Nossa página

domingo, 24 de agosto de 2014

Rouxinol Troglodytes musculus Naumann, 1823; Fauna do RN

   Ave conhecida popularmente como Rouxinol,Corruíra-de-casa, Carriça, Garriça, Curuíra, Coroíra, Curreca,Cambaxirra, Carruíra,Garrincha,Cutipuruí ou Maria-judia. Entretanto seu nome científico é único, cientificamente seu nome é Troglodytes musculus. O gênero Troglodytes é uma palavra de origem grega que significa aquele que mora em cavernas, enquanto que o termo específico(segundo nome) musculus é uma palavra de origem latina,sendo o diminutivo de mus,que significa pequeno rato; camundongo, sendo assim, seu nome científico significa literalmente "pequeno rato que habita as cavernas." Ela pertence a família Troglodytidae, a mesma da qual faz parte a lendária e famosíssima ave conhecida como Uirapuru, que é considerada por muitos como a ave brasileira que tem o canto mais bonito.
   Individuo adulto atinge 12g de peso,13cm de comprimento total, sendo 4,8cm de asa, 3,8 de cauda, 1,2cm de bico e o tarso 1,7cm. Coloração parda,asas e cauda com finas faixas transversais negras, dorso pardo uniforme (ao contrário de Cistothorus), lado inferior pardacento-claro ligeiramente rosado. Ave de belos cantos bem complexos, que geralmente são entoados ao amanhecer e no final da tarde,sendo o canto do macho uma estrofe curta, ininterrupta, de notas altas e ressonantes, em andamento rápido,enquanto que a fêmea responde com uma seqüência de tons roucos monótonos. Entretanto o macho excitado às vezes produz também estalidos ("tak") e até matraqueia a intervalos intercalados aos cantos, na presença da fêmea. Um canto comum de advertência da espécie é "kretkret". Essa espécie não apresenta dimorfismo sexual, ou seja, indivíduos do sexo masculino e feminino apresentam características física não sexuais iguais.
   Alimenta-se de pequenos invertebrados,principalmente insetos como,besouros, cigarrinhas, formigas, lagartas, vespas, e aracnídeos como pequenas aranhas e até filhotes de lagartixa(vertebrado). 
   Constroem seu ninho qualquer tipo de cavidade, talvez esse seja o motivo de ter recebido o nome do gênero Troglodytes, que significa morador da caverna. Seus comportamentos reprodutivos em relação aos locais onde já foi encontrado seus ninhos, são bastante curiosos e bem diversificados tais como: troncos de árvores ocas, embaixo de telhas de casas,caixas de sapato, sapatos, botas, debaixo dos telhados, em caixas de disjuntores, nas luminárias, tubulações,telefones públicos, tratores, caixas de música, instalações elétricas, etc. O ninho mais ousado encontrado até o momento foi um ninho construído dentro do suporte de um ventilador de teto: o casal fazia o maior malabarismo para conseguir alimentar o filhote, sem ser degolado pelas lâminas do ventilador.
  Os ninhos são constituídos principalmente por gravetos entrelaçados com no máximo 18 centímetros e mínimo 1,7 centímetros. Apresentavam folhas, raízes, sementes e diversos materiais industrializados como pregos, metais, papel, plástico e tecido. No local em que são depositados os ovos (câmara), ocorre o revestimento de penas de outras aves, pelos provavelmente de bovino, suíno e equino e, grande quantidade de cabelos humanos. Nesses a ave faz a postura de 3 a 6 ovos, vermelho-claros, densamente salpicados de vermelho-escuro, com manchas cinza-claras, que eclodem após cerca de duas semanas e os filhotes demoram quase o dobro deste tempo para abandonar o ninho. Os pais se revezam nos cuidados com os filhotes. Depois que deixam o ninho, os filhotes ainda mantém contato com os pais, formando pequenos grupos que chegam a ajudar aos pais alimentando os novos irmãos provenientes da próxima postura.
   O Rouxinol(Troglodytes musculus) pode destruir ovos de outras espécies de aves sem nem mesmo alimentar-se deles. Este comportamento pode estar relacionado à eliminação de competidores de outras espécies. Há vários relatos deste comportamento para a espécie americana, e para a brasileira há uma descrição de predação em ovos do sabiá-barranco(Turdus leucomelas). É uma espécie muito ativa pulando pelo chão a procura de pequenos invertebrados, e se escondendo rapidamente, o que lembra um camundongo ( musculus = camundongo ). Também pode saltar de galho em galho com a mesma velocidade,entretanto raramente se alimenta muito distante do solo, empoleirando principalmente para cantar, sendo muitas vezes observadas catando em dueto macho e fêmea. Vive solitária ou aos pares.
   Assim como o bem-te-vi é uma das aves mais comuns do Brasil,ocorrendo em qualquer lugar, tipicamente ubíquo, à volta de casas e em jardins, entra até nos quartos, onde canta; sendo encontrada nos centro urbanos; vive nos tipos mais diversos de paisagens naturais, como beira de mata, cerrado, caatinga, pântanos e campos nas serras altas do Sudeste, etc.; ocupa ilhas na costa marítima, como a ilha Alfavaca (Rio de Janeiro) e as ilhas Moleques do Sul (Santa Catarina). Infelizmente a uma crença popular no Rio de Janeiro de que a cambaxirra dá azar.
   Apresenta ampla distribuição geográfica, ocorrendo desde o Canadá até o sul da Argentina, Chile e em todo o Brasil.
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado com frequência a presença dessa ave em todas as regiões do estado, acredito que assim como o bem-te-vi ela seja encontrado em todos os municípios norte-rio-grandenses, sendo visto tanto em bordas de florestas, como em área urbana.
Referências
Freire, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p. 
F. Sagot-Martin, GOP. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.
LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.
Nicéia wendel de Magalhães. Conheça o Pantanal. Terragraph, 1992.
Sick, Helrnut. Ornitologia Brasileira; pranchas coloridas Paul Barruel e [ohn P.O'Neill ; coordenação e atualização José F. Pacheco. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.
Simone Inês CRISTOFOLI & Martin SANDER COMPOSIÇÃO DO NINHO DE CORRUÍRA: Troglodytes musculus NAUMANN,1823 (PASSERIFORMES: TROGLODYTIDAE). Biodivers. Pampeana Uruguaiana, 5(2): 6-8, 2007
Biblioteca Digital de Ciências. Corruira ou Cambaxirra ( Troglodytes (aedon) musculus ). Disponível em: http://www.bdc.ib.unicamp.br/bdc/visualizarMaterial.php?idMaterial=416 Acesso em 24 de agosto de 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário