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domingo, 24 de junho de 2018

Erva-de-passarinho Psittacanthus dichroos (Mart.) Mart.

 Planta conhecida popularmente como Erva-de-passarinho(Psittacanthus dichroos), tendo recebido esse nome por causa da relação direta de dependência das aves para perpetuar a sua espécie, o que acontece pois as aves que se alimentam dos seus frutos, regurgitam ou defecam suas sementes sobre os galhos de outras plantas. Quando essas sementes encontram condições ideais na planta hospedeira, há o surgimento de uma raiz do tipo haustório que penetra no xilema da planta hospedeira, retirando parte da seiva bruta(água e sais minerais), sendo por isso a Erva-de-passarinho considerada hemiparasita.
   A espécie Psittacanthus dichrous apresenta porte herbáceo, atua como hemiparasita sobre espécies arbóreas das famílias Anacardiaceae, Lauraceae, Melastomataceae, Myrtaceae e Vochysiaceae. Suas flores bicolores são muito visitadas por aves, especialmente os beija-flores, saíras e cambacica.
    Erva-de-passarinho(Psittacanthus dichroos) é nativa e endêmica do Brasil, ocorrendo nos biomas da Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e Amazônia,estando distribuída nas seguintes regiões e respectivos estados: Nordeste (Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Goiás), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná e Santa Catarina).

Referências
Bianca Alsina Moreira e Cecilia Maria Rizzin. AS FAMÍLIAS LORANTHACEAE E VISCACEAE DA APA DE MARICÁ, RIO DE JANEIRO, BRASIL. Disponível em http://arquivos.proderj.rj.gov.br/inea_imagens/downloads/pesquisas/APA_Marica/Moreira_Rizzini_1997.pdf

Benjamin Leonardo Alves White, Adauto de Souza Ribeiro, Larissa Alves Secundo White, Jose Elvino do Nascimento Junior. ANALISE DA OCORRÊNCIA DE ERVA-DE-PASSARINHO NA ARBORIZAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, CAMPUS SÃO CRISTÓVÃO. Disponível em https://www.cabi.org/isc/FullTextPDF/2011/20113189094.pdf

Psittacanthus in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB8699>. Acesso em: 09 Jun. 2018.

sábado, 16 de junho de 2018

Seleção Brasileira de Aves, um time de campeões

    A Copa do Mundo de futebol masculino na Rússia já começou e, se o Brasil irá ser campeão não é possível afirmar. Porém em termos de biodiversidade o nosso país é campeão absoluto, apresentando a maior diversidade biológica do mundo, tendo sido registrada até o presente cerca de 103.870 espécies animais e 43.020 espécies vegetais, além de um grande número de espécies ainda não descritas por cientistas. Em termos de riqueza de aves, o Brasil é 2ºlugar com 1919 espécies registradas, o que representa uma das maiores variedades de aves do planeta Terra. No Rio Grande do Norte temos pelo menos 380 espécies destas aves registradas em terras potiguares, das quais eu selecionei 11 para representar simbolicamente a nossa seleção brasileira, levando em consideração especialmente aquelas que apresentam a cor amarela predominante e também pelo fato de muitas delas serem comuns na área urbana dos nossos municípios. 

NOSSA SELEÇÃO BRASILEIRA DE AVES FICOU ASSIM:

1-Bem-te-vi(Pitangus sulphuratus), alimenta-se de insetos, frutos e até pequenos vertebrados.
2-Ferreirinho-relógio(Todirostrum cinereum), alimenta-se de insetos.
3-Suiriri-cavaleiro(Machetornis rixosa), alimenta-se de insetos.
4-Periquito-da-caatinga(Eupsittula cactorum), alimenta-se de frutos e sementes.
5-Canário-do-mato(Myiothlypis flaveola), alimenta-se de pequenos invertebrados.
6-Bentevizinho-de-penacho-vermelho(Myiozetetes similis), alimenta-se de insetos.
7-Gaturamo(Sicalis luteola), alimenta-se de grãos.
8-Bico-chato-amarelo(Tolmomyias flaviventris), alimenta-se de insetos.
9-Canário-da-Terra(Sicalis flaveola), alimenta-se de grãos.
10-Jandaia-verdadeira(Aratinga jandaya),alimenta-se de frutos e sementes.
11-Vem-vem(Euphonia chlorotica), frugívora, atua como dispersora de sementes.


quarta-feira, 13 de junho de 2018

Bibrinha-da-Caatinga Lygodactylus klugei (Smith, Martin & Swain, 1977)

Bibrinha-da-Caatinga(Lygodactylus klugei) sobre folhas de "bromélia".
  Lagarto conhecido como Bibrinha-da-Caatinga,Bribinha-de-pau, Briba ou Calanguinho, entretanto seu nome científico é único, Lygodactylus klugei (Smith, Martin & Swain, 1977). Pertence a família Gekkonidae.
    É uma espécie relativamente pequena atingindo cerca de 5cm de comprimento total, de hábito diurna, arborícola e insetívora, alimentando-se de pequenos artrópodes. Ela está adaptada a viver sobre troncos de plantas,pois apresenta lamelas adesivas nos dedos e cauda, o que proporciona grande aderência no substrato lenhoso.
Bibrinha-da-Caatinga(Lygodactylus klugei) camuflada em tronco de árvore. 
    É brasileira e típica da Caatinga, mas também tem ocorrência confirmada no Cerrado(Goiás). Durante as minhas excursões tenho observado essa espécie geralmente bem camuflada sobre troncos de arbustos ou árvores, especialmente nas mesorregiões Agreste Potiguar e Central Potiguar.

Referência
LANNA, Flávia Mól. História Evolutiva dos lagartos anões(Lygodactylus,Gekkonidae) no continente Sul Americano. Dissertação-Mestrado-Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/23450/1/FlaviaMolLanna_DISSERT.pdf  Acesso em 09 de junho de 2018.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Garça-vaqueira Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) aquela que acompanha o gado

Garça-vaqueira(Bubulcus ibis) com plumagem nupcial.

   Ave conhecida popularmente como Garça-vaqueira, Garça-boiadeira, Garça-do-gado, Garça-carrapateira, Garça-companheira e Tratoreira, entretanto seu nome científico é único, Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758).
  Cada indivíduo adulto apresenta comprimento de aproximadamente 50cm e peso médio de 350 gramas. "Totalmente branca com o bico, íris e tarsos amarelos, dedos pardacentos; durante a reprodução, de vértice, peito e costas cor de ferrugem, bico e pernas fortemente avermelhadas. Imaturos de bico, tarsos e dedos anegrados, às vezes já se reproduzem nesta fase. Indivíduos subadultos com bico amarelo, tarsos e dedos pretos e solas dos pés amareladas(SICK, H.,1997)." Parece com a garça-branca-pequena(Egretta thula), podendo ser diferenciada desta por apresentar bico amarelo de formato mais cônico, pés bem escuros, pescoço relativamente mais grosso. Alimenta-se principalmente de pequenos artrópodes, como moscas, grilos, gafanhotos, aranhas, mas as vezes pode incluir também pequenas rãs em sua dieta.
Bando de Garça-vaqueira(Bubulcus ibis)
    É encontrada em área de campos secos, áreas de cultivo e criação de gado e também as margens de rios e lagos. Pode ser encontrada ao lado de outras espécies de garças geralmente na época de migrações. Com frequência é observada acompanhando a movimentação do gado que esteja pastando, o que facilita o encontro de suas presas. Pode ser vista em grandes bandos, formados até por milhares de indivíduos em dormitório por exemplo.  Tanto o pai como a mãe constroem o ninho sobre arbustos ou árvores as margens de porções de água, onde a "fêmea põe de 2 a 5 ovos que são incubados pelos pais num período de até 26 dias".
   Originária da África atravessou o Oceano Atlântico por volta do final do século 19 chegando as Américas, sendo hoje encontrada em todo continente americano. No Brasil foi registrada pela primeira vez em 1964 na Ilha do Marajó associada a população de búfalos, tendo sua reprodução confirmada no Brasil em 1965, imigrando da região Norte brasileira para as outras regiões do país, sendo hoje encontrada em todo território nacional(SICK, H.,1997).
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie em todas as mesorregiões do estado: Leste Potiguar, Agreste Potiguar,Central Potiguar e Oeste Potiguar.


Referências

FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.