predatória e pode pegar de seis meses a um ano de prisão, além de pagar uma multa de R$ 500 por cada ave apreendida.

Referências 
ANDRADE, M. A. Aves Silvestres: Minas Gerais. Belo Horizonte: Conselho Internacional para Preservação das Aves, p. 67, 1997. 
DUNNING, J. S.; BELTON, W. Aves Silvestres do Rio Grande do Sul. 3ed, Porto Alegre: Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, p. 54, 1993. 
FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p. 
F. Sagot-Martin, GOP. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.
MIRANDA, J. R.; MIRANDA E. E. Biodiversidade e Sistemas de Produção Orgânica: Recomendações no Caso da Cana-de-Açúcar, Embrapa Monitoramento por Satélite, 94 p., 2004. 
Paulo de Tarso Zuquim Antas. A nidificação da avoante, Zenaida auriculata, no Nordeste do Brasil, relacionada com o substrato fornecido pela vegetação.  Rev. Bras. Zool. vol.3 no.7 Curitiba 1986
SICK, H. Ornitologia Brasileira, uma Introdução. 2ed, Brasília: Universidade de Brasília, p. 286, 1986.

domingo, 24 de agosto de 2014

Rouxinol Troglodytes musculus Naumann, 1823; Fauna do RN

   Ave conhecida popularmente como Rouxinol,Corruíra-de-casa, Carriça, Garriça, Curuíra, Coroíra, Curreca,Cambaxirra, Carruíra,Garrincha,Cutipuruí ou Maria-judia. Entretanto seu nome científico é único, cientificamente seu nome é Troglodytes musculus. O gênero Troglodytes é uma palavra de origem grega que significa aquele que mora em cavernas, enquanto que o termo específico(segundo nome) musculus é uma palavra de origem latina,sendo o diminutivo de mus,que significa pequeno rato; camundongo, sendo assim, seu nome científico significa literalmente "pequeno rato que habita as cavernas." Ela pertence a família Troglodytidae, a mesma da qual faz parte a lendária e famosíssima ave conhecida como Uirapuru, que é considerada por muitos como a ave brasileira que tem o canto mais bonito.
   Individuo adulto atinge 12g de peso,13cm de comprimento total, sendo 4,8cm de asa, 3,8 de cauda, 1,2cm de bico e o tarso 1,7cm. Coloração parda,asas e cauda com finas faixas transversais negras, dorso pardo uniforme (ao contrário de Cistothorus), lado inferior pardacento-claro ligeiramente rosado. Ave de belos cantos bem complexos, que geralmente são entoados ao amanhecer e no final da tarde,sendo o canto do macho uma estrofe curta, ininterrupta, de notas altas e ressonantes, em andamento rápido,enquanto que a fêmea responde com uma seqüência de tons roucos monótonos. Entretanto o macho excitado às vezes produz também estalidos ("tak") e até matraqueia a intervalos intercalados aos cantos, na presença da fêmea. Um canto comum de advertência da espécie é "kretkret". Essa espécie não apresenta dimorfismo sexual, ou seja, indivíduos do sexo masculino e feminino apresentam características física não sexuais iguais.
   Alimenta-se de pequenos invertebrados,principalmente insetos como,besouros, cigarrinhas, formigas, lagartas, vespas, e aracnídeos como pequenas aranhas e até filhotes de lagartixa(vertebrado). 
   Constroem seu ninho qualquer tipo de cavidade, talvez esse seja o motivo de ter recebido o nome do gênero Troglodytes, que significa morador da caverna. Seus comportamentos reprodutivos em relação aos locais onde já foi encontrado seus ninhos, são bastante curiosos e bem diversificados tais como: troncos de árvores ocas, embaixo de telhas de casas,caixas de sapato, sapatos, botas, debaixo dos telhados, em caixas de disjuntores, nas luminárias, tubulações,telefones públicos, tratores, caixas de música, instalações elétricas, etc. O ninho mais ousado encontrado até o momento foi um ninho construído dentro do suporte de um ventilador de teto: o casal fazia o maior malabarismo para conseguir alimentar o filhote, sem ser degolado pelas lâminas do ventilador.
  Os ninhos são constituídos principalmente por gravetos entrelaçados com no máximo 18 centímetros e mínimo 1,7 centímetros. Apresentavam folhas, raízes, sementes e diversos materiais industrializados como pregos, metais, papel, plástico e tecido. No local em que são depositados os ovos (câmara), ocorre o revestimento de penas de outras aves, pelos provavelmente de bovino, suíno e equino e, grande quantidade de cabelos humanos. Nesses a ave faz a postura de 3 a 6 ovos, vermelho-claros, densamente salpicados de vermelho-escuro, com manchas cinza-claras, que eclodem após cerca de duas semanas e os filhotes demoram quase o dobro deste tempo para abandonar o ninho. Os pais se revezam nos cuidados com os filhotes. Depois que deixam o ninho, os filhotes ainda mantém contato com os pais, formando pequenos grupos que chegam a ajudar aos pais alimentando os novos irmãos provenientes da próxima postura.
   O Rouxinol(Troglodytes musculus) pode destruir ovos de outras espécies de aves sem nem mesmo alimentar-se deles. Este comportamento pode estar relacionado à eliminação de competidores de outras espécies. Há vários relatos deste comportamento para a espécie americana, e para a brasileira há uma descrição de predação em ovos do sabiá-barranco(Turdus leucomelas). É uma espécie muito ativa pulando pelo chão a procura de pequenos invertebrados, e se escondendo rapidamente, o que lembra um camundongo ( musculus = camundongo ). Também pode saltar de galho em galho com a mesma velocidade,entretanto raramente se alimenta muito distante do solo, empoleirando principalmente para cantar, sendo muitas vezes observadas catando em dueto macho e fêmea. Vive solitária ou aos pares.
   Assim como o bem-te-vi é uma das aves mais comuns do Brasil,ocorrendo em qualquer lugar, tipicamente ubíquo, à volta de casas e em jardins, entra até nos quartos, onde canta; sendo encontrada nos centro urbanos; vive nos tipos mais diversos de paisagens naturais, como beira de mata, cerrado, caatinga, pântanos e campos nas serras altas do Sudeste, etc.; ocupa ilhas na costa marítima, como a ilha Alfavaca (Rio de Janeiro) e as ilhas Moleques do Sul (Santa Catarina). Infelizmente a uma crença popular no Rio de Janeiro de que a cambaxirra dá azar.
   Apresenta ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde o Canadá até o sul da Argentina, Chile e em todo o Brasil.
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado com frequência a presença dessa ave em todas as regiões do estado, acredito que assim como o bem-te-vi ela seja encontrado em todos os municípios norte-rio-grandenses, sendo visto tanto em bordas de florestas, como em área urbana.
Referências
Freire, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p. 
F. Sagot-Martin, GOP. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.
LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.
Nicéia wendel de Magalhães. Conheça o Pantanal. Terragraph, 1992.
Sick, Helrnut. Ornitologia Brasileira; pranchas coloridas Paul Barruel e [ohn P.O'Neill ; coordenação e atualização José F. Pacheco. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.
Simone Inês CRISTOFOLI & Martin SANDER COMPOSIÇÃO DO NINHO DE CORRUÍRA: Troglodytes musculus NAUMANN,1823 (PASSERIFORMES: TROGLODYTIDAE). Biodivers. Pampeana Uruguaiana, 5(2): 6-8, 2007
Biblioteca Digital de Ciências. Corruira ou Cambaxirra ( Troglodytes (aedon) musculus ). Disponível em: http://www.bdc.ib.unicamp.br/bdc/visualizarMaterial.php?idMaterial=416 Acesso em 24 de agosto de 2014.

domingo, 17 de agosto de 2014

Borboleta Hamadryas februa (Hübner, 1823); Fauna do RN

   Borboleta conhecida popularmente como Borboleta-estaladeira, Assenta-pau-de-barriga-cinzenta ou Pardinha, entretanto seu nome científico é único, cientificamente ela é mundialmente conhecida como Hamadryas februa.
   De maneira geral seu corpo é cinza,apresentando asas anteriores salpicadas com coloração acinzentada, com cadeia de pequenas manchas escuras, enquanto que a parte inferior é branca salpicada de manchas marrons com branco. Não há dimorfismo sexual evidente, ou seja, externamente o macho é idêntico a fêmea. A envergadura de suas asas apresenta em média de 7 a 8,6cm de comprimento.
   Geralmente indivíduos adultos descansam em troncos de árvores de cabeça para baixo com suas asas abertas. Os ovos são colocados isoladamente em folhas ou sépalas da planta hospedeira; as lagartas são solitárias. Antes de escurecer adultos se reúnem em uma única árvore, em seguida, se dispersam para o poleiro em árvores próximas ou arbustos. Indivíduos adultos alimentam-se da resina que exsuda do tronco das árvores e nos frutos fermentados. Enquanto que na fase larval(a lagarta), essa espécie se alimenta das folhas de algumas espécies da família Euphorbiaceae, são as seguintes plantas que ela costuma utilizar como planta hospedeira: Dalechampia heteromorpha,Dalechampia scandens,Dalechampia tiliifolia,Dalechampia triphylla,Tragia volubilis  .
   Darwin, em 1859 observou estas borboletas no Rio de Janeiro, e as chamou de borboleta carijó, o estalido emitido ocorre somente durante o cortejo, através de um saco membranoso característico na base das asas anteriores (DOUBLEDAY, 1845), sendo esse o motivo pelo qual ela também é conhecida vulgarmente como Borboleta-estaladeira.
   Vive no interior de Florestas Subtropicais e nas bordas dessas, como também em áreas cultivadas com árvores ou arbustos. Hamadryas Februa é uma espécie de borboleta típica da América do Sul. Sua distribuição estende-se desde o México até a Colômbia e o Brasil. Ela também ocorre nas ilhas do Caribe. 
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado essa borboleta poucas vezes no interior de Florestas, mas principalmente em áreas mais abertas dessas e em áreas de sítios por exemplo com plantações de mangueiras e cajueiros.

Classificação Científica: 
Reino: Animalia; Filo: Arthropoda; Classe: Insecta; Ordem: LEPIDOPTERA; Subordem: DITRYSIA; Superfamília: Papilionoidea; Família: NYMPHALIDAE; Subfamília: Biblidinae; Tribo: AGERONIINI; Gênero: HAMADRYAS; Nome específico: februa


Referências
Hamadryas Februa Disponível em http://www.butterfliesandmoths.org/species/Hamadryas-februa Acessoe em 17 de agosto de 2014.

Hamadryas Februa Disponível em http://en.butterflycorner.net/Hamadryas-februa.462.0.html Acessoe em 17 de agosto de 2014.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Capitãozinho Strychnos parvifolia A. DC.; Flora do RN

    Planta conhecida popularmente como Capitãozinho, Capitãozinho-preto, Capitão, Carrasco-preto, Carrasco-roxo,Gulari e Pau-pereira. Entretanto seu nome científico é único sendo atualmente denominado como Strychnos parvifolia. Essa espécie pertence a família Loganiaceae que apresenta 420 espécies com ampla distribuição, ocorrendo principalmente nas regiões tropicais e subtropicais.
   Capitãozinho(Strychnos parvifolia) é de porte arbustivo, possui distribuição exclusiva na América do Sul, ocorrendo na Bolívia, Paraguai, Peru e Brasil (Krukoff & Barneby 1969a). De acordo com Krukoff (1972), ela ocorre no seguintes estados brasileiros: Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. No território Paraibano tem sido observada em áreas abertas de remanescentes de Mata Atlântica e brejos de altitude. Amostras floridas foram coletadas nos meses de março, junho e outubro. Amostras frutificadas foram coletadas em fevereiro.
   Durante minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado e fotografado essa espécie nas regiões " litorânea" e "agreste", tendo-a encontrada em áreas abertas de tabuleiros fixada em solo arenoso no Bioma da Mata Atlântica. 
Informações Técnicas da Espécie Strychnos parvifolia
"Arbusto escandente, glabrescente; ramos cilíndricos, divaricados, estriados, armados com espinhos axilares, aciculares, 1,5-2,5 cm compr.; estípulas presentes nos ramos jovens, decíduas nos ramos adultos, 0,2-0,3 cm compr., lineares; gavinhas ca. 1,5 cm compr., espiraladas no ápice. Folhas opostas; pecíolo 0,5-1,0 cm compr., cilíndrico; lâmina 4,014×2,74,0 cm, lanceolada a elíptica, cartácea a coriácea, trinérvea, margem ciliada, base cuneada, ápice agudo, pilosa ao longo da venação, tricomas simples, unicelulares e pluricelulares. Inflorescências em cimeiras terminais, laxas, pedunculadas (2,04,0 mm compr.); brácteas 2, elípticas a lanceoladas, pilosas, 1,0-2,0 mm compr., ápice agudo a acuminado. Flores 20-40, pedicelos 0,9-1,0 mm compr.; cálice tubuloso, 1,9-2,5 mm compr., soldado até metade, lobos triangulares, pubescentes internamente; corola campanulada, 2,5-3,0 mm compr., soldada no 1/4 basal, amarelo-pálido, vilosa na parte mediana interna, lacínios lanceolados. Estames 5, exsertos; filetes cilíndricos, ca. 1,0 mm compr., anteras ca. 0,5 mm compr., elípticas. Ovário globoso, ca. 1,0 mm diâm.; estilete 0,9-1,0 mm compr., filiforme; estigma capitado. Baga globosa, ca. 2,0 cm diâm., epicarpo liso, brilhante; 1-3-sementes, 1,5×1,2 cm, suborbiculares, testa crustácea."

Referências
Freire, Maria Socorro Borges, Levantamento Florístico do Parque Estadual Dunas de Natal, Acta Botânica Brasílica. 4(2): 1990.
Kiriaki Nurit; Maria de Fátima Agra; Ionaldo J.L.D. Basílio; George Sidney Baracho. Flora da Paraíba, Brasil: Loganiaceae. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0102-33062005000200024&script=sci_arttext Acesso em 12 de agosto de 2014. Acta Bot. Bras. vol.19 no.2 São Paulo Apr./June 2005.
Ionaldo José Lima Diniz BASÍLIO, Kiriaki NURIT & Maria de Fátima AGRA. Estudo Farmacobotânico das Folhas de três Espécies do Gênero Strychnos L. (Loganiaceae) do Nordeste do Brasil.  Acta Farm. Bonaerense 24 (3): 356-65 (2005).
Det.: J. Jardim, set.2013    

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Perereca Scinax cf. fuscomarginatus (A. Lutz, 1925); Fauna do RN

   Anfíbio anuro de pequeno porte, com cerca de 2,6 cm de comprimento rostro-cloacal, sendo seu nome científico Scinax fuscomarginatus. Essa espécie de perereca pertence a família Hylidae. Ela geralmente é encontrada geralmente na vegetação baixa próxima a corpos d’água temporários e permanentes, em locais abrigados e áreas de gramíneas. 
   Ocorre em ambientes florestados e áreas abertas, como o Cerrado,Pantanal,áreas de transição entre a Caatinga e a Mata Atlântica, distribuindo-se pelo leste da Bolívia, por todo território paraguaio e nordeste da Argentina e no Brasil a espécie existe no Estado do Amazonas, através do Brasil central, região Nordeste,Sul e Sudeste até o estado do Paraná.
    A espécie é tolerante a ambientes perturbados, e já foi encontrada em cultivo de arroz. Pode ser vista numa faixa altitudinal de 0 a 2.000 m de altitude.
   S. fuscomarginatus caracteriza-se por machos que se agregam em torno de poças permanentes ou temporárias para a reprodução, utilizando a vegetação marginal como sítio de vocalização. Sabe-se que o período reprodutivo é prolongado,sendo a desova depositada diretamente em corpos d’água lênticos, onde os girinos se desenvolvem.

Referências
Garda Lab,UFRN. Herpetofauna da Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ), Macaíba, RN. Disponível em: https://sites.google.com/site/larufrn/fotografia/herpetofauna-da-eaj-macaba-rn Acesso em 06 de agosto de 2014.

Guarino Colli, Lucy Aquino, Claudia Azevedo-Ramos, Débora Silvano, Norman Scott, José Langone 2004. Scinax fuscomarginatus. In:. IUCN 2014 IUCN Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. Versão 2014.1. < www.iucnredlist.org >. Transferido em 21 de junho de 2014.

Luís Felipe de Toledo Ramos Pereira. BIOLOGIA REPRODUTIVA DE Scinax fuscomarginatus EM UM FRAGMENTO DE CERRADO NO SUDESTE DO BRASIL. Dissertação apresentada ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Campus de Rio Claro, para a obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas (Área de Zoologia). Orientador: Prof. Dr. DENIS OTÁVIO VIEIRA DE ANDRADE