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segunda-feira, 29 de junho de 2020

Observando aves na cidade durante a quarentena: uma lista de aves para contemplar e ser mais feliz.

   O hábito de contemplar a natureza sempre foi importante para o bem-estar dos nossos antepassados. Atualmente durante esse período de isolamento social, tornou-se mais urgente a sua relevância para manutenção da nossa saúde, seja através da observação do crepúsculo, do céu estrelado, das flores dos jardins, do canto dos pássaros ou atividades afins. Acredito que a contemplação de aves de maneira espontânea, seja um hábito tão antigo quanto a própria existência da nossa espécie. Esta atividade nos proporciona bem-estar e admiração seja pela beleza dos cantos e cores das aves, pela variedade de formas e hábitos, pela riqueza de espécies ou especialmente pelo fato de poderem voar.
  Sendo assim, se você anda agitado dentro de casa como consequência desse isolamento social ou quer fazer uma atividade diferente, lhe convido a fazer uma pausa se desconectando do mundo virtual, indo até a janela ou quintal, principalmente ao amanhecer ou entardecer e apenas contemple o que a natureza reservou para você. Tenho certeza que ao menos uma ave tu verás ou ouvirás. 
   Como sugestão, se você é curioso assim como eu, aí vai uma breve lista de algumas espécies de aves que poderá observar na área urbana de nossas cidades. Se observares alguma espécie nativa diferente daquelas da lista, se possível comenta aí para a gente conhecê-la. 

Contemple, conecte-se a natureza para ser mais feliz!

Uma breve lista das aves nativas comuns na área urbana de nossas cidades:

1- Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus)

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Canário-do-mato, ave de canto melodioso e bem característico

Nomenclatura e classificação científica


   Ave conhecida popularmente como Canário-do-mato(NVT), Canário-do-chão, Canário-de-chapada, Pula-pula-amarelo e Agulha-de-garganta-branca, entretanto seu nome científico é único, Myiothlypis flaveola Baird, 1865 [Sinônimo: Basileuterus flaveolus]. Pertence a família Parulidae, da qual também fazem parte por exemplo, a Mariquita(Setophaga pitiayumi) e o Pula-pula(Basileuterus culicivorus). Existem duas subespécies reconhecidas atualmente, Myiothlypis flaveola pallidirostris (Oren, 1985) e Myiothlypis flaveola flaveola (S. F. Baird, 1865), sendo esta a que ocorre no Brasil.

Características do Canário-do-mato(Myiothlypis flaveola)


  O Canário-do-mato(Myiothlypis flaveola) quando na fase adulta alcança cerca de 14 cm de comprimento total e peso médio de 16 gramas. De maneira geral sua plumagem apresenta coloração amarela, mas o dorso, asas e cauda possui cor verde-oliváceo; enquanto que o bico é preto com mandíbula mais clara e os tarsos são amarelados e compridos. Além disso, possui uma listra escura que passa pelos olhos que contrasta com a listra superciliar amarela.

Aspectos biológicos do Canário-do-mato(Myiothlypis flaveola)


   Deslocando-se ativamente sobre a vegetação ou diretamente no solo da floresta, essa espécie alimenta-se de pequenos animais artrópodes como alguns insetos, tendo portanto uma dieta essencialmente insetívora. M. flaveola canta praticamente durante o ano inteiro no interior das matas, sendo seu canto bem reconhecível por ser bem melodioso,rítmico e intenso, destacando-se onde é ouvido. É considerada uma espécie bastante territorialista e se reproduz geralmente de julho a dezembro.  Para ouvir o canto do Canário-do-mato(Myiothlypis flaveola) clica no link e aperta play https://www.xeno-canto.org/567786

Habitat do Canário-do-mato(Myiothlypis flaveola)


   O Canário-do-mato(M. flaveola) é espécie residente e depende da existência de ambientes florestais para viver, habitando no estrato inferior geralmente sobre o solo ou sobre a vegetação próxima a ele, em clareiras arbustivas de matas mais secas, restingas, cerradões, caatinga, matas ribeirinhas e ecossistemas semelhantes numa altitude de até 1000 metros. 

Distribuição geográfica do Canário-do-mato(Myiothlypis flaveola)


  M. flaveola apresenta considerável distribuição geográfica na América do Sul, ocorrendo na Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Guiana, Paraguai e Venezuela. Em território brasileiro sua distribuição é ampla, ocorrendo em todas as regiões do país. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie nas mesorregiões Leste Potiguar, Agreste Potiguar e Oeste Potiguar. Ela atualmente não está ameaçada de extinção em nível global e também em nível nacional, mas como toda ave dependente da existência de florestas, o Canário-do-mato(M. flaveola) sofre ameaça com os desmatamentos nas regiões onde ocorre.

Referências 

ANTAS, Paulo de Tarso Zuquim. Basileuterus flaveolus. SESC - Guia de Aves do Pantanal. disponível em http://www.avespantanal.com.br/paginas/index.htm acessado em 11 de junho de 2020.

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ICMBio -Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 2018. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília: ICMBio. 4162 p.

GODOYI , Fernando & Gabriel,Igor V. de Araujo. Provável híbrido entre Myiothlypis flaveola (Baird, 1865) e M. leucophrys (Pelzeln, 1868) (Passeriformes: Parulidae). 

LAGOS, Adriano Rodrigues  ... [et al.] . Guia de aves: da área de influência da Usina Hidrelétrica de Batalha. Rio de Janeiro : FURNAS, 2018. 

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

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PERLO,Ber Van. A field guide to the birds of Brazil. Oxford University Press,2009. 

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PIACENTINI VQ,Aleixo ALP,Agne CEQ,Maurício GN,Pacheco JF,Bravo G,Brito GRR,Naka LN,Olmos F,Posso S,Silveira LF,Betini G,Carrano E,Franz I,Lees A,Lima L,Pioli D,Schunck F,Amaral FR,Bencke GA,Cohn-Haft M,Figueiredo LF,Straube F,Césari E. 2020. Parulidae in Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil. PNUD. Disponível em: <http://fauna.jbrj.gov.br/fauna/faunadobrasil/136654>. Acesso em: 12 Jun. 2020.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2001. 863p.

SILVA, M. da et al. Aves de treze áreas de caatinga no Rio Grande do Norte, Brasil,. Revista Brasileira de Ornitologia. n.20, p.312-328, 2012.

SILVA, J.M.C.; SOUZA, M.A.; BIEBER, A.G.D. & CARLOS, C.J. 2003. Aves da Caatinga: status, uso do hábitat e sensitividade. In: LEAL, I.R; TABARELLI, M. & SILVA, J.M.C. (eds.). Ecologia e Conservação da Caatinga: Recife, Ed. Universitária da UFPE.

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