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terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Feijão-bravo Cynophalla hastata (Jacq.) J.Presl

Feijão-bravo(Cynophalla hastata) em área antropizada no município de Equador,Região do Seridó,RN, Brasil.
  Planta conhecida popularmente como Feijão-bravo, Feijão-brabo, Feijão-de-boi ou Mororó-de-tabuleiro, entretanto seu nome científico é único, Cynophalla hastata (Jacq.) J.Presl. Pertence à família Capparaceae.
   Espécie de porte arbustivo ou arbóreo podendo atingir até 6m de altura. Ela diferencia-se das demais do mesmo gênero por apresentar “folhas com ápice arredondado ou emarginado, botão floral capitado, filetes com a base vinácea e ápice branco (Neto & Jardim,2015)”.  Seu fruto cilíndrico é do tipo cápsula folicular.
  O Feijão-bravo (Cynophalla hastata) é espécie nativa, porém não é endêmica do Brasil, ocorrendo nas Antilhas Menores, Haiti, Porto Rico, Ilhas Virgens, Trinidad, Curaçao, Colômbia e Venezuela. No Brasil, é encontrada nos biomas Caatinga e Mata Atlântica na região Nordeste, ocorrendo nos seguintes estados brasileiros: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie principalmente na mesorregião Central Potiguar, destacando-se na Caatinga do Seridó.

Referências

Neto, R L. S. & Jardim, J. G.(2015). Capparaceae no Rio Grande do Norte, Brasil. Rodriguésia vol.66 no.3 Rio de Janeiro July/Sep. 2015.

Associação para Conservação das Aves no Brasil – Save Brasil. Relatório de caracterização da cobertura vegetal da bacia do Rio Curaçá (Curaçá, BA). Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/relatorio_da_vegetacao_consultapublica.pdf Acesso em: 13 abr. 2020.

Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 1. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Cobra-cipó Bicuda Oxybelis aeneus (Wagler in Spix, 1824)

Bicuda(Oxybelis aeneus) observada sobre arbusto, em área de campo antropizado no município de Monte Alegre,RN,Brasil.
   Serpente conhecida popularmente como Cobra-cipó,Bicuda ou Cipó-bicuda, entretanto seu nome científico é único,Oxybelis aeneus (Wagler in Spix, 1824). Ela pertence a família Colubridae, da qual também fazem parte por exemplo a Cobra-de-cipó(Leptophis ahaetulla) e a Tantilla melanocephala (Linnaeus, 1758). "Um Individuo adulto macho apresenta comprimento de até 1,4 m, enquanto que nas fêmeas atinge 2m. O dorso varia de castanho a acinzentado, com escamas manchadas de preto ou marrom-escuro nas extremidades, confundindo-se com a cor dos galhos de plantas, o que proporciona boa camuflagem. A cabeça é marrom na parte de cima e nas laterais, com uma linha preta fina acima das escamas labiais. As escamas labiais e a região inferior do pescoço são brancas. O ventre é castanho, com pontos pretos irregulares no primeiro terço do corpo, no restante é marrom-escuro. Os olhos são brancos, com manchas esverdeadas nas bordas laterais e um anel amarelado ao redor das pupilas redondas(Rafael de Fraga,2013)".
Cobra-cipó(Oxybelis aeneus) observada sobre arbusto, em área de campo antropizado no município de Monte Alegre,RN,Brasil.
    A Bicuda(Oxybelis aeneus) é uma espécie diurna(ativa durante o dia) e arborícola(vive principalmente em arbustos ou árvores) que se alimenta de pequenos vertebrados, principalmente lagartos e aves. Quando sente-se ameaçada torna-se bastante agressiva, desferindo botes e as vezes liberando substâncias com mau odor, na tentativa de livrar-se da presença do intruso. De maneira geral não oferece grande riscos ao homem, sendo considerada não peçonhenta(não é espécie de interesse médico), pois sua dentição opistóglifa(dentes sulcados inoculadores de veneno na parte posterior do maxilar) esta associada a um mecanismo pouco eficiente de inoculação, servindo principalmente para captura de suas pequenas presas.
    A Cobra-cipó(Oxybelis aeneus)  é encontrada nas matas, bordas de matas e em áreas abertas antropizadas de quase todo Brasil, exceto na região Sul do país. Sua distribuição geográfica estende-se do México passando pela América Central,Andes e norte da América do Sul.

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Referências
Ednilza Maranhão dos Santos, Jozelia Maria de Sousa Correia, Vanessa do Nascimento Barbosa (orgs.). Guia de répteis do Parque Estadual de Dois Irmãos . – 1. ed. - Recife: EDUFRPE, 2017.

José Santiago Lima-Verde. Fisioecologia e Etologia de algumas serpentes da chapada do Apodi, estados do Ceara e Rio Grande do Norte (Brasil). São Paulo, 1971.

Paulo C.M.D. Mesquita; Daniel C. Passos; Diva M. Borges-Nojosa; Sonia Z. Cechin. Ecologia e história natural das serpentes de uma área de Caatinga no nordeste brasileiro. Pap. Avulsos Zool. (São Paulo) vol.53 no.8 São Paulo  2013.

Rafael de Fraga,Albertina Pimentel Lima, Ana Lúcia da Costa Prudente e William E. Magnusson. Guia de cobras da região de Manaus - Amazônia Central = Guide to the snakes of the Manaus region - Central Amazonia / Manaus : Editora Inpa, 2013.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Ararrapé Schwartzia brasiliensis (Choisy) Bedell ex Gir.-Cañas

    Planta conhecida popularmente como Ararrapé, Agarrapé ou Flor-de-papagaio, entretanto seu nome científico é único, Schwartzia brasiliensis (Choisy). Ela pertence a família Marcgraviaceae.
   Espécie trepadeira que apresenta "folhas com 3 a 6 pares de glândulas próximas da margem e 1 par de glândulas na base da lâmina; inflorescência com 21 a 32 cm de comprimento composta por 40 a 83 flores e nectários cocleariformes. Geralmente floresce de outubro a janeiro e frutifica de janeiro a março(M. D. R. Teixeira et al.)". Suas flores são visitadas principalmente por beija-flores e insetos.
   Ararrapé(Schwartzia brasiliensis) é nativa e endêmica do Brasil, ocorrendo em formações vegetais inseridas nos biomas Mata Atlântica e Cerrado, principalmente nas restingas, mas também ocorre em Floresta Ombrófila, Floresta Ciliar, campo rupestre e caatinga árborea. Sua distribuição geográfica atual estende-se pelas seguintes regiões e respectivos estados: Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe),Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo),Sul (Paraná, Santa Catarina) e Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás).
  Na literatura essa espécie é citada com usos na medicina popular no tratamento de doenças cardíacas,enquanto que pesquisas preliminares com extratos da referida planta demonstraram atividades anti-inflamatória, analgésica, tripanocida e antitumoral.
  Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado Ararrapé(Schwartzia brasiliensis) apenas nas restingas, sendo as últimas vezes na RPPN Mata Estrela em Baía Formosa e nos tabuleiros ao redor da lagoa de alcaçuz em Nísia Floresta.

Referências
Graziela da Silva Mello,Ana Claudia de Paula Rosa Ignácio
Norma Albarello. Avaliação do potencial antibacteriano de Schwartzia brasiliensis: Avaliação do potencial antibacteriano de Schwartzia brasiliensis (Choisy) Bedell ex Giraldo-Cañas cultivada in vivo e in vitro. Disponível em:https://www.nea-edicoes.com/catalog/details//store/pt/book/978-3-639-69892-3/avalia%C3%A7%C3%A3o-do-potencial-antibacteriano-de-schwartzia-brasiliensis Acesso em 03 de janeiro de 2018.
Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 1. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.
Michella Del Rei Teixeira,Pedro Fiaschi & André Márcio Amorim.  Flora da Bahia: Marcgraviaceae. Disponível em http://periodicos.uefs.br/index.php/sitientibusBiologia/article/viewFile/219/292 Acesso em 3 de janeiro de 2018. Sitientibus série Ciências Biológicas 13: 10.13102/scb219.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Borboleta Adelpha cf. mythra (Godart, 1824)

   Essa borboleta pertence a família Nymphalidae e a espécie Adelpha cf. mythra (Godart, 1824). Ela foi observada em borda de remanescente de floresta típica do bioma Mata Atlântica, no litoral sul do estado do Rio Grande do Norte, município de Baía Formosa. Por enquanto só observei essa espécie em florestas do litoral sul do RN. Durante a rápida observação do espécime acima, ela manteve um voo relativamente lento e a altura de no máximo 1,5m.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Oiticica Microdesmia rigida (Benth.) Sothers & Prance

Oiticica(Microdesmia rigida) centenária as margens de riacho no município de Monte Alegre,RN,Brasil.
    Planta conhecida por Oiticica,Oiti e Uiti-Icica, entretanto seu nome científico é único, Microdesmia rigida (Benth.) Sothers & Prance. Ela pertence a família Crysobalanaceae.
   Essa espécie alcança cerca de 15m de altura e sua copa pode variar de 15 a 20m de circunferência. Ela apresenta folhas alternas e ásperas com cerca de 12cm de comprimento e 6cm de largura, flores amarelas com 3mm de diâmetro que formam uma inflorescência paniculada e os frutos são do tipo drupa oblonga com uma semente rica em óleo. Esse óleo de alto valor secativo é indicado para uso na indústria de vernizes e tintas, como matéria-prima para fabricação de sabão e trabalhos de artes plásticas. A exploração industrial do referido óleo foi atividade intensa principalmente entre 1930 e 1950 na região Nordeste, na época com forte valor econômico. 
folha de Oiticica(Microdesmia rigida) observada as margens de riacho no município de Luís Gomes,RN,Brasil.

    A madeira da Oiticica(Microdesmia rigida) é considerada muito resistente ao esmagamento, sendo indicada na confecção de rodas de carros de boi e pilões. As suas folhas durante longas estiagens servem de alimento para o gado além de servir para polir artefatos de chifre. Na medicina popular o cozimento das cascas dela é indicada como loção nas afecções da pele, enquanto suas folhas para o tratamento da diabetes e inflamações(Almeida,1993; Lorenzo & Matos, 2002).
Oiticica(Microdesmia rigida) observada as margens de rio seco no município de Cerro Corá,RN,Brasil.

    A Oiticica(Microdesmia rigida) é uma espécie nativa e endêmica do Brasil que ocorre principalmente nas matas ciliares do Sertão e Agreste Nordestino, sendo frequente a sua presença nas margens de rios e riachos do Nordeste brasileiro(Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia) inseridos no bioma Caatinga. Porém ela também tem ocorrência confirmada nos estados de Minas Gerais e São Paulo em formação do Cerrado.

Referências
Almeida, Edvaldo Rodrigue de. Plantas Medicinais Brasileiras: conhecimentos populares e científicos. Hemus,1993.
Lorenzo, H.; Matos, F. J. A. Plantas medicinais do Brasil: Nativas e exóticas cultivadas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. 544p.
Maia, G. N. Caatinga: Árvores e arbustos e suas utilidades. São Paulo: D & Z., 2004. 413p.
Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 1. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.
Renato Braga. Plantas do nordeste,especialmente do Ceará. Fortaleza:coleção mossoroense-volume XLII,1976.