domingo, 28 de abril de 2019

Icó Neocalyptrocalyx longifolium (Mart.) Cornejo & Iltis.

   Planta conhecida popularmente como Icó, Yco,Incó, Icó-liso, Umbuzeiro, entretanto seu nome científico é único, Neocalyptrocalyx longifolium (Mart.) Cornejo & Iltis. Ela pertence a família Capparaceae, da qual faz parte por exemplo, o feijão-bravo(Capparis flexuosa) e o Trapiá(Crateva tapia).
  Icó(Neocalyptrocalyx longifolium) apresenta porte geralmente arbustivo com até 2,5m de altura, folhas simples com lâmina foliar estreita (0,7−1,5 cm de largura), são alternas, lineares ou lanceoladas e  o botão floral forma uma caliptra e  fruto anfisarca. 
    Essa espécie é nativa e endêmica do Brasil, sendo espécie típica do bioma  Caatinga, ocorrendo apenas na região Nordeste do país, nos seguintes estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe. Durante as minhas expedições pelo Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie principalmente na mesorregião Central Potiguar, em áreas de Caatinga de maior elevação, como por exemplo nos municípios de Equador, Cerro Corá e Campo Redondo.

Referências
Neto, R.L.S & Jardim, J.G. . Capparaceae no Rio Grande do Norte, Brasil. Rodriguésia 66(3): 847-857. 2015. DOI: 10.1590/2175-7860201566312

Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 1. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

domingo, 14 de abril de 2019

Bico-chato-amarelo Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831)

  Ave conhecida popularmente como Bico-chato-amarelo, Mosqueteiro-de-peito-amarelo,Tesoura-de-peito-amarelo e Papa-mosca-de-peito-amarelo, entretanto seu nome científico é único, Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831). Pertence atualmente a família Rhynchocyclidae, da qual também fazem parte por exemplo, o Ferreirinho-relógio(Todirostrum cinereum ), o Sebinho-de-olho-de-ouro(Hemitriccus margaritaceiventer) e Ferreirinho-de-testa-parda(Poecilotriccus fumifrons).
   Um indivíduo adulto dessa espécie apresenta cerca de 12cm de comprimento e peso médio de 11 gramas, sendo assim considerada uma ave de pequeno porte. De maneira geral a plumagem da região dorsal é de cor oliva-amarelada, enquanto na região ventral(anterior) é amarela bem intensa, seu bico achatado é preto e possui olho escuro com anel periocular amarelado em volta, isso tanto em macho como na fêmea, pois a espécie não apresenta dimorfismo sexual. Ave insetívora, ou seja, alimenta-se de insetos.
   Seu ninho na forma de bolsa é suspenso e apresenta entrada na parte inferior, sendo construído com fibra vegetal de cor preta, marrom e as vezes mais clara. Nesse, a fêmea põe de 1 a 3 ovos brancos com manchinhas castanhas avermelhadas, estes são incubados por ela durante cerca de 17 dias. Frequentemente os ninhos dessa espécie são encontrados próximo a ninhos de vespas, sendo estas uma proteção adicional contra alguns predadores.
   Vive no estrato médio e alto de vários tipos de matas, tanto úmidas como secas, como nas restingas,  florestas de várzea, cerrados, florestas de galeria, caatingas e buritizais.
   Apresenta ampla distribuição geográfica na América do Sul, do norte da Colômbia e Venezuela, assim como em Trinidad e Tobago, no Brasil só não ocorre na região Sul do país. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie em todas as mesorregiões do território potiguar( Leste Potiguar, Agreste Potiguar, Central Potiguar e Oeste Potiguar.

Referências
CAZAL,S.R.A.L., Severino M. de A. Júnior , Wallace Telino-Júnior, Rachel M. de L. Neves, Cláudio C. de A. L. Filho, Maria E. Larrazábal & Joaquim O. Branco. Biologia de Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) (Passeriformes, Tyrannidae) em Mata Atlântica, Pernambuco, Brasil. Ornithologia 3 (2):67-72, dezembro 2009.

FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, L. M. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. 2013. 513f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

domingo, 31 de março de 2019

Helicônia Heliconia psittacorum L.f. uma planta ornamental

Helicônia(Heliconia psittacorum) observada na Mata do Pilão,Espírito Santo,RN,Brasil.
   Planta conhecida popularmente como Helicônia, Helicônia-papagaio, Caetezinho, Planta-papagaio e Tracoá, entretanto seu nome científico é único, Heliconia psittacorum L.f..
  "Espécie de hábito musoide, delgada com 0,5 a 2,0 metros de altura. Apresenta inflorescência ereta, de 7,0 a 18,0 cm de comprimento, com raque reta e glabra. As brácteas, em número de 2 a 7 por inflorescência, uniformemente curvadas e com leve camada de cerosidade, distribuem-se em um mesmo plano. Estão inseridas em um ângulo de 10 a 65° em relação ao eixo da inflorescência, têm coloração rósea ou alaranjada e avermelhada na face externa, às vezes esverdeadas e avermelhadas ou púrpura na face interna em direção ao ápice. As flores são retas ou levemente curvadas, de 5 a 8 por bráctea, de coloração amarelada, alaranjada ou avermelhada, excepcionalmente branca, com manchas verde escura em forma de olho no ápice"(ANDERSSON,1981).
Helicônia(Heliconia psittacorum) observada em fragmento de Mata Atlântica,Baía Formosa,RN,Brasil.
   A Helicônia (Heliconia psittacorum) apresenta mais de cem variedades no Brasil, a maioria cultivada a pleno sol e em área sombreada de até 50%, sendo cultivada como planta ornamental de uso doméstico ou com fins comerciais como flor de corte. Essa espécie se cultivada em condições ideais pode começar a produzir a partir de um ano e com cerca de um ano e meio essa produção pode ser comercialmente viável. Ela floresce durante o ano inteiro, porém entre dezembro e maio geralmente a floração é mais acentuada. Tanto essa quanto seu crescimento são influenciados pela adubação e muito pela exposição a alta luminosidade.
    A Helicônia (H. psittacorum) é nativa e ocorre naturalmente em altitudes do nível do mar a 800 metros em locais úmidos e secos, em florestas, bordas de mata e restingas sendo encontrada nos biomas da Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Ela apresenta ampla distribuição geográfica no Brasil, ocorrendo atualmente nas seguintes regiões e respectivos estados: Norte (Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais).

Referências
ANDERSSON, L. Revision of Heliconia sect. Heliconia (Musaceae). Nordic Journal of Botany, v. 1 (6), p. 759-786. 1981.

Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 2. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

Sabrina Aparecida Pinto. Heliconia psittacorum L. Propagação e adubação na fase inicial do cultivo. Dissertação. Universidade Federal de Viçosa,Minas Gerais,Brasil, 2007.

domingo, 24 de março de 2019

Mergulhão-pequeno Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766)

   Ave conhecida popularmente como Mergulhão-pequeno ou Mergulhão-pompom, entretanto seu nome científico é Tachybaptus dominicus (Linnaeus, 1766). Pertence a família Podicipedidae.
  Um individuo adulto atinge tamanho de até 25 cm e peso variando de 150 a 190 gramas, sendo portanto o menor "Mergulhão" das Américas. A coloração geral de sua plumagem é parda-acinzentada, ficando a garganta mais escura durante o período reprodutivo e uma característica marcante são seus olhos amarelos.
   Como é uma espécie associada a água, alimenta-se principalmente de peixes, alevinos, girinos e invertebrados aquáticos. Essa espécie constrói seu ninho usando capim e este flutua livremente. Seus ovos(até 3) esbranquiçados postos ali são incubados durante cerca de 21 dias e em seguida os filhotes nascem e saem do ninho ficando um período sob a proteção das asas dos pais. Vive sozinha, aos pares ou em família nas áreas alagadas(águas interiores) como por exemplos, açudes, lagos e até poços artificiais como estações de tratamento de esgoto.
  Nativa das Américas com sua distribuição geográfica desde o sul dos Estados Unidos ao norte da Argentina e Uruguai, ocorrendo em todas as regiões do Brasil. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie em todas as mesorregiões do território potiguar( Leste Potiguar, Agreste Potiguar, Central Potiguar e Oeste Potiguar.

Referências
BirdLife International 2016. Tachybaptus dominicus . A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN de 2016: e.T22696571A93571402. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22696571A93571402.en . Transferido a 18 de março de 2019 .

FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, L. M. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. 2013. 513f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

domingo, 17 de março de 2019

Maranta Goeppertia villosa (Lindl.) Borchs. & S.Suárez

Maranta(Goeppertia villosa) observada em fragmento de Mata Atlântica no município de Baía Formosa,RN,Brasil.
  Planta da família Marantaceae, ela é conhecida como Maranta sendo seu nome científico válido atualmente: Goeppertia villosa (Lindl.) Borchs. & S.Suárez. 
  Espécie nativa de porte herbáceo com altura variando de 0,7 a 1,5m, tendo sua ocorrência confirmada na América tropical e com distribuição geográfica no Brasil nas seguintes regiões: Norte(Acre, Roraima, Tocantins), Nordeste(Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e Centro-Oeste(Goiás, Mato Grosso), desenvolvendo-se no ambiente terrestre dos biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica*(local onde observamos o espécime da foto).

Referência
Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 1. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

domingo, 10 de março de 2019

Boipeva Xenodon merremii (Wagler in Spix, 1824) uma serpente confundida com as jararacas

   Serpente conhecida popularmente como Boipeva, Goipeba, Cobra boca de caçapa, Cobra-chata, Jararaca malha de cascavel, Jaracuçu,Jaracuçu-de-tapiti,Malha-de-sapo e Jararaca, entretanto seu nome científico é único, Xenodon merremii (Wagler in Spix, 1824). Pertence a família Dipsadidae, da qual também fazem parte por exemplo, a cobra Falsa-coral e  a corre-campo.
  A Boipeva(Xenodon merremii) é uma espécie relativamente pequena atingindo em média 80cm de comprimento total, podendo atingir 1,35 m; é uma espécie polimórfica, ou seja, apresenta diversos padrões de coloração, inclusive críptica provavelmente mimética à viperídeos principalmente às vezes com as verdadeiras jararacas(Bothrops); sua dentição é áglifa, sendo portanto uma espécie não peçonhenta.
  Serpente de hábito terrícola, diurna e crepuscular, ovípara, põe de 6 a 40 ovos; forrageadora ativa capturando suas presas por meio de "agarramento seguido de engolimento", sendo elas quase que exclusivamente composta de anfíbios principalmente do gênero Rhinella (=Bufo), mas incluem outras espécies de anuros e há relato de peixe também em sua dieta. Apresenta dois dentes maiores na parte posterior da maxila que são importantes na ingestão dos anuros(sapos, rãs e pererecas) seu principal alimento, pois esses dentes perfuram rapidamente o pulmão do sapo(seu alimento principal), proporcionando uma rápida ingestão. 
   É muito temida por leigos especialmente nas regiões rurais, onde de maneira geral as pessoas acreditam que ela é peçonhenta, o que deve-se originar do fato que as vezes parece muito com as verdadeiras jararacas e também por apresenta comportamento que assustam as pessoas que as encontram, como por exemplo elas podem na presença de intrusos dar "botes", apresentar achatamento dorso-ventral além da mudança rápida e repetida da postura do corpo.
  Apresenta ampla distribuição na América do Sul, ocorrendo principalmente em áreas abertas. No Brasil, ocorre em todos os biomas, sendo considerada a espécie mais abundante na Caatinga, podendo ser encontrada desde o nível do mar até 1200m de altitude em diferentes fitofisionomias desse bioma. Durante as minhas excursões pelo estado do  Rio Grande do Norte, observei essa espécie tanto na Caatinga como também na Mata Atlântica em área de restinga arbustiva, onde estava predando um sapo do gênero Rhinella(foto).

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Referências
BRITO,Jayene Aysla Mendonça. Influência da morfologia na utilização de recursos em uma taxocenose de serpentes em área de caatinga arbórea no nordeste do brasil.
Areia/ pb,2017. Trabalho de Conclusão de Curso.

RÊGO, Bruno de Paiva. Diversidade, composição e aspectos da ecologia de taxocenose de serpentes em área serrana de caatinga no nordeste do brasil. NATAL/RN 2016, UFRN. Trabalho de Conclusão de Curso.

FREITAS, M. A. de. 2003. Serpentes Brasileiras. Lauro de Freitas: Marco Antônio de Freitas. 160 p.

GUEDES, Thaís Barreto. Serpentes da Caatinga: diversidade, história natural, biogeografia e conservação / Thaís Barreto Guedes. - São José do Rio Preto : [s.n.], 2012. Tese.

PORTILLO ,José Thales da Motta. Composição, etnoecologia e etnotaxonomia de serpentes no Vale do Paraíba, Estado de São Paulo. Ouro Preto,2012. Dissertação.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Tangará-príncipe Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) o cantor que alegra a Mata Atlântica

Tangará-príncipe(Chiroxiphia pareola) observada na RPPN Mata Estrela,Baía Formosa,RN,Brasil. 

  Ave conhecida popularmente como Tangará-príncipe, Tangará-falso, Tangará-de-costa-azul, Tangará, Cabeça-encarnada, Dançarino ou Uirapuru. Entretanto seu nome científico é único, Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766). Pertence a família Pipridae, da qual também faz parte por exemplo, o Fruxu-do-cerradão(Neopelma pallescens) e a Rendeira(Manacus manacus).
  Um indivíduo adulto atinge cerca de 12cm de comprimento e peso médio de 21 gramas.  Essa espécie apresenta dimorfismo sexual, onde o macho possui plumagem negra com o dorso azul-celeste, topete vermelho( na subespécie que ocorre na Amazônia oriental é amarelo),tarsos e pés alaranjados, enquanto que a fêmea apresenta plumagem geral de cor esverdeada e tarsos e pés amarelados. Alimenta-se principalmente de frutos, mas complementa sua dieta com pequenos animais artrópodes como por exemplo insetos e aranhas.
  Nessa espécie, durante o período reprodutivo(geralmente de dezembro a março) a cooperação entre machos no display sexual é obrigatória para ocorrer acasalamento, o que vem a colaborar com aumento de chances na atração das fêmeas. O ritual de pré-acasalamento, a popular "dança" que ocorre geralmente entre 2 machos é precedida por diferentes manifestações sonoras destes, em seguida "em plena harmonia, no galho-palco, um agacha-se, o outro pula verticalmente ao ar, adeja um instante sobre o companheiro que o olha, depois volta ao galho, enquanto o outro alça voo para executar a mesma cerimônia, dando ao conjunto a impressão de uma roda girando lentamente; finalmente, durante o voo de um dos participantes, que termina a demonstração, ressoa um estridente "tic-tic". Porém na presença de uma fêmea a cerimônia é diferente: o macho voa silenciosamente ao redor da fêmea, num voo flutuante, pousando a curtos intervalos, seguindo-se finalmente a cópula no galho-palco(Snow 1963, Trinidad (SICK,1997)".

   Espécie residente no Brasil e dependente de ambientes florestais, sendo encontrada no interior de matas, principalmente no extrato médio das florestas, mas também pode ser observada no extrato inferior. A espécie não encontra-se oficialmente ameaçado de extinção, porém infelizmente ela já foi encontrada no comércio ilegal(feira livre) do estado de Pernambuco.
  Ocorre na América do Sul(Bolívia; Brasil; Colômbia; Equador; Guiana Francesa; Guiana; Peru; Suriname; Venezuela) e no Trinidad e Tobago(América Central), sendo que no Brasil apresenta distribuição disjunta na Amazônia e Mata Atlântica. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie apenas na mesorregião Leste do estado, de Parnamirim a Baía Formosa e mais ao interior em Macaíba.

Referências
AGUILAR, Juan Manuel Ruiz-Esparza. Sustentabilidade das comunidades de aves em duas áreas protegidas do estado de Sergipe. Tese(Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente). Universidade Federal de Sergipe, 2014.

BirdLife International 2017. Chiroxiphia pareola (amended version of 2016 assessment). The IUCN Red List of Threatened Species 2017: e.T22701077A110783239. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2017-1.RLTS.T22701077A110783239.en. Downloaded on 22 February 2019.

BRODT, Michele Santa Catarina . ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO DAS INTERAÇÕES SOCIAIS DO TANGARÁ Chiroxiphia caudata (AVES, PIPRIDAE). Dissertação de Mestrado,2011.
FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, L. M. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. 2013. 513f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

PEREIRA, G.A. & Brito, M.T. 2005. Diversidade de aves silvestres brasileiras comercializadas nas feiras livres da Região Metropolitana do Recife, Pernambuco. Atualidades Ornitológicas, 126: 14.

PIACENTINI, V. et al. Annotated checklist of the birds of Brazil by the Brazilian Ornithological Records Committee / Lista comentada das aves do Brasil pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Revista Brasileira de Ornitologia, v. 23, n. 2, p. 91-298, 2015.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Canafístula-brava Senna martiana (Benth.) H.S.Irwin & Barneby

  Planta conhecida popularmente como Canafístula-brava, Canafístula-de-lajedo e Caixão-de-canafístula, entretanto seu nome científico é único, Senna martiana (Benth.) H.S.Irwin & Barneby. Pertence a família Fabaceae.
  Canafístula-brava(Senna martiana) é uma espécie de porte arbustivo com altura variando de 1,5m a 4m, apresentando folhas com 9 a 22 pares de folíolos, estípulas alaranjadas com base secretora(nectários). Espécie de crescimento relativamente rápido com inflorescência de grande beleza sendo indicada como planta ornamental.
  Canafístula-de-lajedo(Senna martiana) é nativa e endêmica do bioma Caatinga, ocorrendo naturalmente apenas na região Nordeste do Brasil do Piauí a Bahia,  sendo comum em solo arenoso e em afloramentos rochosos(lajedos) em elevações inferiores a 500 m, podendo ser uma colonizadora de áreas degradadas (Queiroz 2009).

Referências
Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da Caatinga. Universidade Estadual de Feira de Santana/Royal Botanic Gardens, Kew/Associação Plantas do Nordeste, Feira de Santana.

MACEDO, E. M. S. Estudo Químico de Plantas do Nordeste com atividade antioxidante: Senna martiana Benth (I. e B). 2006. 149 f. Dissertação (Mestrado em Química Orgânica) - Centro de Ciências, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2006.

Maria Góis Miranda, Jéssica; Carvalho de Alencar Barbosa, Dilosa. Biometria, germinação e efeito do déficit hídrico no crescimento e trocas gasosas de Senna martiana (Benth.) Irwin & Barneby (Leg Caesalpinioideae). 2005. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2005.

Paulo Sérgio Monteiro Ferreira, Dilma Maria de Brito Melo Trovão e José Iranildo Miranda de Melo. Leguminosae na APA do Cariri, Estado da Paraíba, Brasil. Hoehnea 42(3): 531-547, 1 tab., 4 fig., 2015.

domingo, 27 de janeiro de 2019

Quiriquiri Falco sparverius Linnaeus, 1758

   Ave conhecida popularmente como Quiriquiri, Gavião-quiriquiri, Falcão-quiriquiri,falcão-americano, Gavião-mirim e gavião-rapina, entretanto seu nome científico é único, Falco sparverius Linnaeus, 1758. Pertence a família Falconidae, da qual também faz parte por exemplo, o Carcará(Caracara plancus).
    Um indivíduo adulto apresenta comprimento total médio de 26cm e cerca de 100 gramas de peso. "Possui dimorfismo sexual, onde o macho tem uma coroa de cor cinza no alto da cabeça, o espelho das asas é na cor cinza e a cauda tem uma barra negra na parte terminal com cerca de 10 mm de largura. A plumagem da fêmea tem uma tonalidade ferruginosa e a cauda é riscada por diversas listas negras." É um grande predador de lagartos de maneira geral, mas também inclui em sua dieta grandes insetos como gafanhotos, e ocasionalmente pode predar pequenos mamíferos e aves.
   Utiliza diversos locais de reprodução como cavidades em árvores, cupinzeiros, buracos em barrancos, ninhos abandonados e até fendas em ambientes urbanos, onde põe  geralmente até 5 ovos que são incubados por cerca de 30 dias. Essa espécie mantem-se ativa durante todo o dia em regiões campestres e cerrados, ou seja preferindo ambiente abertos,como pastagens e margens de estradas, mas é incomum em áreas urbanas. 
   Ela apresenta ampla distribuição geográfica ocorrendo desde o Alasca e Norte do Canadá até à ponta Sul da América do Sul (Terra do Fogo), sendo encontrada em todas as regiões do Brasil. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie principalmente nas  mesorregiões Leste Potiguar, Agreste Potiguar e Central Potiguar, entretanto já existe registros dela em todo território potiguar.

Referências
FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, L. M. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. 2013. 513f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

sábado, 19 de janeiro de 2019

Cabacim-bravo Matelea ganglinosa (Vell.) Rapini

   Planta conhecida popularmente como Cabacim-bravo, enquanto seu nome científico é Matelea ganglinosa (Vell.) Rapini.. Pertence a família Apocynaceae. Espécie trepadeira que pode atingir 3m de altura, floresce geralmente de junho a setembro e frutifica de junho a novembro.
   Cabacim-bravo(Matelea ganglinosa) é nativa e endêmica do Brasil, sendo encontrada nos biomas da Mata Atlântica e Caatinga, ocorrendo nas seguintes regiões do país e respectivos estados: Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro).

Referência
Souza, Júnior , Jaerton Carvalho de. Apocynaceae Juss. Na Mata Atlântica do Rio Grande do Norte,Brasil. Natal,2016. Dissertação(Mestrado). UFRN.

domingo, 6 de janeiro de 2019

Mangue-branco Laguncularia racemosa (L.) C.F.Gaertn.


   Planta conhecida popularmente como Mangue-branco, Mangue-manso,Mangue-verdadeiro, Mangue-de-sapateiro e Tinteiro, entretanto seu nome científico é único, Laguncularia racemosa (L.) C.F.Gaertn.. Ela pertence a família Combretaceae, sendo a única espécie do gênero Laguncularia que ocorre no Brasil. 
   Mangue-branco(Laguncularia racemosa) é uma espécie nativa que apresenta porte arbustivo ou arbóreo(raramente ultrapassa 10m de altura) com raízes adventícias e pneumatóforos(raízes respiratórias que afloram do sedimento).
   Suas folhas arredondadas são opostas e possuem um pecíolo vermelho contendo nectários extraflorais(par de glândulas arredondadas) em sua base que também apresentam glândulas para exclusão do excesso do sal, proporcionando grande tolerância à salinidade. As suas inflorescências são do tipo espigas com flores branco-esverdeadas sésseis. Segundo a literatura as folhas e ou caules de Mangue-branco(Laguncularia racemosa) são usadas na medicina popular para confecção de chás e infusões contra a disenteria, febre e escorbuto.
    Ela geralmente ocorre na região da interface entre o manguezal e a terra firme, com distribuição no litoral meridional da Flórida, México, América Central e na América do Sul desde o litoral do Equador ao Brasil. Neste, ocorre nos biomas da Mata Atlântica e Amazônia associada aos ecossistemas de restinga e manguezal, sendo confirmada nas seguintes regiões e estados brasileiros respectivamente: Norte (Amapá e Pará), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe), Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo) e Sul (Paraná e Santa Catarina). Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie sempre no ecossistema de manguezal em toda costa potiguar, desde Baía Formosa até Grossos.

Referências

Organizadores Marcelo Antonio Amaro Pinheiro e Ana Carolina Biscalquini Talamoni. Educação Ambiental sobre Manguezais. São Vicente: Campus do Litoral Paulista – Instituto de Biociências, 2018.

Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 1. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

Renato Braga. Plantas do nordeste,especialmente do Ceará. Fortaleza:coleção mossoroense-volume XLII,1976.

domingo, 9 de dezembro de 2018

Sapo-de-verruga Rhinella granulosa (Spix, 1824)

   Anfíbio anuro conhecido popularmente como Sapo-de-verruga, Sapo granuloso ou Sapo cururu pequeno, entretanto seu nome científico é Rhinella granulosa (Spix, 1824). Pertence a família Bufonidae, da qual também faz parte o famoso Sapo cururu(Rhinella jimi).
   O macho da espécie Rhinella granulosa atinge em média 48,1mm de comprimento rostro-cloacal enquanto que a fêmea é maior alcançando em média 52,9mm. A origem do nome(granuloso) deve-se a presença de grânulos na região dorsal do corpo, esta apresenta ao fundo diferentes tons de marrom com algumas manchas mais escuras. Enquanto que a coloração da região ventral do corpo varia de esbranquiçada a creme com pontos negros, sendo que nos machos a região gular fica amarela-esverdeada na época reprodutiva. Suas glândulas de veneno(paratóides) são pouco aparentes. Apesar de apresentar essas glândulas(pequenas), se as pessoas não manusearem e nem apertarem elas não haverá risco  de envenenamento em contato com mucosas, sendo essa espécie importante predadora de insetos assim como outros sapos que ajudam a manter o "equilíbrio ambiental", não devem ser perseguidos ou mortos pelo ser humano.
   Espécie terrestre de hábito noturno que vive em lagoas, margens de riachos e poças. Ela apresenta reprodução explosiva, podendo em uma desova conter cerca de 900 ovos que são depositados na superfície d’água em um cordão gelatinoso. Havendo corpos de água pode se reproduzir durante todo ano, porém na estação chuvosa há um aumento na taxa reprodutiva. Alimenta-se de insetos como formigas e cupins, colaborando assim no controle das populações desses animais.
   O Sapo-de-verruga(R. granulosa) é encontrado principalmente na Caatinga, mas também ocorre em áreas do bioma Mata Atlântica, sendo sua distribuição restrita ao Nordeste e parte do Sudeste do Brasil. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte já observei essa espécie nas mesorregiões Leste Potiguar, Agreste Potiguar e Central Potiguar e, acredito que também ocorra na mesorregião Oeste do estado.

Referências
Albertina Pimentel Lima ...[et al.]. Guia de sapos da Reserva Adolpho Ducke, Amazônia Central. Manaus : Áttema Design Editorial, 2005.

Ednilza Maranhao dos Santos , Geane Limeira da Silva & Thamires Freitas Campos. Predação de Rhinella granulosa (Anura, Bufonidae) por Liophis poecilogyrus (Serpentes, Dipsadidae) na Caatinga, Pernambuco, Brasil. Revista Brasileira de Zoociências 12 (2): 195-198. 2010.

Hauanny Rodrigues Oliveira& Fernanda A. S. Cassemiro. Potenciais efeitos das mudanças climáticas futuras sobre a distribuição de um anuro da Caatinga Rhinella granulosa (Anura, Bufonidae). Iheringia, Série Zoologia, Porto Alegre, 103(3):272-279, 30 de setembro de 2013.

 Tavares, Robson Victor Ecologia e diversidade da herpetofauna associada à bromélia Encholirium spectabile Mart. ex Schult. & Schult. f. em uma área de Caatinga, Nordeste do Brasil – Patos, 2016. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais).

domingo, 2 de dezembro de 2018

Guabiraba Campomanesia aromatica (Aubl.) Griseb.

   Planta conhecida popularmente como Guabiraba,Guabiraba-de-rama,Guabiroba ou Candeia-brava, entretanto seu nome científico é único, Campomanesia aromatica (Aubl.) Griseb.. Pertence a família Myrtaceae, da qual também fazem parte por exemplo, a Jabuticabeira, a Ubaia azeda e o Camboim.
    A Guabiraba(Campomanesia aromatica) é uma espécie nativa de porte arbustivo podendo atingir cerca de 5m de altura,ela apresenta flores brancas e seus frutos maduros são arroxeados e comestíveis. Geralmente floresce em novembro e frutifica de fevereiro a setembro. De acordo com a literatura na medicina popular a infusão das folhas do "olho da planta" é usada contra diarréia, dor na barriga, catarro no peito, pneumonia e gripe no Piauí.
   Sua distribuição geográfica é disjunta desde Trinidad e Tobago ao Brasil e também na Bolívia.  Em território brasileiro tem registros nos biomas da Caatinga, Mata Atlântica e Amazônia, ocorrendo nos estados do Amapá, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Bahia. 

Referências
CHAVES, E.M.F.; BARROS, R.F.M. Diversidade e uso de recursos medicinais do carrasco na APA da Serra da Ibiapaba, Piauí, Nordeste do Brasil. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.14, n.3, p.476-486, 2012.

Marla Ibrahim U. de Oliveira, Ligia Silveira Funch & Leslie R. Landrum. Flora da Bahia: Campomanesia (Myrtaceae). Sitientibus série Ciências Biológicas 12(1): 91– 107. 2012.

Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 2. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.

Renato Braga. Plantas do nordeste,especialmente do Ceará. Fortaleza:coleção mossoroense-volume XLII,1976.

domingo, 11 de novembro de 2018

Piru-piru Haematopus palliatus Temminck, 1820

   Ave conhecida popularmente como Piru-piru, Batuíra-do-mar-grosso, Ostraceiro-pirupiru, Cã-cã-da-praía, Bejaquí e baiacu, entretanto seu nome científico é único, Haematopus palliatus Temminck, 1820.
   Um indivíduo adulto atinge cerca de 46cm de comprimento e peso médio de 520 gramas. Ave pernilonga robusta, de bico e pálpebras escarlates; íris amarela e pernas cor-de-rosa. Larga faixa na asa e uropígio brancos. Não evidencia dimorfismo sexual.
  Alimenta-se de cracas, gastrópodes, lamelibrânquios e outros animais invertebrados presentes na costa onde é encontrado, pois é uma ave marinha que ocorre em praias,manguezal e formação rochosa exposta a ação do mar. Se reproduzem em bancos de areia, onde são depositados em média dois ovos.
   Espécie americana sendo confirmada desde a América do Norte ao sul da América do Sul, incluindo toda a costa brasileira, onde nidifica. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, observei essa espécie apenas na região conhecida como "Costa Branca" principalmente nos municípios de Macau, Guamaré e Galinhos. Atualmente encontra-se na categoria de “Quase Ameaçado” (“NT”) segundo o Plano de Ação Nacional Para Conservação das Aves Limícolas Migratórias(MMA, 2016). 


Referências
FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

domingo, 28 de outubro de 2018

Cravo-do-mato Tillandsia recurvata (L.) L. , uma bromélia que pode ser encontrada na rede elétrica das cidades.

  Planta conhecida vulgarmente como Cravo-do-mato e cientificamente como Tillandsia recurvata (L.) L., esta faz parte da família Bromeliaceae( das bromélias).
    As raízes de T. recurvata sofreram modificações estando adaptadas para se fixar a diferentes substratos, como por exemplo a cabos da rede elétrica ou de telefonia e postes, podendo ser vista grandes populações dessa espécie na fiação em algumas cidades, o que mostra a sua enorme capacidade de sobreviver independentemente do solo e em ambientes extremos. Apresenta flores e frutos o ano todo, esses são do tipo cápsula e apresentam grande quantidade de sementes com alta capacidade de germinação, que podem ser dispersas pelo vento, colaborando com a colonização de outras áreas e dispersão da espécie. 
   Espécie de porte herbáceo, essa epífita rupícola é nativa e distribui-se no continente Americano desde o Chile e Argentina, na América do Sul, ao Caribe e América Central, chegando até o sudeste norte-americano. No Brasil tem ocorrência confirmada nos biomas Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa, ocorrendo nas seguintes regiões e respectivos estados brasileiros: Norte (Pará), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina).

Agradeço a Edweslley de Moura pela ajuda na identificação em nível de espécie.

Referências
Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 1. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.
Piazzetta, Karime Dawidziak. Avaliação do potencial de tillandsia recurvata (L.) L., bromeliaceae, como bioindicadora da poluição atmosférica urbana. Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental, Curitiba, 2015.

domingo, 21 de outubro de 2018

Marimbondo Tatu Synoeca surinama (Linnaeus, 1767)

  Vespa social conhecida popularmente como Marimbondo Tatu, tendo recebido esse nome vulgar porque o revestimento do seu ninho parece a couraça de um Tatu, entretanto seu nome científico é único, Synoeca surinama (Linnaeus, 1767).
   Essa espécie é típica das Américas com distribuição desde o México até a Argentina, ocorrendo principalmente no interior de florestas tropicais(Richards, 1978). No Brasil ocorre nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.
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Referências
Carpenter, J.M. &O.M. Marques. 2001. Contribuição ao estudo dos vespídeos do Brasil (Insecta, Hymenoptera, Vespoidea, Vespidae). Publicações Digitais 2: 1–147.

Daniel Oliveira Freire. Atividade Antimicrobiana do novo peptídeo Synoeca-MP isolado da peçonha de Synoeca surinama frente a bactérias resistentes. Programa de Pós- graduação em Biologia Animal da Universidade de Brasília. 2014.

Francisco Virgínio, Tatiane Tagliatti Maciel e Bruno Corrêa Barbosa. Novas contribuições para o conhecimento de vespas sociais (Hymenoptera: Vespidae) para Estado do Rio Grande do Norte, Brasil

domingo, 14 de outubro de 2018

Arapaçu-de-cerrado Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818)

   Ave conhecida popularmente como Arapaçu-de-cerrado, Arapaçu-de-supercílio-branco,Cutia-de-pau, Cata-barata e pica-pau-marrom, entretanto seu nome científico é único,Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot, 1818).
   Um individuo adulto alcança os 20cm de comprimento, peso de aproximadamente 30 gramas e bico de 3,2cm em média. Apresenta como características morfológicas marcantes uma grande faixa supra-ocular branca e região ventral(inferior) do corpo de cor branca acentuada.
   Usa geralmente ocos de árvores como local de nidificação, onde reveste com alguns materiais de origem vegetal, na qual a fêmea põe em média dois ovos. Geralmente é visto formando casais em ambientes campestres com árvores esparsas, voando de uma árvore a outra e escalando seus troncos a procura de alimento. Alimenta-se de pequenos animais artrópodes, especialmente de insetos. No Brasil é uma espécie relativamente comum no Cerrado e na Caatinga e tem demonstrado adaptação a ambientes alterados, podendo até ser encontrado em área urbana.
 Sua distribuição geográfica estende-se pela Argentina, Bolívia, Paraguai, Suriname, Uruguai e Brasil, neste ocorrendo desde o Marajó ao resto do Brasil extra-amazônico. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie principalmente na mesorregião Central Potiguar, sempre associada a áreas abertas do bioma Caatinga.
Referências
BirdLife International. 2017. Lepidocolaptes angustirostris (amended version of 2016 assessment). The IUCN Red List of Threatened Species 2017: e.T22703155A110909882. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2017-1.RLTS.T22703155A110909882.en. Downloaded on 14 October 2018.

FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, L. M. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. 2013. 513f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

domingo, 30 de setembro de 2018

Melosa-vermelha Ruellia asperula (Mart. ex Nees) Lindau

   Planta conhecida popularmente como Melosa, Melosa-vermelha ou Melosa-roxa, entretanto seu nome científico é único, Ruellia asperula (Mart. ex Nees) Lindau.
   Essa espécie é de porte subarbustivo ou arbustivo sendo recoberta por "pelos(tricomas)", apresenta folhas opostas e ásperas, flores vermelhas e frutos do tipo cápsula. As flores da Melosa(Ruellia asperula) são visitadas por diversas espécies de animais como: abelhas(Xylocopa sp., Xylocopa aff. viridis, Trigona spinipes), borboletas( Phoebis sennae, Phoebia sp.) e especialmente beija-flores das seguintes espécies: Eupetomena macroura, Hylocharis sapphirina, Amazilia versicolor, Amazilia lactea, Chrysolampis mosquitus e Chlorostilbon lucidus, onde alguns desses provavelmente atuam em sua polinização.
   A Melosa(Ruellia asperula) é de origem nativa e endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada apenas para o bioma Caatinga, sendo encontrada em ambientes relativamente mais úmidos dos seguintes estados brasileiros: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Minas Gerais. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie apenas na mesorregião Central Potiguar, especificamente na região do Seridó Potiguar em áreas mais elevadas.

Referências
Castro, Antonio Sérgio e Arnóbio Cavalcante. Flores da caatinga. Campina Grande: Instituto
Nacional do Semiárido, 2010.

Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 1. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.


Raphael MATIAS & Hélder CONSOLARO. Polinização e sistema reprodutivo de acanthaceae juss. no Brasil: uma revisão. Biosci. J., Uberlândia, v. 31, n. 3, p. 890-907, May/June. 2015.

domingo, 23 de setembro de 2018

Caboré-de-orelha Megascops choliba (Vieillot, 1817)

  Ave conhecida popularmente como Corujinha-do-mato,Coruja-do-mato,Corujinha-de-orelha,Corujinha-orelhuda,Caboré-de-orelha e Piré-cuí, entretanto seu nome científico válido atualmente é Megascops choliba (Vieillot, 1817). Ela pertence a família Strigidae, da qual também fazem parte por exemplos, a coruja-buraqueira(Athene cunicularia) e o caburé(Glaucidium brasilianum).
   Um indivíduo adulto da espécie tem o comprimento variando de 21 a 30cm, peso de até 160 gramas e envergadura média de 54cm. Há duas variedades na plumagem dessa espécie, uma que é cinza e outra avermelhada(ferrugínea), em ambas na fase adulta, ocorre dois tufos de penas chamados vulgarmente de "orelhas" nos lados da cabeça,estes são relativamente pequenos. Outra característica notável as vezes é a íris amarela.
  Alimenta-se principalmente de insetos como mariposas e gafanhotos,mas inclui também outros artrópodes em sua dieta como aranhas e escorpiões. Além disso, há registros de captura de pequenos mamíferos, outras aves, anuros e pequenas serpentes.
   A corujinha-do-mato(Megascops choliba) usa qualquer cavidade de baixa altura como ninho, como ocos de árvores e buracos de cupinzeiros, onde põe até 7 ovos brancos. Enquanto a fêmea fica responsável pela incubação(cerca de 26 dias) o macho se ocupa de trazer alimento para ela durante esse período.
   Pode ser observada e principalmente ouvida a noite, em diversos ambientes desde bordas de matas, matas de galerias, savanas e até no entorno de construções humanas da zona rural e urbana, onde ocorram árvores, não sendo comum no interior de floresta densa.
   Sua distribuição geográfica estende-se em toda a América do Sul e em parte da América Central, na Costa Rica e Panamá. No Brasil ocorre em todos os estados. Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte, tenho observado essa espécie nas mesorregiões Leste Potiguar, Agreste Potiguar,Central Potiguar e Oeste Potiguar, ou seja em todo o território potiguar, sendo uma das corujas mais comuns no RN.
  Segundo estudos etnozoológicos ela é comercializada como animal de estimação em alguns estados do país(PB,PE,MG e RJ) e até o momento felizmente não está ameaçada de extinção. Sendo necessário maior investimento em práticas de Educação Ambiental, incentivo a cultura da ciência cidadã e fiscalização a fim de acabar com esse comércio criminoso e essa cultura ultrapassada de criação de aves silvestres como animais de estimação.

Referências
FREIRE, A. A. 1999. Lista Atualizada de Aves do Estado do Rio Grande do Norte. Natal: Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-IDEMA. 20 p.

GOP, F. Sagot-Martin. Lista I aves RN-arquipélagos extr. NE Brasil. Táxeus | Listas de espécies. 10/01/2003.

LIMA, L. M. Aves da Mata Atlântica: riqueza, composição, status, endemismos e conservação. 2013. 513f. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.

LIMA, Pedro Cerqueira. Aves do litoral norte da Bahia. – 1 ed. – Bahia: AO, 2006.

Menq, W. (2018) Corujinha-do-mato (Megascops choliba) - Aves de Rapina Brasil. Disponível em: < http://www.avesderapinabrasil.com/megascops_choliba.htm > Acesso em: 23 de Setembro de 2018.

POLICARPO, Iamara da Silva. Uso de Aves Silvestres no Brasil: aspectos etnozoológicos e conservação. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Ciências Biológicas e Saúde,2013.

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1997. 863p.

domingo, 16 de setembro de 2018

Alcaçuz Periandra mediterranea (Vell.) Taub.

   Planta conhecida popularmente como Alcaçuz sendo seu nome científico Periandra mediterranea (Vell.) Taub.. Espécie de porte arbustivo que pode atinger 3,5m de altura e que apresenta inflorescências terminais ou axilares, corola azul-violácea e seus frutos são do tipo legume. As suas pétalas modificadas apresentam um estandarte que atua como plataforma de pouso para os visitantes interessados em néctar ou pólen, como as abelhas Xylocopa frontalis, Acanthopus excellens e Epicharis sp., que atuam na polinização da espécie. 
   Outras espécies também visitam as flores da Alcaçuz(Periandra mediterranea) como o beija-flor Phaethornis pretrei, algumas vespas do gênero Polybia e ainda o esingídeo Urbanus simplicius, porém estas atuam frequentemente nesta planta como pilhadores de néctar e não como polinizadores.
   Alcaçuz(P. mediterranea) é citada na literatura como uma espécie que apresenta propriedades anti-inflamatórias além de ser indicada para ajudar na recuperação de áreas degradadas.
   Ela é uma espécie nativa que no Brasil tem ocorrência confirmada nos biomas da Mata Atlântica, Caatinga, Amazônia e Cerrado, ocorrendo nas seguintes regiões e respectivos estados brasileiros: Norte (Pará, Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe), Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná). Durante as minhas excursões pelo estado do Rio Grande do Norte tenho observado essa espécie nos municípios de Espírito Santo e Baía Formosa.

Referências
Andressa Cavalcante Meireles, Joel Araújo Queiroz & Zelma Glebya Maciel Quirino. Mecanismo explosivo de polinização em Periandra mediterranea (Vell.) Taub. (Fabaceae) na Reserva Biológica Guaribas, Paraíba, Brasil. Revista Biotemas, 28 (4), dezembro de 2015. Disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/biotemas/article/view/2175-7925.2015v28n4p71 Acesso em 16 de setembro de 2018.

Maurilio Assis Figueiredo, Adriana Pedrosa Diniz, Adriana Trópia de Abreu , Maria Cristina Teixeira Braga Messias and Alessandra Rodrigues Kozovits. Growing Periandra mediterranea on post-mining substrate: native Fabaceae with potential for revegetation of degraded rupestrian grasslands in Brazil. Acta Botanica Brasilica - 32(2): 232-239. April-June 2018. Disponível em http://www.repositorio.ufop.br/bitstream/123456789/9828/1/ARTIGO_GrowingPeriandraMediterranea.pdf Acesso em 16 de setembro de 2018.

Organizador Rafaela Campostrini Forzza... et al. Catálogo de plantas e fungos do Brasil, volume 2. Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estúdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.