domingo, 29 de setembro de 2019

Alamanda-roxa Allamanda blanchetii A.DC.

   Planta conhecida popularmente como Alamanda-roxa, Alamanda-rosa ou Sete-patacas-roxa, entretanto seu nome científico é único, Allamanda blanchetii A.DC.. Pertence a família Apocynaceae, da qual também fazem parte por exemplo, a Mangabeira(Hancornia speciosa), o Pereiro( Aspidospermapyrifolium) e a Mandevila(Mandevilla moricandiana).
   Essa espécie apresenta porte arbustivo podendo atingir 2m de altura, tem folhas verticiladas,variando de 3 a 5 folhas por nó, suas flores são de cor rosa a arroxeada, elas  apresentam néctar em um tubo delgado proporcionando o acesso ao mesmo apenas de animais com língua longa, como por exemplo, abelhas da tribo Euglossini que são as principais polinizadoras da A. blanchetii. Espécimes com flores foram encontradas geralmente na estação chuvosa. Pode ser considerada uma espécie ornamental devido a beleza das suas flores, sendo indicada em projetos de jardinagem, além de ser importante para a conservação das espécies de abelhas nativas da tribo Euglossini.
  Alamanda-roxa(A. blanchetii) é nativa e endêmica(ocorre exclusivamente) do Brasil, sendo encontrada principalmente nos biomas Caatinga e Cerrado, estando distribuída pelas seguintes regiões e respectivos estados do país: Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Goiás) e Sudeste(Minas Gerais).
   Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie nas mesorregiões Central Potiguar e Agreste Potiguar, sendo os últimos registros nos municípios de Acari,Equador e Monte Alegre.

Referências
Allamanda in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB15539>. Acesso em: 22 Set. 2019.

Camila Maia-Silva...[et al.]. Guia de plantas: visitadas por abelhas na Caatinga. 1. ed. Fortaleza, CE : Editora Fundação Brasil Cidadão, 2012.

Souza Júnior, Jaerton Carvalho de. Apocynaceae Juss. na Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, Brasil. 2016. Dissertação (Mestrado em Sistemática e Evolução) – UFRN. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/22150/1/JaertonCarvalhoDeSousaJunior_DISSERT.pdf Acesso em: 22 Set. 2019.

domingo, 15 de setembro de 2019

Cobra-rainha Taeniophallus occipitalis (Jan, 1863 )

   Serpente conhecida popularmente como Cobra-rainha, Cobra-capim, Corredeira-pintada e Corre-campo, entretanto seu nome científico é único, Taeniophallus occipitalis (Jan, 1863). Ela pertence a família Dipsadidae, da qual também fazem parte por exemplo, a Falsa Coral(Oxyrhopus trigeminus), a Cobra verde(Philodryas olfersii) e a Cobra-preta(Boiruna sertaneja).
   T. occipitalis apresenta coloração geral pardo-clara, geralmente tem manchas escuras(dorso próximo a cabeça) e uma linha lateral desde o focinho até a cauda. Quando adulta atinge em média 55cm de comprimento total e possui dentição do tipo áglifa, sendo não peçonhenta, inofensiva ao ser humano.
   T. occipitalis é uma espécie ovípara, terrestre e diurna encontrada geralmente na serapilheira de floresta primária ou secundária, onde busca por exemplo se alimentar principalmente de anuros(sapos e afins) e lagartos.
  Sua distribuição geográfica estende-se pela Colômbia, Peru e Argentina a leste dos Andes, Guiana Francesa e Brasil. Em território brasileiro ela ocorre na região Nordeste principalmente no bioma Mata Atlântica desde a Bahia até o Ceará, também no sudeste do Piauí, na Amazônia e áreas abertas ao sul do país.

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Referências
BÉRNILS, R. S.; COSTA. H. C. (ORG.). Répteis do Brasil e suas Unidades Federativas: Lista de espécies. Herpetologia Brasileira - Volume 8 - Número 1 - Fevereiro de 2018. Disponível em : http://sbherpetologia.org.br/wp-content/uploads/2018/04/hb-2018-01-p.pdf acesso em 31 ago. 2019.
Diva Maria Borges-Nojosa Cristina Arzabe. Diversidade de anfíbios e répteis em áreas prioritárias para a conservação da Caatinga. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/12_Biodiv_12_caps6e7_000gda8vxm602wx5ok0rofsmqek1btke.pdf
LAGOS, Adriano Rodrigues. Guia dos anfíbios e répteis: da área de influência da Usina Hidrelétrica de Batalha. – Rio de Janeiro: FURNAS, 2017.
Maschio,Gleomar Fabiano. História natural e ecologia das serpentes da floresta nacional de Caxiuanã e áreas adjacentes, Pará, Brasil. Tese. Belém, Pará,2008.
Santos-Jr,Alfredo P. Revisão taxonômica do grupo de Taeniophallus occipitalis e o relacionamento filogenético da tribo Echinantherini (serpentes, dipsadidae, xenodontinae). Tese de doutorado Porto Alegre – RS – Brasil, 2009.

domingo, 1 de setembro de 2019

Louro-preto Cordia glabrata (Mart.) A.DC.

   Planta conhecida popularmente como Louro-preto, Frei-Jorge,Freijó e Claraíba, entretanto seu nome científico é único, Cordia glabrata (Mart.) A.DC.. Pertence a família Boraginaceae.
    Louro-preto(C. glabrata) é uma espécie de porte arbustivo a arbóreo, atingindo altura de 4 a 10m, caule e ramos externamente acinzentados com casca sulcada, suas folhas são elípticas, ovais a orbiculares com tricomas simples, enquanto a inflorescência(com flores alvas que posteriormente ficam amarronzadas) é do tipo panícula terminal e o fruto é uma drupa com uma semente globosa. Pode florescer de junho a setembro, sendo suas flores visitadas por várias espécies de animais em busca néctar ou pólen, como por exemplo, abelhas, vespas, mariposas e também beija-flores. As suas sementes são dispersas pelo vento.
   Sua madeira é considerada moderadamente pesada e bem decorativa, sendo usada para diversos fins, como confecção de tábuas, janelas, portas, móveis, cabos de ferramenta entre outros. Além disso, devido beleza das suas flores é indicada para arborização.
  No Brasil ela é encontrada nos biomas Caatinga e Cerrado, apresentando distribuição nas seguintes regiões e respectivos estados: Norte (Pará, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo). Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie apenas na mesorregião Central Potiguar, sendo os últimos registros na Serra das Queimadas em Equador e também nos municípios de Cerro Corá e Parelhas.

Agradecimento ao amigo Leonardo Jales Leitão que ajudou na identificação em nível de espécie.


Referências

LORENZI, H. 2008. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 5a ed. Nova Odessa (SP): Instituto Plantarum de Estudos da Flora, v.1. 

MOULIN, J.C.; Rodrigues,B. P.; Oliveira, J. T. da S.; Rosa, R. A. & Oliveira,José G. L. de, 2016. Propriedades tecnológicas do lenho de louro-preto. Pesquisa Florestal Brasileira, v.36, n.88, p.415-421.

VIEIRA, D.D; Conceição,A. S.; Melo, José I. M.; Stapf,María N. S. de. A família Boraginaceae sensu lato na APA Serra Branca/Raso da Catarina, Bahia, Brasil. Rodriguésia vol.64 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2013.

domingo, 18 de agosto de 2019

Pica-pau-verde-barrado Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788)

    Ave conhecida popularmente como Pica-pau-verde-barrado ou Pica-pau-carijó, entretanto seu nome científico é único, Colaptes melanochloros(Gmelin, 1788). Pertence a família Picidae, da qual também fazem parte, por exemplo, o Picapauzinho-anão(Veniliornis passerinus) e o Pica-pau-anão-canela(Picumnus fulvescens).
   Essa espécie é relativamente grande, alcançando 28cm de comprimento total e peso médio de 73 gramas. De maneira geral apresenta plumagem dorsal amarelo-esverdeada com barras escuras, enquanto na região ventral predomina a coloração creme com manchas arredondadas, na cabeça é notável a nuca vermelha e a testa negra, destacando-se uma faixa branca onde ficam os olhos. O macho possui uma mancha vermelha na maxila-base do bico.
    Alimenta-se principalmente de formigas, cupins e larvas de alguns outros insetos, ocasionalmente também inclui frutos em sua dieta. Nidifica em ocos de árvores que ele mesmo perfura ou em árvores mortas, palmeiras, cactos ou ainda em postes de madeira.  Ali põe de dois a quatro ovos de cor branca pura, sendo estes incubados pelo macho e fêmea que se reversam. Habita em  áreas abertas, bordas de mata, matas de galeria, cerrado, caatinga e também em áreas antrópicas, pois se adapta bem a ambientes alterados com árvores esparsas.
   Espécie residente com ampla distribuição geográfica no leste da América do Sul, ocorrendo no Brasil em parte da Amazônia(leste) e demais partes(regiões) do país, além do centro da Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie nas mesorregiões Leste Potiguar, Agreste Potiguar e Central Potiguar.

Referências
FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, L. M. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. 2013. 513f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

PIACENTINI, V. et al. Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee / Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Revista Brasileira de Ornitologia, v. 23, n. 2, p. 91-298, 2015.

PICHORIM, Mauro et al. Guia de Aves da Estação Ecológica do Seridó. Natal: Caule de Papiro, 2016.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

sábado, 10 de agosto de 2019

Borboleta Nymphidium mantus (Cramer, 1775)

Essa borboleta é da espécie Nymphidium mantus (Cramer, 1775), na qual a mesma pertence a família Riodinidae.
Ela tem ocorrência confirmada na Costa Rica,Venezuela, Trinidad, Suriname, Guiana e Brasil.
O exemplar das fotos foi fotografado na borda de floresta da Escola Agrícola de Jundiaí, Macaíba,RN.

terça-feira, 30 de julho de 2019

Cravo-de-urubu Chresta martii (DC.) H.Rob.


   Planta conhecida popularmente como Cravo-de-urubu, sendo seu nome científico Chresta martii (DC.) H.Rob.. Ela pertence a família Asteraceae, da qual também fazem parte parte por exemplo, o girassol e a Tilesia baccata (L.f.) Pruski.
  Cravo-de-urubu(C. martii) é uma planta de porte subarbustivo que vive sobre afloramentos rochosos, sendo por isso considerada uma espécie rupícola.  Segundo a literatura é usado na medicina popular para tratar algumas doenças associadas ao trato gastrointestinal.
   É uma espécie nativa e endêmica do bioma Caatinga, tendo ocorrência confirmada apenas para os estados do nordeste(Alagoas, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe) do Brasil e também em Minas Gerais. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie apenas na mesorregião Central Potiguar, sendo os últimos registros na Serra das Queimadas em Equador e também nos municípios de Parelhas,Carnaúba dos Dantas e Acari.

Referências
Franco,Eryvelton de Souza. Estudo do efeito gastroprotetor de extratos e de frações semipurificadas de Chresta martii (DC.) H. Rob. e identificação do seu composto majoritário. Tese. Recife,2014.

Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 1. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Batuíra-de-coleira Charadrius collaris Vieillot, 1818

  Ave conhecida popularmente como Batuíra-de-coleira ou Batuíra-da-costa, entretanto seu nome científico é Charadrius collaris Vieillot, 1818. Ela pertence a família Charadriidae.
   Um individuo adulto dessa espécie apresenta comprimento total de aproximadamente 15cm e peso estimado em 28 gramas. Característica notável nela é a presença de uma "coleira negra" freqüentemente estreitada na parte mediana da plumagem; coloração geral de cor ferrugínea no dorso sem branco na nuca, enquanto que seu bico é preto, as pernas são altas e rósea-claras.
  A Batuíra-de-coleira(C. collaris) põe em média dois ovos em uma cavidade na areia. Ao nascerem os filhotes apresentam um plumagem com manchas que ajudam a camufla-los no ambiente. Ela não vive em bandos mas geralmente ocorre aos pares, habitando áreas úmidas da costa, praias, dunas, lamaçais de manguezais, margens arenosas de rios e áreas úmidas interiores. 
   A Batuíra-de-coleira(C. collaris) é residente no Brasil, ocorrendo em todas as regiões do país e também está distribuída do México ao Chile. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie em todo nosso litoral a beira mar, como também as margens de lagoas mais interiores, geralmente aos pares. Sendo as minhas últimas observações dessa espécie nos municípios de Nísia Floresta, Baía Formosa, Galinhos, Macau e Guamaré.

Referências
FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, L. M. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. 2013. 513f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

PIACENTINI, V. et al. Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee / Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Revista Brasileira de Ornitologia, v. 23, n. 2, p. 91-298, 2015.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

sábado, 6 de julho de 2019

Homalolepis trichilioides (A.St.-Hil.) Devecchi & Pirani

    Planta da espécie Homalolepis trichilioides (A.St.-Hil.) Devecchi & Pirani, a qual pertence a família Simaroubaceae, a mesma da cajarana-de-macaco(Simaba ferruginea).
   Homalolepis trichilioides geralmente apresenta porte arbustivo com altura variando de 1 a 4m, bem ramificada com folhas discolores, ou seja, que possui faces de cores diferentes, sendo a  face adaxial verde-escura e abaxial verde mais claro, opaca; suas flores com pétalas esverdeadas possuem odor desagradável que atrai por exemplo vespas conhecidas como cavalo-do-cão; seu fruto quando maduro é de cor alaranjado.
   H. trichilioides é espécie nativa com ocorrência confirmada nos biomas Cerrado e Mata Atlântica, apresentando distribuição no Brasil nas seguintes regiões e respectivos estados do país: Norte (Pará, Tocantins), Nordeste (Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste (Minas Gerais). Durante as minhas expedições pelo Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie apenas na Mesorregião Leste Potiguar, sendo as últimas vezes registradas nos tabuleiros dos municípios de Espírito Santo,Goianinha,Canguaretama, Baía Formosa,Macaíba,São Gonçalo do Amarante,Natal e Parnamirim.

Agradeço a Marcelo Devecchi pela ajuda na identificação em nível de espécie.

Referência
Devecchi, M.F.; Pirani, J.R.; Thomas, W.W. Simaroubaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB604275>. Acesso em: 30 Jun. 2019

domingo, 23 de junho de 2019

Enxu ou vespa do mel Brachygastra lecheguana (Latreille 1824)

    Vespa social conhecida popularmente como Enxu,Marimbondo-do-pasto,Marimbondo-do-campo,vespa do mel ou Lixiguana, entretanto seu nome científico é único,Brachygastra lecheguana (Latreille 1824). Pertence a subfamília Polistinae, da qual também fazem parte por exemplo, o marimbondo-caboclo(Polistes canadensis), marimbondo fura-olho(Polybia occidentalis), marimbondo-tatu(Synoeca surinama) e o marimbondo-chapéu(Apoica sp.).
   É uma espécie de vespa relativamente pequena de coloração predominante negra, destacando mancha amarela no tórax e bandas(manchas) amarelas intercaladas por pretas no final do abdome. Seu ninho apresenta forma globular e geralmente é construído na vegetação rasteira ou herbácea. Nesse ninho é onde elas vivem, cuidam das crias e também onde armazenam néctar, o que ao ser visto parece mel, por isso é conhecido vulgarmente como vespa-do-mel. Porém ha relatos de intoxicação por ingestão dessa substância chamada popularmente de "mel".
   B. lecheguana é importante no controle biológico de diversas outras espécies, atuando como predadora de " insetos pragas" da horticultura, predando por exemplo, a Traça-do-tomateiro(Tuta absoluta), o bicho-mineiro-do-cafeeiro(Leucoptera coffeella) e pragas do algodoeiro. Além disso, B. lecheguana atua como potencial polinizadora de várias plantas como por exemplo, juazeiro(Ziziphus joazeiro),quixabeira(Sideroxylon obtusifolium) e canola(Brassica napus).
   Brachygastra lecheguana é considerada uma espécie muito agressiva quando se sente ameaçada ou é agredida, logo trabalhadores do campo,trilheiros ou outras pessoas que realizam atividades em ambientes naturais, devem ter atenção dobrada ao se deslocar em áreas abertas com vegetação herbácea nas regiões onde ela ocorre. No Brasil a espécie ocorre nos seguintes estados: AM, AP, BA, GO, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PI, RN,RO, RS, SC e SP. Durante as minhas expedições pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie nas mesorregiões Agreste e Central Potiguar.
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Referências
Carpenter, J.M. &O.M. Marques. 2001. Contribuição ao estudo dos vespídeos do Brasil (Insecta, Hymenoptera, Vespoidea, Vespidae). Publicações Digitais 2: 1–147.

Francisco Virgínio, Tatiane Tagliatti Maciel e Bruno Corrêa Barbosa. Novas contribuições para o conhecimento de vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae) para Estado do Rio Grande do Norte, Brasil.

FORTES, Alice; Fortes, Elenice, FERNANDES, Lêda G.. Avaliação de diferentes atrativos na coleta de vespas (Hymenoptera: Vespidae) em área de produção de hortaliças. Cadernos de Agroecologia – ISSN 2236-7934 – Anais do VI CLAA, X CBA e V SEMDF – Vol. 13, N° 1, Jul. 2018.

Nelson Wanderley Perioto. Rogéria Inês Rosa Lara e Eduardo Fernando dos Santos. ESTUDO REVELA PRESENÇA DE NOVOS INIMIGOS NATURAIS DE PRAGAS DA CAFEICULTURA – II. VESPAS PREDADORAS. Pesquisa & Tecnologia, vol. 8, n. 2, Jul-Dez 2011.

Oliveira, Rosana Halinski de. POLINIZADORES DE CANOLA: PERSPECTIVAS PARA O MANEJO SUSTENTÁVEL DE INSETOS, PRODUTIVIDADE DE GRÃOS E MUDANÇAS CLIMÁTICAS. Disponível em :http://tede2.pucrs.br/tede2/bitstream/tede/7667/2/TES_ROSANA_HALINSKI_DE_OLIVEIRA_COMPLETO.pdf

Tarcila de Lima Nadia , Isabel Cristina Machado e Ariadna Valentina Lopes. Partilha de Polinizadores e Sucesso Reprodutivo de Spondias tuberosa e Ziziphus joazeiro, Espécies Endêmicas da Caatinga. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, supl. 1, p. 357-359, jul. 2007.

domingo, 16 de junho de 2019

Baraúna Schinopsis brasiliensis Engl., uma das árvores mais alta da Caatinga

   Planta conhecida popularmente como baraúna, baúna, braúna, braúna-do-sertão, braúna-parda, quebracho, quebracho-colorado, quebracho-moro, coração-de-negro, maria-preta-da-mata, maria-preta-do-campo, ubirarana, pau-preto, ibiraúna, guaraúna e parova-preta. Entretanto seu nome científico aceito atualmente é único, Schinopsis brasiliensis Engl.. Ela pertence a família Anacardiaceae, da qual também fazem parte por exemplo, o Cajueiro( Anacardium occidentale), a Aroeira( Myracrodruon urundeuva) e o Imbu( Spondias tuberosa).
   A Baraúna(Schinopsis brasiliensis) apresenta porte arbóreo atingindo até 15m de altura, sendo umas das árvores mais altas do bioma Caatinga e seu diâmetro pode chegar a 60cm. Seu caule se apresenta com tronco reto e ramos(com espinhos de até 3,5cm) que gradativamente formam galhos espessos e bem distribuídos dando origem a uma copa subglobosa. A casca do tronco tem espessura de até 3cm apresentando fendas,constituindo assim pequenas placas quadradas. Suas folhas aromáticas(se maceradas) são do tipo compostas, apresentando cada uma de 7 a 17 folíolos e são mais longas que largas,pois tem de 3 a 4cm de comprimento por 2cm de largura.
Suas flores brancas e  aromáticas são pequenas(3 a 4mm), elas formam inflorescências do tipo panícula com tamanho de até 12cm de comprimento e aparecem no final da estação chuvosa. Já o fruto da Baraúna(S. brasiliensis) é classificado como seco e do tipo drupa alada com até 3,5cm de comprimento, sendo seu mesocarpo composto por uma massa esponjosa-farinácea, onde se encontra uma semente amarelada. A frutificação ocorre geralmente de agosto a setembro e a dispersão é feita pelo vento, ou seja, anemocórica.
   Essa espécie(S. brasiliensis) apresenta uma madeira bem dura e resistente à deterioração, sendo explorada para usos diversos, como mourões, postes, viamentos de casas de farinha (prensa), cabos para ferramentas, esquadrias, portais, soleiras, frechais, vigamentos e mão-de-pilão (Carvalho, 2009; Lorenzi, 2008). É considerada árvore ornamental, podendo ser usada em projetos de arborização e também é pioneira, podendo ser usada com intuito de ajudar na recuperação de áreas degradas. Suas flores são melíferas, inclusive são polinizadas por diferentes espécies de abelhas, enquanto suas folhas podem servir de alimento para caprinos e ovinos em condições específicas. Das cascas são extraídas tanino que é usada no curtimento de couro, enquanto que algumas substâncias presentes nas folhas apresentarem ação moluscicida e larvicida e outras moléculas extraídas da planta também demonstraram ação bactericida, além disso, a baraúna é  rica em bioflavonoides, importantes agentes antioxidantes.
  Espécie decídua(planta cujas folhas caem em certa época), heliófita(aquela que exige exposição total ao sol) e seletiva higrófila(planta de solos mais úmidos). A Baraúna(S. brasiliensis) é nativa(não endêmica do Brasil) típica dos biomas Caatinga e Cerrado, onde na região semiárida ela prefere ambientes de várzea, sendo frequente em solos calcários, mas pode ser encontrada até mesmo em afloramentos pedregosos. Essa espécie ocorre nas seguintes regiões e respectivos estados brasileiros: Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso) e Sudeste(Minas Gerais). Durante as minhas expedições pelo Rio Grande do Norte, observei essa espécie nas mesorregiões Central e do Alto Oeste potiguar, entre os municípios onde vi essa espécie, estão: Florânia, Acari, Currais Novos, Cerro Corá, Baraúna, Carnaúba dos Dantas e Equador.

Referências
BRAGA, R. Plantas do nordeste, especialmente do Ceará. Fortaleza: Depto. Nacional de Obras Contra as Secas, 1960. 540 p.

CARDOSO, M.P.; LIMA, L.S.; DAVID, J.P.; MOREIRA, B.O.; SANTOS, E.O.; DAVID, J.M.; ALVES,C.Q. A New Biflavonoid from Schinopsis brasiliensis (Anacardiaceae). Journal of the
Brazilian Chemical Society, 26(7), 1527-1531, 2015.

CARVALHO, P.E.R. Braúna-do-sertão - Schinopsis brasiliensis. Colombo, Paraná: Embrapa Florestas. Comunicado Técnico, 222, 2009. 9p.

FLORA DO BRASIL. Anacardiaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico
do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil/FichaPublicaTaxonUC/FichaPublicaTaxonUC.do?id=FB4396>. Acesso em: 16 jun. 2019.

GUIMARÃES, P.G.; MOREIRA, I.S.; CAMPOS-FILHO, P.C.; FERRAZ, J.L.; NOVAES, Q.S.; BATISTA,R. Antibacterial activity of Schinopsis brasiliensis against phytopathogens of agricultural
interest. Revista Fitos, 9(3), 167-176, 2015.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Instituto Plantarum, v. 1, ed. 5, 2008.

SANTOS, C.C.S. et al. Evaluation of the toxicity and molluscicidal and larvicidal activities of Schinopsis brasiliensis stem bark extract and its fractions. Revista Brasileira de Farmacognosia,24, 298-303, 2014.

domingo, 9 de junho de 2019

Garrinchão-de-bico-grande Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819) a ave que encanta com sua variedade de sons

Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819) em perfil
  Ave conhecida popularmente como Garrinchão-de-bico-grande,garrincha-açu, rouxinol, cambaxirra-grande, corruíra-açu, corruiraçu, corruiruçu e papa-taoca, entretanto seu nome científico é único,  Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819). Pertence a família Troglodytidae, da qual também fazem parte por exemplo, o rouxinol(Troglodytes musculus) e o uirapuru-verdadeiro.
   O Garrinchão-de-bico-grande(C. longirostris) como o nome indica apresenta bico bem longo com cerca de 2,5cm, enquanto que o comprimento total da ave é de aproximadamente 19 cm e seu peso pode variar de 18 a 22 gramas. Sua coloração é "ferrugem", sendo o dorso mais escuro que o ventre, porém as suas asas e cauda tem  barras escuras. 
  De hábito alimentar insetívoro, o Garrinchão-de-bico-grande(C. longirostris) alimenta-se principalmente de insetos, mas também inclui outros pequenos artrópodes em sua dieta, encontrando-os na folhagem, galhos e na serrapilheira. Geralmente é observado se movimentando bastante na vegetação de porte pequeno a médio na borda e sub-bosque de mata secundária, em florestas como a Mata Atlântica(restinga e manguezal) e Caatinga. Essa espécie é  famosa pela diversidade de manifestações sonoras que emite, apresentando variações tanto do canto como do chamado.
   Seu ninho é construído com fibras vegetais, sendo simples com formato de bola. geralmente são feitos em locais de acesso difícil como em espécies de urtiga ou cactos, além disso próximo a ninhos de marimbondos. Põe geralmente de 2 a 3 ovos(LIMA et al., 2010). 
  Espécie residente e endêmica do Brasil, tendo ocorrência confirmada do Piauí a Santa Catarina.  Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie em todas as mesorregiões do território potiguar( Leste Potiguar, Agreste Potiguar, Central Potiguar e Oeste Potiguar.

Referências
FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, L. M. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. 2013. 513f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.

LIMA,Pedro C.; Rolf Grantsau; Rocha Lima ,Rita de C. F. da; Neto, Thyers N. de C. Lima & Silva, Luiz E. Souza. Ninhos de espécies ameaçadas, endêmicas e outras de comportamento reprodutivo pouco conhecido, na pátria da arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) (Psittaciformes: Psittacidae), destacando-se novos dados sobre o comportamento reprodutivo do besourinho-de-cauda-larga (Phaethornis gounellei) (Apodiformes: Trochilidae) a descrição do ninho da choca-do-nordeste (Sakesphorus cristatus) (Passeriformes: Thamnophilidae) e do jacucaca (Penelope jacucaca) (Galliformes: Cracidae). Atualidades Ornitológicas On-line Nº 153 - Janeiro/Fevereiro 2010.

PIACENTINI, V. et al. Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee / Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Revista Brasileira de Ornitologia, v. 23, n. 2, p. 91-298, 2015.

PICHORIM, Mauro et al. Guia de Aves da Estação Ecológica do Seridó. Natal: Caule de Papiro, 2016.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

domingo, 26 de maio de 2019

Bromélia Aechmea patentissima (Mart. ex Schult. & Schult.f.) Baker

  A espécie Aechmea patentissima pertence a família Bromeliaceae("bromélias"), da qual também faz parte por exemplo, a Macambira-de-flecha.
  A. patentissima apresenta porte herbáceo e se desenvolve tanto no substrato terrestre como também pode viver sobre outras plantas, ou seja pode ser epífita. 
  Essa bromélia é nativa e no Brasil ocorre apenas no bioma da Mata Atlântica, estando distribuída nas regiões Nordeste(Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe) e Sudeste(Espírito Santo, Rio de Janeiro) do país.
  Durante as minhas expedições pelo Rio Grande do Norte já observei essa espécie no Parque das dunas(Natal), na Mata do Pilão(Espírito Santo) e em um fragmento de mata atlântica de Baía Formosa.

Referência
Maciel, Jefferson Rodrigues. Estudos taxonômicos, filogenéticos e biogeográficos em Aechmea (Bromeliaceae). Tese (doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Biociências. Biologia Vegetal, Recife, 2017.

domingo, 19 de maio de 2019

Proceratophrys cristiceps (Müller, 1884), o popular sapo-boi ou sapo-bezerra

   Anfíbio anuro conhecido popularmente como Sapo-boi ou Sapo-bezerra, entretanto seu nome científico é Proceratophrys cristiceps (Müller, 1884). Essa espécie pertence a família Odontophynidae.
   O Sapo-boi(P. cristiceps) apresenta pequeno porte podendo atingir 5cm de comprimento total. A coloração dessa espécie é bem diversificada, apresentando-se sua região dorsal em castanho claro, castanho escuro, negro, ou até alaranjado, podendo ainda alguns indivíduos apresentarem uma faixa triangular claro no dorso. Seus olhos são relativamente grandes, seu tímpano não é visível, o saco vocal é simples, seus dedos não tem membranas interdigitais e não há discos nos artelhos nem crista craniana (MAGALHÃES Jr., 2009).
   Durante a estação seca indivíduos de P. cristiceps foram encontrados enterrados na areia no entorno de cursos de água, ou seja, estivando. Com as primeiras chuvas se desenterram, tornando-se ativos a noite vocalizando as margens de porções de água como riachos, onde formam casais em amplexo, se reproduzem de forma "explosiva", sendo os ovos depostos em ninhos de espuma nas águas lênticas, a partir dos quais surgem os girinos(Diva Borges-Najosa , 2004; MAGALHÃES Jr., 2009). Quando importunada pode inflar o corpo e estender os membros na tentativa de parecer maior do que realmente é, além de abrir a boca e vocalizar a fim de impressionar o intruso invasor ou até possivelmente alguns predadores. Alimenta-se de pequenos animais artrópodes.
   P. cristiceps é endêmica da região Nordeste do Brasil e apresenta ampla distribuição no bioma Caatinga. Durante as minhas expedições pelo Rio Grande do Norte, observei essa espécie apenas na mesorregião Central do estado, sendo as últimas vezes nos municípios de Florânia,Equador e Cerro corá.

Referências
Ana Carolina Carnaval, Diva Borges-Najosa 2004. Proceratophrys cristiceps. The IUCN Red List of Threatened Species 2004: e.T57299A11605470. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2004.RLTS.T57299A11605470.en. Downloaded on 18 May 2019.
Caldas, Francis L. Santos; Costa, Taís Borges; Laranjeiras ,Daniel Orsi; Mesquita ,Daniel Oliveira and Garda, Adrian Antonio. Herpetofauna of protected areas in the Caatinga V:Seridó Ecological Station (Rio Grande do Norte, Brazil). Check List 12(4): 1929, 17 July 2016 doi:
http://dx.doi.org/10.15560/12.4.1929
Diva Maria Borges-Nojosa Ednilza Maranhão dos Santos. Herpetofauna da área de Betânia e Floresta, Pernambuco. Disponível em : https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/19100/1/Caatinga.pdf Acesso em 18 de maio de 2019.
MAGALHÃES-JÚNIOR, A. J. C. Anurofauna de áreas da Caatinga de Pernambuco. Dissertação de Mestrado- Universidade Federal de Pernambuco-UFPE. Departamento de Zoologia, 2009. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/625 . Acesso em 18 de maio de 2019.

domingo, 28 de abril de 2019

Icó Neocalyptrocalyx longifolium (Mart.) Cornejo & Iltis.

   Planta conhecida popularmente como Icó, Yco,Incó, Icó-liso, Umbuzeiro, entretanto seu nome científico é único, Neocalyptrocalyx longifolium (Mart.) Cornejo & Iltis. Ela pertence a família Capparaceae, da qual faz parte por exemplo, o feijão-bravo(Capparis flexuosa) e o Trapiá(Crateva tapia).
  Icó(Neocalyptrocalyx longifolium) apresenta porte geralmente arbustivo com até 2,5m de altura, folhas simples com lâmina foliar estreita (0,7−1,5 cm de largura), são alternas, lineares ou lanceoladas e  o botão floral forma uma caliptra e  fruto anfisarca. 
    Essa espécie é nativa e endêmica do Brasil, sendo espécie típica do bioma  Caatinga, ocorrendo apenas na região Nordeste do país, nos seguintes estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe. Durante as minhas expedições pelo Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie principalmente na mesorregião Central Potiguar, em áreas de Caatinga de maior elevação, como por exemplo nos municípios de Equador, Cerro Corá e Campo Redondo.

Referências
Neto, R.L.S & Jardim, J.G. . Capparaceae no Rio Grande do Norte, Brasil. Rodriguésia 66(3): 847-857. 2015. DOI: 10.1590/2175-7860201566312

Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 1. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

domingo, 14 de abril de 2019

Bico-chato-amarelo Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831)

  Ave conhecida popularmente como Bico-chato-amarelo, Mosqueteiro-de-peito-amarelo,Tesoura-de-peito-amarelo e Papa-mosca-de-peito-amarelo, entretanto seu nome científico é único, Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831). Pertence atualmente a família Rhynchocyclidae, da qual também fazem parte por exemplo, o Ferreirinho-relógio(Todirostrum cinereum ), o Sebinho-de-olho-de-ouro(Hemitriccus margaritaceiventer) e Ferreirinho-de-testa-parda(Poecilotriccus fumifrons).
   Um indivíduo adulto dessa espécie apresenta cerca de 12cm de comprimento e peso médio de 11 gramas, sendo assim considerada uma ave de pequeno porte. De maneira geral a plumagem da região dorsal é de cor oliva-amarelada, enquanto na região ventral(anterior) é amarela bem intensa, seu bico achatado é preto e possui olho escuro com anel periocular amarelado em volta, isso tanto em macho como na fêmea, pois a espécie não apresenta dimorfismo sexual. Ave insetívora, ou seja, alimenta-se de insetos.
   Seu ninho na forma de bolsa é suspenso e apresenta entrada na parte inferior, sendo construído com fibra vegetal de cor preta, marrom e as vezes mais clara. Nesse, a fêmea põe de 1 a 3 ovos brancos com manchinhas castanhas avermelhadas, estes são incubados por ela durante cerca de 17 dias. Frequentemente os ninhos dessa espécie são encontrados próximo a ninhos de vespas, sendo estas uma proteção adicional contra alguns predadores.
   Vive no estrato médio e alto de vários tipos de matas, tanto úmidas como secas, como nas restingas,  florestas de várzea, cerrados, florestas de galeria, caatingas e buritizais.
   Apresenta ampla distribuição geográfica na América do Sul, do norte da Colômbia e Venezuela, assim como em Trinidad e Tobago, no Brasil só não ocorre na região Sul do país. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie em todas as mesorregiões do território potiguar( Leste Potiguar, Agreste Potiguar, Central Potiguar e Oeste Potiguar.

Referências
CAZAL,S.R.A.L., Severino M. de A. Júnior , Wallace Telino-Júnior, Rachel M. de L. Neves, Cláudio C. de A. L. Filho, Maria E. Larrazábal & Joaquim O. Branco. Biologia de Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) (Passeriformes, Tyrannidae) em Mata Atlântica, Pernambuco, Brasil. Ornithologia 3 (2):67-72, dezembro 2009.

FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, L. M. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. 2013. 513f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

domingo, 31 de março de 2019

Helicônia Heliconia psittacorum L.f. uma planta ornamental

Helicônia(Heliconia psittacorum) observada na Mata do Pilão,Espírito Santo,RN,Brasil.
   Planta conhecida popularmente como Helicônia, Helicônia-papagaio, Caetezinho, Planta-papagaio e Tracoá, entretanto seu nome científico é único, Heliconia psittacorum L.f..
  "Espécie de hábito musoide, delgada com 0,5 a 2,0 metros de altura. Apresenta inflorescência ereta, de 7,0 a 18,0 cm de comprimento, com raque reta e glabra. As brácteas, em número de 2 a 7 por inflorescência, uniformemente curvadas e com leve camada de cerosidade, distribuem-se em um mesmo plano. Estão inseridas em um ângulo de 10 a 65° em relação ao eixo da inflorescência, têm coloração rósea ou alaranjada e avermelhada na face externa, às vezes esverdeadas e avermelhadas ou púrpura na face interna em direção ao ápice. As flores são retas ou levemente curvadas, de 5 a 8 por bráctea, de coloração amarelada, alaranjada ou avermelhada, excepcionalmente branca, com manchas verde escura em forma de olho no ápice"(ANDERSSON,1981).
Helicônia(Heliconia psittacorum) observada em fragmento de Mata Atlântica,Baía Formosa,RN,Brasil.
   A Helicônia (Heliconia psittacorum) apresenta mais de cem variedades no Brasil, a maioria cultivada a pleno sol e em área sombreada de até 50%, sendo cultivada como planta ornamental de uso doméstico ou com fins comerciais como flor de corte. Essa espécie se cultivada em condições ideais pode começar a produzir a partir de um ano e com cerca de um ano e meio essa produção pode ser comercialmente viável. Ela floresce durante o ano inteiro, porém entre dezembro e maio geralmente a floração é mais acentuada. Tanto essa quanto seu crescimento são influenciados pela adubação e muito pela exposição a alta luminosidade.
    A Helicônia (H. psittacorum) é nativa e ocorre naturalmente em altitudes do nível do mar a 800 metros em locais úmidos e secos, em florestas, bordas de mata e restingas sendo encontrada nos biomas da Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Ela apresenta ampla distribuição geográfica no Brasil, ocorrendo atualmente nas seguintes regiões e respectivos estados: Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais).

Referências
ANDERSSON, L. Revision of Heliconia sect. Heliconia (Musaceae). Nordic Journal of Botany, v. 1 (6), p. 759-786. 1981.

Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 2. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

Sabrina Aparecida Pinto. Heliconia psittacorum L. Propagação e adubação na fase inicial do cultivo. Dissertação. Universidade Federal de Viçosa,Minas Gerais,Brasil, 2007.

domingo, 24 de março de 2019

Mergulhão-pequeno Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766)

   Ave conhecida popularmente como Mergulhão-pequeno ou Mergulhão-pompom, entretanto seu nome científico é Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766). Pertence a família Podicipedidae.
  Um individuo adulto atinge tamanho de até 25 cm e peso variando de 150 a 190 gramas, sendo portanto o menor "Mergulhão" das Américas. A coloração geral de sua plumagem é parda-acinzentada, ficando a garganta mais escura durante o período reprodutivo e uma característica marcante são seus olhos amarelos.
   Como é uma espécie associada a água, alimenta-se principalmente de peixes, alevinos, girinos e invertebrados aquáticos. Essa espécie constrói seu ninho usando capim e este flutua livremente. Seus ovos(até 3) esbranquiçados postos ali são incubados durante cerca de 21 dias e em seguida os filhotes nascem e saem do ninho ficando um período sob a proteção das asas dos pais. Vive sozinha, aos pares ou em família nas áreas alagadas(águas interiores) como por exemplos, açudes, lagos e até poços artificiais como estações de tratamento de esgoto.
  Nativa das Américas com sua distribuição geográfica desde o sul dos Estados Unidos ao norte da Argentina e Uruguai, ocorrendo em todas as regiões do Brasil. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie em todas as mesorregiões do território potiguar( Leste Potiguar, Agreste Potiguar, Central Potiguar e Oeste Potiguar.

Referências
BirdLife International 2016. Tachybaptus dominicus . A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN de 2016: e.T22696571A93571402. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22696571A93571402.en . Transferido a 18 de março de 2019 .

FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, L. M. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. 2013. 513f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

domingo, 17 de março de 2019

Maranta Goeppertia villosa (Lindl.) Borchs. & S.Suárez

Maranta(Goeppertia villosa) observada em fragmento de Mata Atlântica no município de Baía Formosa,RN,Brasil.
  Planta da família Marantaceae, ela é conhecida como Maranta sendo seu nome científico válido atualmente: Goeppertia villosa (Lindl.) Borchs. & S.Suárez. 
  Espécie nativa de porte herbáceo com altura variando de 0,7 a 1,5m, tendo sua ocorrência confirmada na América tropical e com distribuição geográfica no Brasil nas seguintes regiões: Norte(Acre, Roraima, Tocantins), Nordeste(Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e Centro-Oeste(Goiás, Mato Grosso), desenvolvendo-se no ambiente terrestre dos biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica*(local onde observamos o espécime da foto).

Referência
Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 1. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

domingo, 10 de março de 2019

Boipeva Xenodon merremii (Wagler in Spix, 1824) uma serpente confundida com as jararacas

   Serpente conhecida popularmente como Boipeva, Goipeba, Cobra boca de caçapa, Cobra-chata, Jararaca malha de cascavel, Jaracuçu,Jaracuçu-de-tapiti,Malha-de-sapo e Jararaca, entretanto seu nome científico é único, Xenodon merremii (Wagler in Spix, 1824). Pertence a família Dipsadidae, da qual também fazem parte por exemplo, a cobra Falsa-coral e  a corre-campo.
  A Boipeva(Xenodon merremii) é uma espécie relativamente pequena atingindo em média 80cm de comprimento total, podendo atingir 1,35 m; é uma espécie polimórfica, ou seja, apresenta diversos padrões de coloração, inclusive críptica provavelmente mimética à viperídeos principalmente às vezes com as verdadeiras jararacas(Bothrops); sua dentição é áglifa, sendo portanto uma espécie não peçonhenta.
  Serpente de hábito terrícola, diurna e crepuscular, ovípara, põe de 6 a 40 ovos; forrageadora ativa capturando suas presas por meio de "agarramento seguido de engolimento", sendo elas quase que exclusivamente composta de anfíbios principalmente do gênero Rhinella (=Bufo), mas incluem outras espécies de anuros e há relato de peixe também em sua dieta. Apresenta dois dentes maiores na parte posterior da maxila que são importantes na ingestão dos anuros(sapos, rãs e pererecas) seu principal alimento, pois esses dentes perfuram rapidamente o pulmão do sapo(seu alimento principal), proporcionando uma rápida ingestão. 
   É muito temida por leigos especialmente nas regiões rurais, onde de maneira geral as pessoas acreditam que ela é peçonhenta, o que deve-se originar do fato que as vezes parece muito com as verdadeiras jararacas e também por apresenta comportamento que assustam as pessoas que as encontram, como por exemplo elas podem na presença de intrusos dar "botes", apresentar achatamento dorso-ventral além da mudança rápida e repetida da postura do corpo.
  Apresenta ampla distribuição na América do Sul, ocorrendo principalmente em áreas abertas. No Brasil, ocorre em todos os biomas, sendo considerada a espécie mais abundante na Caatinga, podendo ser encontrada desde o nível do mar até 1200m de altitude em diferentes fitofisionomias desse bioma. Durante as minhas excursões pelo estado do  Rio Grande do Norte, observei essa espécie tanto na Caatinga como também na Mata Atlântica em área de restinga arbustiva, onde estava predando um sapo do gênero Rhinella(foto).

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Referências
BRITO,Jayene Aysla Mendonça. Influência da morfologia na utilização de recursos em uma taxocenose de serpentes em área de caatinga arbórea no nordeste do brasil.
Areia/ pb,2017. Trabalho de Conclusão de Curso.

RÊGO, Bruno de Paiva. Diversidade, composição e aspectos da ecologia de taxocenose de serpentes em área serrana de caatinga no nordeste do brasil. NATAL/RN 2016, UFRN. Trabalho de Conclusão de Curso.

FREITAS, M. A. de. 2003. Serpentes Brasileiras. Lauro de Freitas: Marco Antônio de Freitas. 160 p.

GUEDES, Thaís Barreto. Serpentes da Caatinga: diversidade, história natural, biogeografia e conservação / Thaís Barreto Guedes. - São José do Rio Preto : [s.n.], 2012. Tese.

PORTILLO ,José Thales da Motta. Composição, etnoecologia e etnotaxonomia de serpentes no Vale do Paraíba, Estado de São Paulo. Ouro Preto,2012. Dissertação.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Tangará-príncipe Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) o cantor que alegra a Mata Atlântica

Tangará-príncipe(Chiroxiphia pareola) observada na RPPN Mata Estrela,Baía Formosa,RN,Brasil. 

  Ave conhecida popularmente como Tangará-príncipe, Tangará-falso, Tangará-de-costa-azul, Tangará, Cabeça-encarnada, Dançarino ou Uirapuru. Entretanto seu nome científico é único, Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766). Pertence a família Pipridae, da qual também faz parte por exemplo, o Fruxu-do-cerradão(Neopelma pallescens) e a Rendeira(Manacus manacus).
  Um indivíduo adulto atinge cerca de 12cm de comprimento e peso médio de 21 gramas.  Essa espécie apresenta dimorfismo sexual, onde o macho possui plumagem negra com o dorso azul-celeste, topete vermelho( na subespécie que ocorre na Amazônia oriental é amarelo),tarsos e pés alaranjados, enquanto que a fêmea apresenta plumagem geral de cor esverdeada e tarsos e pés amarelados. Alimenta-se principalmente de frutos, mas complementa sua dieta com pequenos animais artrópodes como por exemplo insetos e aranhas.
  Nessa espécie, durante o período reprodutivo(geralmente de dezembro a março) a cooperação entre machos no display sexual é obrigatória para ocorrer acasalamento, o que vem a colaborar com aumento de chances na atração das fêmeas. O ritual de pré-acasalamento, a popular "dança" que ocorre geralmente entre 2 machos é precedida por diferentes manifestações sonoras destes, em seguida "em plena harmonia, no galho-palco, um agacha-se, o outro pula verticalmente ao ar, adeja um instante sobre o companheiro que o olha, depois volta ao galho, enquanto o outro alça voo para executar a mesma cerimônia, dando ao conjunto a impressão de uma roda girando lentamente; finalmente, durante o voo de um dos participantes, que termina a demonstração, ressoa um estridente "tic-tic". Porém na presença de uma fêmea a cerimônia é diferente: o macho voa silenciosamente ao redor da fêmea, num voo flutuante, pousando a curtos intervalos, seguindo-se finalmente a cópula no galho-palco(Snow 1963, Trinidad (SICK,1997)".

   Espécie residente no Brasil e dependente de ambientes florestais, sendo encontrada no interior de matas, principalmente no extrato médio das florestas, mas também pode ser observada no extrato inferior. A espécie não encontra-se oficialmente ameaçado de extinção, porém infelizmente ela já foi encontrada no comércio ilegal(feira livre) do estado de Pernambuco.
  Ocorre na América do Sul(Bolívia; Brasil; Colômbia; Equador; Guiana Francesa; Guiana; Peru; Suriname; Venezuela) e no Trinidad e Tobago(América Central), sendo que no Brasil apresenta distribuição disjunta na Amazônia e Mata Atlântica. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie apenas na mesorregião Leste do estado, de Parnamirim a Baía Formosa e mais ao interior em Macaíba.

Referências
AGUILAR, Juan Manuel Ruiz-Esparza. Sustentabilidade das comunidades de aves em duas áreas protegidas do estado de Sergipe. Tese(Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente). Universidade Federal de Sergipe, 2014.

BirdLife International 2017. Chiroxiphia pareola (amended version of 2016 assessment). The IUCN Red List of Threatened Species 2017: e.T22701077A110783239. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2017-1.RLTS.T22701077A110783239.en. Downloaded on 22 February 2019.

BRODT, Michele Santa Catarina . ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO DAS INTERAÇÕES SOCIAIS DO TANGARÁ Chiroxiphia caudata (AVES, PIPRIDAE). Dissertação de Mestrado,2011.
FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, L. M. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. 2013. 513f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

PEREIRA, G.A. & Brito, M.T. 2005. Diversidade de aves silvestres brasileiras comercializadas nas feiras livres da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco. Atualidades Ornitológicas, 126: 14.

PIACENTINI, V. et al. Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee / Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Revista Brasileira de Ornitologia, v. 23, n. 2, p. 91-298, 2015.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.